O "sistema da Mão Morta", também conhecido como "Perímetro", é um dos mecanismos mais temidos da Guerra Fria e ainda se mantém como um componente de dissuasão estratégica da Rússia. Esse sistema de retaliação nuclear foi projetado para garantir que, mesmo no caso de um ataque devastador que incapacite os líderes russos, o país ainda possa lançar um contra-ataque massivo contra seus inimigos.
Seu conceito simples e aterrorizante: caso seja ativado, o sistema lança mísseis nucleares automaticamente, sem intervenção humana, caso detecte sinais de um ataque nuclear contra a Rússia.
História e Desenvolvimento
Desenvolvido nos anos 1970 e 1980, durante a Guerra Fria, o sistema foi uma resposta ao medo de um ataque preventivo dos Estados Unidos. O objetivo era criar um sistema que garantisse a aniquilação mútua, dissuadindo qualquer potência de atacar primeiro. O "Perímetro" utiliza uma combinação de sensores sísmicos, de radiação e de pressão atmosférica para determinar se a Rússia está sob ataque. Se as condições forem atendidas e não houver comunicação com o comando central, a Mão Morta entraria em ação.
Embora detalhes precisos sobre o funcionamento do sistema permaneçam altamente classificados, especula-se que ele é controlado por um complexo algoritmo que monitora continuamente as comunicações com as principais autoridades militares e políticas da Rússia. Se todos os canais estiverem em silêncio e houver sinais de ataque, o sistema automaticamente inicia o lançamento de mísseis nucleares.
Funcionamento
A Mão Morta não está constantemente ativada. É um sistema que, em momentos de extrema tensão, pode ser colocado em prontidão. Uma vez ativado, ele funciona como um "botão de retaliação" que, em caso de um ataque bem-sucedido contra a liderança russa, garante uma resposta nuclear devastadora. A peculiaridade é que o sistema não depende de decisões humanas no momento da retaliação, sendo considerado um mecanismo infalível para garantir a destruição mútua assegurada (MAD – Mutual Assured Destruction).
Curiosidades
- O nome "Mão Morta": O termo "Mão Morta" vem da ideia de que mesmo que todas as autoridades russas estejam mortas, a retaliação ainda acontecerá. Em russo, o sistema é conhecido oficialmente como "Perímetro".
- Ativação automatizada: Em situações de grande crise, como durante uma guerra nuclear iminente, o sistema pode ser ativado, garantindo uma retaliação mesmo que o comando central seja destruído.
- Inspirou ficção: O conceito do sistema da Mão Morta serviu de inspiração para obras de ficção científica e teorias de conspiração, como o filme "Dr. Fantástico" (1964), que aborda a ideia de uma retaliação nuclear automática.
- Atualização constante: Embora tenha sido desenvolvido durante a Guerra Fria, acredita-se que o sistema ainda esteja operacional, com melhorias tecnológicas ao longo dos anos.
Impacto Geopolítico
O sistema da Mão Morta é um dos pilares da estratégia de dissuasão nuclear da Rússia. Ele é projetado para garantir que qualquer nação que considere um ataque nuclear contra a Rússia saiba que sofrerá uma resposta devastadora, independentemente das circunstâncias. Isso cria um equilíbrio de poder delicado, conhecido como destruição mútua assegurada, no qual nenhuma das potências se sente segura para iniciar um ataque.
Essa abordagem tem sido motivo de debate, com muitos críticos argumentando que a automatização de uma resposta nuclear pode levar a consequências catastróficas em caso de falha de sistema ou falsos alarmes.