30/03/2023, por Jocelyn Solis-Moreira - LONDRES — Pessoas que vivem com problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e transtorno bipolar, envelhecem mais rápido do que seus pares, revela um novo estudo. Amostras de sangue de pessoas com doenças mentais mostram que seus corpos são biologicamente mais velhos do que sua idade real. As descobertas podem ajudar a explicar por que as pessoas com problemas de saúde mental tendem a viver vidas mais curtas e têm maior risco de doenças relacionadas à idade. “Agora é possível prever a idade das pessoas a partir de metabólitos sanguíneos. Descobrimos que, em média, aqueles que tiveram um histórico de doença mental ao longo da vida tinham um perfil de metabólito que indicava que eram mais velhos do que a idade real ”, diz ...
Julian Mutz, pesquisador do King's College London e principal autor do estudo, em um comunicado à imprensa. A equipe de pesquisa coletou amostras de sangue de mais de 110.780 pessoas registradas em um banco de dados público do Reino Unido - o UK Biobank. Lá, eles descobriram que indivíduos com histórico de doença mental tinham marcadores sanguíneos inesperados com base em suas idades atuais.
Pesquisas anteriores sugerem que pessoas com problemas de saúde mental geralmente têm uma expectativa de vida mais curta e vivem com uma saúde pior do que a população em geral. O efeito que os problemas de saúde mental parecem ter na longevidade de uma pessoa depende do tipo de condição. Por exemplo, pessoas com transtorno bipolar tinham marcadores sanguíneos sugerindo que eram dois anos mais velhas do que sua idade cronológica.
Esta não é a primeira vez que ter problemas de saúde mental mostrou um link para uma vida útil mais curta. Pessoas com problemas de saúde mental apresentam maior risco de doenças cardíacas e diabetes, duas condições que pioram com a idade. Em um estudo de 2019, os cientistas calcularam que a expectativa de vida de alguém com um distúrbio de saúde mental é 10 anos mais curta nos homens e sete anos mais curta nas mulheres em comparação com a população em geral.
“Isso pode não explicar toda a diferença de saúde e expectativa de vida entre pessoas com problemas de saúde mental e a população em geral, mas significa que o envelhecimento biológico acelerado pode ser um fator importante”, explica o Dr. Mutz. “Se pudermos usar esses marcadores para rastrear o envelhecimento biológico, isso pode mudar a forma como monitoramos a saúde física de pessoas com doenças mentais e como avaliamos a eficácia das intervenções destinadas a melhorar a saúde física”.
As descobertas podem ajudar a entender por que algumas pessoas com doenças mentais desenvolvem doenças metabólicas e relacionadas à idade com mais frequência na vida.
“Entender os mecanismos subjacentes ao envelhecimento biológico acelerado pode ser crucial para o desenvolvimento de prevenção e tratamentos personalizados para lidar com a crescente dificuldade de um gerenciamento integrado desses distúrbios”, diz Sara Poletti, pesquisadora do Istituto Scientifico Universitario Ospedale San Raffaele em Milão, que não fez parte do estudo.
Fonte: https://studyfinds.org