18/01/2011 - Nenhuma das 43 amostras de água de 12 estados e do Distrito Federal analisadas pela organização não-governamental SOS Mata Atlântica apresentou qualidade boa em 2010. Em 70% dos rios, lagos e córregos, a água foi considerada regular, em 25% ruim e em 5% péssima. O levantamento, divulgado neste mês, a partir de parâmetros do Ministério do Meio Ambiente (MMA), constatou que o principal poluente encontrado foi esgoto doméstico. As águas precisam de tratamento tanto para consumo quanto para uso industrial, segundo a ONG. “Encontramos rios cada vez mais comprometidos, mesmo em regiões em que imaginávamos ter boas condições”, contou a coordenadora do programa Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, em depoimento à instituição. “As populações poderiam formar grupos para acompanhar a situação destes rios e cobrar medidas adequadas das autoridades.”
Para a análise, uma equipe da organização classificou a qualidade de amostras de água em cinco níveis de pontuação: péssimo (de 14 a 20 pontos), ruim (de 21 a 26 pontos), regular (de 27 a 35 pontos), bom (de 36 a 40 pontos) e ótimo (acima de 40 pontos).
A nota cai conforme aumenta a presença de bactérias, larvas, vermes, espuma, mau cheiro e resíduos sólidos e orgânicos. Esses agentes estão ligados a falta de saneamento básico, segundo a ONG.
O rio Doce, em Linhares (ES) e a lagoa Maracajá, em Lagoa dos Gatos (PE), apresentaram melhor qualidade da água, ambas com nota 34. A pior amostra foi a do rio Verruga, em Vitória da Conquista (BA), com 17 pontos, seguida pelo lago da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro (RJ), com 19.
“A mobilização da sociedade é fundamental para a conservação da água, pois embora seja um recurso natural essencial à vida, ainda é tratada com descaso”, analisou Malu. “Os índices de saneamento básico e de áreas de preservação permanente conservadas no país são muito baixos, o que reflete em ameaça à saúde da população.”
Fonte: http://aprendiz.uol.com.br/