HISTÓRIA E CULTURA

Robôs substituirão 20 milhões de empregos até 2030, segundo relatório de Oxford

robosemprego126/06/2019, por Alexa Lardieri - Um relatório da Oxford Economics descobriu que 8,5% da força de trabalho global pode ser substituída por robôs até 2030. O aumento de robôs e automação está projetado para levar ao deslocamento de 20 milhões de empregos na manufatura até 2030. Um relatório da Oxford Economics estima que cerca de 8,5% da força de trabalho industrial global será substituída por robôs, com cerca de 14 milhões de empregos industriais perdidos somente na China.

O número de robôs atualmente na força de trabalho global, 2,25 milhões, triplicou nos últimos 20 anos, dobrando desde 2010. De acordo com o relatório, um em cada três robôs é instalado na China. O país responde por cerca de 20% dos robôs do mundo. Além disso, desde 2004 cada novo robô instalado no setor manufatureiro deslocou em média 1,6 trabalhador.

Na próxima década, os EUA devem perder mais de 1,5 milhão de empregos para a automação. A China está programada para perder quase 12,5 milhões, a União Europeia perderá quase 2 milhões de empregos e a Coréia do Sul perderá quase 800.000. Espera-se que outros países ao redor do mundo percam 3 milhões de empregos para robôs até 2030.

Nos Estados Unidos, Oregon é o estado mais vulnerável ao deslocamento de empregos, seguido por Louisiana, Texas, Indiana e Carolina do Norte. O Havaí é o estado mais seguro do deslocamento de robôs, seguido pelo Distrito de Columbia, Nevada, Flórida e Vermont.

As três maiores razões para o aumento dos robôs, destaca o relatório, são o custo, a capacidade e o aumento da demanda por produtos manufaturados.

Internacionalmente, as áreas rurais do Reino Unido são mais vulneráveis à automação devido à concentração de suas indústrias manufatureiras. Londres está entre as cidades menos vulneráveis. Seul corre menos risco na Coreia do Sul por causa de sua economia diversificada e baixa dependência de empregos industriais, enquanto a região de Daegu do país é a mais vulnerável por causa de seu baixo nível de produtividade industrial, deixando-a "madura para mudanças".

O custo do maquinário diminuiu drasticamente, tornando os robôs mais baratos que os humanos. O poder de processamento de microchips, redes mais inteligentes e maior duração da bateria aumentaram drasticamente o valor por unidade dos robôs, e seus custos caíram 11% de 2011 a 2016.

Os robôs também estão se tornando rapidamente mais capazes com melhorias na tecnologia. A inteligência artificial permite que os robôs aprendam e tomem decisões informadas e realizem processos mais sofisticados. As melhorias expandiram a utilidade dos robôs em áreas além da indústria automotiva.

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Por fim, devido ao aumento da demanda fabril, países, principalmente a China, estão investindo em robôs para aumentar a produção. Se a expansão dos robôs continuar crescendo no ritmo atual, a China terá cerca de 8 milhões de robôs em uso até 2030.

As repercussões da expansão dos robôs serão sentidas desproporcionalmente pelos trabalhadores menos qualificados e pelas economias locais mais pobres. De acordo com pesquisadores de Oxford, o aumento da automação "agravará as tensões sociais e econômicas do desemprego e da desigualdade de renda em tempos em que o aumento da polarização política já é uma tendência preocupante".

Os políticos enfrentarão maior pressão, afirma o relatório, à medida que os robôs se expandem e a desigualdade piora.

“À medida que o ritmo de adoção da robótica acelera, os formuladores de políticas enfrentarão um dilema: embora os robôs permitam o crescimento, eles exacerbam a desigualdade de renda”, afirmam os pesquisadores no relatório. "A automação continuará a impulsionar a polarização regional em muitas das economias avançadas do mundo, distribuindo de forma desigual os benefícios e custos pela população. Essa tendência se intensificará à medida que o impacto da automação nos empregos se espalhar da manufatura para o setor de serviços, fazendo perguntas sobre como lidar com trabalhadores deslocados cada vez mais críticos."

 

Estas profissões podem acabar até 2030 (ao menos para os humanos)

 

21/12/2017, São Paulo – Transporte autônomo, robôs que aplicam anestesia, criptomoedas e softwares de análise financeira. Tecnologias que já existem hoje prenunciam intensa transformação do mercado de trabalho no futuro e vão decretar o fim de carreiras e profissões tradicionais.

A automatização é certa e a substituição de humanos por softwares será rápida, sobretudo, em países mais desenvolvidos, como Japão, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos. Estudo da PwC indica que até um terço dos postos de trabalho nestes países podem ser ocupados por robôs até 2030. Não foi feita estimativa para o Brasil.

Segundo Arthur Igreja, especialista da AAA, plataforma especializada em tecnologia, inovação, disrupção e economia transformadora, o difícil não é prever se alguma profissão deixará de existir, mas sim prever quais vão ficar.

O trabalho robotizado irá muito além de tarefas repetitivas, diz Igreja, que também é professor da FGV-RJ. “Hoje, com as redes neurais e a inteligência artificial, mesmo o conhecimento e o processo decisório podem sim serem incorporados por uma máquina”, diz.

Por isso, as profissões que estão com os anos contados são aquelas não só baseadas em repetição como também as carreiras que exigem extremo conhecimento específico. “ Pois uma máquina consegue aprender”, afirma.

A pedido do Site Exame, ele e Allan Costa, também especialista da AAA, elaboraram a lista abaixo com 10 profissões que vão acabar até, no máximo, 2030. Confira:

1) Piloto de avião

Quando a profissão será automatizada: entre 2025 e 2030
Justificativa dos especialistas: “o termo 'piloto automático’ está longe de soar estranho. Atualmente, na maior parte do tempo sistemas computadorizados já pilotam as aeronaves. A interferência humana acontece especialmente nas etapas de decolagem e pouso, mas diversas empresas já fazem testes de aviões 100% autônomos. A BAE Systems testa um bimotor com 16 lugares e a empresa Universal Robots desenvolveu um braço robótico que foi capaz de pilotar um Boeing 737 com sucesso em um simulador. Estudos apontam que a economia anual pode ser de até 35 bilhões de dólares por ano (estimativas da UBS) caso grande parte dos voos comerciais fossem feitos sem a presença de pilotos humanos. ”

2) Anestesista

Quando a profissão será automatizada: 2025
Justificativa dos especialistas: “a gigante Johnson & Johnson desenvolveu o robô Sedasys que aplica com sucesso anestesias em pacientes que serão submetidos a tratamentos mais simples em clínicas e hospitais. O custo por procedimento cai de US$ 2.000 para US$ 150 e um médico é capaz de acompanhar múltiplos procedimentos em paralelo assim como acontece nas cirurgias com robôs. Apesar da venda do produto ter sido suspensa recentemente para maturação, os testes feitos em quatro hospitais americanos evidenciaram que em um futuro breve esta profissão deve ser automatizada”.


3) Analista de investimento

Quando a profissão será automatizada: 2023
Justificativa dos especialistas: “um terço das vagas de trabalho nos bancos de investimento em Wall Street desapareceram desde o ano 2000, segundo o autor futurista Martin Ford. Isso não aconteceu apenas pela digitalização das operações que eliminou andares de pessoas ao telefone comprando e vendendo ações. Os robôs que operam em alta frequência (HFT) já representam hoje mais de 50% das operações diárias no mercado americano de ações. A competição não é mais pelo melhor analista, mas pelo melhor algoritmo capaz de entender as condições do mercado e tomar decisões de investimento. ”

4) Engenheiro de software

Quando a profissão será automatizada: 2027
Justificativa dos especialistas: “engenheiros de software são escassos e têm altos salários especialmente no Vale do Silício. Ainda estamos na era da transformação digital dos negócios e isso requer exércitos de programadores. Estamos entrando na era onde a inteligência artificial e os frameworks de programação em alto nível permitem que software gere mais software. Desta forma, devemos ter uma gradual redução na demanda por engenheiros de software e um aumento na demanda de analistas de negócio capazes de modelar processos para que sejam então automatizados por ‘programadores robôs’.

5) Contadores e auditores

Quando a profissão será automatizada: 2030
Justificativa dos especialistas: “dois movimentos complementares devem impactar estas profissões: digitalização dos processos e aumento no uso de Blockchain. Contadores ainda estão envolvidos com tarefas que podem ser automatizadas em grande escala sendo a brasileira Contabilizei um exemplo de disrupção nesta área (a startup é considerada a empresa contábil mais inovadora do mundo segundo a Fast Company). Além disso, com as criptomoedas e registro de operações em Blockchain, o conceito de contabilidade desaparece, visto que todas as transações são públicas e tecnicamente impossíveis de serem fraudadas. O mesmo vale para auditores”.

6) Headhunter e recrutador (RH)

Quando a profissão será automatizada: 2023
Justificativa dos especialistas: “a convergência entre poderosos algoritmos de inteligência artificial, especialistas entre traçar o ‘match’ entre demanda e oferta, vai substituir a busca curricular tradicional. Muito além do que o uso de filtros, esses algoritmos são capazes de avaliar fotos, vídeos, posts e e-mails enviados por pessoas. Vivemos também a era da exposição virtual a todo momento, muito mais do que o currículo que uma pessoa envia para uma empresa, já é prática comum entrevistadores e psicólogos utilizarem essas fontes para entender o perfil do candidato. O fluxo será o mesmo, mas desta vez feito por robôs. Vale lembrar também que reviews de competências e a satisfação com trabalhos passados devem estar armazenados no Blockchain dentro de 10 anos, criando um sistema de review público no estilo Uber para todos os profissionais. ”

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7) Assistente jurídico

Quando a profissão será automatizada: a partir de 2020
Justificativa dos especialistas: “soluções que utilizam inteligência artificial, apoiadas no Watson, da IBM, por exemplo, já conseguem realizar tarefas repetitivas de análise de processos e termos jurídicos com eficiência e precisão muito maiores do que quando as mesmas tarefas são realizadas por seres humanos. Advogados que executam atividades que dependem de interpretação e deduções subjetivas continuarão sendo cada vez mais valiosos, mas assistentes jurídicos, principalmente em início de carreira, que realizam as tarefas repetitivas inerentes à atividade jurídica, fatalmente, serão substituídos por soluções de inteligência artificial.”

8) Repórteres e jornalistas

Quando a profissão será automatizada: entre 2022 e 2025
Justificativa dos especialistas: “em termos objetivos, escrever não é exatamente um problema para a inteligência artificial. Desde 2014, a Associated Press usa softwares inteligentes para escrever relatórios quadrimestrais de faturamento. Segundo o The Verge, mais de 3.000 relatórios são produzidos por inteligência artificial a cada trimestre. Não é fora de propósito vislumbrar que sites de conteúdo poderão existir, no futuro próximo, sem nenhum humano envolvido na produção deste conteúdo.

9) Analistas financeiros

Quando a profissão será automatizada: 2027
Justificativa dos especialistas: “analistas capazes de avaliar as contas e as finanças de uma empresa já foram considerados indispensáveis pela sua capacidade de identificar tendências que poderiam causar impacto significativo no negócio em um piscar de olhos, permitindo ajustes temporais de estratégia ou portfólio que poderiam gerar bilhões em economia. Mas analistas humanos não conseguem mais competir com softwares de análise financeira que usam inteligência artificial e que podem ler e reconhecer tendências em dados históricos para prever movimentos futuros de mercados.”

10) Corretores de seguro e analistas de risco

Quando a profissão será automatizada: entre 2020 e 2025
Justificativa dos especialistas: “a quase totalidade do que corretores de seguro e analistas de risco fazem hoje já pode ser feito por computadores utilizando big data e machine learning. Realização de cotações, cálculos de prêmio e custos de apólice, avaliação de riscos individuais e coletivos, ganham em eficiência e robustez, em termos de base de dados de referência, quando softwares parametrizáveis colocam nas mãos do segurado as possibilidades de simulações e contratação dos seguros de forma automatizada. E, à medida em que novas ferramentas incorporem inteligência artificial, o processo decisório na realização de um seguro será completamente automatizado, tornando os profissionais em questão obsoletos.”

Fonte: https://www.usnews.com/
           https://exame.com/