VERDADES INCONVENIENTES

A TV Antieducativa - Parte 5

tv 396.2 A educação no lar - Baseado no que foi visto acima, pode-se concluir que a educação no lar deve seguir certas diretivas para que seja sadia e efetiva: a) Respeito à idade e maturidade de cada criança. Nesse sentido, a Pedagogia Waldorf parece-me dar a conceituação mais profunda e abrangente no sentido de se saber o que é mais apropriado para cada idade. Minha filha mais velha foi com seus filhos ainda mais rigorosa nesse sentido do que nós; por exemplo, ela não deixava que segurássemos as mãozinhas de nossos netinhos para que eles se erguessem, dizendo que os nenês iriam fazê-lo sozinhos quando tivessem o impulso para isso, a coordenação motora e a musculatura suficientes. Ela estava absolutamente correta. O caso mais triste em relação a isso é usar o 'andador', em que a criança não tem no início nem capacidade para ficar sentada, quanto mais em pé, e acaba 'remando' com os pezinhos, em vez de andar.

Não há nenhuma criança sadia que não aprendeu a andar, para que acelerar esse processo, forçando atitudes físicas impróprias para a maturidade? Já está provado que o uso do andador ode provocar distúrbios posteriormente. A propósito, nesse sentido, chamo o computador usado por crianças de 'andador mental'.

b) Incentivo à imaginação. Isso pode ser feito por meio de contar histórias, mostrar livros com figuras bonitas e artísticas, e brincando de fingir. Vou relatar aqui um caso pessoal. Minha netinha Luana quando tinha quase 4 anos, morou com seus pais um tempo conosco. Ela sempre sentava na mesma cadeira em nossa sala de jantar. Uma vez ela decidiu mudar de cadeira. Aí eu comecei a falar com a cadeira vazia, como se ela estivesse sentada lá, oferecendo comida, perguntando o que ela tinha feito, etc. A Luana divertia-se à bessa com esse fingimento, e quando eu parava ela dizia "De novo!".

c) Despertar amor aos livros. Para isso pode começar desde cerca de um ano de idade, mostrando-se às crianças livros com ilustrações artísticas. Contar histórias lendo de livros (contos de fadas dos irmãos Grimm são particularmente recomendáveis, mas o melhor seria contá-los sem ler), repetindo muitas vezes a mesma história. Quando a criança já aprendeu a ler, incentivá-la a ler, dando livros atraentes e adequados para a idade. A criança pode ler para os irmãos menores, e até para toda a família.

d) Falar muito com os filhos, principalmente até a puberdade.

e) Manter ritmos e rituais. Horários mais ou menos rígidos para comer e para dormir são essenciais para uma criança, talvez até uns 12 anos de idade. Dormir cedo, para aproveitar o melhor do sono noturno (cf. item 5.23). As férias deveriam ser de preferência sempre na mesma localidade.

f) Vida calma. Evitar todo tipo de agitação, como ir ao supermercado, sair com frequência de casa. Lembrar que o trânsito nas grandes cidades é sempre muito barulhento e nervoso. Evitar estímulos visuais e auditivos em demasia, como música de fundo, TV e video games.

g) Para crianças até uns 10-12 anos, criar um ambiente de religiosidade, respeito pelas pessoas, e veneração pela natureza. No apêndice, são dadas orações ecumênicas para as refeições e para a hora de dormir, inclusive com som de canções.

h) Quando as crianças já aprenderam a fazer contas, fazer com elas contas 'de cabeça', isto é, sem escrevê-las. Por exemplo, "2 mais 5" (a criança deve fazer essa conta mentalmente, sem dizer o resultado), "menos 3", "mais 8", etc. Ir fazendo contas mais complexas, com números maiores, à medida que a criança as aprenda, usando por exemplo multiplicações e divisões.

i) Depois dos 7 anos, se a escola infelizmente não a ensina, ensinar flauta doce (o instrumento mais fácil de ser aprendido). Levar a criança a concertos orquestrais, assim que ela puder ficar quietinha prestando atenção. Incentivar a criança a escolher um instrumento de orquestra para aprender; piano pode ser começado relativamente cedo; instrumentos de corda, ao redor dos 10 anos; os de sopro, aos 13, depois que os pulmões se desenvolveram (note que isso não se aplica à flauta doce, que exige muito pouco sopro).

j) Se a escola não tiver aulas de artes, fazer a criança frequentar essas aulas, mas escolher alguma escola de artes ou professora que saiba adequar a atividade artística à idade e use um método lúdico até os 10 anos. Incentivar a criança a pintar e desenhar em casa.

k) Não fazer cursos de esportes antes da puberdade. Natação e equitação são exceções, desde que sejam lúdicos e não competitivos.

l) Não sobrecarregar a criança no primeiro setênio com atividades. Deixar espaço e tempo para ela brincar sozinha, pois brincar é coisa extremamente séria para crianças. Brincadeiras infantis são universais, refletindo a universalidade da criança. A respeito da necessidade das brincadeiras infantis na escola, ver o excelente relatório da Alliance for Childhood de Miller e Allmond (2009).

6.3 A educação na escola

 

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Vou colocar aqui apenas alguns aspectos fundamentais.

a) No jardim de infância (insisto nesse nome, em lugar de 'ensino infantil' ou 'pré-escola'), não dar nenhum ensino formal tal como ensinar a ler e a fazer contas. O jardim deve ter horários para brincar, ouvir estórias, comer, etc., seguindo ritmos diários e semanais. Deve ter vários ambientes com brinquedos específicos, para a criança escolher. Visitar um jardim de infância Waldorf para ver como é o que considero ideal.

b) Respeitar a maturidade da idade.

c) Não acelerar o desenvolvimento, em todas as idades.

d) Incentivar a imaginação por meio das artes, em todas as matérias e em matérias artísticas.

e) Abordagem puramente abstrata apenas no ensino médio. Durante o ensino, criar imaginações e vivências, como no contra-exemplo da definição de ilha do item 6.1.

f) Educação continuada.

g) Formar um aluno sem preconceitos, sempre disposto a conhecer mais, e ter a curiosidade de compreender os fenômenos.

h) Sempre mostrar que existem, no mundo real, vários aspectos para cada coisa ou fato, isto é, caracterizar as coisas e não defini-las. Com isso o aluno desenvolve um pensar flexível e vivo, e não rígido e morto.

i) Colocar a a ciência e a tecnologia em seu devido lugar, mostrando a partir do ensino médio os problemas que tem e causam, respectivamente.


7. A TV educa?


A tabela abaixo compara o que deveria o que deveria ser uma educação. Baseado no que foi exposto até aqui, pode-se comparar o que deveria ser uma educação ideal com o que faz a televisão. A tabela abaixo apresenta essa comparação suscintamente.

 

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Esgotei nessa tabela todos os aspectos antieducativos da TV? Certamente não. Quem sabe os leitores poderiam ajudar-me a aumentar esta lista.

Examinando-se essa tabela, pode-se concluir que a TV transmitida (não estou aqui me referindo à reprodução de DVDs; ver 8.2 para um caso particular a esse respeito) não só não educa. Ela deseduca o que foi educado, e prejudica o desenvolvimento da educação. Assim , ela é claramente antieducativa, isto é, ela é contra a educação. Como eu tenho procurado mostrar, isso não depende dos programas transmitidos. O conteúdo antieducativo dos programas apenas piora a situação.


8. O que fazer com a TV

 

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Neste artigo, não fico apenas na crítica. Já dei algumas indicações práticas de como a educação poderia ser completamente diferente do que é. Neste capítulo, vou me concentrar no problema da TV e dar algumas ideias do que poderia ser feito em relação a ela, tanto nos lares como nas escolas.

8.1 O que fazer com a TV no lar

 

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Vou partir do pressuposto que o leitor concorda comigo que a TV traz muitíssimos mais prejuízos do que benefícios, principalmente para crianças e adolescentes, mas também para adultos. Levando em conta que a atração que a TV exerce sobre as pessoas é imensa, chegando a tornar-se um vício (ver a história das 25 famílias de Denver no item 5.17) tenho as seguintes recomendações.

a) O mais fácil é não ter. Com isso, corta-se o mal pela raiz, evitando-se problemas de controle de uso e a luta interior para resistir à tentação de vê-la. Isso é especialmente benéfico para as crianças, pois elas não conseguem entender por que alguns programas fazem mal, ou mesmo que ver TV é um mal em si, como procurei mostrar. O problema com elas ainda se agrava quando os pais assistem TV e dizem que elas não devem assisti-la.

b) Em alguns casos, alguém da família acha absolutamente necessário ter um aparelho, para assistir algo específico. Por exemplo, o pai adora ver futebol pela TV. (A propósito, não consigo compreender como alguém pode torcer para um time de futebol, conhecendo o comércio que existe por detrás desse jogo profissional; além disso, já que essa pessoa gosta de futebol, por que não vai jogar, para fazer algum exercício físico?) Ou, então, os pais adoram ver filmes em DVD – eu achei uma interessante aplicação para isso, assistir espetáculos de óperas; mas eu e minha esposa estamos tão acostumados a não ligar a TV, e temos tantas outras coisas para fazer, como estudar, ler, escrever e fazer nosso exercício físico diário, que não lembro no momento quando foi a última vez que assistimos uma ópera em DVD. Nesses casos, o aparelho de TV não pode estar disponível. O nosso é de 21" (ou 24"?), instalado num canto da estante do escritório, coberto com um paneau e ainda um quadro – eu acho o aspecto de uma TV horroroso; o vidro escuro não combina com nenhum móvel. Um dos piores lugares para instalá-la é a sala de estar, pois nesse caso qualquer pessoa, principalmente a criança e o adolescente, pode passar por lá e ter a tentação de ligá-la. Nesse caso, uma possibilidade é instalar um dispositivo com chave de tambor, talvez no meio do cabo de força do aparelho, desligando a TV. Antigamente eu recomendava que se guardasse a TV em um armário, tendo-se um bom trabalho para tirá-lo de lá para ver apenas os tais programas específicos, mas com as telas grandes isso em geral é inviável.

c) Não instalar um aparelho de TV na sala de comer. Essa questão já foi abordada no item 5.1, em relação a estatísticas e o excesso de peso. Vejamos outros aspectos. Qualquer pessoa vai concordar que uma refeição deveria sempre ser uma atividade tranquila, agradável e lenta, uma oportunidade para que a família ou parte dela se reúna, tendo uma conversa agradável, trocando impressões e experiências. Imagine-se o que acontece se a TV estiver ligada no recinto das refeições. Em primeiro lugar, não haverá mais conversa entre as pessoas, a não ser que não se preste atenção à imagem que o aparelho está transmitindo e se consiga ignorar o ruído do som (e tudo ficará gravado no inconsciente). Em segundo lugar, imaginem-se os problemas digestivos provocados pelas emoções fortes sendo transmitidas, como violência (cf. capítulo 4) e a tensão entre pessoas de filmes e novelas!

A hora da refeição deveria ser sagrada para a família, uma hora essencialmente familiar. A TV é uma verdadeira intrusa nesse ambiente.

d) Não instalar, de modo algum, um aparelho de TV no quarto das crianças. O relatório da Associação Americana de Pediatria sobre crianças, adolescentes e televisão recomenda explicitamente "Remover aparelhos de TV dos dormitórios das crianças." (AAP 2001.)

e) Não instalar TV a cabo, pois as tentações serão ainda maiores. Quem quer ter uma TV por que gosta de assistir DVDs, não precisa dos canais da TV a cabo, e a TV aberta é muito pouco atraente.

f) Refeições e ir deitar-se devem ser rituais (ver o item 5.23, onde descrevi como fazíamos com nossos filhos e minhas filhas fazem com nossos netos).

Um artigo de Ledingham, Ledingham e Richardson (1993) contém 12 recomendações aos pais em relação ao hábito de ver TV de seus filhos, principalmente levando em conta os prejuízos causados pelos programas violentos. Nenhuma das recomendações é de cortar a TV das crianças, não ter TV em casa ou usá-la apenas em ocasiões especiais. Vale a pena mencionar que eles citam um estudo de Williams e Hanford (1986), feito no Canadá, examinando o que ocorria com famílias vivendo em uma pequena cidade antes de a TV ser lá introduzida e depois. "As pessoas passaram a despender menos tempo falando, tendo contatos sociais fora de casa, fazendo tarefas caseiras, engajando-se em atividades de lazer como leitura, tricô, escrever, e envolvendo-se em atividades comunitárias e esportes, depois que a televisão ficou disponível. Elas até dormiram menos." E aposto que, apesar dessa constatação, continuaram a assistir TV. A atração exercida por esse aparelho e seus programas é infernal.

É muito interessante notar que, como esse artigo citado, em nenhuma das outras referências mencionadas aqui sobre problemas causados pela TV, os autores tem coragem de ir às últimas consequências, recomendando que se desligue a TV e ponto final. Esse é justamente o caso do relatório da AAP citado em (d) acima: "Limitar o tempo total de uso de TV (em programas de entretenimento) a não mais do que 1 a 2 horas de programas de [boa] qualidade por dia." (AAP 2001.) Como já escrevi no item 5.17, se limitar a 1 ou 2 horas é bom, eliminar completamente é muito melhor! Além disso, quero ver quantos pais escolhem para seus filhos "programas de [boa] qualidade". Aliás, eles são raríssimos, pois, como escrevi em 4, programas com conteúdo educacional seriam monótonos demais, fazendo o telespectador mudar de canal ou passar do estado normal de sonolência para o de sono profundo. Há muitos anos, o primeiro governo socialista da França, se não me engano de François Miterrand, tentou mudar a programação da TV (é possível que naquela época a TV francesa fosse só estatal) para que fosse exclusivamente cultural. Lembro-me que o jornal France Soir fez uma enquete, e a grande maioria dos telespectadores protestou. Uma senhora, entrevistada, afirmou algo como: "Para o inferno a cultura! Existem outros meios de divulgar a cultura. TV é para lazer!" Não, ela estava enganada: o lazer devia ser construtivo, e a TV é essencialmente destrutiva. Mas estava correta quanto ao fato de a TV não ser um veículo de cultura.

É comum ouvir-se o argumento de que restringir o uso da TV por crianças e adolescentes é introduzir a censura no lar. Acontece que não se deve confundir censura para adultos com censura para crianças e adolescentes. Esta sempre existiu e deverá existir. Por exemplo, se os pais reconhecerem comigo que revistas em quadrinhos são péssimas para crianças e adolescentes (pois apresentam sempre uma caricatura do mundo), elas não deveriam existir no lar – o que é uma censura.

g) Como a TV induz consumismo, os pais não deveriam comprar tudo o que os filhos pedem, como vimos no item 5.18. Pelo contrário, só deveriam comprar algo se necessário e, se for um presente, somente em ocasiões especiais.

8.2 O que fazer com a TV na escola

 

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Os leitores que até aqui acharam-me extremamente radical (apesar de a educação sempre ter sido radical, conforme discorri no fim do item 6.1) irão surpreender-se. Acho que há lugar para a TV na escola. Se um professor acha importante mostrar ilustrações do que está ensinando, por exemplo em geografia, usar um DVD para mostrar um vídeo no aparelho de TV é muito mais rico do que simplesmente projetar diapositivos ou mostrar livros. Só que é necessário levar em conta as características do aparelho de TV e o estado normal de sonolência do telespectador. Assim, o vídeo deve ser mostrado em períodos de tempo muito curtos, de poucos minutos. Após esse período, deve ser desligado, o professor deve discutir com os alunos o que eles viram, talvez pedir-lhes que façam um relatório do que viram (se for na Pedagiga Waldorf, certamente com desenhos) e depois disso passar novamente o trecho visto. Novamente uma discussão e, então, mostrar mais um trecho. Dessa maneira o que é assistido é absorvido pelo consciente, criando-se um ritmo de contração (assistir) e expansão (discutir, escrever, desenhar), conforme o que expus em 6.1. Penso que o uso da TV para ilustração poderia ser feito para adolescentes a partir de 13 anos; antes, despertar a imaginação é muito mais importante.

Quando surgiu o rádio, houve nos EUA uma grande agitação, com a previsão de que ele iria mudar o ensino, que seria em parte feito pelo rádio. Isso não funcionou. Quando veio a TV houve uma onda análoga, de que ela iria revolucionar o ensino. Isso não funcionou. A TV jamais funcionou na escola por que os professores não conhecem as características do aparelho e do estado do telespectador. Alunos adoram aulas em salas de audiovisual, pois durante o tempo (longo) de transmissão podem dormir à vontade, compensando a noite anterior em que ficaram acordados vendo TV, jogando video games ou usando a Internet...

Qualquer uso da TV na escola antes da idade que propus acima, cerca de 13 anos, deve ser evitada. Em particular, fico extremamente chocado em ver várias creches mantendo TVs ligadas o tempo todo (se fosse por pouco tempo ainda seria chocante, mas um pouco menos). Os responsáveis certamente não estão cientes do crime que estão cometendo com as crianças. Se os pais querem garantidamente evitá-lo, procurem uma creche que segue a Pedagogia Waldorf.

As escolas deveriam ter um grande papel na diminuição do tempo perdido em ver TV ou mesmo contribuir para a eliminação dela, conscientizando os alunos, talvez a partir dos 14 anos, e também seus pais, dos males que ela causa. Jacques Brodeur, que organizou o movimento Edupax no Canadá, contra o uso de meios eletrônicos, desenvolveu um programa para escolas que denominou de 'Desafio de 10 dias' (10-day Challenge), descrito no site de sua organização, Edupax (ativar no menu à esquerda a opção "10-day challenge"). Escolas organizam atividades durante um período de 10 dias, em que os alunos e pais desligam a TV e não usam video games. Formulários são distribuídos aos alunos, para que anotem os períodos em que a família não consegue ficar sem usar os aparelhos. Entre as atividades, são organizadas palestras e discussões para alunos e pais. O resultado tem sido excelente, como mostrado pelos relatórios que Brodeur produz. Uma das consequências desse programa é a conscientização de alunos e pais sobre os problemas dos meios eletrônicos, redundando na diminuição do seu uso. Curiosamente, a TV dá ampla cobertura a esse programa – afinal, ela adora coisas que saiam do padrão. Já propus a realização desse programa a várias escolas no Brasil, infelizmente sem nenhum sucesso.


9. Conclusões


Como citei, a educação sempre foi radical, evitando qualquer coisa que faça mal às crianças. Não existe meio termo: se algo é prejudicial ou perigoso às crianças ou adolescentes, deve ser evitado. A grande diferença entre eu e a quase totalidade de pais e educadores é que estou ciente dos males causados pela TV, principalmente com crianças e adolescentes. Espero que este trabalho sirva para conscientizar pais e professores desses males. Fiz questão de mostrar resultados de muitas pesquisas, e opinião de outros autores, para mostrar que minhas idéias não só não são malucas, mas corroboradas por pesquisas científicas e por opiniões de outros autores. Não estou totalmente sozinho, se bem que muitas vezes me sinto clamando no deserto.

Verificando o que a educação deveria ser, e o que a TV faz com crianças e adolescentes, pode-se verificar que a atuação dela é literalmente a antítese da educação. Por isso, o título deste artigo é plenamente justificado. Em outras palavras, a TV prejudica totalmente a educação.

A grande ênfase de minhas considerações é o estado de sonolência provocado normalmente pelo aparelho nos telespectadores. A partir desse fato tirei a maior parte das minhas conclusões contra o aparelho. No entanto, antes de ter conhecimento desse efeito, o que se deu em 1979 ao ler o excelente livro de Jerry Mander (1978), eu já era contra a TV (dava palestras contra ela desde 1972), e não a tive em minha casa, desde que casei em 1965 até que minha filha mais nova tornou-se adulta. Aliás, eu e minha esposa estamos seguros de que não ter TV foi o melhor presente que pudemos dar a nossos 4 filhos. Jamais ela fez falta a eles em nossa casa, pois eles nasceram e cresceram sem ela. Além disso, eu e minha esposa estávamos tão seguros de nossa posição, que essa segurança irradiava para nossos filhos e eles não pediam para comprarmos um aparelho. Tivemos um pouco de problemas com nossa filha mais velha, quando esta entrou na puberdade. Ela não gostava de ser diferente das outras coleguinhas da classe, que ficavam falando das novelas. Hoje em dia, isso não é mais problema, pois os resumos das telenovelas são publicados, e as crianças podem lê-los, podendo então conversar sobre elas com os amigos. No caso de minha filha mais velha, eu e minha esposa pusemos em uma balança virtual (está na moda hoje...), em um prato os males que a TV produz nas crianças, e no outro prato o problema social que estávamos criando para nossa filha. Pois o 'peso' do prato dos males preponderou de tal modo sobre os eventuais problemas sociais, que nunca tivemos dúvida que era muito melhor para nossos filhos não ter o aparelho.

Hoje em dia a situação de um lado melhorou, de outro piorou. Melhorou pois a TV tornou-se um veículo tão estúpido, com tanta baixaria, grosseria, violência e erotismo, que muitas pessoas começam a perceber que há algo profundamente errado em seu uso por crianças e adolescentes. Por outro lado, a situação para crianças e adolescentes piorou muito com o advento dos video games, dos computadores e da Internet. Já escrevi sobre eles em outros artigos (Setzer 2005, e artigos em meu site), de modo que vou aqui chamar a atenção apenas para alguns aspectos fundamentais. Os video games, principalmente os violentos, são muitíssimo piores do que a TV pois esta condiciona apenas pela imagem (o som tem uma influência relativamente muito pequena), e os games pela imagem e pela ação, principalmente a de matar. Há jogos, como os de estratégia, que não são violentos; nesse caso, o mal não é tão grande, mas eles são assim mesmo ruins pois forçam um raciocínio lógico formal, o que é prejudicial para crianças e adolescentes. Além disso, sempre seguem um modelo matemático de simulação, dando uma visão simplista e deturpada da realidade. O computador força um raciocíonio lógico-simbólico inapropriado antes do ensino médio; forçando-se a criança e o adolescente a pensar de maneira inadequada para seu desenvolvimento mental, prejudica-se todo o seu desenvolvimento – essa parece-me a razão de que, quanto mais um aluno usa um computador, em geral pior é o seu rendimento escolar. A Internet requer muita maturidade e autocontrole, pois apresenta um universo de coisas boas e ruins, além de ser muito perigos para crianças e adolescentes. Para maiores detalhes sobre os efeitos negativos de video games, computadores e Internet na educação, ver meu artigo a respeito (Setzer 2008a).

Pelo estado de semiconsciência e o abafamento do pensamento consciente provocado pela TV, pode-se dizer que esta animaliza o ser humano. Completando com os outros meios eletrônicos, os video games por um lado animalizam (pois o jogador, nos jogos de ação/reação, que incluem os violentos – de longe os mais jogados –, não pode parar para pensar, isto é, prever as consequências de seus atos, como é justamente o caso dos animais; pensamento consciente dos seres humanos é muito lento), e por outro lado mecanizam, fazendo o jogador transformar-se em uma máquina de reagir automaticamente a impulsos visuais da tela fazendo pequenos movimentos mecânicos com os dedos. Por seu lado, o computador mecaniza o pensamento, pois o usuário é obrigado a pensar de tal modo que seus pensamentos possam ser introduzidos dentro da máquina sob forma de comandos e corretamente interpretados por ela, forçando o que denominei de 'pensamento maquinal'.

Como afirmei no capítulo Introdução, pelo menos metade da humanidade assiste TV todos os dias. Metade da humanidade é diariamente colocada em estado de sonolência e é bestificada pelo aparelho e pelos programas transmitidos. Assim, parece-me que a TV foi a maior tragédia que já ocorreu para a humanidade. Todas as pessoas podem ser contra armas e guerras, pois veem a destruição e sofrimentos que elas causam. No entanto, pouquíssima gente está vendo os problemas de saúde e sociais, bem como a destruição da vontade, dos sentimentos e do pensamento, que a TV provoca, pois os resultados não são imediatos, e muitos são psicológicos ou psíquicos, invisíveis fisicamente.

Existe um verdadeiro ataque da TV no sentido de destruir a humanidade. Esse ataque vai ser cada vez pior. Veja-se a introdução recente de canais transmitindo especificamente para bebês entre zero e dois anos, como é o caso do horroroso canal Baby TV. Assisti um vídeo contendo programas desse canal. Fiquei chocadíssimo com o que vi. Como sempre, figuras grotescas, nada artísticas, balbuciando em lugar de falar, como eu tinha ouvido dizer do programa Teletubies. Justamente bebês devem ouvir muito a fala correta, para desenvolverem-na; pais jamais deveriam imitar a fala dos bebês com seus filhos bem pequenos – não é isso que eles devem aprender! Não bastava o ataque da TV a crianças, adolescentes e adultos, até os bebês estão agora sendo atacados. O que preciso fazer para conscientizar os pais que eles estão cometendo um verdadeiro crime com seus nenês, ao colocarem-nos para assistir esses programas?

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Vínculos citados

Item 5.1

Body Mass Index na wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Body_mass_index
Item 5.2

Notícia do The Gurdian sobre doenças devido ao sedentarismo forçado pela TV: www.guardian.co.uk/science/2009/mar/03/asthma-television-tv-children
Item 5.14

Diretório de jardins-de-infância Waldorf no Brasil: www.sab.org.br/pedag-wal/jardins.htm
Pedagogia Waldorf: www.sab.org.br/pedag-wal/pedag.htm
Item 5.17

Experiência do Denver Post: www.motherearthnews.com/Nature-Community/1986-01-01/Dilemma-TV-or-Family.aspx
Item 5.18

Instuto Alana: www.institutoalana.org.br
Projeto "Criança e Consumo" do Instituto Alana: www.criancaeconsumo.org.br
Vídeo Criança, a alma do negócio, Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana: www.alana.org.br/CriancaConsumo/Biblioteca.aspx?v=8&pid=40
Item 6.1

Bonecas Waldorf: ver em www.sab.org.br/produtos
Escola Waldorf Rudolf Steiner de São Paulo: www.ewrs.com.br
Relato de um curso sobre a lenda de Parsifal e o Graal: www.ime.usp.br/~vwsetzer/parsifal.html
Biografia cronológica de Rudolf Steiner: www.sab.org.br/steiner/biogr.htm
Artigo com estatísticas de ex-alunos Waldorf: www.sab.org.br/pedag-wal/artigos/mitos.htm
Item 6.3

Diretório de jardins-de-infância Waldorf no Brasil: www.sab.org.br/pedag-wal/jardins.htm
Edupax, com o programa 10-day challenge: www.edupax.org


Fonte: http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/tv-antieducativa.html
* As imagens foram incluidas pelo portal O Arquivo, para ilustrar melhor essa preciosa matéria !!!

Depto de Ciência da Computação da USP, www.ime.usp.br/~vwsetzer