Nos últimos anos, um novo modelo de negócio tem dominado o mercado: tudo virou "as a service". Software, jogos, bancos, dados... Até o crime entrou na onda com o "ransomware as a service". E adivinha? A indústria farmacêutica também encontrou seu caminho nesse formato lucrativo.
Vamos chamá-lo de Pharma as a Service (PaaS). O conceito é simples: transformar medicamentos em produtos recorrentes, garantindo que os consumidores precisem deles repetidamente. Afinal, se você fosse dono de uma empresa multibilionária, preferiria vender uma cura definitiva ou um tratamento que precisa ser renovado a cada seis meses? Pois é.
O Modelo Farmacêutico: Lentidão Burocrática ou Estratégia de Mercado?
Para que um medicamento seja aprovado, ele precisa passar por um processo rigoroso de testes. Nos Estados Unidos e em outros países, os ensaios clínicos de Fase III são os mais cruciais, aqueles estudos gigantescos e caríssimos que comprovam a eficácia e a segurança de uma droga antes de sua liberação.
O problema? Esse processo é lento, caro e arriscado. Se um medicamento falha, lá se vão milhões (ou bilhões) pelo ralo. Por isso, apenas as farmacêuticas gigantes conseguem bancar essas apostas de alto risco. As pequenas? Bem, ficam pelo caminho.
Agora, imagine se houvesse um jeito de acelerar tudo isso, vender a ideia de que o mundo precisa desesperadamente de um novo remédio e, melhor ainda, garantir que ele tenha que ser usado regularmente? Esse é o jogo.
A Oportunidade de Ouro: Vacinas e a Assinatura Biológica
A pandemia de Covid-19 foi um divisor de águas. A Pfizer, por exemplo, viu sua receita quadruplicar com a vacina. Para termos uma ideia, antes da pandemia, a empresa faturava cerca de US$ 50 bilhões por ano. Só com as vacinas contra Covid, ela arrecadou US$ 33,5 bilhões em 2021. Um verdadeiro bilhete premiado.
Os EUA pagaram cerca de US$ 20 por dose, enquanto Israel chegou a desembolsar US$ 30. E isso só no primeiro ciclo de doses. Quando vieram os reforços, um novo mercado se consolidou: um ciclo contínuo de compras governamentais, financiando a produção sem que as empresas precisassem se preocupar com demanda. O cliente era garantido.
Vacinas Como Serviço: O Modelo de Receita Perfeita
Imagine um mundo onde, a cada seis meses, bilhões de pessoas precisam de uma nova dose de um produto que só algumas empresas podem fabricar. Melhor ainda, os governos pagam a conta! Um fluxo de receita recorrente, com previsibilidade financeira e pouca concorrência.
Se uma taxa de mercado mais realista se estabilizar em US$ 5 por dose e um bilhão de pessoas seguir com reforços anuais, estamos falando de US$ 5 bilhões anuais em receita recorrente. Para uma empresa que já fatura US$ 50 bilhões, pode parecer pouco, mas como dizem no mercado financeiro: dinheiro fácil nunca é demais.
O Dilema da Narrativa: Quem Decide o Que é Necessário?
Agora vem a ironia. Os mesmos meios de comunicação que adoram denunciar os bilhões faturados pela Big Pharma também são os maiores defensores das campanhas de vacinação em massa. O New York Times, The Guardian, MSNBC, entre outros, criticam os lucros exorbitantes das farmacêuticas enquanto defendem a ampliação da vacinação obrigatória.
O que realmente está acontecendo aqui? Estamos diante de um dilema moral ou de um jogo de interesses? A resposta pode estar nos interesses financeiros ocultos que permeiam tanto a indústria farmacêutica quanto os próprios canais de informação.
Por Que Ignoramos as Alternativas?
Outro ponto curioso é o silêncio das autoridades sobre soluções simples e acessíveis. Durante a pandemia, várias pesquisas indicaram que exercícios físicos, vitamina D e uma boa saúde metabólica poderiam reduzir os impactos do vírus. Mas esses não eram produtos vendáveis. Não geravam receita recorrente.
Medicamentos baratos e já existentes, como ivermectina e fluvoxamina, também surgiram como opções promissoras. Mas, ao invés de discutir suas possíveis vantagens, a mídia e as autoridades ridicularizaram essas soluções. Será que o problema era a eficácia ou a falta de lucratividade?
O Que Podemos Aprender Com Isso?
Este não é um manifesto anti-vacina, nem uma teoria da conspiração. É um convite para questionar. Quando uma indústria bilionária encontra um modelo de negócio altamente lucrativo, é ingênuo acreditar que não haverá pressão para manter esse sistema rodando. A Big Pharma tem todo o interesse em expandir e manter seus produtos em alta demanda.
A pergunta é: até que ponto isso está alinhado com o interesse público? E, mais importante, como garantir que as decisões sobre saúde sejam baseadas na ciência e não apenas na próxima grande oportunidade de receita?
Afinal, se a história nos ensinou alguma coisa, é que onde há muito dinheiro envolvido, as prioridades podem se tornar bem flexíveis.
Se você leu até aqui, já sabe que a indústria farmacêutica é mais do que apenas um setor de saúde: é um império comercial com seus próprios interesses. A questão é: quem realmente está no comando das nossas escolhas de saúde?