O Lado Oculto da Guerra Biológica nos EUA: Você Sabia?

O Lado Oculto da Guerra Biológica nos EUA: Você Sabia?

Quando o Exército Americano Transformou Cidades em Laboratórios: Os Testes Secretos com Simulantes Biológicos e Químicos. Introdução – O que acontece quando a ciência sai do laboratório e invade as ruas? Imagina acordar numa manhã qualquer, respirar fundo e nem desconfiar de que, na noite anterior, algo invisível, silencioso e altamente controlado foi liberado no ar ao seu redor. Algo que não te machucaria... pelo menos, não fisicamente.

Mas que fazia parte de um jogo muito maior, onde cidades viraram campos de testes, e o céu se tornou o limite para descobrir como uma guerra biológica poderia ser conduzida. Pois é exatamente isso que aconteceu — mais vezes do que você imagina — nas décadas de 1950, 60 e 70 nos Estados Unidos e no Canadá. E o pior? A maioria das pessoas envolvidas nem sequer sabia disso.

O “Teste Silencioso”: Como o Exército dos EUA Avaliou a Guerra Biológica

Quando falamos em guerra biológica, logo pensamos em vírus letais, bactérias mortais ou toxinas capazes de transformar uma cidade inteira num campo de caos. Mas antes de chegar a esse nível de horror, os cientistas precisavam saber como esses agentes se espalhariam na realidade. Foi aí que entraram os simulantes — organismos vivos ou substâncias químicas inofensivas (pelo menos na teoria) usados para simular o comportamento de verdadeiras armas biológicas. Segundo relatórios do Exército americano datados de 1977, a segurança pública sempre esteve em primeiro lugar . Pelo menos é o que dizem. Organismos e materiais considerados seguros pela comunidade científica da época foram escolhidos para simular agentes biológicos perigosos. Foram 160 testes diferentes , realizados em 66 locais distintos , incluindo bases militares, cidades pequenas, centros urbanos e até mesmo regiões remotas do Alasca e do Havaí.

Durante esses testes silenciosos, os cientistas do Exército contavam com uma rede sofisticada de sensores e estações de coleta espalhadas estrategicamente pelas áreas-alvo. Esses dispositivos capturavam partículas suspensas no ar, permitindo que os pesquisadores mapeassem com precisão como os simulantes se espalhavam sob diferentes condições climáticas. O vento, a umidade e até mesmo as correntes térmicas urbanas eram analisados com minúcia para prever o comportamento de agentes biológicos reais. Tudo isso era feito sem que ninguém na rua tivesse a menor ideia de que estava sendo “infectado” por ciência.

Curiosamente, alguns desses experimentos foram realizados em lugares inusitados, como navios cargueiros, túneis rodoviários e até mesmo dentro de prédios públicos . Em um teste específico conduzido em 1965, o Exército liberou Bacillus globigii dentro de um tribunal federal para ver como o sistema de ventilação ajudaria na propagação do agente. Resultado? Em menos de duas horas, o simulante foi encontrado em todas as salas do edifício, incluindo salas de espera, banheiros e até no subsolo. A conclusão foi clara: ambientes fechados com circulação de ar eram extremamente vulneráveis a ataques biológicos.

E não pense você que esses testes eram coisa só do passado distante — muitos continuaram até o início dos anos 1970. Na verdade, o relatório oficial do Exército sobre todos esses experimentos só foi divulgado ao público em 1977 , após pressões da mídia e de grupos de direitos humanos. Nele, além de listarem as substâncias usadas e os locais envolvidos, os militares admitiam ter escolhido simulantes com base em critérios bem específicos: baixa patogenicidade, facilidade de detecção e capacidade de simular agentes letais . Mesmo assim, dúvidas persistem até hoje sobre os possíveis impactos à saúde das populações expostas — especialmente aquelas que viveram anos sob repetidas dispersões de ZnCdS, como é o caso de moradores de St. Louis, Missouri.

Os Três "Atletas" do Campo de Testes: Serratia marcescens, Bacillus globigii e Aspergillus fumigatus

Entre os simulantes mais usados estavam:

Serratia marcescens : Uma bactéria naturalmente presente no ambiente, famosa por produzir colônias vermelhas brilhantes. Usada em oito testes para verificar vulnerabilidades a ataques inimigos.
Bacillus globigii : Um primo distante do temido Bacillus anthracis , causador da antraz. Era usado por sua resistência às condições ambientais e por sua capacidade de formar esporos estáveis — características que o tornavam ideal para simular agentes biológicos persistentes.
Aspergillus fumigatus : Um fungo comum no solo e no ar, também usado como modelo para estudar infecções pulmonares após exposição a patógenos aerossolizados.

Essas criaturinhas microscópicas eram liberadas em ambientes reais — prédios públicos, transportes subterrâneos, áreas residenciais — para medir como se dispersariam e quanto tempo permaneceriam no ar.

O que pouca gente sabe é que Serratia marcescens já teve até um papel na medicina — por acidente. Na primeira metade do século XX, era comum encontrar essa bactéria em ambientes hospitalares, onde ela causava infecções oportunistas em pacientes imunocomprometidos. Mas por muito tempo, os cientistas acreditavam que fosse inofensiva para pessoas saudáveis — o que a tornou perfeita como simulante. Sua famosa coloração vermelha também facilitava a detecção visual em amostras ambientais. Curiosamente, anos depois, descobriu-se que a Serratia podia causar infecções graves em indivíduos com sistemas imunológicos fragilizados, jogando dúvidas sobre os possíveis impactos reais desses testes.

Já o Bacillus globigii , hoje conhecido como Bacillus atrophaeus , era o favorito dos pesquisadores por sua resistência extrema. Ele forma esporos extremamente duráveis, capazes de sobreviver a condições adversas como calor, radiação ultravioleta e dessecação (perda de água). Essa característica fazia dele o candidato ideal para simular agentes biológicos persistentes, como o da antraz. Em alguns testes, ele foi liberado dentro de trens e ônibus urbanos para medir como se espalharia em ambientes fechados e com alta rotatividade de pessoas. Os resultados foram alarmantes: partículas do simulante chegavam a contaminar superfícies toque-tela e maçanetas em minutos.

Por fim, o Aspergillus fumigatus , embora menos falado, tem uma história tão intrigante quanto os outros dois. Fungo comum no solo e no ar, ele é naturalmente aerotransportado, o que o tornava ideal para estudar infecções pulmonares em cenários de guerra biológica. O Exército usou-o em simulações realizadas em bases militares e centros de treinamento, especialmente em ambientes fechados ou com baixa ventilação. Hoje, sabe-se que o A. fumigatus pode causar uma doença grave chamada aspergilose invasiva, principalmente em pessoas com imunidade comprometida. Isso levanta questionamentos sobre os riscos reais envolvidos nos testes, mesmo usando “simulantes supostamente seguros”.

Subway, Metrô e o Ar que Respiramos: San Francisco e Nova York sob Análise

Em San Francisco, o Exército resolveu fazer um teste bem lá onde milhares de pessoas passam todos os dias: no sistema de transporte público . Em 1950, eles liberaram Serratia marcescens no túnel da linha de bonde da Stockton Street, simulando uma possível liberação de um agente biológico em ambientes fechados e com alto fluxo humano. O resultado? Mais da metade da população da cidade entrou em contato com a bactéria em questão de horas. Já em Nova York, o foco foi outro: o metrô . Dessa vez, o simulante escolhido foi o Bacillus subtilis . Amostras foram coletadas em várias estações, e os dados ajudaram a entender como partículas podem se espalhar rapidamente em sistemas de ventilação e espaços subterrâneos.

O teste em San Francisco foi um dos mais emblemáticos da série conduzida pelo Exército. Em 1950, durante uma operação conhecida como Operação Sea-Spray , os militares liberaram Serratia marcescens no túnel da linha de bonde da Stockton Street. O objetivo era simples, porém genial na sua lógica: verificar como um agente biológico se espalharia em um ambiente fechado e de alto fluxo humano — algo que hoje chamamos de "espaço crítico" em estudos de segurança urbana. Em questão de horas, amostras coletadas em diferentes pontos da cidade revelaram que o micro-organismo havia atingido áreas distantes, incluindo bairros residenciais. Estima-se que mais de 8 mil habitantes tenham inalado ou entrado em contato com a bactéria , sem que ninguém soubesse.

Já em Nova York , o foco foi outro, mas igualmente impactante. Nos anos 60, agentes do Exército resolveram testar a dispersão de Bacillus subtilis (antigo Bacillus globigii ) dentro do sistema de metrô da cidade — uma das redes mais complexas e movimentadas do mundo. Amostras foram coletadas em estações-chave, como Grand Central e Times Square, e os resultados surpreenderam até os próprios pesquisadores: o simulante aparecia nas estações vizinhas em menos de 15 minutos , viajando junto com os passageiros e pelas correntes de ar criadas pelos trens em movimento. Esse experimento ajudou a moldar protocolos modernos de resposta a ataques biológicos em ambientes subterrâneos, mostrando o quanto esses espaços são vulneráveis à contaminação rápida e silenciosa.

Zinc Cadmium Sulfide: O Brilho Invisível que Pintou o Céu

Enquanto os simulantes biológicos imitavam o comportamento de agentes vivos, havia outra categoria de substâncias usadas para estudar a dispersão física de partículas no ar: os simulantes não biológicos . Entre eles, o destaque vai para o Zinco Cádmio Sulfeto (ZnCdS) — uma substância fluorescente, usada em larga escala para visualizar trajetos atmosféricos. De 1953 a 1964, cerca de 34 testes com ZnCdS foram realizados em cidades como Minneapolis, St. Louis, Corpus Christi e Fort Wayne, além de outras localidades rurais e urbanas nos EUA e Canadá. Esses testes tinham como objetivo validar modelos meteorológicos para prever como partículas se moveriam no ar. Mas, segundo documentos desclassificados, o objetivo real era muito mais sinistro : planejar ataques estratégicos com armas biológicas contra alvos soviéticos durante a Guerra Fria.

O Zinco Cádmio Sulfeto (ZnCdS) era perfeito para os propósitos do Exército por uma razão muito prática: ele brilha sob luz ultravioleta. Essa propriedade permitia que os cientistas rastreassem com precisão o caminho das partículas no ar, mesmo à distância. Para isso, usavam detectores montados em postes, torres de rádio e até em aviões que sobrevoavam as áreas testadas. Em algumas cidades, como St. Louis , o ZnCdS foi liberado durante a noite, criando um verdadeiro espetáculo silencioso no céu — invisível a olho nu, mas facilmente detectável para quem sabia onde procurar. A beleza científica do experimento contrastava com o segredo absoluto em que era envolto.

Mas nem tudo eram partículas brilhantes e modelos matemáticos. O uso do ZnCdS trouxe consigo preocupações que persistem até hoje. Embora o Exército garantisse ser inofensivo, estudos posteriores apontaram que o cádmio , um dos componentes do composto, é um metal pesado altamente tóxico, capaz de causar danos pulmonares e renais em longo prazo. Muitos moradores dessas cidades, anos depois, relataram aumento incomum de doenças respiratórias — embora não haja provas concretas ligando diretamente esses casos aos testes. Mesmo assim, a questão permanece na memória coletiva como um lembrete: nem sempre o que brilha é ouro… e nem sempre o que é invisível é inofensivo.

Operação LAC: Quando o Céu Virou Campo de Batalha

Se há um nome que resume a ambição desses experimentos, esse nome é Operação LAC — sigla para Large Area Coverage . Realizada em 1957, essa foi a maior operação já conduzida pelo Corpo Químico do Exército dos EUA. O objetivo era simples, mas impressionante: cobrir milhares de quilômetros quadrados com partículas simulantes . Imagine um avião voando baixo sobre o Meio-Oeste americano, liberando partículas de ZnCdS enquanto sensores espalhados por toda a região monitoravam a dispersão. O teste cobriu um território que ia desde as Montanhas Rochosas até o Atlântico, do Canadá ao Golfo do México. E funcionou. A Operação LAC provou que era possível contaminar grandes áreas com agentes biológicos — algo que antes parecia impossível.

A Operação LAC (Large Area Coverage), realizada em 1957, foi um verdadeiro teste de escala sem precedentes. O plano era ambicioso: liberar partículas de ZnCdS (Zinco Cádmio Sulfeto) a partir de aviões C-130 Hercules em um trecho que cobria mais de 800 mil quilômetros quadrados — quase o tamanho da Turquia. O voo principal saiu da Flórida e seguiu até o Texas, mas os sensores espalhados por todo o caminho registraram a dispersão das partículas muito além do esperado. Em alguns pontos, como no Kansas e no Missouri, as partículas foram detectadas vários dias após a liberação , mostrando o quanto o vento poderia levar longe agentes biológicos ou químicos em uma situação real de guerra.

Além da surpresa com a extensão da dispersão, outro dado chamou atenção dos cientistas: o comportamento imprevisível das partículas em diferentes altitudes e condições climáticas. Em áreas urbanas, o ZnCdS se concentrava em bolsões, enquanto em zonas rurais se dissipava mais rapidamente. Isso ajudou a refinar modelos meteorológicos usados até hoje para prever padrões de contaminação atmosférica. Mas talvez o mais impactante tenha sido a confirmação de que uma única operação aérea poderia contaminar cidades inteiras em questão de horas — algo que mudou para sempre a forma como os EUA planejavam tanto defesas quanto ofensivas biológicas durante a Guerra Fria.

Da Ciência à Controvérsia: A Reação Pública e as Consequências

Apesar das garantias de segurança, muitas dúvidas persistem até hoje. Embora o Exército afirme que os simulantes usados eram inofensivos, alguns estudos apontam possíveis consequências à saúde associadas ao uso prolongado do ZnCdS, especialmente por conter cádmio — um metal pesado tóxico. Além disso, muitos dos testes foram conduzidos sem o conhecimento ou consentimento da população civil . Isso gerou críticas severas, processos judiciais e investigações governamentais nas décadas seguintes. Muitos moradores de cidades como St. Louis e Corpus Christi só ficaram sabendo décadas depois que seus céus haviam sido usados como laboratório.

O grande escândalo só veio à tona décadas depois, graças ao trabalho persistente de jornalistas investigativos e ativistas de direitos humanos. Nos anos 1970, após uma série de reportagens e pressões políticas, o Exército foi obrigado a liberar parte dos documentos relacionados aos testes. Mas foi nos anos 1990 que a história realmente explodiu — quando ex-funcionários do governo e cientistas envolvidos começaram a falar abertamente sobre os projetos. Em 1994, o Congresso Americano criou uma comissão especial para investigar os efeitos potenciais à saúde da população exposta ao ZnCdS e aos simulantes biológicos. Embora o relatório final tenha concluído que os riscos eram "baixos", ele também reconheceu que nenhuma autoridade local ou civil foi informada previamente sobre os testes , reforçando a falta de transparência e o uso da população como sujeito involuntário de experimentos.

Nos anos seguintes à revelação dos testes, muitos moradores de cidades como St. Louis, Missouri , e Corpus Christi, Texas , começaram a relatar padrões incomuns de doenças respiratórias, alergias severas e até alguns casos raros de câncer. Um desses moradores foi Virgil Kelly , residente de St. Louis, que em depoimento ao jornal The Guardian em 2017 afirmou: "Eu era criança naquela época, mas lembro do céu escuro com aquelas luzes estranhas. Meu irmão mais novo começou a ter crises de tosse poucos meses depois. Hoje ele tem enfisema e dizem que não é coincidência." Embora não haja prova científica definitiva ligando diretamente essas doenças aos testes com ZnCdS, a sensação de abandono e manipulação entre os moradores persistiu por décadas. Em meados dos anos 1990, isso resultou em uma série de processos judiciais movidos por famílias locais contra o Departamento de Defesa e o Exército Americano, acusando-os de negligência, violação de direitos civis e exposição deliberada da população a substâncias potencialmente nocivas.

Legado e Lições: O Que Resta dos Testes Militares com Simulantes

Hoje, esses experimentos são lembrados como um capítulo sombrio da história militar americana — uma época em que a fronteira entre ciência e ética se tornou tênue demais. No entanto, os dados obtidos nessas operações ainda são usados como referência em estudos de dispersão atmosférica, modelagem climática e até mesmo na preparação para emergências bioterroristas. Mas talvez a maior lição seja esta: o que é invisível pode ser poderoso . E quando colocamos tecnologia nas mãos de quem busca proteger (ou dominar), devemos estar sempre atentos aos custos humanos envolvidos.

Muitos dos dados coletados durante esses testes secretos acabaram se tornando fundamentais para o desenvolvimento de modelos de dispersão atmosférica usados até hoje — não só por militares, mas também por cientistas ambientais e autoridades de saúde pública. Modelos matemáticos criados a partir das operações com ZnCdS e bactérias simulantes são, até certo ponto, a base para entender como poluentes, vírus respiratórios ou até mesmo partículas de incêndios florestais se espalham pelo ar. Em 2001, após os ataques de setembro e o surto de antraz nos EUA, pesquisadores do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) recorreram a esses velhos estudos para prever como uma possível ameaça bioterrorista poderia se propagar nas grandes cidades americanas.

Mas talvez o maior legado desses experimentos seja ético . Eles serviram como um marco importante na história da regulamentação científica e da transparência governamental. Hoje, qualquer pesquisa envolvendo seres humanos ou ambientes urbanos precisa passar por comitês de ética e obter consentimento informado — algo que, claramente, não aconteceu nas ruas de San Francisco, St. Louis ou Corpus Christi décadas atrás. Esses testes silenciosos foram parte do choque que levou à criação de normas mais rígidas sobre experimentação humana e uso de agentes químicos em espaços públicos. Afinal, como disse certa vez um ex-funcionário do Pentágono em entrevista ao New York Times : "A ciência pode avançar às custas da confiança. E quando isso acontece, todos pagam o preço."

Curiosidades que Você Precisa Saber

Em alguns testes, os próprios soldados eram “cobaias” sem saber : Em bases militares fechadas, recrutas foram expostos a simulantes como forma de verificação da eficácia dos protocolos de detecção. Alguns relataram sintomas respiratórios leves, mas nada grave foi registrado oficialmente.

ZnCdS era usado também em fogos de artifício durante a Guerra Fria : A propriedade fluorescente do Zinco Cádmio Sulfeto chamou a atenção de engenheiros militares, que o usaram até mesmo em composições pirotécnicas para criar luzes noturnas de sinalização — um uso bem diferente do que acabou se tornando parte de experimentos atmosféricos.

Alguns sensores usados nos testes eram disfarçados como objetos do cotidiano : Para não levantar suspeitas, o Exército instalou detectores de partículas dentro de luminárias de postes, caixas de correio e até em telhados de escolas e igrejas. Muitos moradores nunca desconfiaram da presença desses dispositivos.

A imprensa local chegou a noticiar "névoas estranhas" em cidades-teste : Em Corpus Christi e St. Louis, jornais locais publicaram pequenas notas sobre "névoas brilhantes" ou "chuvas coloridas", causadas pela dispersão do ZnCdS. Os relatos foram ignorados ou arquivados como fenômenos meteorológicos incomuns.

Os testes inspiraram roteiristas de filmes e séries de ficção científica da época : Rumores e teorias sobre experimentos secretos nas ruas americanas alimentaram produções dos anos 1960 e 70, especialmente aquelas com temática de invasão alienígena ou contaminação silenciosa. Algumas obras, como episódios de The Twilight Zone , são fortemente influenciadas por esse clima de paranoia científica.

Conclusão – O Passado que Habita o Presente

Você pode pensar que tudo isso é história antiga, mas os ecos desses testes ainda ressoam. Eles moldaram protocolos de segurança, influenciaram tratados internacionais sobre armas biológicas e serviram como alerta para futuras gerações. E agora, da próxima vez que olhar pro céu, talvez você pense duas vezes antes de acreditar que o ar que respira é apenas… ar.