CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Camundongos clonados a partir de células liofilizadas podem melhorar a conservação das espécies

camunciencia106/07/2022, por Michael Irving - As mudanças climáticas estão ameaçando muitas espécies de extinção, então devemos a elas tentar ajudar. Cientistas japoneses agora clonaram com sucesso camundongos a partir de células adultas liofilizadas, que podem ser armazenadas facilmente por longos períodos de tempo. É importante ressaltar que os camundongos clonados mais tarde foram capazes de ter seus próprios descendentes.

Atualmente, instalações conhecidas como “zoológicos congelados” são usadas para armazenar amostras de esperma animal, óvulos e outros tecidos em temperaturas criogênicas, permitindo-nos potencialmente reviver espécies ou populações que foram exterminadas. O problema é que essas instalações exigem enormes quantidades de energia para funcionar, tornando-as caras e vulneráveis ​​a quedas de energia ou danos causados ​​pelos mesmos desastres ambientais que ameaçam os próprios animais.

A liofilização pode ser uma alternativa, preservando as amostras de uma forma mais estável e que não exija temperaturas tão extremas. Embora o armazenamento de esperma dessa maneira tenha sido alcançado, nem sempre é fácil obter espermatozóides saudáveis ​​de alguns animais. Assim, os pesquisadores do novo estudo começaram a desenvolver um método para clonar animais a partir de células somáticas liofilizadas, uma categoria que inclui quaisquer células que não sejam espermatozóides ou óvulos. E os resultados foram impressionantes – as células somáticas liofilizadas podem ser armazenadas por até nove meses, em temperaturas mais gerenciáveis ​​de -30 °C (-22 °F).

Mais importante ainda, os cientistas conseguiram clonar com sucesso camundongos a partir dessas células liofilizadas. Depois que as células foram reidratadas, seus núcleos foram removidos e transferidos para um oócito, permitindo então formar um blastocisto.

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Estes foram então usados ​​para cultivar novas linhas de células-tronco embrionárias, que por sua vez foram usadas para criar embriões que foram transferidos para camundongos substitutos, produzindo camundongos clonados. Quando os clones atingiram a maturidade, eles foram emparelhados com parceiros de sexo oposto e todos foram capazes de ter seus próprios descendentes. Isso indica que sua fertilidade permanece intacta e é um bom presságio para o potencial da técnica na restauração de espécies ameaçadas.

Não é sem seus problemas, no entanto. As células somáticas morrem durante o processo de liofilização e, como tal, há mais danos ao DNA do que os incorridos por outros métodos. Depois de todas as etapas envolvidas, a taxa de sucesso total de camundongos clonados a partir de células somáticas liofilizadas é de apenas 0,02%. Esses problemas à parte, os pesquisadores dizem que seu sucesso indica que a técnica pode ser viável, e sua maior estabilidade e menor custo podem torná-la um backup decente. A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.

Fonte: Scimex