Quando olhamos para o brasão do Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito, é impossível não se encantar com a riqueza de significados por trás de cada detalhe. Esse símbolo é muito mais que uma simples representação gráfica: é um verdadeiro tesouro histórico, um elo entre o passado e o presente, carregado de simbolismo e poder.
No centro do brasão, destaca-se a imponente Águia Bicéfala Coroada, com asas abertas como se estivesse prestes a alçar voo. Em suas garras firmes, uma espada que representa a justiça e a força. Sob essa figura emblemática, encontra-se o lema em latim "Deus Meumque Jus" (Deus e o meu Direito), seguido pela expressão "Ordo ab Chao" (A Ordem nasce do Caos). Só por aí já dá pra sentir o peso desse emblema, né?
No peito da águia, o delta com o numeral 33 chama a atenção. Esse número não é qualquer um: ele marca o grau mais elevado do Rito Escocês, um verdadeiro ápice na escala maçônica. Mas o que isso significa, exatamente? Para entender, precisamos voltar no tempo.
Uma Jornada pelo Tempo: A Fundação do Supremo Conselho
Foi em 12 de novembro de 1832 que tudo começou, pelas mãos de Francisco Gê Acaiaba de Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha. Esse nome, apesar de não tão falado nos livros de história, carrega consigo uma importância gigantesca. Montezuma, além de ser uma figura visionária, foi o responsável por trazer para o Brasil a essência dos graus filosóficos do Rito Escocês, conectando nossa terra a uma tradição que atravessa séculos e continentes.
Hoje, o Brasil abriga dois Supremos Conselhos que lideram o Rito Escocês Antigo e Aceito:
- O Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito, que mantém uma parceria histórica com as lojas do Grande Oriente do Brasil (GOB), tendo sua sede no Campo de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
- O Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, aliado às Grandes Lojas Maçônicas, localizado na Rua Barão de Icaraí, também no Rio de Janeiro.
Essa divisão, apesar de parecer complexa, reflete a força e a diversidade da maçonaria brasileira, sempre conectada a tradições globais.
A Águia Bicéfala: Um Símbolo Milenar
Agora, voltemos o olhar para a poderosa Águia Bicéfala. Sua origem remonta a tempos imemoriais, aparecendo pela primeira vez em Lagash, na antiga Suméria, cerca de 2.000 a.C. Imagine só: um símbolo tão antigo atravessou milênios e culturas, sendo adotado por civilizações como os hititas, seljúcidas e, mais tarde, pelas grandes monarquias da Europa, como os Habsburgos e os Romanov.
Na maçonaria, a águia ganhou destaque em 1759, na França, sendo escolhida como emblema do “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente”. Com suas duas cabeças, simboliza a dualidade e a vigilância: um olhar voltado para o passado, aprendendo com a história, e outro para o futuro, buscando construir um mundo mais justo.
Curiosidades que Você Não Sabia
- Você sabia que o lema "Ordo ab Chao" tem raízes filosóficas profundas? Ele reflete a ideia de que, mesmo nos momentos mais caóticos, é possível encontrar equilíbrio e harmonia. Um ensinamento que parece mais atual do que nunca, não é?
- E que tal essa: o número 33 não é apenas simbólico na maçonaria, mas também tem representações em diversas culturas. Para muitos, ele é associado à iluminação e à sabedoria.
Por Que Esse Tema Ainda É Relevante?
Em tempos em que tradições parecem se perder, o estudo de símbolos como o brasão do Supremo Conselho nos lembra que a história está viva e pulsante. Ela nos conecta a ideias maiores, inspira reflexões e, claro, atiça a curiosidade. Afinal, como não se fascinar com uma águia que carrega séculos de histórias nas asas?
Então, da próxima vez que você cruzar com o brasão, olhe além do desenho. Enxergue o que ele realmente é: um testemunho vivo de uma ordem que busca, acima de tudo, a evolução do ser humano.