Inovações e Descobertas

Impressora 3D ajuda médicos a salvarem bebê, uma fantástica tecnologia

corar22014 - Médicos de um hospital de Nova York conseguiram salvar a vida de um bebê com apenas duas semanas de vida graças ao auxílio de um equipamento que vem ganhando cada vez mais relevância na medicina: uma impressora 3D. A criança nasceu com cardiopatia congênita, ou seja, o seu coração possuía falhas estruturais e funcionais. É relativamente comum que, nesta condição, as paredes internas do órgão apresentem alguns buracos. Mas os médicos perceberam que, além deste problema, o coração do bebê tinha uma formação interna estranha – uma espécie de “labirinto”. O problema exigia uma intervenção cirúrgica urgente, portanto.

Mas o quadro se mostrava tão complexo que os exames de imagens não eram suficientes para auxiliar os médicos no procedimento. Com apoio financeiro da ONG Matthew’s Hearts of Hope, os médicos conseguiram encontrar uma alternativa: criar uma réplica do coração do bebê em uma impressora 3D a partir de imagens de ressonância magnética do órgão. Tendo a réplica em mãos, os cirurgiões puderam avaliar com precisão cada detalhe da anatomia do coração. Consequentemente, ao final do estudo, os médicos sabiam exatamente quais estruturas mereciam intervenção e como chegar a cada uma delas.

“No passado, teríamos que parar o coração para olhá-lo por dentro para então decidirmos o que fazer. Com esta técnica, foi como se tivéssemos um roteiro para nos guiar”, comemora a doutora Emile Bacha, responsável pela cirurgia.

A empolgação da médica não é exagero. Procedimentos exploratórios são perigosos, conforme exemplifica o cirurgião Erle Austin: “se eu abrir a parte da frente do coração e fizer um dano irreparável, a criança não sobrevive”.

Os médicos que já fizeram uso de reproduções em 3D de órgãos são praticamente unânimes em afirmar que a ideia auxilia nas cirurgias. Mas, como toda tecnologia nova, mais estudos e aperfeiçoamentos são necessários para que impressoras específicas para este fim possam equipar laboratórios e hospitais. Felizmente, muito mais deve vir por aí: conforme já mostramos aqui, impressos 3D já estão sendo usados até como próteses.


Impressora 3D especial 'cria' tecidos humanos sob medida para implantes

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Orelha humana feita com impressora 3D

2016 - Cientistas do Instituto de Medicina Regenerativa Wake Forest revelaram nesta semana uma impressora 3D capaz de criar tecidos humanos. Batizada de Sistema de Impressão de Órgãos e Tecidos, ou ITOP, da sigla em inglês, o equipamento poderá ajudar pessoas que perderam partes de tecidos ou até mesmo ossos. Os pesquisadores foram capazes de imprimir ossos da mandíbula, estruturas cartilaginosas e um ouvido humano. A impressora levou 10 anos para ser completamente desenvolvida e as peças de reposição são desenvolvidas inteiramente no computador, assim, cada parte poderá ser feita sob medida para cada paciente.

O modo de funcionamento da impressora biológica é exatamente igual ao das demais impressoras 3D. O material é impresso camada por camada, mas, ao invés de utilizar plástico, resina e metal, utiliza materiais biológicos parecidos com o tecido humano. O grande diferencial da ITOP em relação às demais impressoras biológicas é que ela consegue fabricar materiais de tamanho e resistência adequados. Além disso, é possível criar canais que servem como pequenos vasos sanguíneos de até 0,02 milímetros. Materiais biodegradáveis, que lembram o plástico, são utilizados como molduras para dar forma ao tecido ou a peça e parte da estrutura das células é feita com um gel a base de água. Além disso, a impressora é capaz de criar microcanais, que são responsáveis por permitir a passagem de nutrientes para as células vivas.

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Parte do osso de uma mandíbula

Para testar se as peças realmente podiam ser utilizadas em transplantes, os cientistas testaram o material em animais vivos. Uma orelha do tamanho normal para um humano foi implantada sob a pele de ratos. Após dois meses, as orelhas mantiveram o formato original. Além disso, foram formados os tecidos da cartilagem e vasos sanguíneos. As células-tronco foram usadas para criar fragmentos de ossos da mandíbula. Passados cinco meses do transplante, o osso impresso na ITOP já havia formado tecidos ósseos vascularizados, o que indica que, no futuro, poderemos reconstruir a face de humanos. No momento, os tecidos e ossos criados na impressora ainda estão sendo testado em ratos e outros animais. Quando os especialistas estiverem certos da segurança das peças, poderão começar os testes em humanos.


Fonte: The Independent
The Verge