QUALIDADE DE VIDA

Receitas caseiras de pastas de dentes sustentáveis

pastdent1Você abre os olhos de manhã, desliga o despertador, se espreguiça, levanta da cama e… escova os dentes. Segundo estudo publicado pelo professor Bruce J. Paster, da Universidade de Massachusets, e sua equipe, há mais de 700 espécies de micro-organismos na cavidade bucal, que se espalham pelas gengivas, dentes, língua e palato. Portanto, cuidar da saúde bucal não deve ser uma atitude orientada exclusivamente por uma preocupação estética mas, sobretudo, de saúde. Apesar do Brasil apresentar o maior programa público de saúde bucal do mundo, o Programa Brasil Sorridente, a Associação Brasileira de Odontologia (ABO) constata que menos de 22% da população brasileira adulta e menos de 8% da população idosa possui gengivas saudáveis.

E a situação das nossas crianças também requer cuidados: cerca de 60% delas apresentam algum tipo de cárie. Por isso, escovar os dentes, a língua e a cavidade bucal regularmente, além de fazer uso do fio dental, são medidas fundamentais no trabalho de remoção ou desorganização da placa bacteriana que contribuem para uma boa higiene bucal, mas não únicas. Uma outra importante preocupação deve ser levada em consideração: a composição da pasta de dentes que você usa. Algumas substâncias que se fazem presentes nas pastas de dentes convencionais (como o flúor, o lauril éter sulfato de sódio e o temido triclosan) podem causar danos a sua saúde e ao meio ambiente. Levando em consideração esse contexto, trouxemos algumas receitas fáceis para que você faça a sua própria pasta de dentes:

Receita à base de pó de juá

O pó de juá é um produto que ainda não é muito conhecido no mercado brasileiro, mas pode ser adquirido a preços acessíveis. Extraído do juazeiro, ele possui propriedades que combatem as cáries, a placa bacteriana, o mau hálito, além de clarear os dentes. Veja como se prepara essa receita:

2 colheres de sopa de raspa de juá
2 colheres de sopa de menta desidratada
2 colheres de sopa de sementes de linhaça
3 cravos da índia
1 pitada de canela em pó
1 xícara de água filtrada.
Modo de preparo:

Junte a linhaça, os cravos e a água ao fogo baixo e cozinhe em uma panela por cinco minutos. Depois, coloque o juá e a canela e misture bem até obter uma mistura de consistência pastosa. Essa receita deve ser armazenada em uma geladeira.

Receita à base de argila branca

Muitas pessoas podem achar estranho o uso da argila branca na escovação dos dentes. Mas essa receita é bem prática e eficiente. No entanto, é importante que, ao reunir os ingredientes, você atente para uma questão: quando for comprar o pó de argila branca compre aquele cujo rótulo expressa que ele pode ser ingerido. Existem várias opções nas lojas, por isso fique esperto.

3 colheres de sopa de argila branca
2 gotas de óleo de hortelã-pimenta
1 pitada de sal marinho
1 colher de chá de sálvia ou tomilho
1 copo de água
Modo de preparo:

Primeiro, faça uma infusão fervente com a água e a sálvia ou o tomilho. Depois de filtrar, adicione duas colheres dessa infusão, que deve ficar com a aparência de um chá, em um copo limpo. Nesse copo, coloque duas gotas de óleo de hortelã-pimenta e uma pitada de sal marinho. Depois, adicione 3 colheres de sopa de pó de argila branca e mexa até que fique uniforme. Por fim, guarde a receita em um recipiente de vidro e armazene na geladeira.

Receita à base de aloe vera

A aloe vera, também chamada de babosa, é muito usada na cicatrização de queimaduras. O seu uso na escovação dos dentes é muito recomendado principalmente para as pessoas que sofrem de gengivite. A razão para isso são as suas propriedades cicatrizantes que não agridem o delicado tecido das gengivas além de serem eficazes na limpeza dos dentes. Essa receita é bem fácil de fazer e só são necessários dois ingredientes:

2 colheres de sopa de gel de aloe vera
1-2 gotas de óleo essencial de hortelã-pimenta
Modo de preparo:

Junte todos os ingredientes em um recipiente limpo e mexa por alguns minutos. Depois, é só mergulhar a sua escova de dentes nessa mistura e escovar normalmente. O gel de aloe vera pode ser encontrado em muitas farmácias homeopáticas e outras lojas especializadas.

Receita à base de óleo de coco

O coco faz parte de muitas receitas culinárias. O que você pode não ter imaginado é que ele pode ser utilizado também, na forma de óleo, em uma receita de pasta de dentes. Juntamente com ele, será necessário um outro ingrediente que talvez você não conheça: a argila bentonítica em pó. A argila bentonítica também pode ser encontrada em lojas especializadas e também em alguns sites de confiança na internet. Ela atua no fortalecimento dos dentes e na remoção da placa bacteriana.

4 colheres de sopa de óleo de coco
4 colheres de sopa de argila bentonítica
2-3 colheres de sopa de água filtrada
1/2 colher de chá de sal marinho
1-15 gotas de óleo essencial de hortelã-pimenta
Coloque o óleo de coco, a água filtrada, o sal marinho e óleo essencial em um recipiente e mexa bem. Depois, adicione a argila até que a mistura adquira consistência. Por fim, guarde em um pote e esterelizado.

Cuidado com as receitas a base de água oxigenada

Há receitas disponíveis na internet que são à base de água oxigenada. É importante que você tome muito cuidado com elas, porque não há um consenso entre os especialistas sobre os efeitos nocivos que essa substância provoca na mucosa bucal. Por essa razão, é melhor optar pelas receitas que não levam água oxigenada em sua composição.

Mas por que fazer o seu próprio creme dental?

Nas prateleiras dos supermercados e farmácias, podemos encontrar uma grande variedade de pastas de dentes, todas elas devidamente embaladas em seus tubos e caixinhas de papelão. No entanto, essas embalagens representam um problema ambiental muito relevante no que concerne tanto à sua fabricação quanto ao seu descarte. A reciclagem é certamente uma solução para o descarte delas, mas fabricar a sua própria pasta de dentes e guardá-la em um recipiente irá contribuir para a minimização dos danos ao meio ambiente resultantes da fabricação de tais embalagens.

Além desse, muitos outros benefícios podem ser obtidos por meio das pastas de dentes caseiras. Muitas pastas de dentes disponíveis no mercado contêm sódio-lauril-sulfato, uma substância detergente que pode provocar aftas em usuários que possuem a mucosa bucal muito sensível. Há, inclusive, casos de pessoas que desenvolvem processos alérgicos aos componentes das pastas de dentes convencionais, apresentando, além de aftas, sangramentos, vermelhidão e coceira nas gengivas.

Um estudo intitulado "Citotoxidade e Abrasividade de Alguns Dentifrícios" e desenvolvido na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, constatou que há pastas de dentes que são mais tóxicas que outras, devido ao uso cada vez mais frequente de determinados ingredientes. Um exemplo claro disso são os cremes dentais clareadores que possuem grandes quantidades de compostos abrasivos altamente agressivos. Esses abrasivos altamente agressivos são substâncias como o carbonato de magnésio, o carbonato de cálcio, o gel de sílica desidratado, o óxido de alumínio hidratado e os sais fosfato e eles podem danificar o esmalte dos dentes. Ainda se sabe pouco sobre os reais efeitos de tais componentes e tudo indica que algumas pessoas podem apresentar maior sensibilidade a eles.

Outra razão que justifica a produção caseira de pastas de dentes diz respeito diretamente aos testes em animais. Em São Paulo já foi sancionada a lei que proíbe testes em animais nas indústrias do setor de cosméticos, de perfumes e de higiene pessoal. No entanto, em outras cidades essa medida ainda não foi implantada. Por isso, praticar o consumo consciente e evitar o uso de produtos que podem ter sido testados em animais é uma atitude muito importante.

Por fim, sabe-se que é um direito do consumidor ter o devido acesso às informações referentes ao produto que ele adquiriu. Segundo o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) todos os rótulos devem informar com clareza a quantidade, o peso, a composição, as características, a qualidade, o preço e todos os possíveis riscos que o produto apresenta. Infelizmente, isso nem sempre acontece e o consumidor acaba adquirindo um produto sem saber exatamente o que ele contém. Em pesquisa desenvolvida pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor), que avaliou dezoito amostras de cremes dentais e cinco de enxaguatórios bucais direcionados ao público infanto-juvenil, foi constatado que os rótulos apresentavam a falta e a divergência de informações. Outro fato preocupante também foi constatado: algumas marcas não alertavam devidamente sobre os reais riscos do uso inadequado dos produtos. Portanto, uma alternativa para garantir, na medida do possível, o controle sobre aquilo que você está consumindo sem depender de rótulos mal formulados é fabricar você mesmo os produtos que fazem parte do seu cotidiano.


Faça você mesmo: Creme dental natural

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Triclosan, flúor, cloreto de belzalcônio e clorexidina. Esses são alguns dos produtos químicos normalmente presentes em pastas de dentes considerados nocivos à saúde, que podem causar desde irritação na pele e até resistência bacteriana e câncer, sem falar nos danos ao meio ambiente causados pelas embalagens. É o que constata o artigo científico “Impactos Ambientais da Pasta de Dente”, produzido por um grupo de alunos orientados pela professora de biologia e pesquisadora da USP, Mônica Fogaça.

Que tal aprender a fazer um creme dental caseiro, que além de barato não possui toxinas e não agride o meio ambiente? Aprenda na receita abaixo do site Outra Medicina. Lembrando que é possível acrescentar outros produtos naturais para dar um gosto a mais, como hortelã ou menta.

Ingredientes:

2 colheres de sopa de casca de laranja, ou limão, completamente secas
¼ de xícara de bicarbonato de sódio
2 colheres de chá de sal
Modo de Preparo:

Faça a moagem da casca, em um moinho ou em um processador de alimentos. Acrescente o sal e o bicarbonato. Misture tudo, e volte a passar pelo processador até obter um pó muito fino. Guarde em um frasco que possa ser bem fechado. Quando for utilizar, umedeça a quantia desejada e escove os dentes como de costume. Conheça abaixo mais detalhes, contidos no artigo, sobre os impactos das pastas de dentes na saúde e ambiente.

Formol

O Formaldeído, também conhecido como formol, formalina, aldeído fórmico ou oximetileno, que é usado com anti-séptico (que inibe a proliferação de micro-organismos). O formol gera alguns impactos à saúde, como ser irritante para a pele, olhos e para o sistema respiratório, o que o compromete. Essa mesma substância, segundo um estudo, mostra que a exposição doméstica do formol aumenta o risco de asma brônquico na infância. Um estudo feito pelo IARC (International Agency for Research on Cancer), em setembro de 2004, mostrou que o formol foi classificado como cancerígeno para humanos.

Triclosan Tóxico

Outra substância encontrada em alguns cremes dentais (como, por exemplo, Colgate Total) é o Tryclosan ou Triclosan, que tem função de anti-séptico e bacteriostático. Segundo alguns estudos, o Triclosan, se exposto a grandes quantidades de cloro (presente na água), forma o clorofórmio, que, de acordo como a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, é considerado uma das causas do câncer. O triclosan também pode formar diclorobenzeno-p-dioxina 15, resultado do triclosan com o sofrimento de degradação da luz. A substância resultante acima é considerada cancerígena. Pode-se considerar o triclosan como uma substância bem tóxica e que, se continuar nos cremes dentais, pode deixar a população doente.

Nitrato de Potássio (KNO3)

O nitrato de potássio, além de ser usado na pasta de dente, é usado também em adubos, como a vinhaça, que, dependendo da quantidade utilizada, pode fazer mal ao solo, pois pode alterar suas propriedades químicas e físicas. Essas alterações podem melhorar a agregação, o que gera uma maior capacidade de infiltração da água no solo e aumentam as chances de ocorrer uma lixiviação de íons (perda da parte negativa dos átomos). Essa lixiviação contamina as águas subterrâneas quando há grandes quantidades e promove a dispersão de partículas do solo, reduzindo as chances de infiltração de água e elevando o escoamento superficial, as chances de secar o solo e contaminar as águas superficiais. Além disso, o KNO3 pode ser nocivo se ingerido, pois causa tosse, dor de garganta, vermelhidão na pele e nos olhos, dor abdominal, tontura, diarreia e convulsões. O produto pode ser inflamável e/ou explosivo, se entrar em contato com substâncias combustíveis, e pode explodir, se entrar em contato com substâncias redutoras.

Flúor

O flúor é usado para a prevenção de cárie. Sendo colocado para a prevenção nas mais variadas formas: fluoretação das águas de abastecimento público, pela sua adição ao leite, ao sal e ao açúcar. Após uma dose de fluoreto certamente letal (5 a 10g de fluoreto de sódio), aparecem sinais de irritação gastrointestinal violenta, tal como náusea, vômito e diarreia. Desenvolve-se um estado de choque e a vítima morre frequentemente entre 2 a 4 horas após a ingestão de fluoreto. Quando as quantidades são um pouco menores, como 8 mg, os sintomas são menos sério, mas ainda pertinentes. É só uma questão de dose que diferencia entre remédio e veneno. Não há dúvida de que a descoberta das propriedades anticariogênicas do flúor constitui um marcos mais importantes da Odontologia. Existe um aumento potencial para a ingestão de doses tóxicas de fluoreto, por causa do aumento do uso de produtos com sabor agradável. Conclui-se que o flúor deve ser usado, mas de forma adequada, pois pode acontecer a intoxicação, mesmo ela sendo bem rara pela quantidade que se deve ingerir. 

PEG (Polietilenoglicol)

O PEG é um polímero (composto químico de elevada massa molecular) formado pelo etileno glicol (um álcool), que pode ser encontrado em vários objetos. De acordo com um trabalho realizado em 2006 na Dinamarca, o PEG pode causar um perigo de dermatite alérgica. Em um congresso especializado, se concluiu que o uso do PEG deve ser restrito às unhas e nunca deve entrar em contato com a pele. Mas há controvérsias dizendo que o PEG é relativamente seguro. Dependendo do fabricante, o PEG pode conter diversos tipos de impurezas, incluindo óxido de etileno, dioxano e metais tóxicos, como arsênico, níquel e cobalto. Ou seja, muitos dizem que faz mal e poucos, que faz bem. Mas, de acordo com a pesquisa realizada, obtivemos mais informações que comprovam que o PEG faz mal.


Fonte: http://www.ecycle.com.br/
         http://www.ecodesenvolvimento.org/