CURIOSIDADES

A Planta Beladona

beladona2A beladona (Atropa belladonna) é uma planta pertencente ao gênero Atropa nativa da Europa, Norte de África e Ásia Ocidental, encontrada em solos húmidos, principalmente à beira de rios, lagos e represas. Linnaeus, em 1700, denominou esta planta de Atropa belladonna, pois sabia que as mulheres utilizavam extractos de Atropa nos olhos para dilatar as pupilas de modo a ficarem mais belas, denominou-a de belladonna (mulher bela).,A esse nome, juntou o de Atropa, baseando-se em Atropos que era, segundo a mitologia grega, a divindade responsável pela morte das pessoas, sendo uma das três parcas que controlavam o destino (uma seria responsável pelo nascimento, a outra pelo prolongamento da vida, e Atropos, seria o responsável pelo corte do fio da vida).

 

Toxicidade


A beladona é uma das plantas mais tóxicas encontradas no hemisfério ocidental. A ingestão de apenas uma folha pode ser fatal a um adulto, embora isto possa variar de um espécie para outra. A raiz da planta geralmente é a parte mais tóxica. Todas as partes da planta contém alcalóides. As bagas possuem perigo maior devido serem atrativas, negras, brilhantes e terem sabor adocicado. A ingestão de quantidades superiores a cinco bagas pode ser mortal.

Devido ao fato de seus frutos, quando ingeridos puros ou na forma de chás, provocarem efeitos psicoativos (alucinações), essa planta é utilizada como droga por algumas pessoas. Ela também é matéria prima na formação de um medicamento homeopático que leva seu nome. É igualmente substância activa em medicamentos regulamentados pelo Infarmed, que servem de antiespasmódicos nos espasmos da laringe, nas cordas vocais e nas traqueítes.

Sintomas


Os sintomas de envenenamento de beladona são os mesmos que os da atropina, e incluem pupilas dilatadas, taquicardia, alucinação, visão borrada, garganta seca, constipação e retenção urinária. A pele pode secar completamente e os casos fatais mostram pulsos rápidos. Seu antídoto é a pilocarpina. Não deve ser confundida com a amarílis, a espécie Amaryllis belladona, uma herbácea bulbosa, da família das amarilidáceas. Outra planta comumente confundida com a beladona é a Solanum americanum, popularmente conhecida como maria-pretinha.

Ação e indicação


Internamente em diluições homeopáticas é indicada para cólicas intestinais e biliares, dores musculares, contusões e dores artríticas.Externamente usada como adstringente, anestésica, antiinflamatória e ativador da microcirculação. Indicada para furunculoses na forma de creme.

Formas Utilizadas


- Homeopatia

- Creme

Beladona

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Planta de extrema toxicidade em todas as suas partes, a Beladona é uma planta vivaz com caule ramificado, cilíndrico, chegando a medir até 150 centímetros de altura. Uma lenda muito antiga dizia que o Diabo vigia o crescimento desta planta. O seu nome científico é originário da mitologia grega, referindo-se a Atropos, aquele que das três Parcas era o que tinha por função cortar o fio da vida e a palavra atropos significa inelutável. Na Roma antiga, as mulheres utilizavam o suco do fruto para dilatar a pupila do olho como estética, derivando o nome bela dona ou bela dama dado a esta espécie.

A droga vegetal é constituída das folhas e das sumidades floridas, sendo descritas na Farmacopéia Brasileira 4ª Edição (1996): “As folhas são elípticas, oval-lanceoladas a largamente ovadas, inteiras, de ápice acuminado, base atenuada, simétrica e algo decurrente, e bordo inteiro. Medem 5-25 cm de comprimento e 3-12 cm de largura, com pecíolos de 0,5-4 cm. A coloração varia do verde ao castanho-esverdeado, sendo mais escura na face superior. As folhas secas são enrugadas, friáveis e delgadas. As folhas jovens são pubescentes, porém as mais idosas apresentam-se apenas ligeiramente pubescentes ao longo das nervuras e no pecíolo. A nervação é do tipo peninérvea, sendo que as nervuras laterais partem da nervura mediana num ângulo de cerca de 60º e se anastomosam próximo ao bordo. A superfície da folha é seca e áspera ao tato, devido ‘a presença de células com conteúdo microcristalino de oxalato de cálcio no mesófilo. Estas células aparecem como minúsculos pontos brilhantes, quando a superfície é iluminada; as outras células contraem-se mais durante a dessecação. O exame à lupa revela os mesmos pontos escuros por transparência e brilhantes por reflexão. As sumidades floridas apresentam a haste oca e achatada, na qual se inserem folhas geminadas, de tamanho desigual, na axila das quais estão as flores solitárias. As flores possuem cálice persistente, gamossépalo, de 5 lobos triangulares; a corola é campanulada, purpúrea a castanho-amarelada, com cinco pequenos lobos voltados para o exterior. A corola mede até 2,5 cm de comprimento por 1,2 cm de largura. O androceu tem cinco estames epipétalos. O gineceu é de ovário súpero, bilocular, com numerosos rudimentos seminais. O fruto é subglobular, de cor verde até castanho ou negro-violáceo, com até 1,2 cm de diâmetro e cálice persistente.O fruto, quando maduro, contém numerosas sementes marrons, reniformes.

A droga tem sabor amargo e desagradável e odor fracamente nauseante, lembrando o do fumo.”

Nome Científico


Atropa belladona L. Sinonímia: Solanum lethale Dod.; Atropa acuminata Royle; Atropa lethalis Salisb., Atropa lutescens Jacquem.

Nome Popular


Beladona, Cereja-do-inferno, Bela Dama, Erva Midriática e Dama da Noite, no Brasil; Belladona e Solano Furioso, em língua espanhola; Belladona, na Itália; Belle-Dame e Morelle Furieuse, na França; Tollkirsche, na Alemanha; Belladona, Deadly Nightshade, Devil’s Herb, Devil’s Cherries, Divale, Dwale, Dwayberry, Great Morel, Naught Man’s Cherries, Poison Black Cherry, em inglês.

Denominação Homeopática


BELLADONA

Família Botânica


Solanaceae

Parte Utilizada


Folhas e sumidades floridas.

Princípios Ativos


Alcalóides Tropânicos: atropina, l-hiosciamina, norhiosciamina e noratropina;

Ésteres do escopanol


escopolamina e atroscina; Hidroxicumarina: escopoletol.

Indicações e Ações Farmacológicas


Dentre seus princípios são a atropina e a escopolamina (também chamada de hioscina). Ambos são antagonistas muscarínicos e para tanto são indicados: no tratamento da bradicardia sinusal (por exemplo, após o infarto no miocárdio); na dilatação pupilar no Parkinsonismo; na prevenção de cinetose; como pré-medicação anestésica para ressecar secreções; em doenças espásticas do trato biliar, cólico-ureteral e renal, entre outras indicações.

Todos os antagonistas muscarínicos produzem efeitos periféricos basicamente semelhantes aos da atropina, muito embora alguns demonstrem um grau de seletividade, por exemplo, para o coração ou para a via gastrointestinal, refletindo uma heterogeneidade dos receptores muscarínicos. A atropina é uma amina terciária que inibe as ações muscarínicas da acetilcolina sobre as estruturas inervadas por fibras colinérgicas pós-ganglionares, tal qual sobre os músculos lisos que respondem a acetilcolina, porém que não apresentam inervação colinérgica.

Efeitos da Atropina


• Inibição das Secreções: As glândulas salivares, lacrimais, brônquicas e sudoríparas são inibidas por doses muito baixas de atropina, que produzem um ressecamento desconfortável da boca e da pele.

• Efeito sobre o Coração: O primeiro efeito produzido, de forma paradoxal é uma bradicardia, que decorre de uma ação central de aumento da atividade do nervo vago. Doses um pouco maiores produzem a taquicardia esperada, secundária ao bloqueio dos receptores muscarínicos cardíacos. A pressão arterial não é afetada, uma vez que a maioria dos vasos de resistência não apresenta inervação colinérgica.

• Efeitos sobre os Olhos: Promove midríase (dilatação pupilar), não passando a responder à luz. O relaxamento da musculatura ciliar gera uma paralisia de acomodação (ciclopegia), de forma que a visão para objetos próximos fica prejudicada. A pressão intra-ocular pode elevar-se, podendo ser perigoso para indivíduos que sofram de glaucoma de ângulo fechado.

• Efeitos sobre o trato Gastro-intestinal: Ocorre uma inibição da motilidade gastrointestinal pela atropina. Em condições patológicas com aumento da motilidade gastrointestinal, a atropina tem eficácia bastante maior na geração de inibição.

• Efeitos sobre a Musculatura Lisa: A musculatura lisa das vias brônquicas, biliares e urinárias é relaxada pela atropina. A broncoconstrição reflexa (como na anestesia) é evitada pela atropina, enquanto a broncoconstrição causada pela histamina (por exemplo na asma) não sofre alterações. Na musculatura lisa das vias biliares e urinárias, a atropina induz a uma retenção urinária em homens idosos que possuem aumento da próstata.

• Efeitos sobre o Sistema Nervoso Central: Produz efeitos excitatórios. Em doses baixas gera discreta inquietação e em doses maiores, agitação e desorientação.

Toxicidade/Contra-indicações


Por muitas vezes ocorreram intoxicações por atropínica quando crianças pequenas comem os frutos da Beladona, de coloração preta e atraentes e de sabor doce. Para crianças basta a ingestão de 3 a 4 frutos para ser letal. Ocorre acentuada excitação e irritabilidade, que resultam em hiperatividade e num considerável aumento da temperatura corpórea e perda da sudorese. Estes efeitos são combatidos por drogas anticolinesterásicas como a Fisostigmina. Pode ocorrer também: secura da boca, dificuldade de deglutição, dilatação pupilar e dificuldade de enxergar, taquicardia, perda da consciência, apatia, náuseas, vômitos, erupção cutânea e alucinações.

A droga é contra-indicada para cardiopatas, na síndrome de Down, glaucoma de ângulo fechado, disfunção hepática ou renal, xerostomia, hipertensão, hipertiroidismo, miopatia obstrutiva, taquicardia, esofagite por refluxo, presença de lesões cerebrais em crianças e toxemia gravídica.

Dosagem e Modo de Usar


Não há referências na literatura consultada.



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Beladona
http://www.oficinadeervas.com.br

Referências Bibliográficas:

• FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 4ª edição. 1996.

• SIMÕES, C. M. O. Farmacognosia da Planta ao Medicamento. 1ª edição.
1999.

• OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. 1ª edição.
1996.

• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.

• SCHAWENBERG, P.; PARIS, F. Guia de las Plantas Medicinales. Omega.
1980.

• POULIN, M.; ROBBINS, C. A Farmácia Natural. 1992.

• RANG, H. P.; DALE, M.M.; Ritter, J. M. Farmacologia. 3ª Edição. 1997.

• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.