Dica de Cinema

Robert McCall: O Justiceiro Silencioso de Boston

Robert McCall: O Justiceiro Silencioso de Boston

Lançado em 2014, O Protetor é muito mais do que um típico filme de ação.

Dirigido por Antoine Fuqua e estrelado pelo icônico Denzel Washington, essa obra leva o espectador a uma imersão na sombria vida de Robert McCall – um ex-agente da CIA que, em busca de paz, se camufla no dia a dia em Boston, como um funcionário comum de uma loja de ferramentas. Mas como dizem, "quem foi rei nunca perde a majestade", e McCall ainda carrega em si o peso e as habilidades de um homem que conheceu de perto o perigo.

Tudo parece estar sob controle na rotina de McCall até ele cruzar o caminho de Teri (Chloë Grace Moretz), uma jovem prostituta que, por trás de sua aparência frágil, carrega o peso de um destino cruel nas mãos da máfia russa. Quando ela sofre abusos de seus "donos", algo se acende em McCall. Ali, naquele momento, o ex-agente tem sua bússola moral resgatada e, com isso, uma decisão firme: ele precisa proteger Teri – custe o que custar.

A trama avança em um ritmo que mistura a tensão de uma corda prestes a estourar com o talento de Washington em dar vida a um personagem tão denso. McCall é uma tempestade silenciosa, e Fuqua brinca com isso a cada cena, quase como um maestro que controla a fúria e a calma. Aliás, cada cena de ação em O Protetor não é apenas luta física, mas uma batalha interna do protagonista, que, apesar de estar disposto a sujar as mãos, o faz com uma precisão quase poética – como se dançasse em um balé mortal.

McCall é o justiceiro que a gente não vê por aí, o tipo de personagem que, apesar da brutalidade de seus atos, conquista a nossa simpatia. E por quê? Porque, no fundo, ele não busca vingança, mas redenção. Cada adversário derrotado, cada mafioso despachado, é um passo a mais na busca de equilíbrio para uma alma tão cheia de cicatrizes.

Outro ponto alto da obra é a construção do vilão Teddy (Marton Csokas), um antagonista que representa toda a frieza e crueldade que Robert despreza, mas que também reflete a sombra de seu próprio passado. O duelo entre eles é mais do que punhos, tiros e sangue; é uma metáfora da luta interna entre o bem e o mal que McCall vive todos os dias. Teddy personifica o que McCall poderia ter se tornado, caso não tivesse decidido sair da escuridão.

Curiosamente, o filme também nos lembra que, apesar de sua habilidade e inteligência, McCall não é invencível – ele é apenas um homem em busca de uma segunda chance. Em cada movimento calculado, cada decisão minuciosa, ele tenta vencer as batalhas externas, mas, talvez, seja a luta contra os próprios demônios que mais o consuma.

Em resumo, O Protetor não é só sobre ação, socos e tiros. É sobre escolhas e redenção, uma lembrança de que, mesmo nas sombras, há aqueles que buscam a luz – mesmo que ela custe caro. E com Denzel Washington no comando, a história de Robert McCall ganha uma força que nos prende do início ao fim.

O protetor 1 elenco

O protetor 1 cena 1

O protetor 1 cena 2

O protetor 1 cena 2