No canto pacato de Kent, no sudeste da Inglaterra, uma jovem de 17 anos chamada Natalie Cooper vive uma realidade que desafia a lógica. Imagine só: a cada vez que ela experimenta comida de verdade, o resultado é sempre o mesmo — um ciclo inevitável de mal-estar e náuseas. Parece enredo de filme, mas é real. A única coisa que seu corpo aceita? Balas Tic Tac. Isso mesmo, aquelas pastilhas de 2 calorias, famosas pelo frescor e pela simplicidade, são seu único "alimento" seguro. E, por mais absurdo que pareça, é esse detalhe que mantém Natalie funcionando, ao menos um pouco.
A história de Natalie começa com um mistério médico que deixou até os profissionais de saúde perplexos. No início, os médicos desconfiaram de bulimia. Contudo, logo perceberam que o problema era muito mais complexo. Ninguém sabe ao certo o porquê, mas essas pequenas balas de menta, aparentemente inofensivas e triviais, são o único "refúgio" seguro para o estômago de Natalie. É como se seu corpo tivesse feito um pacto secreto com as Tic Tacs — qualquer coisa além delas, e o alarme interno soa.
Por mais que essas balas tragam um pouco de alívio e até um leve resquício de energia, elas não são suficientes para sustentar uma pessoa em crescimento. Por isso, Natalie precisa de um suplemento nutricional administrado por uma sonda, uma mistura de nutrientes que o corpo absorve sem exigir do estômago a digestão de alimentos sólidos. Mas, convenhamos, essa não é a vida que alguém sonha aos 17 anos, quando o mundo parece cheio de sabores e possibilidades.
É aí que a história ganha uma dimensão ainda mais comovente. Enquanto muitos jovens da sua idade se preparam para o primeiro emprego, o ingresso na universidade ou a próxima aventura, Natalie enfrenta desafios diários que a maioria nem sequer imagina. Ela tentou trabalhar numa loja local, mas os turnos longos e a exigência física foram demais para sua condição. Trabalhar seis horas seguidas tornou-se uma missão impossível, quase como escalar uma montanha sem os equipamentos necessários.
O próximo capítulo dessa jornada ainda está sendo escrito. Natalie aguarda ansiosamente consultas com novos especialistas. Talvez algum médico consiga decifrar o enigma que seu corpo apresenta e, quem sabe, oferecer uma solução que permita a ela viver uma vida plena. Afinal, o desejo de ir para a faculdade e experimentar o mundo está lá, bem vivo. Mas até que essa cura chegue, Natalie segue, com suas balas Tic Tac — pequenas, brancas e azuis, que se tornaram uma metáfora de sua resistência, como um talismã que lhe permite desafiar o inexplicável.