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Evidências Explosivas: A COVID-19 e o Laboratório de Wuhan

Evidências Explosivas: A COVID-19 e o Laboratório de Wuhan

E se o maior mistério sanitário do século XXI tivesse como palco um laboratório financiado, em parte, com recursos vindos de quem mais sofreu com ele? Pois é, essa é a hipótese que um recente relatório da Câmara dos EUA colocou em evidência. De acordo com o documento (dezembro 2024), que tem 520 páginas, a COVID-19 pode ter vazado de um laboratório em Wuhan, na China — uma cidade que se tornou sinônimo de caos global. A surpresa? Esse laboratório teria recebido recursos indiretos dos contribuintes americanos.

Esse relatório, liderado por republicanos no Subcomitê Seleto da Câmara sobre a Pandemia do Coronavírus, reforça uma teoria que já havia sido apontada pelo FBI, pelo Departamento de Energia dos EUA e por ex-funcionários federais. A novidade? A amplitude e profundidade das evidências, que traçam um caminho quase cinematográfico sobre como a pandemia pode ter começado.

A trilha que leva a Wuhan

Imagine uma cidade fervilhante, com mercados exóticos, laboratórios de ponta e um fluxo constante de pessoas. Wuhan, o epicentro inicial da COVID-19, é também lar do Instituto de Virologia de Wuhan (WIV), um dos principais centros de pesquisa viral da China. Coincidência? O relatório aponta que não.

Segundo o documento, já em 2018, um ano antes do surto, o Instituto, em parceria com a EcoHealth Alliance, submeteu uma proposta de projeto chamada DEFUSE à DARPA (uma agência de pesquisa do Pentágono). Nesse projeto, propunham criar um vírus com as mesmas características que tornaram o SARS-CoV-2 — o vírus causador da COVID-19 — tão infeccioso. Embora o financiamento tenha sido recusado, especialistas acreditam que a ideia pode ter sido levada adiante com outros recursos.

E tem mais: entre 2014 e 2019, a EcoHealth Alliance canalizou cerca de US$ 600 mil do NIH (Instituto Nacional de Saúde dos EUA) para o WIV, supostamente para estudar o risco de surgimento de novos coronavírus em morcegos. O problema? Parte dessa pesquisa teria incluído experimentos de "ganho de função", ou seja, modificações genéticas para tornar vírus mais perigosos.

"Reparações" e a pressão sobre a China

O ex-presidente Donald Trump não deixou barato. Ele chegou a sugerir que a China pagasse US$ 50 trilhões em "reparações" pelos danos causados pela pandemia. Segundo ele, Pequim deve ser responsabilizada não apenas pela disseminação do vírus, mas também pelo silêncio e falta de cooperação com investigações internacionais.

Enquanto isso, o atual presidente Joe Biden prometeu, em 2021, "não descansar até obter respostas" sobre a origem da COVID-19. No entanto, críticos apontam que as ações concretas têm sido limitadas, com a questão ficando à margem de encontros com o presidente chinês Xi Jinping.

O quebra-cabeça ainda sem peças fundamentais

Se a teoria do vazamento de laboratório ganhou força, a hipótese de que o vírus tenha surgido naturalmente também continua no jogo. Nos surtos de SARS (2002) e MERS (2012), animais infectados foram identificados como intermediários. Mas, até hoje, não há evidências conclusivas de que algo semelhante tenha ocorrido com a COVID-19.

O WIV, por sua vez, tem um histórico controverso. O relatório destaca que pesquisas envolvendo vírus aéreos foram conduzidas sob protocolos de biossegurança considerados baixos para padrões americanos. Em vez de medidas rigorosas, como o uso constante de respiradores, muitas vezes os cientistas trabalhavam sob condições menos restritas.

O impacto nas redes sociais e na opinião pública

Curiosamente, a teoria do vazamento de laboratório foi inicialmente tratada como "desinformação" por redes sociais como o Facebook. Hoje, é uma discussão amplamente aceita como plausível. Esse vai e vem reflete não apenas a complexidade do caso, mas também o impacto da pandemia na forma como o público consome informações.

O que vem pela frente?

Enquanto o mundo segue tentando juntar as peças desse quebra-cabeça, uma coisa é certa: as respostas não só moldarão a história da COVID-19, mas também a preparação para futuras pandemias. Afinal, conhecer a origem é o primeiro passo para evitar que algo semelhante aconteça novamente.

LINK PARA O REALTORIO DA CAMARA DO EUA, 520 PÁGINAS, EM INGLES: https://oversight.house.gov/wp-content/uploads/2024/12/2024.12.04-SSCP-FINAL-REPORT-ANS.pdf