A surpreendente verdade por trás das cervejas no Brasil

A surpreendente verdade por trás das cervejas no Brasil

Imagine: você acabou de encerrar um dia puxado no trabalho, está no churrasco com os amigos ou curtindo um happy hour(2024). Aquele copo gelado de cerveja está na sua mão, pingando condensado como se pedisse um brinde. Parece perfeito, não é? Mas e se eu te dissesse que essa bebida — sim, aquela mesma que você confia para relaxar — pode estar recheada de segredos que você nunca imaginou? É isso mesmo: o que você chama de cerveja pode ser muito mais do que malte, lúpulo e água. Pode ter milho, arroz, antioxidantes sintéticos, fragmentos de insetos e até microplásticos. Calma! Antes de você derramar a cerveja no ralo, deixa eu te explicar. Cerveja brasileira: um gigante com os pés de barro? O Brasil é simplesmente o terceiro maior consumidor e produtor de cerveja do mundo, perdendo apenas para os gigantes

China e Estados Unidos. Cada brasileiro consome, em média, quase 70 litros por ano. Impressionante, não? Mas há um detalhe que amarga essa conquista: as melhores cervejas brasileiras não são para o brasileiro. Elas cruzam o oceano para atender mercados estrangeiros exigentes, enquanto o que fica por aqui é, bem… digamos, o resto. Na produção local, a lei permite que ingredientes mais baratos, como milho e arroz, substituam o malte de cevada. Essa prática reduz os custos, mas também dilui o sabor. Segundo a Proteste, as marcas mais populares do mercado nacional usam esses "atalhos" na produção. Resultado? Uma cerveja que é tão encorpada quanto água de torneira.

“Puro malte”: verdade ou conversa pra boi beber?

“Ah, mas eu só bebo puro malte!”. Que bom, mas… não é bem assim. No Brasil, o rótulo “puro malte” nem sempre significa pureza. A legislação é tão flexível que cervejas rotuladas como “puro malte” ainda podem conter variações de sabor e até aditivos. Parece piada, mas é pura realidade. Enquanto isso, na Alemanha, por exemplo, a famigerada “Lei da Pureza” de 1516 (Reinheitsgebot) dita que cerveja só pode ser feita com água, malte, lúpulo e levedura. Você consegue perceber a diferença? Aqui, muitas vezes você está bebendo o que chamam de “cerveja de corte”: uma mistura onde o malte é reduzido ao mínimo, e ingredientes mais baratos entram para baratear a produção. O resultado? Um sabor ácido, aguado e sem personalidade.

Quando a cerveja vira caso de polícia

Em 2020, o Brasil foi abalado por um escândalo. A cervejaria Backer enfrentou uma contaminação com dietilenoglicol, um anticongelante industrial altamente tóxico. O incidente causou 10 mortes e deixou dezenas de pessoas com sequelas graves, como falência renal. Foi um alerta vermelho para a falta de controle de qualidade no setor. Desde então, outros casos também vieram à tona, como garrafas com fragmentos de vidro e altas concentrações de metais pesados. E sabe o que é pior? Muitos desses problemas só são descobertos após crises ou denúncias. Enquanto isso, você, consumidor, continua assumindo os riscos de algo que deveria ser sinônimo de prazer.

A lei do "pode um pouco": até insetos na receita

Você sabia que a legislação brasileira permite até 60 fragmentos de insetos em 100 gramas de alguns produtos alimentícios? Parece inacreditável, mas é real. No caso das cervejas, também há permissão para impurezas como microplásticos, que acabam no produto final devido a falhas de filtragem ou contaminação no processo de envase. É como se cada gole fosse uma roleta-russa. Você acha que está degustando o líquido dourado dos deuses, mas pode estar ingerindo uma "sopa de galhos e aditivos". Horrível, não?

E agora, o que você pode fazer?

Se você quer realmente apreciar uma boa cerveja, talvez seja hora de buscar alternativas. Pequenos produtores artesanais, embora mais caros, geralmente oferecem uma experiência mais autêntica. Outra opção é experimentar cervejas importadas, especialmente as de países com regulamentações mais rígidas. E, claro, fique de olho nos rótulos. Mesmo com a permissividade da lei, ainda existem marcas comprometidas com a qualidade. Pesquisar e se informar pode ser a diferença entre um brinde memorável e uma ressaca repleta de remorso.

Finalizando…

A próxima vez que você abrir uma garrafa ou latinha, lembre-se: o que parece ser só uma cervejinha é, na verdade, um reflexo da cultura, da legislação e das práticas da indústria alimentícia no Brasil. Então, da próxima vez que você brindar, que seja com conhecimento no copo e qualidade na taça. Cheers!