Imagine um mundo onde, para provar que você é você, basta olhar para uma lente brilhante, algo saído diretamente de um episódio de Black Mirror. Só que, dessa vez, é real. A Worldcoin, uma empresa que já provoca frisson e até calafrios na indústria, está empenhada em transformar isso em realidade. 2023 - O CEO Alex Blania já afirmou sem rodeios: “uma forma global de identificação está chegando, goste você ou não.” E se ele estiver certo, em breve, ser humano na internet terá um novo significado.
Fundada pelo gigante Sam Altman, o cérebro por trás do ChatGPT e atual CEO da OpenAI, a Worldcoin parece um cruzamento entre ficção científica e realidade – mas com um toque de ironia do destino. Afinal, Altman já declarou sua visão de “quebrar o capitalismo” por meio de uma alocação de recursos mais inteligente com a ajuda da IA. Um visionário? Talvez. Mas é um conceito ousado e, para muitos, até utópico.
Agora, a ideia central por trás da Worldcoin é simples, mas não deixa de soar ambiciosa – ou assustadora, dependendo de como você encara o futuro. A empresa quer construir uma “rede de identificação global” com base no que chama de World ID. E como eles pretendem diferenciar humanos de bots em um futuro onde a IA se torna cada vez mais “humana”? A resposta: sua íris. Isso mesmo. O plano é que bilhões de pessoas, de todos os cantos do planeta, escaneiem suas íris por meio de um dispositivo chamado "The Orb".
O conceito é quase poético: The Orb, um dispositivo que parece ter saído de um laboratório de ficção científica, tem um propósito claro – garantir que você é você, e não uma criação digital. Essa distinção será crucial, especialmente se considerarmos o futuro da IA, que avança a passos largos em direção à chamada AGI (Inteligência Geral Artificial). E quem é o piloto por trás dessa corrida? Ninguém menos que Sam Altman.
Se isso tudo parece distópico, espere até entender quem já entrou no jogo. Entre os primeiros investidores da Worldcoin, está o polêmico Sam Bankman-Fried, o fundador da FTX, a gigante das criptomoedas que sofreu um colapso espetacular. No entanto, ao contrário de outras startups ousadas, a Worldcoin conta com a bênção intelectual de Altman, o que confere ao projeto um peso bem diferente de uma simples ideia mirabolante de cripto entusiastas.
Imagine, então, o cenário que o próprio Blania visualiza: um dia em que qualquer um que queira acessar a internet terá que comprovar sua identidade com um World ID, talvez um dos únicos passaportes confiáveis da era digital. Quer você goste ou não, o futuro pode muito bem estar nos olhos – literalmente.
No entanto, esse avanço não vem sem desafios. O uso de dados biométricos para validar identidades online abre um baú de preocupações sobre privacidade. Será que estamos prontos para trocar nossa íris por uma identidade digital segura?