A pandemia de COVID-19 mudou o mundo de maneiras que ninguém poderia prever. Em março de 2020, as ruas ficaram desertas, as portas das escolas se fecharam e as economias pararam. Tudo isso em nome de "desacelerar a propagação". Mas será que as medidas extremas adotadas trouxeram os benefícios esperados? Um relatório recente, intitulado “Lições Aprendidas com a COVID”, sugere que não apenas erramos feio em muitas dessas decisões, como também criamos problemas que ainda ecoam anos depois.
Quando a Emergência se Tornou Permanente
No início, os lockdowns eram vendidos como soluções rápidas, quase como um curativo para um ferimento profundo. "Só algumas semanas", disseram. Porém, o que era temporário rapidamente se tornou uma expansão prolongada de poderes governamentais. Escolas fechadas, empresas falidas, encontros familiares proibidos… Parecia um enredo de filme distópico. Mas era a nossa realidade.
Segundo Steve Hanke, economista da Universidade Johns Hopkins, "conceder poderes extraordinários às agências de saúde pública foi um grande erro". Ele não está sozinho nessa crítica. Médicos e especialistas de renome, como o Dr. Scott Atlas, apontaram que essas políticas não apenas falharam em conter o vírus, mas também infligiram danos profundos e duradouros à sociedade.
Um Preço Muito Maior do que Esperávamos
Os números não mentem. De acordo com o relatório, estima-se que 100 mil mortes anuais nos Estados Unidos desde o início da pandemia não tiveram ligação direta com a COVID-19. Causas? Atrasos em tratamentos médicos, aumento do uso de drogas, álcool e suicídios. Sem falar na perda de empregos e nos danos à saúde mental.
E o que dizer das crianças? Milhões ficaram para trás na educação, especialmente as de famílias de baixa renda. Esse "apagão educacional" pode criar um abismo geracional difícil de preencher.
A Ironia Sueca
Enquanto muitos países seguiam o mantra do "feche tudo", a Suécia adotava uma abordagem radicalmente diferente. Nada de lockdowns severos, proibição de aglomerações ou fechamento total de escolas. O governo sueco confiou no bom senso da população e preferiu orientar do que obrigar.
O resultado? Segundo o relatório, a Suécia teve uma das menores taxas de mortalidade excessiva do mundo. Isso mesmo: menos mortes, mais liberdade.
A Constituição sueca protege o direito de ir e vir, mesmo em tempos de crise. Não foi apenas uma questão de saúde pública, mas de princípios. Johan Giesecke e Anders Tegnell, epidemiologistas suecos, resistiram à pressão global e provaram que a liberdade pode, sim, andar de mãos dadas com a segurança.
O Medo Como Ferramenta de Controle
Outra grande crítica levantada pelo relatório é como o medo foi usado como arma. O público foi bombardeado com mensagens alarmistas, manchetes apocalípticas e projeções de mortes que nunca se concretizaram. "Durante a COVID, o estabelecimento de saúde pública intencionalmente estimulou e amplificou o medo", afirmam os autores.
Essas táticas não só aumentaram a ansiedade coletiva, mas também resultaram em decisões políticas irracionais. Proibir serviços religiosos, mas permitir protestos em massa? Cancelar procedimentos médicos de rotina enquanto se promovia pânico sobre a lotação dos hospitais (que, em muitos casos, nunca aconteceu)? Contradições como essas minaram a confiança do público nas instituições.
Censura: A Epidemia Silenciosa
A pandemia também revelou um lado sombrio da comunicação global: a censura. Médicos, cientistas e jornalistas que ousaram questionar as políticas predominantes foram silenciados. Artigos críticos foram rejeitados, contas em redes sociais foram suspensas e estudos foram ignorados.
O exemplo mais gritante vem do tratado pandêmico da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pressiona os países membros a combater o que considera "desinformação". Mas quem decide o que é desinformação? E quem garante que isso não seja um mecanismo para suprimir debates legítimos?
Lockdowns: Um Remédio Pior que a Doença?
A revisão de quase 20 mil estudos sobre os lockdowns chega a uma conclusão dura: eles fracassaram em reduzir significativamente as mortes enquanto impuseram custos sociais e econômicos imensos. Em muitos casos, o remédio foi mais mortal que a própria doença.
Para ilustrar, o famoso modelo matemático do Imperial College previa 510 mil mortes no Reino Unido sem lockdowns. Com as medidas, esperava-se reduzir para 20 mil. A realidade? Apenas 6 mil mortes foram evitadas.
E as lições para o futuro? Segundo o relatório, governos deveriam priorizar a transparência, descentralizar decisões e, acima de tudo, confiar na capacidade dos cidadãos de tomar decisões informadas. Restrições compulsórias nem sempre são a resposta.
O Que Nos Resta?
A pandemia expôs rachaduras profundas em nossas instituições, desde a saúde pública até os sistemas políticos. Resta saber se essas lições serão aprendidas ou se, como muitos temem, estamos apenas esperando a próxima crise para repetir os mesmos erros.
O futuro, como sempre, está nas nossas mãos. Que tal começar exigindo mais transparência, responsabilidade e respeito às nossas liberdades? Afinal, se a história nos ensina algo, é que o preço da liberdade é a eterna vigilância.