
Embora sua fluência em russo fosse limitada e difícil de entender devido ao isolamento, ela desenvolveu habilidades notáveis na culinária, caça, leitura e costura devido aos seus anos de vida isolada. O afastamento da sociedade resultou das crenças religiosas de sua família, que seguiam os ritos e a liturgia mais antigos da Igreja Ortodoxa Russa e foram perseguidos tanto pelos czares quanto pelo regime comunista na Rússia. A partir de 1936, seus pais, Karp e Akulina, optaram por fugir depois que uma patrulha bolchevique atirou em um tio de Agafia. Sob condições extremamente difíceis, Agafia e seu irmão Dmitriy cresceram sem acesso à educação formal ou assistência médica. Nos primeiros anos de isolamento de seus pais, enfrentaram extrema escassez, chegando ao ponto de consumirem o couro de seus sapatos em momentos de necessidade. No entanto, quando Agafia nasceu, seus pais já estavam isolados havia oito anos e puderam transmitir-lhe as habilidades de sobrevivência. Quando recebeu a equipe de pesquisadores em sua residência pela primeira vez, ela os acolheu no rigoroso frio com generosidade.
Com surpresa, a equipe prosseguiu monitorando e revisitando Agafia em busca de informações sobre como ela conseguiu sobreviver apesar do isolamento. Agafia, por sua vez, ficou intrigada com os dispositivos que os geólogos trouxeram consigo - um aparelho de rádio para ouvir e transmitir informações e um aparelho de televisão portátil. Essa descoberta recebeu ampla cobertura na mídia científica global, o que levou, em 1980, a um convite do governo soviético para que Agafia conhecesse a sociedade fora de seu isolamento. Durante a visita, ela teve a oportunidade de ver pela primeira vez carros, aviões e dinheiro, mas ficou especialmente impressionada ao observar um magnífico cavalo que fazia parte da cavalaria militar.

A barraca que abrigou a família por mais de 40 anos
A partir desse momento, aprimorou sua habilidade de falar em russo e passou a ter a oportunidade de explorar literatura não relacionada à religião. No entanto, ela optou por regressar à floresta, onde permanece até os dias atuais, mesmo aos 75 anos de idade. Ela só deixa seu local de residência em situações de emergência para buscar assistência médica e recebe visitas de indivíduos religiosos com os quais discute os rituais antigos de sua fé. Agafia escolheu permanecer no lugar de seu nascimento e demonstrou habilidade em adaptar-se a essa forma de vida.
REFERENCIAS: AVENTURAS NA HISTÓRIA
CURIOSIDADES HISTÓRICAS
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