CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Dispositivo mantém coração viável para transplante por até oito horas

trans452012 - Cientistas do American Institute of Physics desenvolveram uma nova tecnologia que aumenta o período de tempo que um órgão humano pode permanecer viável para transplante após ser removido de um doador. O dispositivo, atualmente em teste nos Estados Unidos, utiliza uma combinação da dinâmica de fluidos, software e soluções conservantes para manter o coração batendo, evitando isquemia ou uma redução do suprimento de sangue até que ele seja transplantado.

"Como o dispositivo impede completamente a isquemia durante o transporte, o órgão mantém as reservas de energia normais, a fim de que órgão esteja em melhor condição no momento do transplante", observa o cirurgião Bruce Rosengard, do Massachusetts General Hospital. Rosengard já realizou transplantes de coração utilizando a abordagem tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.

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No método tradicional, os cirurgiões substituem o sangue em um coração doado com solução salina e, em seguida, o colocam em uma caixa de gelo. Eles devem transplantar o coração dentro de três ou quatro horas antes que ele se deteriore muito. Com a nova tecnologia, chamada Organ Care System, os médicos precisam manter o coração frio por cerca de 15 minutos antes de colocá-lo no sistema. Então, o sistema não se importa se vai esperar uma hora ou oito horas antes do transplante, porque a fisiologia do coração está sendo constantemente mantida e acompanhada.

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Cirurgiões na Europa têm usado o sistema para manter um coração doado batendo e em bom estado por mais de oito horas. Esse intervalo de tempo pode permitir que um coração seja transferido entre locais mais distantes do que acontece nos dias de hoje. Para se preparar para o procedimento, a equipe de Rosengard testou a tecnologia em dois corações humanos que, por causa de anormalidades, estavam impróprios para o transplante.

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Para os 138 transplantes conduzidos na Europa até o momento, a taxa de sobrevivência de 30 dias excedeu 97%, um número bem acima da taxa típica de 80% para transplantes de coração no continente. Os ensaios clínicos nos EUA, liderados por pesquisadores da Universidade da California, incluem 128 pacientes. Cada um tem uma chance de 50% de receber um coração mantido com o novo dispositivo ou com o armazenamento refrigerado. O julgamento, que completou quase metade do número de transplantes até agora, deve estar concluído até o final de 2012.

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Se aprovada pela Food and Drug Administration, a tecnologia promete aumentar significativamente o número de corações doados que podem ser classificados como viáveis para transplantes. A tecnologia também tem potencial para ser usada na conservação de outros órgãos, como os pulmões, para transplantes.

Fonte: http://www.isaude.net/