Quando pensamos em segurança escolar, a imagem de robôs autônomos patrulhando corredores soa como algo saído de um filme de ficção científica. Mas acredite, isso já é realidade em algumas escolas dos Estados Unidos. Com a escalada de tiroteios em massa no país, soluções inovadoras e até polêmicas estão sendo testadas para proteger alunos e funcionários. E não é exagero dizer que esses robôs podem mudar o jogo na segurança dos campi.
Santa Fe High School e o Robô Vigilante
No Novo México, a Santa Fe High School deu um passo ousado ao se tornar uma das primeiras escolas a adotar um robô autônomo de segurança. Desenvolvido pela Team 1st Technologies, o dispositivo de 400 libras – algo como o peso de um piano – não é apenas impressionante no tamanho. Ele conta com sete câmeras, visão de 360 graus e uma bateria que dura até 20 horas. Ah, e quando precisa de um "cochilo", ele se conecta sozinho à estação de recarga. Prático, não?
Esse robô, que está sendo testado por 60 dias em um programa piloto, vai além de simplesmente patrulhar os corredores. Ele usa inteligência artificial para aprender as rotas do campus e os horários de pico, como se fosse um detetive digital. Em situações de emergência, pode alertar a equipe de segurança, enviar vídeos em tempo real para as autoridades e até se posicionar próximo a um intruso – tudo isso sem portar armas.
Por Que as Escolas Estão Investindo em Robôs?
Os números falam por si. Entre janeiro e abril de 2023, houve 146 tiroteios em massa nos EUA, ultrapassando os recordes dos últimos anos. O trauma causado por tragédias como o tiroteio na Escola Primária Robb, no Texas, que tirou a vida de 19 crianças e dois professores, ecoa em debates políticos e sociais. Enquanto alguns defendem mais segurança armada, outros pedem controle mais rígido sobre armas de fogo. Nesse impasse, tecnologias como os robôs de segurança surgem como uma alternativa que promete eficiência e neutralidade.
Um Parceiro Robótico, Não um Substituto
Os robôs não estão aqui para substituir as equipes de segurança, mas para complementá-las. Segundo Mario Salbidrez, diretor de segurança das Escolas Públicas de Santa Fe, eles ajudam a cobrir lacunas como pausas para almoço ou intervalos dos funcionários. E isso é só o começo.
Outros distritos escolares, como em Wyandotte, Oklahoma, já estão aderindo à ideia. Lá, o plano é implementar robôs quadrúpedes da Stokes Robotics, que além de vigiar entradas e saídas, podem desempenhar funções inesperadas, como distrair intrusos com luzes piscando ou até apontar lasers para desorientá-los. Parece coisa de filme? Com certeza. Mas em um mundo onde segundos podem salvar vidas, cada recurso conta.
O Robô Que Ensina e Protege
Além de atuar na segurança, esses robôs têm potencial educacional. Segundo o presidente da Stokes Robotics, Robert Stokes, eles podem ser usados em sala de aula para ensinar codificação e outras habilidades tecnológicas. Mas quando o perigo bate à porta, eles mudam de função em um piscar de olhos, oferecendo suporte visual e sonoro para equipes de segurança e autoridades.
Robôs: Heróis ou Apenas Mais uma Ferramenta?
Apesar de promissores, os robôs não são uma solução mágica. Eles enfrentam desafios, como a resistência de quem questiona sua eficácia ou teme que se tornem substitutos de humanos em funções cruciais. Mas, enquanto o debate continua, uma coisa é certa: a tecnologia está redefinindo a forma como pensamos a segurança nas escolas.
Será que no futuro veremos robôs como figuras comuns nos corredores das escolas? Ou eles se tornarão apenas uma fase passageira? Só o tempo dirá. Por enquanto, eles simbolizam uma tentativa corajosa de tornar os ambientes escolares mais seguros em tempos difíceis. E quem sabe, um dia, esses vigilantes tecnológicos sejam tão comuns quanto câmeras de segurança ou detectores de metal.