Howard Carter é uma figura histórica imortalizada pela descoberta do túmulo do faraó Tutancâmon, uma das maiores descobertas arqueológicas de todos os tempos. Além do fascínio por seus achados, a descoberta de Carter foi acompanhada de uma lenda assustadora: a maldição de Tutancâmon. Este artigo explora em detalhes a trajetória de Howard Carter, a história por trás da tumba do faraó e os mistérios sobrenaturais que cercam a chamada "maldição".
A Trajetória de Howard Carter até a Descoberta
Howard Carter nasceu em 1874, na Inglaterra, e desde jovem demonstrava aptidão para as artes, especialmente o desenho. Isso o levou ao Egito, onde começou a trabalhar como ilustrador para arqueólogos. Sua carreira deu um salto em 1907, quando foi contratado por Lord Carnarvon, um aristocrata inglês com grande interesse em escavações arqueológicas. Carnarvon investiu recursos significativos nas buscas de Carter, que se concentraram no Vale dos Reis, onde acreditavam que ainda havia sepulturas inexploradas.
A Descoberta do Túmulo de Tutancâmon
Em 4 de novembro de 1922, após anos de escavações infrutíferas e pressões financeiras, Carter finalmente encontrou o que procurava: o túmulo praticamente intacto de Tutancâmon, um jovem faraó do Egito que morreu aos 19 anos. Essa descoberta mudou o curso da egiptologia. A tumba estava repleta de tesouros, móveis funerários e o famoso sarcófago dourado que continha a múmia do faraó.
O achado de Carter trouxe grande fama, mas logo a descoberta foi ofuscada por algo ainda mais intrigante: a maldição do faraó.
A Maldição de Tutancâmon
A lenda da maldição de Tutancâmon ganhou força logo após a abertura da tumba. Segundo relatos, uma inscrição na entrada do túmulo advertia que a morte viria "em asas ligeiras" para aqueles que perturbassem o descanso do faraó. Embora a maioria dos historiadores acredite que essa maldição seja uma invenção dos jornalistas da época, os eventos que se seguiram à abertura da tumba alimentaram ainda mais o mito.
A Morte de Lord Carnarvon
Um dos eventos mais citados como prova da maldição foi a morte de Lord Carnarvon, o financiador da expedição de Carter, apenas alguns meses após a descoberta. Carnarvon faleceu devido a uma infecção provocada por uma picada de mosquito, em 5 de abril de 1923. O fato de sua morte ocorrer pouco depois da abertura do túmulo foi suficiente para que o mito da maldição ganhasse força.
Curiosamente, relatos da época afirmam que, no momento exato de sua morte, as luzes no Cairo teriam se apagado, o que para muitos foi um sinal sobrenatural ligado à maldição. Além disso, a mordida fatal em Carnarvon ocorreu exatamente no mesmo local de uma cicatriz no rosto da múmia de Tutancâmon.
Outras Mortes Ligadas à Maldição
Diversas outras mortes de pessoas ligadas à escavação de Carter também contribuíram para o fortalecimento da lenda. Entre elas, o príncipe Ali Kamel Fahmy Bey, um visitante da tumba que foi assassinado logo após seu retorno ao Cairo, e George Jay Gould, um empresário que morreu de febre após visitar a tumba. Também houve relatos de doenças misteriosas e acidentes fatais entre outros membros da equipe.
Por outro lado, Howard Carter, que teve contato direto com a tumba por anos, nunca pareceu sofrer nenhum efeito da maldição. Ele viveu até os 64 anos e morreu de causas naturais, o que levantou dúvidas sobre a veracidade da lenda.
As Explicações Científicas
Vários estudiosos e cientistas ofereceram explicações alternativas para a maldição. Uma teoria sugere que a tumba de Tutancâmon, selada por milhares de anos, poderia conter fungos e bactérias perigosas que, ao serem inaladas por aqueles que entravam, causavam doenças fatais. Esta hipótese, embora interessante, não explica totalmente por que algumas pessoas adoeceram e outras não, alimentando ainda mais o mistério.
O Aspecto Sobrenatural e as Superstições
A ideia de uma maldição não era nova no Egito Antigo. Os faraós acreditavam que seus túmulos eram protegidos por deuses e maldições para afastar ladrões e profanadores. As superstições que cercam Tutancâmon podem ter sido alimentadas pela própria mitologia egípcia, em que o além era um lugar cheio de perigos e punições para aqueles que desrespeitavam os mortos.
Além disso, a mídia da época, sedenta por sensacionalismo, ajudou a espalhar a lenda. Jornalistas publicavam histórias de mortes misteriosas, estranhos fenômenos sobrenaturais e até mesmo de manifestações paranormais no local da escavação. A narrativa da maldição se encaixava perfeitamente no fascínio ocidental pelo misticismo egípcio.
Curiosidades sobre a Maldição
- O Amuleto de Tutancâmon: Um dos artefatos encontrados na tumba era um amuleto chamado "Olho de Hórus", usado como proteção contra o mal. Ironia ou não, muitos acreditam que esse objeto tenha poderes místicos que protegem o descanso do faraó.
- A Cobra Real: Em outra coincidência estranha, uma cobra – símbolo da realeza egípcia – teria comido o canário de Howard Carter no mesmo dia em que a tumba foi aberta.
- Carter e a Carta Secreta: Diz-se que Carter encontrou uma carta secreta em seu escritório que continha a advertência: "A morte o alcançará", embora ele nunca tenha acreditado na maldição.
Conclusão: Lenda ou Realidade?
A história de Howard Carter e a maldição de Tutancâmon continua a intrigar o público até hoje. Embora a maioria dos estudiosos concorde que a maldição seja fruto de coincidências, superstições e exageros da mídia, o mistério sobrenatural persiste. O legado de Carter e sua descoberta mudou para sempre a maneira como entendemos o antigo Egito, mas também trouxe à tona uma das lendas mais fascinantes da arqueologia.
REFERÊNCIAS: youtube, wikipédia, historia do mundo, maldiçoes