Estamos obsoletos? O alerta de Yuval Harari sobre a tecnologia

Estamos obsoletos? O alerta de Yuval Harari sobre a tecnologia

Você acorda um dia e descobre que, aos olhos de quem toma as grandes decisões, você simplesmente não é mais necessário. Pode soar como roteiro de ficção científica, mas essas foram as palavras de Yuval Noah Harari, conselheiro do Fórum Econômico Mundial (WEF). Em uma entrevista recente, ele declarou que a maioria dos 7,5 bilhões de habitantes do planeta pode se tornar obsoleta devido às novas tecnologias como inteligência artificial, aprendizado de máquina e bioengenharia. Epa, como assim?

Essa não é a primeira vez que Harari solta uma declaração bombástica. Historiador, futurista e autor best-seller, ele costuma prever cenários em que boa parte da população mundial é considerada “útil” apenas como um número. Segundo ele, estamos entrando na época da “Humanidade 2.0”, onde só haverá espaço para quem se adaptar às novas exigências tecnológicas. Quem não conseguir acompanhar, bom, esses seriam os tais “inempregáveis”.

Mas não se engane. Por trás dessas palavras sofisticadas, está um discurso que tem gerado debates acalorados e até teorias da conspiração. Para Harari, a solução seria manter as massas “pacificadas” com drogas e entretenimento – uma ideia que soa mais como distopia do que como solução.

Inuteis Yuval

O futuro ou um pesadelo anunciado?

Harari não é uma figura isolada. Ele é um dos conselheiros principais de Klaus Schwab, fundador do WEF, aquele evento famoso que acontece todo ano em Davos, Suíça. É lá que chefes de estado, bilionários, artistas e influenciadores globais se reúnim para discutir “o futuro do mundo”. Mas não é difícil entender por que muitos veem esses encontros como algo mais sombrio do que inspirador. Afinal, o discurso é de inclusão, mas as soluções parecem excluir quem não se encaixa no padrão.

Nas palavras de Harari, o século 20 foi moldado por três grandes narrativas: fascismo, comunismo e liberalismo. Todas elas, de alguma forma, colocavam o “homem comum” no centro da discussão. No entanto, o século 21 traz uma mudança drástica. “As pessoas não fazem mais parte da história do futuro”, ele afirma. Parece drástico? Talvez seja porque é mesmo.

Tecnologia: Salvador ou carrasco?

A cada dia, a tecnologia avança a passos largos. Inteligência artificial substituindo empregos, bioengenharia transformando nossos corpos, e o aprendizado de máquina redefinindo como vivemos e trabalhamos. Não é de se admirar que muitos se sintam desamparados diante desse tsunami tecnológico. E Harari faz questão de lembrar que nem todos estarão prontos para os “empregos interessantes” que surgirem. “Eles exigirão habilidades altas e muita educação”, diz ele. Mas quantos terão acesso a essas oportunidades?

Se você está se perguntando onde isso vai parar, a resposta pode ser sombria. Harari sugere que estamos entrando em uma era parecida com o paganismo gnóstico, onde uma elite detém o conhecimento enquanto o resto vive à margem. Parece coisa de filme, mas é o cenário que ele pinta com suas palavras.

Uma mensagem que divide opiniões

Não é difícil entender por que Harari é uma figura tão polêmica. Por um lado, ele é visto como visionário, antecipando os desafios de um mundo cada vez mais digital. Por outro, suas ideias soam frias e desumanas, como se estivéssemos rumando para um futuro onde a empatia é substituída pela eficiência.

Mas, e você? Concorda com essa visão de mundo? Acredita que estamos mesmo caminhando para um futuro onde a maior parte de nós será descartável? Ou acha que ainda há esperança de resgatar a humanidade em meio a tantos avanços tecnológicos?