O Ronco ou ressono (acto de ressonar) é uma obstrução parcial das vias respiratórias superiores durante o sono, que pode ocorrer em razão natural do contato das paredes musculares da faringe que tem diminuição do seu tónus induzido pelo repouso e a própria perda de elasticidade que acontece com o decorrer da idade; ou decorrente de uma obstrução nasal devida, a aumento do volume de secreçoes e produção de muco, a desvio de septo nasal, rinites, sinusites, pólipos nasais; à hiperplasia das amígdalas e adenoides, como ganho de massa gordurosa no pescoço; e a várias alterações das estruturas das vias aéreas superiores, como hipoplasia de mandíbula e maxila, macrogrossia, queixo duplo, alterações nos ossos da face entre outros.
Roncar é uma daquelas coisas inconvenientes, como chulé, palmas suadas e alergias que acomete algumas pessoas, enquanto outras nunca passaram por isso. Cerca de 20% da população enfrenta problemas com o ronco. O restante não passa por isso, a menos que seja casado com alguém que pertence aos 20%.
Roncar é um problema anatômico que envolve o tecido mole na parte de trás da garganta. Aliás, é o mesmo tecido que nos permite engolir, gargarejar e falar como o Pato Donald. Quando há ronco, o problema é causado por muito tecido. O tecido (incluindo o véu palatino, a úvula e as amígdalas) relaxa e vibra contra o fundo da garganta durante a respiração, produzindo um ruído alto. Pense no ruído que uma bexiga faz quando você deixa o ar sair. Esse ruído não é muito diferente do ronco e mostra como as estruturas moles podem produzir ruído ao vibrarem uma contra a outra.
Fisiopatologia do Ronco
O sono provoca o relaxamento dos músculos do tórax,o que induz a abertura involuntária da boca; como também altera a coordenação entre a contração do diafragma e dos músculos da garganta (faringe). Quer dizer, que em repouso há diminuição do gasto energético e consequentemente do oxigenio. O organismo se encontra em metabolismo basal, os músculos ficam todos relaxados e se tem períodos de apnéia várias vezes durante o sono, e que pode se estabelecer na síndrome de apnéia do sono. O que acontece é que a obstrução que caracteriza o ronco, e devida ao colabamento das paredes da faringe, há uma hipoventilação alveolar e que tende para hipoxemia e hipercapnia, o que termina em esforço respiratório e que faz a pessoa despertar, durante o qual ocorrem as contrações musculares que abrem as vias aéreas superiores, restabelecendo a respiração. A obstrução, faz com que o ar encontre uma resistência a sua passagem, e ainda ao passar pela língua, na úvula e nas amígdalas. Por isso, vibra, ocasionando um barulho desagradável e com efeitos negativos na vida pessoal - estudos comprovam que é um dos factores que levam ao divórcio de vários casais. A obesidade também é um grande fator, principalmente no homem onde o ganho de peso é comum no pescoço, toráx e abdome, ou seja, nas partes mais superiores do corpo; ao passo que na mulher isto não é comum, localizando o ganho de peso nos quadris, coxas,seios, pernas e abdome; parte mais inferiores do corpo. E é esta gordura toracoabdominal que atrapalha nas contrações diafragmáticas e empurra este para cima interferindo na respiração. A gordura abdominal é uma grande preocupaçao e se caracteriza como um fator de risco. Ela dificulta a circulação e sobrecarrega o aparelho cardiovascular e consequentemente o pulmonar. Por último, deve-se ficar atento ao um caso especial onde o ronco pode sugerir uma doença de neurodeficiência muscular, conhecida por garganta flácida. Nesta, há diminuição do tónus muscular da faringe, mas de ordem patológica, o que leva ao contato (colabamento) das suas paredes e ocasiona a vibração por obstrução na passagem do ar; caracterizando-se pelo ronco.
Incidência do ronco
Em estudos populacionais, estima-se que 19% das mulheres e 30% dos homens ronquem intensamente. Estima-se que a apnéia do sono, por sua vez, ocorra em 2 a 4% da população geral, sendo mais comum nos homens de meia idade ou velha idade.
Ronco e Apnéia do sono
O Ronco e a Síndrome da Apnéia do sono tem sido muito discutido no Brasil e no mundo na atualidade. Este problema, além dos transtornos sociais e psicológicos, trás conseqüências físicas para o paciente (hipertensão, arritmias cardíacas e AVC).
A Apnéia do sono é a obstrução das vias aéreas por alguns momentos durante a noite, pela flacidez dos tecidos da garganta, impedindo a respiração por alguns segundos, varias vezes por noite, e o ronco é a vibração dos tecidos da garganta quando o ar passa.
Esses problemas são freqüentes no homem a partir dos 30 anos e nas mulheres a partir da menopausa. Recentemente o tratamento através de aparelhos orais, tem ganhado importância no tratamento desses problemas, pela facilidade de adaptação e eficácia dos aparelhos, que vem ganhando espaço como uma das principais formas de tratamento para estes problemas.
Estes aparelhos são construídos de modo a posicionar a mandíbula mais para frente, possibilitando que a passagem do ar na garganta fique desobstruída. Existem algumas limitações que precisam ser avaliadas, muitas vezes com o auxílio do médico de sono e da polissonografia, que é um exame onde a pessoa dorme na clínica uma noite, sendo monitorada em todos os aspectos do seu sono.
Os principais sintomas da apnéia do sono são o ronco e a sonolência diurna excessiva. O ronco é um também um fator de desagregação familiar, muitas vezes levando a pessoa que ronca a dormir em quarto separado, bem como torna a pessoa que ronca motivo de piadas entre companheiros de trabalho, de pescarias ou acampamentos, ou quando tem que dividir quarto de hotel, etc...
Qualquer pessoa pode usar este aparelho?
Não, existem algumas limitações para o uso do aparelho que podem ser:
a) Impossibilidade de reter o aparelho na boca. Pacientes que têm poucos dentes ou usam próteses extensas, principalmente dentaduras ou próteses removíveis, podem ter dificuldade em reter o aparelho na boca, devendo o caso ser bem avaliado antes de se indicar o aparelho. Pessoas com problemas periodontais severos, em que os dentes apresentam mobilidade acentuada, e pessoas portadoras de prótese total INFERIOR não têm condições de usar o aparelho, pois nesses casos é impossível reter o aparelho na boca
b) Casos em que a perspectiva de bons resultados é pequena. Pacientes muito obesos ou com índice de apnéia muito acentuado (acima de 40 apnéias por hora) precisam ser bem avaliados pois a perspectiva de resultados é mais pobre, devendo-se optar por outro tipo de tratamento, ficando o aparelho como uma segunda opção ou para ser usado em conjunto com outros tratamentos
c) Nos casos em que o paciente tem problemas na Articulação (ATM) da mandíbula (dor, estalos ou desvios), pois o aparelho pode agravar estes problemas
Como devo proceder para fazer o aparelho?
Em primeiro lugar é preciso fazer uma avaliação, onde o dentista verifica as condições para a colocação do aparelho, se é necessário fazer alguns exames complementares, como a polissonografia, radiografias ou exame com o médico de sono ou otorrinolaringologista, também é avaliada a condição dentária verificando possíveis problemas que precisem ser tratados antes da colocação do aparelho
Como o aparelho funciona?
O aparelho funciona avançando a mandíbula e mantendo-a firmemente nessa posição. O avanço da mandíbula faz com que os tecidos da garganta de “estiquem” aumentando a abertura para a passagem do ar, também o avanço mandibular estimula um reflexo que faz a musculatura da faringe e arredores ficar mais tensa, mais firme, evitando o ronco. Mantendo a mandíbula presa ao aparelho, ele não permite que ela “caia” durante o sono, abrindo a boca, pois esse movimento de abertura geralmente é seguido de um reflexo que faz a língua ir para traz obstruindo a passagem do ar
O uso do aparelho “cura” o ronco e a apnéia?
Não, o aparelho não produz nenhuma mudança física no paciente, resolvendo o problema apenas enquanto estiver sendo usado, é mais ou menos como os óculos, que corrigem a visão mas não modificam o olho
Porque é precisamos nos preocupar com a apnéia?
Apesar do ronco ser o problema mais incômodo, a apnéia do sono é o problema mais importante e precisamos nos preocupar com ela, pois ela afeta vários órgãos do nosso corpo, principalmente o coração, onde aumenta em até 30% a possibilidade de desenvolver arritmias, hipertensão, infarto e derrame cerebral
Posso morrer sufocado numa crise de apnéia?
Não, pois o cérebro controla o nível de oxigênio e gás carbônico no sangue e quando eles se alteram a pessoa acorda e volta a respirar. A apnéia não mata, mas aumenta muito a chance de desenvolver doenças que matam como o infarto do coração e os derrames cerebrais
Porque é preciso fazer a polissonografia e o que é esse exame?
A polissonografia é o exame que é feito na clínica de sono, onde o paciente dorme uma noite e é monitorado em vários aspectos do seu sono, contrações musculares, problemas respiratórios e cardíacos entre outros, é necessário para se detectar a apnéia do sono. É através da polissonografia que se pode medir se o paciente tem uma apnéia leve, moderada ou grave, também podemos verificar se existem outros distúrbios do sono que tem sintomas parecidos com a apnéia, mas tratamentos diferentes, também para que se possa avaliar os resultados do tratamento faz-se uma antes e uma depois para comparar os resultados
Principais causas do ronco
Drauzio – Por que as pessoas roncam?
Bagnato – É fácil de entender. Imagine um tubo que se estreite e pelo qual o ar tenha de passar para ser expirado. Segundo as propriedades físicas dos fluidos, ocorre um turbilhonamento quando o ar percorre esse tubo. O ronco é o efeito sonoro dessa vibração causada pelo afunilamento por que passa a coluna de ar na faringe.
Drauzio – A imagem reproduz uma face cortada ao meio. Nela, pode-se ver o ar entrando pelas narinas e sendo aquecido no interior dos seios da face, e entrando pela boca. O volume que entra pela boca é menor do que o que entra pelas narinas como está representado nessa figura?
Bagnato – É menor. A natureza projetou o ser humano para respirar pelo nariz. A respiração bucal é errônea em qualquer fase da vida. Apenas uma fração muito pequena de ar pode ser inalada pela boca. O nariz não existe à toa. Foi projetado para filtrar, esquentar e umedecer o ar para que passe pela faringe, traquéia, brônquios e chegue aos pulmões numa temperatura adequada.
Drauzio – Onde se forma o ronco?
Bagnato – O ronco se forma bem atrás da base da língua. Essa é a região crítica. No entanto, em pessoas com problema nasal importante, como o nariz semi-obstruído, o ronco mais alto pode ocorrer em outras áreas.
Drauzio – Quer dizer que o ronco se forma na região constituída pela base da língua e parte superior da faringe?
Bagnato – A anatomia dessa região crítica pode ser modificada por muitos fatores. Pelo menos dez deles estão relacionados à redução do calibre do segmento da faringe na base da língua. Convém dizer que essa estrutura não tem esqueleto ósseo, é flácida e maleável. Nessa região, também se localizam as amídalas, que nada mais são do que conglomerados de tecido linfóide. Elas são maiores nas crianças de 9 a 11 anos. Depois, tendem a diminuir, mas isso leva bastante tempo e há adultos com amídalas grandes. Amídalas hipertrofiadas atrapalham a respiração.
Drauzio – Crianças com amídalas grandes roncam?
Bagnato – Não só roncam como muitas delas acabam apresentando episódios de apnéia e
dificuldade de oxigenação do sangue.
Acabe com os mitos sobre o ronco
Por Dr Eduardo Rollo Duarte Especialidade: Dentista - A visita ao dentista pode gerar resultados para o distúrbio. O distúrbio do sono que mais incomoda cônjuges, parceiros, filhos ou até mesmo - nos casos mais graves - vizinhos, é sem dúvida o ronco. Depois de muita reclamação, as pessoas que roncam demais buscam saída em médicos otorrinolaringologistas, quando, na maioria dos casos, a solução está na visita a um dentista. Esse desconhecimento é comum, pois a Odontologia do Sono ainda não é tão disseminada nos pacientes que sofrem de ronco. Mas este cenário já está mudando. Vamos aproveitar este espaço para desmistificar algumas crenças a respeito o ronco, e também para esclarecer algumas verdades sobre este mal.
O ronco é mais freqüente em quem dorme de barriga para cima
Não necessariamente. De barriga para cima, os músculos tendem a obstruir a garganta com maior facilidade aumentando a dificuldade da passagem do ar e as chances do ronco. Mudar de posição pode ajudar a resolver o problema nos casos mais leves. Na maioria das vezes o ronco acontece em qualquer posição. Como o ronco pode gerar consequências graves, a mudança da posição não deve ser considerada com tratamento sem a indicação de um especialista.
Roncar separa casais
Verdade. Os cônjuges sofrem com o barulho e acabam tendo insônia, passando o dia cansados, sonolentos, com todas as consequências de uma noite não dormida. Imagine isso, repetidamente, durante anos. Na maioria dos casos, os casais passam a dormir separados.
Roncar é sinal de sono profundo
Mito. É exatamente o contrário, quem ronca não dorme bem, não atinge sono profundo, não tem sono reparador, não relaxa e não descansa. Pode ainda ter apneia do sono.
Roncar pode causar disfunção erétil
Verdade. O corpo do roncador, por não descansar bem, acaba perdendo energia e causando mais cansaço. Essas condições podem levar a problemas de ereção, desde que tenha apnéia do sono.
O ronco pode causar apneia
Verdade. Roncar não é normal e é sinal de apneia do sono (falta de ar por mais de 10 segundos).
Apneia é perigoso
Verdade. A apneia fragmenta o sono e altera os níveis de oxigênio no sangue gerando conseqüências graves para a saúde e a qualidade de vida como: hipertensão e problemas cardiovasculares, cansaço e sonolência diurna, depressão, irritabilidade, diminuição da concentração e do raciocínio, diminuição da libido e impotência sexual; e ainda aumenta muito a chance de acidentes no trabalho e no trânsito.
Ronco não tem solução
Mito. O ronco é um distúrbio de saúde e do sono de natureza crônica e pode ser tratado com um aparelho oral de eficácia comprovada. O aparelho estimula a musculatura da língua, da garganta e do céu da boca, impedindo o estreitamento e fechamento da via aérea quando respiramos. Dessa forma o ronco é controlado e o indivíduo não desenvolve as conseqüências do ronco.
O ronco pode causar problemas cardio-vasculares
Verdade. Hoje sabemos que só o ronco, mesmo sem apneia, pode gerar problemas na artéria carótida por causa da vibração frequente dos músculos do canal de passagem do ar, acontecer muito perto da carótida. A carótida pode ficar calcificada e pode acontecer o acidente vascular cerebral, o derrame.
O dentista do sono é o especialista mais indicado para solucionar o ronco
Verdade. A placa ou aparelho intra-oral é um ótimo tratamento para o ronco quando bem realizado e bem acompanhado pelo especialista. O aparelho mudará o relaxamento dos músculos da garganta e manterá as vias aéreas abertas para a passagem do ar.
Como se dá o tratamento do ronco
Por incrível que possa parecer, próteses ou aparelhos nos dentes feitos especificamente para o paciente com distúrbios do sono, são métodos altamente eficazes para eliminar o problema. Primeiramente, peço um estudo detalhado que pode ser feito em Clínicas de Exame do Sono, cujo responsável é um médico do sono. Com esse diagnóstico, temos condições de saber os níveis de ronco e se existem outros distúrbios do sono presentes, como a própria apneia ou o bruxismo do sono. O aparelho oral é confeccionado de acordo com o tipo de arcada dental de cada indivíduo. Existem vários tipos de aparelhos, escolhidos após uma avaliação das condições orais e faciais que incluem um exame odontológico completo da boca, dos dentes e gengivas, dos músculos da face e da mastigação e articulação da mandíbula - a ATM. Com o aparelho, o ar vai passar por uma garganta ou via aérea mais aberta, livre da resistência provocada pelo relaxamento dos músculos aumentados nos indivíduos com ronco e apneia do sono.
Fonte: http://msn.minhavida.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ronco
http://www.abcdasaude.com.br/
http://saude.hsw.uol.com.br/
http://www.drauziovarella.com.br/