VERDADES INCONVENIENTES

Técnicas de manipulação mental - Parte 2

valiumjPublicidade A publicidade comercial nasce nos Estados Unidos na década de 20 para produzir, dirigir, apoiar a procura de bens e serviços produzidos em massa pelas fábricas. Em seguida, desde os meados da década de 50, a produção de bens excede em muito a procura, pelo que a publicidade começou a induzir as pessoas a massificar o consumo, criando verdadeiras necessidades. Tudo isso para vender produtos. Mais tarde, chegou a altura em que a produção ...

excede o poder de compra, o rendimento. Esta situação é extremamente grave, do ponto de vista social e económico, porque os investimentos feitos para a produção estão em risco, porque a produção não vai ser comprada. Daí o risco de um colapso sistémico e, portanto, o nascimento das formas para expandir o poder de compra, ampliando o acesso aos cartões de débito e crédito!

Nos anos 90, a comercialização torna-se "one-to-one": a personalização dos produtos e dos serviços, permitido pela tecnologia eletrônica, consente de "seguir" cada cliente de forma que os estímulos sejam pessoais e direcionados. Estamos a falar de publicidade personalizada, bem representada no filme de ficção científica "Minority Report". O marketing publicitário, seja de um medicamento ou alimento, é sem dúvida o mais implacável e certamente mais científico sistema de condicionamento mental. O objetivo é nos convencer a comprar um produto.

Para a análise das reações e o estudo da psique, além dos testes verbais, o marketing de hoje tem um rico arsenal de ferramentas biofísicas (frequência e amplitude das ondas corticais, frequência cardíaca e respiratória, o consumo de oxigênio, a resistência da pele, tônus muscular, vasoconstrição periférica, etc.) capaz de medir o nível de excitação e atenção do sujeito. A neurociência, neste contexto que podemos chamar neuromarketing, descreveu que a área do cérebro importante para a decisão (de comprar) é o córtex pré-frontal mediano. É comum pensar aos comerciais, da televisão ou dos jornais, como um clássico anúncio de uma empresa.

Nada de mais errado. Cada palavra, cor, carácter, frase, imagem, logótipo, pessoa usada, aos nossos olhos destreinados pode parecer acidental, mas não aos neurocientistas. Esses especialistas (psicólogos, psiquiatras, sociólogos, neuro-psiquiatras, etc.), muito bem pagos, não apenas criam publicidade, mas verdadeiros condicionamentos  capazes de produzir determinadas associações ou humores no espírito dos destinatários, ou seja, nós consumidores. Frequentemente nas imagens publicitárias ou de propaganda são colocados "embeds", isso é, palavras ou imagens evocativas ocultas, não, óbvias, não captados pela mente consciente, mas considerados captáveis pelo inconsciente.

Muitas vezes, essas palavras ou imagens são escondidos são estímulos sexuais: palavras como "sexo", "sex"ou imagens de órgãos sexuais, mulheres nuas, orgias associada ao produto anunciado. Tudo isso, por um lado, para facilitar as decisões de compra e, por outro, para desviar e portanto melhor controlar as massas. Interferir na sexualidade das pessoas (como em muitas religiões) é uma maneira segura e eficaz de agir sobre as camadas profundas da psique! Se isso parece impossível, as palavras do Dr. Lechner sobre o que fazem alguns psicólogos e psiquiatras no contexto do alcoolismo, podem parecer ficção científica. Sob o pretexto de ajudá-los a libertar-se da dependência do álcool, coletam informações acerca de pesadelos e alucinações que os pacientes experimentam, em particular quando param de tomar álcool, e as usam para planear a publicidade do álcool, com o pressuposto criminoso de evocar através das imagens angustiantes a necessidade de ingerir álcool!

Outra técnica "doce" de conquista sedutora consiste em induzir a crença de que a nossa liberdade está em perigo e que devemos tomar decisões rápidas. "Estás satisfeito? Passa a Quattro Salti", diz a pubicidade televisiva. Traduzido: "Concordas com a limitação às tuas aspirações de comer bem? És um idiota a fazer isso, porque podes satisfazer-las, livre dos limites, ao passar para Quattro Salti!". A publicidade certamente não quer aumentar a nossa liberdade, mas restringi-la, levando a comprar um produto.Fazer pensar ao sujeito que a decisão deve ser dele e só dele, é um truque eficaz para predispor a decidir como desejamos que decida, no entanto deixando a ilusão da liberdade.

A vertente central da psicologia do marketing são os fatores decisórios: Motivational Research, pesquisas motivacionais. A neurociência sabe que os homens não estão conscientes do porque eles fazem muito do que fazem. É por isso que as pessoas, achando o contrário, respondem ao estímulo condicionado do símbolo e não à qualidade real. A publicidade, a técnica motivacional enfoca a manipulação dos símbolos. Os consumidores são conquistados por sugestões ilógicas, não pela qualidade ou eficácia do produto, e essa é a lógica de marcas (produtos, muitas vezes medíocres, mas vendidos a preços elevados, por força de uma marca-símbolo, exclusiva e só por alguns). O sentimento de culpa relacionado com o prazer de consumos como  o tabaco, o álcool, os doces, dificulta o consumo e deve ser combatido, por exemplo, associando-o com valores positivos (como o médico que fuma, os nomes de álcool de protesto político "Fidel", "Cuba Libre", "calor da família" para a doçaria, etc ..)

11september

Comparado ao produto artesanal, o bem da produção em massa é espectacularizado transforma-lo num símbolo. Os supermercados, não surpreendentemente, são os lugares de concentração de um enorme poder de aprovação simbólica, isso é, um enorme poder de condicionamento da mente. Dois terços das compras feitas em supermercados são não necessárias e determinadas no local, sob a influência de estímulos locais, num estado psico-fisiológico alterado. Foi estabelecido por uma pesquisa da DuPont Corporation, em 1954. De fato, a pessoa no supermercado é muito indefesa no que diz respeito à manipulação e às mentiras,e fica numa espécie de armadilha psicológica, que pode ser melhorada adicionando música e estímulos olfativos.

Entre todas as categorias de consumidores, os mais vulneráveis são as crianças, nos quais é fácil "instalar" necessidades, afiliações e hábitos. 
Além disso, as crianças são muito mais ansiosas para coisas novas e menos capazes de resistir aos impulsos.São o elo mais fraco da família e o marketing aposta neles para incentivar os pais a desembolsar o dinheiro. Com as crianças é mais fácil provocar ondas da moda que levam ao consumo de produtos relacionados e com funções diferentes. A publicidade mira a mudar a paisagem cognitiva, a visão de mundo, dos valores, dos riscos e de vida, basicamente a publicidade é a fábrica da criação das necessidades imaginárias e de modas!

Mensagens subliminares

São mensagens que atuam abaixo do limiar da consciência, por isso são perceptíveis. A visão humana pode perceber a imagem dum filme só se esta estiver presente em pelo menos 12 fotogramas. A Coca-Cola foi a primeira a inserir sequências de fotogramas mais curtas, com conteúdo da propaganda, em alguns filmes. Resultado: os espectadores expostos a esse tipo de publicidade consumiam 39% a mais de Coca-Cola. Em 1978, em vários supermercados americanos, eram difundidos através dos altifalantes e com nível sonoro aparentemente inaudível, mensagens que convidavam a não roubar. Resultado: os roubos diminuíram 36%. O presidente Gianni Agnelli, numa carta aos acionistas da Fiat, falava sobre mensagens subliminares com os quais "sonorizar" e odores estranhos com os quais "aromatizar" os estabelecimentos para aumentar a produtividade e "melhorar" a relação entre empresa e trabalhadores .

Também a frequência específica tem importância.Foi descoberto que as palavras de alguns pregadores da televisão estão acoplados a uma frequência de 7 Hz. A frequência do "vibrado" parece ter um efeito sugestivo e alterante do nível de consciência e da capacidade crítica. Outra frequência crítica está perto dos 3,5 Hz, isto é, a frequência de ressonância do crânio humano. Na década de 70 foi descoberto que a música pode induzir a secreção de substâncias opióides (encefalinas, beta-endorfina, etc.) que têm um significativo efeito sobre a psique, e eufórico e anestésico. Assim, a música pode induzir falta de concentração e de consciência. Também a televisão estimula a secreção das mesmas substâncias.

Associação e repetição

Um iniciativa pouco aceitável como uma guerra, uma lei, uma tributação, etc. pode ser tornada menos pesada com uma denominação falsa mas semanticamente "boa", aceitável (luta contra o terrorismo, a democratização, libertação,  segurança coletiva, a reestruturação, guerra humanitária, mísseis inteligentes, etc.) e repetida de forma persistente e continuada. A repetição de uma mensagem, de uma publicidade, se se tornar repetida, se acontecer várias vezes ao dia, pode fazer absorver o conteúdo, as implicações da mensagem como se fossem fatos comprovados, mesmo que seja verdade o contrário ("as armas de destruição maciça de Saddam, "as torres gémeas e Bin Laden", etc ..)

Da mesma forma, ao aplicar denominações odiosas, repulsivas (anti-semita, negador do Holocausto, revisionista, anti-sionista, terrorista, etc.) podemos obter o efeito oposto, de modo a atingir, deslegitimar, criminalizar ações, pessoas, ideias. O princípio é sempre o mesmo: os input tendem a criar esquemas inconscientes nas pessoas. Isso explica porque as crianças são criadas e educadas desta maneira. Através da repetição sistemática e obsessiva das sugestões específicas, das atividades, das experiências; uma forma precisa de conceber a realidade, a nação, a história, a identidade, etc, Crescer e repetir ou ouvir repetir dezenas de milhares de vezes estas mensagens, certamente afeta o nível emocional, de identidade e de cognição na construção do que depois será percebido como "real", "provado".

Pensamos na nossa sociedade, onde cada canal tem a sua série popular, apenas para fazer um exemplo, onde a polícia, a magistratura  desenvolvem uma ação eficiente, incorruptível, no interesse dos cidadãos, enquanto a realidade apresenta uma criminalidade cada vez mais fora de controle e instituições cada vez menos eficientes. Propaganda no seu melhor.

Restrições da linguagem

Consiste no impor , por vários meios (ensino, televisão, etc.) de não utilizar frases ou conceitos, e de usar outras em substituição, geralmente mais vagas, imprecisas. "Cego", "preto", "inválido", "varredor de rua" ou "homem do lixo" não soam bem, muito melhor "invisual", "negro","diversamente hábil" ou "operador ecológico". Mas para quê tudo isso? A inibição da utilização linguística e conceitual, a formulação de certas dúvidas (Shoah, responsáveis pelo 11 de Setembro, etc.) é adequada para implementar nos jovens um sentido de proibição, de culpa em relação ao pensar em certas coisas, portanto educa a uma auto-limitação do pensamento.

Finalmente, um empobrecimento expressivo implica um empobrecimento conceitual! Alterar as certezas Quem quiser manipular uma pessoa, para induzi-la a comprar algo ou para dobrar a sua resistência a qualquer ação de persuasão, precisa de entregar muitos e novos estímulos, para que a córtex pré-frontal trabalhe e fique cansado.  Depois tem de submerge-lo com dados, dogmas, slogans, etc. (como funciona a televisão) para que fique ainda mais exausto; e, desta forma, o córtex pré-frontal deixa as rédeas do cérebro aos circuitos do cérebro límbico, mais primitivo e emocional, portanto, mais impressionável e vulnerável.

O córtex pré-frontal é afetado por produtos químicos tóxicos que podem danifica-lo, tais como drogas, álcool, toxinas de alimentos, mas também por fortes emoções, privação do sono, stress cronico; e uma dieta rica em gordura animal pode tornar as pessoas mais vulneráveis perante manipulações externas. Ironicamente, dar às pessoas a liberdade de levar uma vida desregulamentada, não natural, torna mais fácil cancelar a liberdade mais profundamente do que seria possível sem aquela permissão.

Doutrina de choque e pavor

photomanipulation


A assim chamada "doutrina de choque e pavor" passou a ser aplicada numa escala global. Ao colocar as pessoas e populações inteiras em estado de choque, é possível produzir o seu consentimento para uma mudança, alterar leis, restringir liberdades, etc. O exemplo das Torres Gémeas, das leis repressivas e das guerras que ocorreram depois deste acontecimento é espectacularmente evidente. Exploram o elemento surpresa e de terror como um enorme fator de distração e paralisia de massa, inibidor das possíveis reações e resistências.O choque é muito genérico e pode ser produzido a partir de catástrofes naturais (epidemias, terramotos, pandemias, etc.), fatos económicos (recessões, crises, crash da bolsa, falências, etc.) e políticos (guerras, golpes de Estado, etc.).

Um exemplo são os dias de "matrícula alternadas" para o mero propósito de economizar energia. A ordem gera nas pessoas alarme e a preocupação de não poder usar o próprio carro, de perder este importante recurso, e cria um forte desejo de aceitar fortes e injustificados aumentos do preço do combustível, apenas para mantê-la!Outro exemplo da doutrina do "choque e pavor"podem ser apagões que afetaram o País há alguns anos atrás, e cujas soluções seriam as centrais nucleares.  Esse caso também se enquadra no chamado modo de estratégia "problema-reacção-solução". Tendo em mão a solução (as centrais nucleares), é criado o problema (o black-out) e aguarda-se a reação(quase sempre emocional) das massas, que aceitam de bom grado qualquer proposta de solução para evitar o inconveniente.

Debunking

O debunking, ou descrédito, é uma forma de manipulação que consiste no refutar, no desmontar, teorias e informações que vão contra o pensamento oficial dominante. Ou desacreditar quem fala dessas teorias e informações. O debunker (a pessoa que prática debunking) ataca a contra-informação com mensagens simples, discursos, principalmente a um nível emocional, com "golpes" dirigidos para o inconsciente, ao invés da lógica. Estes ataques não têm como alvo o conteúdo, as ideias, mas o objetivo é desacreditar a fonte e o autor no plano moral, muitas vezes associado-o a filiações fortemente negativas como os terroristas, nazistas, fascistas, comunistas, anti-semitas, anti-sionista, etc.

A aproximação extrema do debunking é trazer o desmascaramento dos "desmascaradores" até as extremas consequências, ou seja, trazer a opinião pública até a conclusão de que tudo está podre, tudo é uma mentira, todos são ladrões, todos enganam. Portanto, a verdade nunca poderá ser conhecida, e por isso é moralmente justificado deixar de preocupar-se de tudo e de todos. É alcançado o egoísmo mais radical e desumanizante.

Quem encontrar um inimigo encontra um tesouro

A frustração gera tensão e agressividade, e a agressividade pode ser descarregada contra a mesma pessoa que é frustrada ou contra uma pessoa ou objeto externo.  Quando esse tipo de frustração é generalizada em toda a população, o momento é propício para fundar um movimento e/ou organizar um ataque contra o inimigo. No nosso mundo atormentado pela insegurança e frustração (criadas especificamente) é preciso um inimigo, um culpado, um bode expiatório (os terroristas, os ciganos, os imigrantes, etc).

Dependências química

Na nossa sociedade a difusão das substâncias psicotrópicas é enorme. Uma percentagem muito elevada de pessoas está a usar de forma regular e tem desenvolvido  formas de dependências das drogas, álcool ou psicofármacos. Dezenas de milhões de menores são literalmente drogados com fármacos psicotrópicos. Os efeitos destas substâncias psicoactivas convergem para diminuir a liberdade de opinião, a resistência e de ação das pessoas e, claro, aumentam a  sugestionabilidade. Na prática, a pessoa dependente do álcool ou das drogas ou dos psicotrópicos ou barbitúricos é muito mais maleável e controlável pelo sistema, o mesmo que vende estas substâncias. Aqueles que se ajudam e se acostumam à ajuda química, perdem a capacidade de autodeterminação.

Uma sociedade assim, não é uma sociedade livre. Os medicamentos psicoactivos são difundidos com a complacência dos psiquiatras, das empresas farmacêuticas; o imenso mercado das drogas e do álcool é dirigido pela grande finança internacional e o fluxo dos "narco-dólares" em 60% tem lugar nos Estados Unidos, e tem fortes ligações com o tráfico de armas.

Cinema e televisão

Ainda hoje o entretenimento cinematográfico tem importância  em influenciar as massas? A resposta é positiva. Os filmes de propaganda no passado foram capazes de produzir verdadeiras obras-primas ("O Grande Ditador", "O Triunfo da Vontade", para citar alguns), mas também hoje o poder desta arma não está gasto: Hollywood  docet. O cinema tem uma função de vanguarda para transmitir um certo tipo de mensagem, e depois testa-lo e, uma vez passado, transferi-lo para o pequeno ecrã: a televisão!

Na prática, o filme prepara o terreno, preparar o corpo inteiro para o vírus, que depois serão injetados nas mídias de massa, como jornais, rádio e especialmente a televisão. Sem que seja fácil perceber isso, o grande ecrã deixa filtrar nas dobras do guião e da realização a maneira de pensar de amanhã, e o seu grande poder de penetração fica no silêncio e na atenção.  Enquanto a televisão ajuda a falta de pensamento (também muito útil em alguns aspectos), na sala do cinema reina o silencio total e cada um fica sozinho, com a máxima atenção.

Fim

Técnicas de Manipulação Mental é baseado no livro Neuroschiavi: manuale scientifico di autodifesa, di Marco Della Luna e Paolo Cioni, e foi publicado em quatro partes.


Fonte: Fonte: Disinformazione
Tradução e adaptação: Informação Incorrecta
Baseado no livro: “Neuroschiavi: manuale scientifico di autodifesa” de Marco Della Luna e Paolo Cioni, Edições Macro (ISBN-10: 8862290276; ISBN-13:        9788862290272).
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