Kandovan, localizada nas proximidades de Osku e Tabriz, no Irã, é reconhecida como um destino turístico notório. Sua fama se deve às residências únicas, escavadas nas entranhas de formações rochosas. Algumas dessas habitações possuem uma história de mais de sete séculos e continuam a ser habitadas. A singularidade de Kandovan reside na criação dessas casas em cavernas, naturalmente moldadas como cones devido à compressão das cinzas vulcânicas, resultando em uma paisagem que lembra uma colônia de cupins em grande escala. Os habitantes locais, devido à peculiaridade da arquitetura residencial, são conhecidos como modernos trogloditas, isto é, pessoas que habitam cavernas.
A conformação cônica dessas residências é resultado do endurecimento e da modelagem ao longo de vários anos, causados pela erupção do Monte Sahand, que expeliu cinzas vulcânicas e fragmentos de rochas. A combinação única da paisagem natural e a adaptação engenhosa dos habitantes ao ambiente conferiu a Kandovan um status de destino turístico popular. Anualmente, cerca de 300.000 turistas visitam a vila, que abriga 670 habitantes. Além disso, um hotel escavado na rocha com dez quartos proporciona acomodações para os visitantes que desejam uma estadia no local.
A utilização de cavernas como moradias
O material sólido dos pilares possui resistência suficiente para desempenhar o papel de paredes e pisos em residências, permitindo ainda a expansão das cavernas. Esse material também oferece uma eficiente propriedade isolante, conferindo às casas trogloditas a reputação de serem extremamente eficientes em termos de conservação de energia, mantendo o interior fresco no verão e quente no inverno. A maioria das habitações em cavernas possui entre dois e quatro níveis. Em uma típica residência de quatro andares, o térreo ou primeiro andar é utilizado como abrigo para animais, enquanto os dois andares subsequentes servem como espaços residenciais, e o nível mais alto é reservado para fins de armazenamento.
Kandovan, uma troglodita vila iraniana
Julho 2022 - Aninhada em um distante recanto no extremo noroeste do Irã, encontramos a vila de Kandovan, situada a uma distância de 60 quilômetros ao sul da capital da província de Tabriz, na região de Osku, pertencente à província do Azerbaijão Oriental. Ela é renomada não apenas por sua deslumbrante paisagem, mas também por suas residências extraordinárias.
Numerosas habitações foram edificadas em cavidades situadas em colinas com formato cônico, naturalmente esculpidas pela deposição de cinzas e detritos vulcânicos chamados tufo. Esses materiais foram expelidos pelo Monte Sahand, um vulcão atualmente inativo que entrou em erupção em algum momento nos últimos onze mil anos. Essa substância, de textura relativamente maleável, facilita o uso de ferramentas de metal no processo de construção. Nas áreas circundantes, a cinza vulcânica cobriu o solo em um padrão mais convencional. Além disso, a região desempenhou um papel central no início da segunda fase da história do Zoroastrismo no Irã.
Essas configurações conferem à paisagem a aparência de uma imensa colônia de térmitas. Os habitantes locais relatam que sua vila tem uma antiguidade superior a 700 anos e surgiu quando indivíduos em fuga do exército mongol utilizaram as cavidades como refúgio. Essas residências são denominadas "karan", termo que, no dialeto turco, significa "colméia".
Com o passar do tempo, os habitantes expandiram suas moradias. Atualmente, a maioria das casas nas cavernas abrange de dois a quatro compartimentos, incluindo áreas de estar, espaços de armazenamento e locais para abrigar animais. Muitas dessas casas apresentam janelas, portas e varandas, além de escadarias esculpidas na rocha. As cavernas também são reconhecidas como algumas das residências de maior eficiência energética no planeta, pois as rochas oferecem um isolamento eficaz que mantém o interior agradável durante o longo inverno e fresco no verão.
A comunidade é tradicional e, ao mesmo tempo, acolhedora, mantendo um estilo de vida rústico e simples, desprovido de luxos, mas proporcionando conforto. A aldeia é dividida em duas partes: a antiga, escavada na rocha, e a parte inferior, considerada mais "moderna", onde se concentram as atividades comerciais, com edificações construídas em alvenaria convencional. Apesar do isolamento, a vila recebe visitantes que percorrem suas estreitas ruas, maravilhados com a curiosidade da aldeia e, ocasionalmente, têm a oportunidade de explorar alguma das casas.
Para obter uma verdadeira experiência de residir em uma vila de cavernas, diversas das habitações nas cavernas estão disponíveis para aluguel por visitantes. As paredes, com espessura de aproximadamente dois metros, asseguram a circulação de ar fresco no verão e retêm o calor no inverno, tornando a hospedagem em uma caverna de Kandovan ideal para qualquer estação do ano.
REFERENCIAS: MAGNUSMUNDI
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