Uma organização que combina elementos de ocultismo, sacrifício humano e teorias de supremacia racial. Soa como algo saído de um romance sombrio ou de uma conspiração cinematográfica, certo? Mas isso existe – ou ao menos dizem que existe. A Ordem dos Nove Ângulos (ONA) é uma das mais controversas e enigmáticas organizações satanistas já surgidas, com raízes profundas em ideologias extremistas e práticas esotéricas perigosamente radicais. E se você pensa que estamos falando de “satanismo light”, à la Igreja de Satanás , prepare-se para mergulhar em águas bem mais profundas e turvas.

Uma Breve Introdução à ONA: O Que Há Por Trás do Nome?

Fundada na Inglaterra nos anos 1960, a ONA surgiu da fusão de três templos neopagãos: Camlad , The Noctulians e o Temple of the Sun . Embora tenha permanecido nas sombras por décadas, a ONA ganhou notoriedade pública entre as décadas de 1980 e 1990, quando começou a divulgar seus escritos e ensinamentos. Hoje, a organização opera em células clandestinas chamadas de traditional nexions – ou, como são conhecidas vulgarmente, “tribos sinistras” .

Mas o que torna a ONA tão diferente de outros grupos satanistas? Para começar, ela não se limita a rituais simbólicos ou filosofias individualistas. A ONA prega uma abordagem extremamente radical, que mistura ocultismo, niilismo e até mesmo ideologias fascistas. E se você acha que isso soa absurdo, espere até conhecer os detalhes.

David Myatt e Anton Long: Quem Está Por Trás da Máscara?

A história da ONA está intrinsecamente ligada a um nome polêmico: David Myatt . Autor de boa parte dos textos publicados pela ONA sob o pseudônimo de Anton Long , Myatt é uma figura controversa que transita entre o extremismo político e o ocultismo. De acordo com investigações jornalísticas, ele teria sido um guarda-costas de figuras nazistas britânicas e estaria envolvido em movimentos neo-nazistas.

Apesar de negar qualquer conexão com a ONA, Myatt foi acusado repetidamente de ser o verdadeiro rosto por trás de Anton Long. Em um gesto dramático (e talvez irônico), ele chegou a desafiar jornalistas que o acusavam a um duelo – um convite que, claro, ninguém aceitou. Mais tarde, Myatt supostamente abandonou suas crenças satanistas e se converteu ao Islã, adotando o nome de Abdul-Aziz ibn Myatt . No entanto, as acusações de atividades subversivas continuaram a persegui-lo.

Essa dualidade – entre extremismo político e busca espiritual – é um dos aspectos mais intrigantes da ONA. Seria ela apenas uma fachada para ideologias racistas? Ou há algo mais profundo e obscuro por trás de suas doutrinas?

O Satanismo da ONA: Uma Jornada Extrema de Auto-Superação

Para entender a ONA, é preciso primeiro compreender sua visão peculiar do satanismo. Diferente da abordagem mais “moderna” da Igreja de Satanás , que foca em filosofia individualista e rejeição de dogmas religiosos, a ONA propõe um caminho muito mais radical: o Caminho da Mão Esquerda .

Esse caminho é descrito como uma jornada de auto-domínio e superação pessoal, mas com um toque sombrio. Os adeptos são incentivados a transcender seus limites físicos e mentais através de atos extremos – como viver por meses isolados em florestas, realizar rituais perigosos e até participar de sacrifícios humanos. Sim, você leu certo: sacrifício humano .

Segundo Anton Long, esses sacrifícios servem a um propósito “Darwiniano”: eliminar os fracos e doentes para promover a evolução da humanidade. Claro, essa justificativa é profundamente questionável, mas faz parte da mitologia da ONA. Para eles, esses atos não são apenas simbólicos; são vistos como necessários para a criação de uma nova civilização – uma civilização ariana guerreira .

Rituais Peculiares e Controvérsias

Os rituais da ONA são tão bizarramente detalhados quanto inquietantes. Em um deles, descrito no Codex Saerus , o candidato passa por uma cerimônia que envolve nudez, danças anti-horárias e toques coletivos por parte da congregação. Parece algo saído de um pesadelo surrealista, mas esse tipo de ritual é apresentado como parte essencial da jornada espiritual.

No entanto, muitos questionam a veracidade dessas descrições. Será que esses rituais realmente acontecem? Ou são apenas narrativas criadas para chocar e intimidar? Vale lembrar que a ONA tem pouquíssimos adeptos fiéis, provavelmente devido à natureza extrema de suas práticas. A maioria dos que tentam ingressar na ordem acaba desistindo ou sendo expulsa antes mesmo de completar os primeiros níveis de iniciação.

Animosidades e Conflitos com Outros Grupos Satânicos

Se você achava que todos os satanistas eram unidos em sua oposição ao cristianismo, a ONA prova exatamente o oposto. A organização é conhecida por seu desprezo aberto por outros grupos satânicos, especialmente a Igreja de Satanás , cuja filosofia é considerada “aguada” e superficial pelos padrões da ONA. Além disso, o Templo de Set também rompeu relações com a ONA nos anos 1980 devido às suas práticas extremas, como o apoio ao sacrifício humano.

Na internet, as discussões entre diferentes facções satânicas frequentemente degeneram em insultos e ameaças vazias. É quase como assistir a crianças brigando no pátio da escola – exceto que, neste caso, algumas delas podem estar defendendo ideias assustadoramente violentas.

Curiosidades e Fatos Interessantes

• Símbolo da ONA : A estrela de nove pontas é o símbolo mais icônico da organização, representando os nove ângulos cósmicos que conectam o mundo causal (nosso universo) ao acausal (um plano transcendental).
• Fake News Satânicas : Recentemente, um suposto membro da ONA foi desmascarado após tentar se passar por um veterano da ordem. Ele havia criado um séquito de seguidores ansiosos para aprender sobre o “verdadeiro satanismo”, mas acabou sendo exposto como um impostor.
• Influência Cultural : Apesar de sua reputação obscura, a ONA inspirou músicas, filmes e obras literárias que exploram temas de ocultismo e extremismo político.

Conclusão: A ONA e Seu Legado Sombrio

A Ordem dos Nove Ângulos é, sem dúvida, uma das organizações mais controversas e misteriosas já criadas. Suas práticas extremas, doutrinas radicais e conexões com ideologias fascistas tornam-na uma figura central no debate sobre o papel do ocultismo na sociedade moderna. Mas será que a ONA é realmente uma ameaça global, como alguns sugerem? Ou é apenas uma curiosidade histórica, confinada às margens do mainstream?

Seja qual for a resposta, uma coisa é certa: a ONA continua a capturar nossa imaginação – e talvez nosso medo – com suas promessas de poder, transformação e caos. E enquanto grupos como esses existirem, o fascínio pelo desconhecido nunca deixará de nos atrair.