Em 2020, o presépio exibido na Praça de São Pedro, no Vaticano, gerou intensa polêmica e reações negativas. O design futurista e cerâmico, que incluía figuras cilíndricas e elementos comparados a personagens de ficção científica, como "Darth Vader" e astronautas, foi amplamente criticado. As estátuas, criadas entre 1965 e 1975 por alunos e professores da FA Grue Art Institute, foram descritas como "perturbadoras", "desumanas" e "feias".
Muitos observadores, incluindo historiadores de arte, lamentaram a falta de calor, proporção e beleza que normalmente se espera de um presépio natalino.
A cena, que pretendia inovar e destacar o trabalho de uma escola de design italiana, acabou frustrando muitos fiéis que esperavam algo mais tradicional e espiritual em meio a um ano já marcado por desafios, como a pandemia global. O Papa Francisco, embora não tenha feito menção direta ao polêmico presépio, incentivou as pessoas a visitarem exibições mais tradicionais nas proximidades, e em seu discurso alertou contra o consumismo exacerbado que, segundo ele, "sequestrou" o Natal.
O presépio exibido na Praça de São Pedro em 2020 foi amplamente criticado devido ao seu design não convencional, com figuras cilíndricas e referências futurísticas que destoaram das expectativas tradicionais. Entre as críticas mais recorrentes, destacaram-se:
Aparência "alienígena": As figuras foram descritas como estranhas e desconectadas da tradicional iconografia cristã. Termos como "Marcianos", "Darth Vader", "Weeble Jesus" e comparações com brinquedos infantis dos anos 1970 foram usados para expressar a insatisfação com a estética. Muitos afirmaram que as figuras pareciam vindas de outro planeta, com algumas se assemelhando a robôs ou astronautas, o que gerou confusão e desagrado.
Ausência de calor e espiritualidade: Críticos apontaram que o presépio não transmitia o calor humano e a simplicidade da Sagrada Família. Ao invés de evocar sentimentos de piedade, compaixão ou devoção, a instalação foi vista como fria, impessoal e esteticamente desagradável. As figuras foram descritas como rígidas e desprovidas de emoção, afastando-se da narrativa de um nascimento humilde e divino.
Reações religiosas e culturais: Muitos fiéis e especialistas em arte viram o presépio como uma afronta à tradição católica. Em vez de um símbolo de união e beleza, ele foi considerado um "objeto de zombaria". A historiadora de arte Elizabeth Lev comentou que as figuras careciam de "graça, proporção, vulnerabilidade e luminosidade", qualidades esperadas em representações da Natividade. Ela também destacou a contradição entre o presépio modernista e a grandiosidade da Basílica de São Pedro e da colunata de Bernini, que cercam a praça.
Reações nas redes sociais: As críticas foram intensificadas nas redes sociais, onde usuários não hesitaram em expressar seu desprezo. Comentários como "horrível", "uma criação que deve ter vindo do planeta Zog" e "presépio de Darth Vader" se espalharam rapidamente. Alguns descreveram as figuras como cubos e cilindros desajeitados, evocando imagens de xadrez ou figuras totêmicas, longe da fragilidade e humanidade do presépio tradicional.
Crítica à escolha do momento: Em um ano particularmente desafiador devido à pandemia de COVID-19, muitas pessoas buscavam consolo em símbolos religiosos familiares. Alfredo Chiarelli, um comerciante local, afirmou que o presépio confundiu e entristeceu muitas pessoas que esperavam algo reconfortante e familiar, especialmente em um ano em que a fé de muitos foi posta à prova.
Reação do Papa Francisco: Embora o Papa Francisco não tenha criticado diretamente o presépio, ele fez questão de destacar a exibição de 100 presépios tradicionais sob a colunata da Praça de São Pedro em seus discursos, incentivando os fiéis a visitá-los. Ele também aproveitou para denunciar o consumismo excessivo durante o Natal, afirmando que o "consumismo sequestrou o Natal", e ressaltando que o verdadeiro significado do nascimento de Cristo estava em sua humildade e pobreza, não em exibições grandiosas e materialistas.
O presépio de 2020, portanto, dividiu opiniões, sendo visto por muitos como um fracasso estético e espiritual, ao passo que outros defenderam sua ousadia artística como um convite à reflexão sobre o papel da arte moderna na fé cristã.
REFERÊNCIAS: youtube. g1. cnnbrasil, uol