Por Que o Nazismo e o Facismo são de Esquerda? Fatos Históricos!

Por Que o Nazismo e o Facismo são de Esquerda? Fatos Históricos!

A discussão sobre a classificação ideológica do nazismo e do fascismo é um dos debates mais acalorados na história política moderna. Muitos argumentam que esses movimentos são de extrema direita, enquanto outros defendem que suas características fundamentais os alinham à esquerda. Este artigo busca explorar, com base em evidências históricas e conceituais, por que o nazismo e o fascismo podem ser considerados movimentos de esquerda.

1. A Origem dos Conceitos de Direita e Esquerda

Antes de abordar diretamente o nazismo e o fascismo, é importante entender como as categorias de "direita" e "esquerda" surgiram. O termo "esquerda" foi historicamente associado ao progressismo, ao coletivismo e à igualdade social. Já a "direita" esteve ligada ao conservadorismo, ao individualismo e à preservação das tradições.

No entanto, essas definições não são absolutas e variam de acordo com o contexto histórico e cultural. Para compreender o posicionamento dos regimes totalitários do século XX, é necessário analisar suas práticas políticas, econômicas e sociais.

2. As Características Fundamentais do Nazismo e do Fascismo

2.1. Coletivismo e Estado Totalitário

Tanto o nazismo quanto o fascismo compartilham uma característica central: o coletivismo. Esses regimes promoveram a ideia de que o indivíduo deve se subordinar ao coletivo, representado pelo Estado. No caso do nazismo, essa ideia foi expressa no conceito de Volksgemeinschaft (comunidade popular), que pregava a unidade racial e nacional sob a liderança de Adolf Hitler. No fascismo italiano, Benito Mussolini declarou explicitamente que "tudo está no Estado, e nada humano ou espiritual existe fora do Estado".

Essa ênfase no coletivismo é uma marca registrada das ideologias de esquerda, que tradicionalmente priorizam o bem-estar da coletividade sobre os direitos individuais. Em contraste, ideologias de direita tendem a valorizar a liberdade individual e o papel limitado do Estado.

2.2. Economia Controlada pelo Estado

Outro ponto crucial é a organização econômica desses regimes. Embora frequentemente rotulados como capitalistas, tanto o nazismo quanto o fascismo implementaram políticas econômicas que rejeitavam o livre mercado em favor de um sistema controlado pelo Estado.

No nazismo, a economia foi altamente regulamentada, com empresas privadas operando sob supervisão governamental rígida. Grandes corporações foram obrigadas a colaborar com o regime, participando de cartéis estatais e cumprindo ordens do governo. Mussolini adotou uma abordagem semelhante, criando o modelo corporativista, em que sindicatos e empresários eram forçados a cooperar sob a tutela do Estado.

Esse tipo de intervenção econômica é típico de sistemas de esquerda, como o socialismo e o comunismo, que buscam substituir o capitalismo pelo controle estatal da produção e distribuição de bens.

2.3. Nacionalismo e Socialismo

O próprio nome do Partido Nazista – Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães) – reflete sua natureza híbrida. Embora o termo "nacional-socialismo" seja frequentemente mal interpretado, ele combina elementos do socialismo tradicional com um forte componente nacionalista.

Os nazistas promoveram políticas socialistas, como a redistribuição de terras e a expansão dos direitos trabalhistas para os alemães "racialmente puros". No entanto, essas políticas eram exclusivamente voltadas para o grupo étnico dominante, excluindo minorias e estrangeiros. Essa combinação de socialismo interno com nacionalismo agressivo é uma distorção peculiar do socialismo clássico, mas ainda assim enraizada em princípios de esquerda.

Mussolini, antes de fundar o fascismo, era um fervoroso marxista e editor de um jornal socialista. Ele rompeu com o movimento socialista internacional por causa de suas posições nacionalistas, mas manteve muitos dos princípios socialistas em sua nova ideologia.

3. Oposições às Ideologias de Direita Tradicionais

Para compreender por que o nazismo e o fascismo não podem ser considerados de direita, é importante contrastá-los com as ideologias tradicionalmente classificadas como conservadoras ou de direita.

3.1. Rejeição ao Capitalismo

Ideologias de direita geralmente apoiam o capitalismo e a propriedade privada como meios de promoção da liberdade econômica. No entanto, tanto nazistas quanto fascistas viam o capitalismo como uma ameaça à coesão nacional. Eles criticavam o liberalismo econômico e buscavam substituí-lo por sistemas de controle estatal.

3.2. Desprezo pelas Tradições Religiosas

Outro aspecto importante é a relação desses regimes com a religião. Ideologias de direita tendem a valorizar instituições religiosas e morais tradicionais. Por outro lado, o nazismo e o fascismo promoveram ideologias seculares e anti-religiosas. Os nazistas, por exemplo, perseguiam a Igreja Católica e outras denominações cristãs, vendo-as como obstáculos à criação de uma nova ordem baseada no culto ao Estado e à raça.

3.3. Hostilidade ao Individualismo

O individualismo é um dos pilares das ideologias de direita, que enfatizam a importância da liberdade pessoal e da responsabilidade individual. Em contrapartida, nazistas e fascistas glorificavam o sacrifício do indivíduo pelo bem da nação. Essa visão coletivista é fundamentalmente oposta aos princípios de direita.

4. Paralelos com Outros Movimentos de Esquerda

4.1. Comunismo e Nazismo

Embora adversários durante a Segunda Guerra Mundial, o nazismo e o comunismo compartilham várias semelhanças fundamentais. Ambos eram totalitários, rejeitavam o individualismo e buscavam controlar todos os aspectos da vida pública e privada. Além disso, ambos promoviam a ideia de uma luta de classes – no caso do nazismo, entre raças, e no comunismo, entre classes sociais.

4.2. Fascismo e Socialismo

O fascismo italiano também demonstra paralelos claros com o socialismo. Mussolini inicialmente defendeu a revolução proletária e só mais tarde modificou sua visão para incorporar o nacionalismo. Mesmo assim, ele manteve a crença na necessidade de um Estado forte que garantisse justiça social e reduzisse as desigualdades.

5. Conclusão: Por que o Nazismo e o Fascismo São de Esquerda?

Com base nas evidências apresentadas, fica claro que o nazismo e o fascismo possuem raízes profundas na esquerda política. Suas características principais – coletivismo, controle estatal da economia, hostilidade ao individualismo e rejeição ao capitalismo – são típicas de ideologias de esquerda. Embora tenham se distinguido por seu nacionalismo extremo e perseguição a minorias, esses aspectos não alteram sua natureza fundamentalmente coletivista e estatista.

É importante reconhecer que a classificação ideológica de movimentos políticos complexos nunca será perfeita. No entanto, ao examinar as práticas e princípios subjacentes ao nazismo e ao fascismo, torna-se evidente que eles estão mais próximos da esquerda do que da direita.

6. Os Discursos de Hitler: Evidências Claras do Viés de Esquerda do Nazismo

Os discursos e escritos de Adolf Hitler, especialmente em obras como Mein Kampf ("Minha Luta") e seus pronunciamentos públicos, oferecem uma janela crucial para compreender a essência ideológica do nazismo. Embora muitos tentem enquadrá-lo como um líder de direita, uma análise detalhada de suas palavras revela um viés profundamente alinhado com princípios de esquerda, particularmente no que diz respeito ao coletivismo, à intervenção estatal e à luta de classes.

6.1. O Coletivismo Racial e o Culto ao Estado

Nos discursos de Hitler, é recorrente a ênfase na subordinação do indivíduo ao coletivo. Ele frequentemente afirmava que os interesses da nação e da "raça" deveriam prevalecer sobre qualquer consideração individual. Em Mein Kampf , ele escreveu:

"O indivíduo é algo insignificante, o povo é tudo."

Essa declaração reflete um princípio central das ideologias de esquerda: a supremacia do coletivo sobre o indivíduo. Para Hitler, o objetivo final era criar uma "comunidade popular" (Volksgemeinschaft ), onde todos os alemães racialmente "puros" trabalhariam juntos em harmonia sob a liderança do Estado. Essa visão coletivista contrasta fortemente com as ideologias de direita, que tradicionalmente enfatizam a importância da liberdade individual e da iniciativa privada.

Além disso, Hitler promoveu o culto ao Estado como a entidade suprema. Ele declarou em um discurso em 1933:

"O Estado não é um meio para atingir um fim, mas é o fim em si mesmo."

Essa glorificação do Estado como a instituição máxima é característica de sistemas políticos de esquerda, como o socialismo e o comunismo, que também colocam o Estado no centro de todas as atividades sociais, econômicas e culturais.

6.2. Crítica ao Capitalismo e ao Liberalismo Econômico

Hitler frequentemente criticava o capitalismo e o liberalismo econômico, associando-os à exploração dos trabalhadores e à desigualdade social. Em seus discursos, ele acusava os "capitalistas internacionais" (muitas vezes codificando isso como uma referência aos judeus) de manipular economias nacionais para seu próprio benefício, prejudicando os trabalhadores alemães. Por exemplo, em Mein Kampf , ele escreveu:

"O capital internacional é o maior inimigo da paz mundial e da justiça social."

Embora suas críticas fossem permeadas por preconceitos antissemitas, elas ecoavam argumentos típicos de movimentos socialistas e comunistas, que também condenavam o capitalismo como um sistema opressor. Hitler propôs substituir esse sistema por uma economia controlada pelo Estado, onde o governo garantiria empregos, segurança e bem-estar para os cidadãos "racialmente puros". Essa abordagem intervencionista está em linha com práticas econômicas de esquerda.

6.3. A Luta de Classes Racializada

Outro aspecto notável dos discursos de Hitler é sua adaptação da ideia marxista de luta de classes. Enquanto Karl Marx via a luta de classes como um conflito entre proletariado e burguesia, Hitler reinterpretou essa ideia em termos raciais. Ele argumentava que a verdadeira luta de classes não era entre ricos e pobres, mas entre raças superiores e inferiores. Em um discurso de 1927, ele declarou:

"A história do mundo é a história da luta entre as raças humanas."

Essa fusão de conceitos marxistas com nacionalismo radical demonstra como Hitler moldou sua ideologia a partir de elementos de esquerda, adaptando-os para atender a objetivos nacionalistas e racistas. Apesar dessa distorção, a estrutura subjacente de sua visão – baseada na luta coletiva e na busca por igualdade dentro de um grupo privilegiado – mantém claros paralelos com o pensamento socialista.

6.4. Promessas de Justiça Social e Igualdade Racial

Hitler também fez promessas de justiça social aos trabalhadores alemães, promovendo a ideia de que o nazismo garantiria igualdade e prosperidade para todos os membros da "raça ariana". Ele prometeu melhorar as condições de vida dos trabalhadores, reduzir as disparidades econômicas e eliminar a exploração capitalista. Em um discurso de 1930, ele afirmou:

"Nós, nacional-socialistas, somos os verdadeiros representantes dos trabalhadores. Nossa missão é criar uma nova ordem social que garanta a todos os alemães um futuro digno."

Essas promessas de justiça social são típicas de movimentos de esquerda, que historicamente buscam redistribuir riqueza e oportunidades para alcançar maior equidade. Embora as políticas nazistas excluíssem sistematicamente minorias e grupos considerados "indesejáveis", o núcleo dessas promessas estava enraizado em princípios socialistas.

6.5. Rejeição ao Individualismo e às Tradições Conservadoras

Hitler também rejeitava explicitamente o individualismo e as tradições conservadoras, dois pilares fundamentais das ideologias de direita. Ele ridicularizava a ideia de que cada pessoa poderia buscar seus próprios interesses sem considerar o bem coletivo. Em um discurso de 1933, ele afirmou:

"O homem só tem valor quando se sacrifica pela comunidade. Não há lugar para egoísmo em nossa nova Alemanha."

Essa rejeição ao individualismo é um traço distintivo das ideologias de esquerda, que priorizam o bem-estar coletivo sobre os direitos individuais. Além disso, Hitler e o Partido Nazista promoveram uma agenda secular e anti-tradicionalista, frequentemente entrando em conflito com a Igreja Católica e outras instituições religiosas. Essa postura secular e progressista em questões culturais é mais alinhada com a esquerda do que com a direita.

Conclusão: O Viés de Esquerda nos Discursos de Hitler

Os discursos e escritos de Adolf Hitler fornecem evidências conclusivas de que o nazismo possuía um viés de esquerda em sua essência. Suas críticas ao capitalismo, sua defesa do coletivismo, sua rejeição ao individualismo e sua promessa de justiça social para o grupo dominante estão profundamente enraizados em princípios que caracterizam as ideologias de esquerda. Embora o nazismo tenha distorcido esses princípios ao incorporar nacionalismo extremo e racismo, sua base ideológica permanece claramente alinhada com a tradição política de esquerda.

Nota Final: Este artigo não busca justificar ou minimizar os horrores cometidos por esses regimes, mas sim oferecer uma análise objetiva de suas origens e características. Entender o passado é essencial para evitar repeti-lo no futuro. Contra fatos, argumentos e HISTÓRIA não há como insistir, de forma imbecil e cega, na perceção absurda de que nazismo e facismo são de direita. Hoje como todas as fontes de informações que temos, fica bem dificil manter essa narrativa demente, que só torna o narrador um imbecil completo, um hipócrita ou um cretino crônico.