O sistema tributário brasileiro é um dos mais injustos do mundo. (2025) Isso acontece porque a maior parte dos impostos arrecadados pelo governo não vem da renda ou do patrimônio, mas sim do consumo de produtos e serviços básicos, como comida, energia e transporte. Dessa forma, quem é pobre acaba pagando, proporcionalmente, muito mais impostos do que os ricos.
Impostos no Consumo e o Impacto nos Pobres
No Brasil, cerca de metade da arrecadação tributária vem de impostos embutidos nos preços de produtos e serviços essenciais. Isso significa que tanto um trabalhador que recebe um salário mínimo quanto um milionário pagam a mesma quantia de impostos sobre bens de consumo. No entanto, para quem ganha pouco, esses tributos representam uma parcela muito maior do rendimento total.
Por exemplo, um quilo de arroz ou um pacote de café têm impostos embutidos que vão de 16% a 30%, dependendo do estado. Para um trabalhador que ganha um salário mínimo, essa carga tributária pesa muito mais do que para um empresário bem-sucedido, pois o trabalhador gasta praticamente toda a sua renda com esses produtos básicos, enquanto o empresário dedica uma pequena fração da sua fortuna para essas despesas.
A Gasolina e o Transporte: Um Peso Desigual
O aumento no preço dos combustíveis é outro exemplo claro dessa desigualdade. Quando a gasolina sobe, os preços do transporte público também aumentam, afetando diretamente os trabalhadores que dependem dos ônibus, metrôs e trens para se locomover. Para um trabalhador que ganha um salário mínimo, o aumento da passagem significa um rombo ainda maior no orçamento mensal.
Já para os mais ricos, o impacto é quase nulo. Quem tem renda elevada pode absorver facilmente o aumento do combustível sem precisar cortar outros gastos. E mais: muitos dos mais ricos têm carros elétricos ou utilizam serviços de motoristas particulares, que suavizam ainda mais esse impacto.
Energia Elétrica e a Carga Tributária Abusiva
Outro item essencial que sofre com altíssimos impostos é a energia elétrica. No Brasil, os impostos sobre a conta de luz podem ultrapassar 40% do valor total. Isso significa que uma família de baixa renda, que precisa economizar cada centavo para pagar suas contas, está pagando quase metade da conta apenas em tributos.
Enquanto isso, grandes empresários e investidores possuem formas de reduzir seus gastos com energia, seja por meio de subsídios governamentais para grandes empresas, seja pelo uso de fontes alternativas, como painéis solares e outras tecnologias.
O Exemplo do Café: Um Luxo para os Pobres, Um Detalhe para os Ricos
O café é um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros, mas também um dos que mais sofreram com a inflação nos últimos anos. Hoje, uma embalagem de 500g pode custar o equivalente a 5% do salário mínimo. Para um trabalhador que ganha pouco, esse é um gasto significativo, que pode fazer falta no fim do mês. Já para os mais ricos, que têm uma renda muito maior, o aumento do café não faz diferença alguma.
Esse é o grande problema do sistema tributário brasileiro: ele ignora a capacidade de pagamento das pessoas e cobra de forma igual algo que deveria ser proporcional. Em outros países, a tributação sobre consumo é menor, e os impostos são cobrados de maneira mais justa, atingindo mais fortemente quem tem mais dinheiro.
Possíveis Soluções: Como Tornar o Sistema Tributário Mais Justo?
Para corrigir essa injustiça, o Brasil poderia adotar algumas medidas:
Reduzir os impostos sobre consumo e aumentar a tributação sobre renda e patrimônio. Assim, os mais ricos contribuiriam mais, enquanto os pobres pagariam menos por produtos essenciais.
Criar alíquotas diferenciadas para produtos básicos, garantindo que itens como arroz, feijão, café e energia tenham menos impostos para quem tem menor renda.
Tributar grandes fortunas e heranças, para garantir que a arrecadação venha de quem realmente tem condições de pagar mais.
Aumentar a fiscalização sobre isenções e incentivos fiscais concedidos a grandes empresas, que muitas vezes deixam de pagar impostos enquanto os trabalhadores arcam com toda a carga tributária.
Conclusão
O sistema de impostos no Brasil é extremamente injusto e penaliza os mais pobres, enquanto os ricos quase não sentem os impactos da alta tributação sobre consumo. Produtos e serviços essenciais, como comida, energia e transporte, têm impostos abusivos que pesam desproporcionalmente para quem ganha pouco.
Uma reforma tributária justa e progressiva é necessária para mudar essa realidade, garantindo que quem ganha menos pague menos impostos e quem ganha mais contribua de maneira adequada. Caso contrário, a desigualdade econômica no país continuará se aprofundando, tornando a vida dos brasileiros mais pobres ainda mais difícil.