QUALIDADE DE VIDA

Orgasmo Feminino-Parte1

orgfem7Profa. Jimena Furlani - Vou fazer algumas considerações fisiológicas, padrão, uma vez que cada mulher pode ter reações próprias, na hora de um orgasmo. Entretanto, sob o ponto de vista orgânico, espera-se algumas reações corporais, que fazem com que o orgasmo feminino: ? se inicia com fortes e rítmicas contrações involuntárias da plataforma orgástica (a terça parte externa da vagina) e do útero. ? o rubor sexual atinge o seu ponto máximo (os lábios vaginais ficam intumescido e mudam de cor).? ...

o clitóris fica ereto e sensível ao toque, colaborando para o prazer e a chegada do orgasmo.? é possível haver contrações involuntárias do esfíncter retal, o que leva, em algumas mulheres, a sensação de dores no ânus, após o orgasmo.?        os batimentos cardíacos aceleram-se, a pressão sanguínea e o ritmo da respiração também chegam ao ponto máximo. ?        inicia-se a perda do controle muscular voluntário (em algumas mulheres pode-se observar a contração de grupos de músculos no rosto, nas mãos e nos pés.

O orgasmo feminino pode ser produzido pela estimulação clitoriana ou vaginal, ou por uma combinação de ambas.  Essa estimulação pode se dar por auto-erotismo (masturbação), sexo oral, sexo com penetração vaginal, sexo anal, pelo uso de vibradores ou consolos).

O orgasmo feminino NÃO é igual ao do homem. As mulheres podem gozar pela estimulação apenas do clitóris, pela estimulação da vagina (mais raro), pela estimulação de ambos e pela estimulação anal. Geralmente, após orgasmo, uma mulher pode gozar novamente, se for devidamente estimulada e se ela estiver com desejo. Ao contrário dos homens que precisam de um certo tempo para se recuperarem.

TODAS as MULHERES GOZAM da MESMA FORMA?

Não. Embora os estudiosos da fisiologia da resposta sexual feminina descrevam, funcionalmente, alguns fenômenos comuns ao orgasmo feminino, não há um padrão único para que ele ocorra. Quero dizer que, embora hajam reações e sensações biológicas, orgânicas, corporais ... comuns a todas as mulheres, é possível verificarmos peculiaridades e características próprias do orgasmo se expressar, em cada uma de nós. Portanto, não há um modelo único, automático ou definitivo para que o orgasmo se manifeste.

Além desse aspecto pessoal, os momentos e circunstâncias que experimentamos na vida, também são determinantes. O conhecimento sexual pessoal é adquirido ao longo de nossa vida sexual. A expressão prática da nossa sexualidade, ao longo da vida, pode variar e mudar, dependendo do nível de maturidade frente ao sexo, do tipo de estímulo proporcionado pelo nosso(a) parceiro (a), dos níveis de erotização e desejo vividos, do conhecimento e controle dos mecanismos subjetivos da sexualidade (nossas fantasias, por exemplo), da capacidade de entrega aos prazeres do sexo, do desapego aos mecanismos repressores aprendidos pela educação, dos níveis de saúde e bem estar corporal, etc.

Não é possível descrever o orgasmo feminino como um fenômeno único. Cada mulher pode reagir e expressar comportamento próprio:

-         tem garotas que tremem

-         algumas contraem toda musculatura do corpo

-         outras, dão "pulinhos" ritmados

-         há mulheres que tem uma única sensação

-         outras podem ter várias e seqüenciais descargas elétricas

-         tem garotas que riem ... outras choram

Somente a mulher pode dizer e descrever seu orgasmo!

MULHER EJACULA?

Algumas mulheres, durante e após o orgasmo, apresentam, em toda a região chamada soalho pélvico (da vagina até o ânus), rápidas e seqüenciais contrações. Em casos em que a mulher está altamente excitada e, considerando as características de cada uma (portanto isso varia de mulher para mulher), o canal vaginal pode se apresentar com grande lubrificação. As contrações vaginais podem fazer com que, durante o orgasmo, ou após ele ter acontecido, o líquido lubrificante escorra para fora, dando a impressão de que a mulher está “ejaculando”.

Guia sobre o orgasmo feminino para mulheres modernas

Renata Cabral - O Globo Online

Orgasmos múltiplos, ponto G, "Viagra feminino". A receita para o prazer se transforma cada vez mais num objeto de consumo que ganha as prateleiras e as páginas de revista em nossa sociedade. Mas são esses fatores que determinam a qualidade do sexo para a mulher? Segundo Sandra Vasques, psicóloga, terapeuta e educadora sexual do Instituto Kaplan - Centro de Estudos da Sexualidade Humana, a qualidade de vida é fator fundamental para alcançar o relaxamento necessário para atingir o orgasmo. E com as longas jornadas de trabalho e o acúmulo de responsabilidades, essa é uma tarefa cada vez mais difícil.

Cada vez mais, nos dedicamos à vida profissional, às obrigações e esquecemos do prazer. Mas, ainda assim, sem dúvida, hoje a mulher se permite muito mais viver o orgasmo do que antigamente - afirma Sandra Vasques.

O prazer feminino em números

A conquista da mulher por espaço na sociedade fez também com que se multiplicassem os estudos sobre o prazer e o aparelho reprodutor feminino nos últimos anos. Antes, essa não era uma questão relevante, porque a mulher não tinha voz na sociedade, lembra a especialista.

Segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro de 2003, que envolveu mais de 7 mil pessoas e foi coordenado por Carmita Abdo, psiquiatra, professora da Universidade de São Paulo (USP), e coordenadora do projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo (ProSex), cerca de 30% das mulheres ainda diz não sentir prazer durante o sexo. E a satisfação sexual pode ser medida por estados: enquanto apenas 13,7% das cariocas dizem ter falta de excitação e orgasmo, o desconforto atinge 31% das cearenses. E a média nacional fica em 26%, bem próxima do índice de 25,8% para os homens que sofrem de ejaculação precoce.

As causas da dificuldade em atingir a excitação e o orgasmo entre as mulheres são geralmente emocionais - ressalta Carmita Abdo. - Mas com a idade elas podem ser atribuídas também às mudanças da menopausa ou a doenças como diabetes, hipertensão, depressão ou algum desequilíbrio hormonal.

Para Sandra Vasques, é importante que a mulher perceba que tem direito ao prazer sexual e lute por sua satisfação:

- Se ela não atingir o orgasmo por repetida vezes, deve procurar um ginecologista. Se não houver problemas físicos, que ela busque um terapeuta, mas não se conforme em deixar de viver essa fase tão importante e gostosa da vida - afirma.

Confira as respostas a dez questões freqüentes sobre o orgasmo feminino e aprenda a ter mais prazer:

Em que medida o orgasmo feminino difere do masculino?

- Para começar, o aparelho reprodutor masculino conta com um sistema hidráulico simples e fantástico que as mulheres não têm. Quando o processo de excitação começa, o sangue flui para os órgãos sexuais e promove uma vaso-congestão. No homem, o fluxo vai diretamente para o pênis. Já nas mulheres, preenche a vulva, os pequenos lábios, a vagina, o útero e o assoalho pélvico. E toda sua anatomia se adapta para receber o pênis sem dor. Por isso, para elas, preliminares não são frescura, são essenciais para que o órgão sexual tenha tempo de se preparar.

Segundo a psicóloga, um estudo científico divulgado na revista "Mente e Cérebro" em 2004, revelou que enquanto os homens podem chegar ao orgasmo em apenas dois minutos, as mulheres demoram pelo menos doze. Por isso, diz ela, elas podem até investir numa rapidinha no elevador, mas a preparação tem de começar já antes de sair de casa.

Por que as mulheres têm mais dificuldade de atingir o orgasmo?

- A mulher tem de se sentir bem com ela mesma, desejável, para estar preparada para ser apreciada e acariciada. Para atingir o orgasmo, é preciso se entregar não para o outro, mas para si mesma, para suas próprias sensações de prazer. E fatores sociais como os padrões de beleza que aparecem na mídia ou o preconceito contra o prazer da mulher podem contribuir para atrapalhar esse momento - recomenda a especialista.

Para Sandra Vasques, além da culpa associada ao prazer trazida por questões religiosas, a educação para meninas ainda é mais repressora e o preconceito que cerca a masturbação feminina impede que elas conheçam melhor seu próprio corpo e descubram os lugares mais sensíveis ao toque. Além disso, é preciso ter claro os valores que são importantes para cada uma. "Transar com vários parceiros diferentes não é sinônimo de liberdade. Com culpa, é melhor não fazer porque certamente vai atrapalhar seu prazer", alerta.

Como reconhecer um orgasmo?

- O orgasmo é uma tensão prazerosa e crescente nas estruturas vaginais. São contrações rítmicas na região, que variam de três a doze e duram mais ou menos 0,8 segundos cada uma, segundo estudos. Em geral, é acompanhada de uma perda rápida do controle dos sentidos, uma espécie de desligamento do ambiente. Não é em toda relação sexual que se sente o orgasmo, mas nem por isso ela deixa de ser prazerosa - explica Sandra Vasques.

Quais são os diferentes caminhos para o orgasmo?
Segundo a psicóloga, todo o corpo pode ser uma grande fonte de sensações prazerosas. E o orgasmo pode ser conseguido tanto pela estimulação do parceiro como pela masturbação. Mas os dois caminhos principais são: a estimulação do clitóris e a penetração. Cada um deve procurar as formas que mais lhe agradam, aconselha Sandra Vasques. Ela explica que há também diferentes qualidades de orgasmo, que vão variar conforme a excitação do casal no dia.

Há posições que propiciam o orgasmo feminino?

A dica da especialista é escolher uma posição em que os dois se sintam confortáveis e que ela tenha acesso a seu corpo. A "papai-e-mamãe", em que ele fica por cima e ela por baixo, é uma forma estimular o clitóris ao longo da penetração. "Ela é tradicional não à toa", lembra a especialista. Segundo ela, também é possível agradar o parceiro sem abdicar de seu prazer. De quatro, mesmo que o clitóris esteja longe, a mulher pode estimulá-lo, indica a médica.

Vale fingir o orgasmo?

Não adianta querer agradar o parceiro e se colocar em segundo plano. Às vezes falta harmonia, ela tem vergonha de falar sobre o que gosta. Mas é preciso falar com cuidado, de um jeito sensual. É importante conversar sobre sexo, e não só fazer - diz a especialista.

Como encontrar o ponto G?

Alguns autores apontam o ponto de Gräfenberg, mais conhecido como G, como um corpo esponjoso (similar ao que envolve a uretra masculina) cheio de micro-glândulas que, em certas mulheres, ao ser estimulado, produz uma sensação maior de prazer, indica a especialista. Para encontra-lo, é preciso estar excitada e procurá-lo 3 ou 4 cm acima da entrada da vagina contra o osso púbico como se se procurasse tocar o umbigo. Sua localização e importância variam para cada mulher, diz Sandra Vasques.

- De qualquer forma, a entrada da vagina é muito mais vascularizada e pode oferecer muito mais prazer do que este pequeno ponto - completa Sandra.
Como obter orgasmos múltiplos?
- É possível que a mulher tenha mais de um orgasmo numa relação sexual: ela continua num estado de excitação em que o ápice do prazer pode se repetir. Em contrapartida, há mulheres que após o orgasmo não querem que se encoste mais nelas - diz Sandra.

Para a especialista, um orgasmo bem aproveitado vale por um monte deles. E o grande segredo é se liberar, investir no jogo sexual para ter uma excitação intensa, que é o que vai produzir prazer.

Com a idade, é mais fácil ou mais difícil alcançar o orgasmo?

Segundo Sandra Vasques, a capacidade de ter orgasmos não muda com o passar do tempo. Mas a diminuição dos níveis dos hormônios estrogênio e testosterona com a entrada na menopausa podem diminuir o desejo sexual e a lubrificação da vagina. Alternativas como medicamentos em forma de gel ou pasta podem sanar os problemas.

- A aparência muda, mas as sensações continuam as mesmas. E o que se perde em rapidez de excitação, se ganha em qualidade. Nessa idade, a mulher já conhece mais seu corpo, está mais livre de preconceito - destaca a especialista.

Segundo a especialista, mulheres mais jovens, antes dos 30, também têm maior dificuldade de atingir o orgasmo:

- No início da vida sexual, o fato de elas não terem tido experiências anteriores pode dificultar a chegada do orgasmo. Desde pequenas, por exemplo, as meninas são educadas para não deixarem ninguém tocar em suas partes íntimas. Quando começam a se relacionar, esse monte de tabus vêm à tona

Orgasmo feminino: você tem esse direito

Como se não bastasse a já complicada busca por um parceiro, as mulheres ainda têm de lidar com a busca do orgasmo, que nem sempre acontece de forma espontânea numa relação sexual. Não são poucas as mulheres que passam vários anos de suas vidas (e por que não a vida toda) sem saber o que é "chegar lá".

Se considerarmos o histórico de repressão que a sociedade impôs à figura feminina, fica mais compreensível a dificuldade do orgasmo feminino em evoluir de tabu para realização das mulheres.

orgmasc2Em muitas famílias e culturas, as mulheres aprendem a ser passivas quando não a encarar o sexo como pecado devido à formação religiosa. Muitas crescem ouvindo contos que idealizam príncipes encantados, aprendem que a masturbação é um ato condenável e que as mulheres que atingem o orgasmo são "fogosas" demais, ideal diferente da aura de pureza esperada das "moças de família".

Diz a lenda que Lilith, a primeira mulher de Adão, foi expulsa do paraíso porque não aceitava ser passiva durante as relações sexuais. A perseguição cristã ao gozo feminino não parou por aí: na época da inquisição as mulheres que sentiam o orgasmo eram tidas como bruxas e acabavam condenadas às fogueiras.

Além de toda essa bagagem repressora, ainda há mulheres que partem para o casamento idealizando a figura paterna, projetando nos companheiros o modelo nem sempre encontrado de pai.

Junte isso tudo ao sobe e desce dos hormônios, depressão, estresse, fobias, ansiedade e um dia-a-dia com jornada tripla (casa, trabalho e filhos) e à intensa cobrança de um corpo perfeito, sucesso no trabalho... Enfim, uma panela de pressão que não cede nunca. Tadinho do orgasmo! Às vezes falta espaço para ele no meio desse turbilhão.

Se você está disposta a reaver ou experimentar pela primeira vez o famigerado torpor de prazer, volte suas atenções a si mesma e tente descobrir suas necessidade e os motivos que a fizeram não atingir a satisfação sexual. Segundo especialistas, só o autoconhecimento pode reverter a anorgasmia (falta de orgasmo).

"A mulher tem medo de se mostrar independente, cheia de querer, experimentar coisas novas, de ter prazer, pois assim ela deixa de ser 'do bem' e passa a ser 'do mal'. Não quer ser a garota má? O que você ganha sendo boazinha?", provoca a sexóloga e professora da Faculdade de Medicina do ABC, Amazonita Alfaia Esashika.

Veja o que dizem especialistas e confira depoimentos de mulheres que conseguiram ou que ainda sonham com o orgasmo

Virando o jogo

Assim que percebe a falta de desejo e a ausência de orgasmo durante a relação sexual, a mulher pode recorrer ao ginecologista e expor o problema. O passo seguinte é buscar orientação sexual com um sexólogo ou mesmo compartilhar experiências com as amigas mais chegadas. Tudo isso sem deixar de lado uma covnersa franca com outro grande envolvido no processo, o parceiro.

"Recomendamos técnicas que ajudam a relaxar, a desligar-se de tudo e todos, abaixar a guarda, ter autocrítica menos elevada e preocupar-se mais consigo. Conhecer melhor o corpo é importante, trata-se de uma jornada solitária e difícil. Temos que querer muito uma mudança. As mudanças ocorrem devagar e devemos conhecer partes que nos dão prazer, de que formas gostamos de ser tocadas, qual a pressão, qual movimento e qual a melhor posição. A curiosidade é muito importante na nossa vida, talvez seja ela a nossa mola propulsora, e o sexo depende muito da criatividade", explica a sexóloga e professora da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, Amazonita Alfaia Esashika.

O parceiro deve ser comunicado sobre as descobertas e fantasias criadas para melhorar a qualidade da vida sexual do casal.

Se tocar na frente do espelho, usar roupas íntimas novas e sensuais, arrumar os cabelos, enfim, ficar mais bonita, ajuda a melhorar a auto-estima e conseqüentemente, a dar uma guinada no sexo.

"É curioso que, na maioria das vezes, a mulher resgata a intimidade do casal, brilho no olhar, fica com o modo de se vestir mais sensual e procura outros rumos como estudar e fazer cursos", completa a sexóloga.

Orgasmo: você pode ter um

Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. Estamos rodeadas por diversos assuntos, a conquista feminina, o trabalho, o marido, o almoço de amanhã, por exemplo, mas um assunto, em especial, não pára de martelar nossa cabeça e tira o sono (e tempo) de muita gente: o orgasmo. Esta pequena palavra se torna um monstro quando nos deparamos com a as milhares de interrogações que rodeiam esta manifestação corporal. Se é que podemos chamar assim, já que, para muitas pessoas, ele (o orgasmo) não passa do plano das idéias.

No Brasil, 10% dos homens e 30% das mulheres nunca experimentaram o orgasmo. Desta forma, fica difícil saber o que ele realmente significa (acredite, ele existe) e como se manifesta. Esta busca incansável, esta "caça ao tesouro" torna o orgasmo quase que uma obsessão.

orgfem6Muitos médicos afirmam que ele diminui as tensões do dia-a-dia, melhora a qualidade do sono, aumenta a auto-confiança e por aí vai. Mas, pare para pensar: você não acha que toda esta tensão e ansiedade para achar o caminho certo te afasta cada vez mais do objetivo? O orgasmo é um evento físico e psíquico, então não adianta querer que seu corpo "funcione" se sua cabeça está uma pilha ("tenho que chegar lá", "será que agora vai?").

Às vezes, você pode pensar que tudo isto é uma bobagem e que não agüenta mais ouvir estas histórias: "relaxe", "não se cobre", etc. Entretanto, saiba que a maior parte das mulheres chegou ao clímax no momento em que pararam de pensar em chegar lá. Desta forma, deu para sentir melhor os toques, as carícias, os beijos e, dentro deste clima, o orgasmo chegou aos poucos e naturalmente.

Existe alguma receita?
Não adianta: orgasmo não tem receita. Não tem como o médico ginecologista prescrever algum remédio e você resolver este problema depois de comprar o tal medicamento na farmácia da esquina... Que pena, não? Não tem que ser alta, bonita e magra para ter orgasmos. Não precisa ser uma louca por sexo. Não precisa trocar de namorado. Mas tem que se conhecer. Saber tim-tim por tim-tim como funciona seu corpo e como ele reage aos estímulos.

Mas também há casos de mulheres que chegaram ao orgasmo na primeira relação sexual sem saber direito o que estava se passando. Ou seja, não tem manual de instrução capaz de esclarecer todas as dpuvidas sobre o orgasmo. Cada pessoa é uma situação diferente, um corpo e um metabolismo individual.

Pare para pensar novamente: a transa também não pode ser maravilhosa mesmo sem o tão aclamado orgasmo? A cultura brasileira projeta a relação sexual sem orgasmo como frustrante e incompleta. Para o homem, historicamente, o desempenho é medido por quantas vezes ele "foi até o fim". Isto é péssimo tanto para eles, pois a falta de ereção sempre será um monstro, como para você que, quase sempre fica para trás e, às vezes, utiliza todo o seu talento de atriz fingindo o orgasmo para não chatear o amado. Tudo bem, não há regras. Mas há informações que podem te ajudar a reconhecer o orgasmo "se ele aparecer na sua frente do nada" ou então buscá-lo com mais sabedoria.

Como ter certeza que cheguei ao orgasmo?

Sensações gostosas. Isto é o que muitas mulheres falam ao descrever o que poderia ser um suposto orgasmo. Mas ele é mais do que isso. O orgasmo é o ápice do prazer, ou seja, o que chamamos de clímax. Quem sentiu sabe que já teve um e quem tem dúvidas se já teve ou não pode quase ter a certeza de que nunca teve.

O corpo dá alguns sinais sim, mas a força do orgasmo muda de acordo com a pessoa e o momento. Algumas mulheres gelam só de ouvir aquela tenebrosa pergunta do parceiro: "e aí, gozou?". Algumas, sem saber o que realmente isto significa, mentem e inventam números ("gozei três vezes, meu bem").

Não há como descrever de maneira corretíssima o que as mulheres sentem na hora do clímax, orgasmo ou gozo, como queiram, mas fizemos um roteiro básico para tentar esclarecer como o orgasmo se manifesta.

•  o bico dos seios ficam endurecidos
•  automaticamente, a vagina e o útero se contraem
•  a vagina fica mais lubrificada
•  então, a vagina vai se contraindo, contraindo...
•  aí vem o orgasmo. Ele não dura mais que alguns segundos, mas é arrebatador e dá para saber que é "ele"
•  depois, a vagina relaxa e sofre pequenas contrações involuntárias
•  seu corpo fica mole, quase que anestesiado. Uma espécie de torpor, como diriam os poetas

Mas, lembre-se: orgasmo não é como a poesia. Temos uma imagem errada desta pequena explosão corporal de prazer. Não vemos estrelas nem fogos de artifício como muitas pessoas pensam. Ou seja, atingir o clímax é uma delícia, o orgasmo é marcante e nos faz perder o fôlego por alguns segundos, mas não fantasie demais. Deste jeito, tudo fica mais difícil: atingir o orgasmo será mais complicado e, se você tiver um, pode ficar frustrada porque os sinos não tocaram...

Os inimigos do orgasmo

Estresse e cansaço

Após um complicado dia de trabalho, falta disposição e energia para uma relação sexual tranqüila e bem feita

Depressão

A perda de interesse por situações que antes eram prazerosas (sair com amigos, divertir-se, transar) atua de forma direta na falta de orgasmo

Problemas/perdas

Demissão do emprego, preocupação com as contas do final do mês, morte de alguém quarido, são alguns exemplos de problemas que as pessoas levam para a cama. Tente deixar as preocupações de lado. O sexo é um momento único.

Baixa auto-estima

Ter vergonha do próprio corpo, ou seja, quem está numa fase em que enxerga mais defeitos que qualidades, dificilmente estará com a cabeça livre para deixar o orgasmo fluir.

O fim da fase da conquista

Todo aquele fogo do relacionamento já acabou? No começo do namoro, homem e mulher estão envolvidos no jogo da sedução, o que é extremamente excitante. Depois, muitas vezes, sentem-se vencedores da partida e se acomodam. Não deixe que isto aconteça. Resgate os tempos áureos da relação.

Falta de sintonia

Você não está a fim de transar, mas seu parceiro está subindo pelas paredes. Se voce topar para agradá-lo, será difícil conseguir a relação sexual numa boa. O desejo não cai do céu. Ele é uma conquista.

Infidelidade

Fica difícil se entregar com a cumplicidade e a confiança abaladas pela traição, não?

Monotonia e falta de criatividade

Dia e hora marcados para o sexo, repetição de posições, além de começo, meio e fim pré-estabelecidos. A mesmice é fatal ao tesão.

Gravidez

Nesta fase, a mulher concentra grande parte de sua atenção no bebê. Muitas vezes, o corpo feminino passa a ser visto como "sagrado" e proibido de gozar dos prazeres da carne. Tente descobrir no seu corpo de mãe toda a sensulalidade e o desejo (ele deve estar escondidinho, mas ainda lá) que só esta fase pode proporcionar.

A pressa

O arroz está no fogo, alguém pode flagrá-los, etc. A famosa rapidinha, embora também possa ser bem prazerosa, não é muito propícia para um orgasmo. Toda a correria faz você perder a concentração e encher a cabeça com outros assuntos.

Os amigos e aliados

Masturbação

Com o auxílio de um gel lubrificante (vendido em farmácias e supermercados), toque, acaricie e pressione seus genitais. Feche os olhos e sinta a sensação que isto proporciona.

Auto-avaliação

Nua, na frente de um espelho, olhe para seu corpo. Admire-se e não concentre sua atenção em partes que a incomodam, como a gordurinha a mais na cintura. Passe as mãos pelos braços, seios, coxas, rosto e outas partes que você considere atraentes.

Ausência de cobranças

Não adianta querer que tudo aconteça de uma vez. O caminho até o orgasmo pode ser um pouco longo e requer paciência. Na hora da transa, tente focar sua atenção nas sensações que o toque provoca e não na obrigação de chegar ao clímax.

Ajuda de um terapeuta sexual

Se você já tentou de tudo e nada aconteceu, a ajuda de um terapeuta sexual pode ajudar. Lembre-se que a sua cabeça é o principal remédio, mas, em alguns casos, um profissional tem mais conhecimento para te auxiliar nesta incansável busca.

Existe pílula do orgasmo?

Será que algum medicamento pode ajudar a mulher a sentir mais prazer e a atingir o orgasmo? Será que alguma pílula poderia fazer o que Viagra, Uprima e outros medicamentos têm feito pelas dificuldades sexuais masculinas? A resposta é não. Ainda não.

Não adianta a gente querer encontrar uma fórmula milagrosa para proporcionar mais desejo, mais excitação e o tão almejado orgasmo. O segredo está na nossa cabeça. Isso mesmo. As causas da dificuldade da mulher em atingir o clímax são psicológicas – e não físicas. É por isso que ainda não se descobriu uma pílula do orgasmo. As drogas sexuais tratam dos problemas da parte orgânica, não da emocional.

O que fazer, então, para chegar lá? A gente precisa aprender, antes de tudo, a não se cobrar tanto. Pensamentos e preocupações como "tenho de conseguir" ou "o que há de errado comigo?" só atrapalham, ainda mais quando invadem nossa cabeça bem na hora H. Ou seja, é preciso deixar as encucações de lado.

Um próximo passo é tentar ficar o mais à vontade possível com o próprio corpo: conhecer os pontos de prazer e não sentir vergonha ou inibição de se tocar. É preciso também ter coragem de mostrar ao parceiro do que você mais gosta – ou não – na hora do sexo. Tudo isso é importante para que o prazer seja cada vez maior.

Outro caminho importante é investigar se há algum trauma atrapalhando a obtenção do seu prazer, como lembranças muito negativas de alguma experiência sexual. Nesse caso, o melhor é recorrer à ajuda de um terapeuta sexual. Há instituições que fazem atendimento de graça. Você pode se informar sobre elas na Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (Sbrash), pelo tel. (011) 3263-0859.

Orgasmo é uma questão de aprendizado e de treino – não de medicamentos. A ciência evolui rapidamente, claro, e hoje já se pesquisa na Europa alguma droga capaz de interferir no prazer feminino. Mas são estudos iniciais e podem levar muito tempo para serem concluídos. O melhor a fazer? Vencer o tabu da masturbação, acabar com as cobranças internas, dividir com o parceiro os seus desejos e as suas expectativas e, se necessário, buscar a ajuda de um especialista. Você verá que, mesmo sem pílula do orgasmo, é possível ser muito feliz no sexo!

Tudo pelo prazer

As mulheres resolveram sentir prazer sexual e ter orgasmo. Mas há um caminho a percorrer entre tomar a decisão e fazer com que essas coisas aconteçam: é preciso aprender a ter prazer e a chegar ao orgasmo. Isso mesmo! Ninguém nasce sabendo. Sexo nada mais é do que aprendizado e treino.

Onde e como aprender? Nem sempre só a prática ajuda a gente a manter uma vida sexual satisfatória. Claro que ela é importantíssima, não é? Mas, muitas vezes, temos dúvidas que precisam ser esclarecidas. Muitas vezes, temos uma série de mitos e tabus que precisam ser revistos.

Um mito freqüente – e também uma dúvida entre as mulheres – está relacionado à masturbação feminina. Será que pode? Será que é errado? Ou tudo bem se masturbar? A maioria de nós cresceu ouvindo em casa frases do tipo: "Tira a mão daí, menina. É feio!!!" Será que é mesmo?

Na verdade, não há mal algum em tocar o próprio corpo. A masturbação é uma prática saudável e extremamente positiva: é por meio dela que se descobre mais facilmente o caminho para o orgasmo. Porém, 30% das mulheres, segundo pesquisas recentes, nunca tocaram o próprio corpo. O motivo? Vergonha ou inibição. Coincidentemente, cerca de 30% também jamais chegaram ao clímax sexual. Tentar esclarecer dúvidas como essa e, com isso, talvez conseguir vencer mitos como o da masturbação, poderia ser um bom começo para trazer mais prazer à vida.

Foi pensando nisso que, a partir de hoje, você poderá nos enviar suas dúvidas sobre orgasmo, prazer, desejo, problemas sexuais femininos e masculinos, doenças sexualmente transmissíveis, sexo na gravidez, anticoncepção, inibições, ousadias, fantasias, jogos eróticos, sexo oral, sexo anal, penetração... e todas as outras que você tiver. Será um grande prazer poder respondê-las!

O mito do corpo perfeito

As mulheres (e os homens) se preocupam cada vez mais com a forma física: os quilinhos a mais, a pele, o cabelo... Manter uma aparência agradável é, sem dúvida, algo positivo para a vida de qualquer pessoa. Faz com você se sinta mais feliz e mantenha uma boa auto-estima. O excesso de preocupação, entretanto, pode não ser tão legal assim. E muitas vezes interfere negativamente até mesmo na parte sexual.

Há uma infinidade de mulheres que ficam inibidas ou envergonhadas na cama por estar acima do peso, ter celulite ou não gostar disso ou daquilo no próprio corpo. Na verdade, na hora H essas coisas deveriam ser encaradas como um mero detalhe. O que faz a diferença mesmo é o toque, o jeito de dar e de receber prazer, de explorar o corpo do parceiro e o próprio corpo, o clima erótico.

De nada adianta ter um corpo perfeito se a pessoa não estiver consciente do que realmente conta para uma vida sexual prazerosa. Claro que a aparência pode ser uma arma de sedução. Mas só isso não basta. Há outras armas poderosíssimas - e cada mulher deve descobrir as suas.
Na hora do sexo, quanto mais encucada e preocupada com a aparência, pior será a relação. É preciso relaxar, se concentrar nas sensações e buscar as maneiras, técnicas ou posições para sentir mais prazer. Uma delas: iniciar a noite com uma massagem excitante e exótica, feita corpo a corpo. É assim: você usa, além das mãos, os cabelos, a boca, os seios, os pés ou qualquer outra parte do seu corpo para massagear o corpo do marido ou do namorado. É afrodisíaco!

E o corpo perfeito? Você pensa nisso numa outra hora.

Onde fica o ponto G

Ponto G existe? Será? Onde ele fica? Você já achou o seu? Quanto tempo levou para encontrá-lo? Como o encontrou? E quem garante que o encontrou? Como ele é exatamente? Há quem diga que o tal Ponto G fica num labirinto, bem lá dentro da vagina. Você acredita nisso? Ou será que tudo não passa de mais uma invenção para que as mulheres pensem que foi descoberto um dos maiores segredos do tão procurado orgasmo feminino?

Ponto G é uma questão polêmica entre os estudiosos de sexualidade. Uma parcela dos sexólogos acredita na existência dele e até indica o mapa da mina. Porém, a maioria dos terapeutas e educadores sexuais (e eu me encaixo nesse grupo), afirma que Ponto G não existe. Ou melhor, ele pode existir sim, mas não na vagina – e sim na cabeça!

Explico melhor: não há relatos científicos que comprovem a existência de tal ponto no corpo feminino. Quanto à cabeça ser a chave de tudo, isso se deve ao fato de que o segredo para a mulher sentir prazer e ter orgasmo se relaciona a questões emocionais. É daí que vem a teoria de que o Ponto G, se existisse, estaria na cabeça e não em um labirinto dentro da vagina.

O prazer feminino é maior quando a mulher está relaxada, tranqüila, despreocupada, consciente de suas áreas de prazer (ou seja, quando ela sabe onde e como gosta de ser tocada). Estresse, ansiedade, cobranças internas (pensamentos do tipo: "Tenho de conseguir sentir prazer") e preocupações (como "Será que ele está gostando de mim?", "Será que ele está me achando gorda?", "Será que isso... será que aquilo...") são fatais à excitação e, em conseqüência, ao orgasmo.

É uma bobagem ficar se preocupando em achar esse tal Ponto G. E se chatear porque nunca o encontrou. O melhor é se concentrar em outras coisas mais importantes, como perceber mais a fundo o seu corpo (e o do parceiro também). Você já experimentou tatear, de forma erótica, toda a região genital? E outras partes do corpo, como barriga, pernas, bumbum, coxas, mamilos etc? Esse é um excelente exercício de descoberta de zonas erógenas, algo que com certeza abrirá caminho para mais prazer e mais orgasmos.

Orgasmos fortes e fracos

O orgasmo é diferente para cada mulher e para cada situação. Existem orgasmos mais fortes e outros nem tanto. Em alguns casos, quando o orgasmo é sentido pela primeira vez, a mulher fica em dúvida sobre o que realmente aconteceu, mas tem quase a certeza de que aquilo foi totalmente diferente de qualquer outra sensação vivida antes.

Não há regras para saber se você teve ou não um orgasmo. Há apenas respostas físicas que aparecem como conseqüência desta chegada ao clímax. Contrações musculares na região da vagina, bicos dos seios enrijecidos, respiração ofegante e uma completa sensação de relaxamento segundos depois do ápice do orgasmo são alguns exemplos.

A sensação de prazer elevado é outro indicativo. Até parece que o "mundo parou" por alguns instantes. Mas lembre-se: cada orgasmo é diferente e depende do momento. Com o passar do tempo, a pessoa começa a ter mais controle sobre as sensações físicas e o orgasmo passa a ser mais fácil de ser identificado.

O auto-conhecimento é indispensável para que você consiga ter prazer. Não tenha medo do seu corpo. Experimente sozinha quais são as regiões mais gostosas de serem tocadas e, aos poucos, você estará mais apta para saber o que é o tão misterioso orgasmo. Isto também ajudará na relação com seu parceiro, pois você poderá indicar pra ele quais são
os lugares que te dão mais prazer.

Para facilitar...

1. Conheça o seu corpo. Descubra os lugares que te dão mais seu prazer. A masturbação é um hábito que ajuda muito a se conhecer sexualmente.

2. Seja honesta com seu parceiro e diga do que gosta e do que não gosta de fazer na cama. Seja exigente, fale sem medo sobre seus desejos. Intimidade e confiança são essenciais para a plenitude no sexo.

3. Dê importância às preliminares. Normalmente a estimulação antes da penetração facilita a chegada do orgasmo.

4. Quanto às posições sexuais, cada um tem suas preferências, mas existem algumas que facilitam o orgasmo feminino. Uma delas é a que a mulher fica deitada de costas e por baixo do homem, mais conhecida como papai-mamãe(colocar uma almofada sob o quadril pode ajudar). Outra posição favorável é aquela em que a mulher fica por cima, pois o contato do clitóris com o pênis se torna mais intenso.

5. Estimule os músculos que são usados no ato sexual. Faça movimentos de contrair e relaxar o músculo da vagina 15 vezes seguidas. Este movimento é o mesmo de quando você segura o xixi. Isso fará com que suas contrações fiquem mais intensas no momento da penetração, obtendo e proporcionado mais prazer durante a transa.

6. Estimule sua imaginação e a do seu parceiro. Leia livros e assista vídeos eróticos, use e abuse lingeries sedutoras, etc. Ou seja, crie uma certa intimidade com o ato sexual em si. Quando os dois se sentem à vontade, tudo é permitido...

PARTE 2