As Suas Primeiras Proezas: Uma criatura frágil e indefesa... assim parece ser um recém- nascido assim que chega ao mundo. Mas é uma impressão errada, se você pensar em tudo o que ele soube enfrentar no momento do nascimento. Aliás, um momento de grande stress, físico e emotivo. Imagine só: durante nove meses, seu bebê esteve envolvido pelo líquido amniótico, os rumores externos mal chegando a perturbá-lo, seguro e tranquilo dentro do seu utero... e de repente, ele se vê em um ambiente totalmente novo, luz no lugar da penumbra, ar no lugar da água, barulhos no lugar do silêncio. Estímulos tão diversos que o obrigam a ter uma resposta imediata. Cada bebê é capaz, desde os primeiros instantes de vida, de interagir com o mundo que agora o acolhe. Em frações de segundos, tudo se revoluciona, e para sobreviver a uma mudança assim tão repentina, ele reage de impulso, em um modo perfeito. São as chamadas respostas instintivas, que fazem com que ele saiba respirar, chupar, interagir de imediato com o novo ambiente que o rodeia.
O corpo deve funcionar corretamente, perfeitamente. Isso é uma arte, isso não é uma austeridade. Não é uma austeridade; você não deve lutar com ele, você precisa simplesmente compreendê-lo. O corpo é tão sábio mais sábio do que sua mente, lembre-se, porque o corpo tem existido por mais tempo do que a mente. A mente é uma recém chegada, apenas uma criança. O corpo é muito antigo, muito antigo porque quando você se movia como uma rocha, o corpo estava lá, a mente estava profundamente adormecida. Então você se tornou uma árvore, o corpo estava lá, com todo o seu verdor e flores. A mente permanecia profundamente adormecida; não tão adormecida como na rocha, mas ainda adormecida. Você se tornou um animal, um tigre; o corpo estava tão vivo cheio de energia, todavia a mente ainda não estava funcionando. Você se tornou um pássaro, você se tornou um homem... O corpo tem estado funcionando por milhões de anos.
Sempre que dou aula de Clínica Médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta: “Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó ter confusão mental?” Alguns arriscam: “Tumor na cabeça:”. Eu digo: “Não”. Outros apostam: “Mal de Alzheimer”. Respondo, novamente: “Não”.A cada negativa a turma espanta-se. E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os responsáveis mais comuns: diabetes descontrolado; infecção urinária; a família passou um dia inteiro no shopping, enquanto os idosos ficaram em casa. Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos. Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam se com rapidez. A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos (”batedeira”), angina (dor no peito), coma. Insisto: não é brincadeira. Ao nascermos, 90% do nosso corpo é constituído de água. Na adolescência, isso cai para 70%. Na fase adulta, para 60%. Na terceira idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento.
Bel César - Todos nós conhecemos a necessidade de amar e ser amado. No entanto, quando esta necessidade se torna carência, há algo extra a ser alertado: estamos vulneráveis e desequilibrados. A origem da carência afetiva encontra-se em nossa dificuldade para receber amor. É como estar com fome e não ter estômago para digerir. Mas, como será que nosso "estômago afetivo" tornou-se tão pequeno? Fomos nos alimentando cada vez menos, à medida em que o alimento emocional tornou-se escasso ou invasivo. Em outras palavras, fomos instintivamente diminuindo nosso estado de receptividade ao associar a experiência de receber amor a vivências de insuficiência, abandono ou de um controle excessivo. Se nos sentimos manipulados ao receber alimentos, presentes, elogios, carícias e incentivos, associamos a idéia de receber com o dever de retribuir algo além de nossa capacidade ou vontade pessoal. Quem não se lembra de ter escutado advertências como: