Um mundo onde máquinas e humanos dançam em perfeita harmonia, fundindo o físico, o digital e o biológico. É exatamente isso que Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial (FEM), vislumbra com a Quarta Revolução Industrial. Durante a abertura da Cúpula de Governos Mundiais (WGS2022) em Dubai, Schwab convocou líderes globais a se unirem para enfrentar desafios como as mudanças climáticas, o comércio e as rupturas econômicas. Ele enfatizou a urgência de formar um governo mundial o mais rápido possível.
"O impacto da quarta revolução industrial acelera a mudança global de uma maneira muito mais abrangente e rápida do que as revoluções industriais anteriores", afirmou Schwab. "Apesar de todos os desafios, temos que manter a responsabilidade que temos em relação à próxima geração por meio de colaborações em nível nacional e global. Nossos futuros estão intrinsecamente conectados e isso requer respostas colaborativas."
Mas nem todos compartilham dessa visão. O rabino Yosef Berger, do Túmulo do Rei David no Monte Sião, observou que não foi por acaso que Schwab adotou o conceito da Quarta Revolução Industrial para unificar governos e corporações mundiais. Ele citou o Livro de Daniel: "O quarto animal - haverá um quarto reino sobre a terra que será diferente de todos os reinos; ele devorará toda a terra, e pisoteará e a esmagará." Para o rabino, essa pessoa quer governar para sua própria glória, pervertendo as palavras de Daniel para seu propósito. "Se realmente quer trazer luz ao mundo, convido-o a vir a Jerusalém. Vou apresentá-lo ao rei David. Vou apresentá-lo a Jerusalém. Agora, como a Páscoa está prestes a começar, é a hora."
Curiosamente, Schwab vê a pandemia de COVID-19 como uma oportunidade rara. Em seu livro "COVID-19: The Great Reset", ele descreve a pandemia como um ponto de inflexão fundamental em nossa trajetória global. "No momento em que escrevo (junho de 2020), a pandemia continua a piorar mundialmente", escreveu Schwab. "Muitos de nós estão pensando quando as coisas voltarão ao normal. A resposta curta é: nunca. Nada voltará ao senso de normalidade quebrado que prevalecia antes da crise, porque a pandemia do coronavírus marca um ponto de inflexão fundamental em nossa trajetória global."
Em 2020, o FEM lançou a iniciativa "A Grande Reinicialização", centrada no conceito de "capitalismo das partes interessadas", uma ideia que Schwab defende há décadas. Isso resultaria na atribuição de mais poder às corporações sobre a sociedade, onde os governos eleitos seriam apenas uma das partes interessadas em um modelo multissetorial de governança global. As corporações seriam as partes interessadas oficiais na tomada de decisões globais, enquanto os governos seriam relegados a ser uma das muitas partes interessadas. E as partes interessadas nas corporações ficariam em segundo plano, pois os executivos corporativos receberiam total autonomia.
Alguns podem achar perturbador notar que, em seu livro, Schwab cunhou o termo "reconstruir melhor", que foi adotado pelo presidente Biden antes de sua posse como o nome de sua estrutura legislativa. Como Schwab, Biden tem uma longa história de defesa aberta da nova ordem mundial. Recentemente, ele saiu do roteiro e pediu uma nova ordem mundial em um discurso na Reunião Trimestral de CEOs da Business Roundtable, uma forte defensora do Great Reset. Biden foi imediatamente empurrado para fora do palco por sua equipe. Os críticos alegaram que a "Lei de Infraestrutura" de Biden trata do avanço da agenda do Grande Reset, eliminando o uso privado de criptomoedas descentralizadas para substituí-las por "Moedas do Banco Central" centralizadas, rastreadas.
Em 1971, Schwab fundou o que se tornaria o Fórum Econômico Mundial (FEM), onde atualmente atua como presidente executivo, pelo qual recebe um salário de cerca de US$ 1 milhão. Ele é frequentemente criticado na mídia por isso, ao mesmo tempo em que declarou que os salários excessivamente altos da administração "não eram mais socialmente aceitáveis". Além disso, o FEM não paga nenhum imposto federal e é criticado por sua falta de transparência em seus relatórios financeiros. Schwab também atraiu ira por misturar as finanças do FEM sem fins lucrativos e outros empreendimentos comerciais com fins lucrativos, frequentemente para seu benefício financeiro.
Schwab afirmou que um mundo globalizado é melhor administrado por uma coalizão auto-selecionada de corporações multinacionais, governos (incluindo a ONU) e organizações da sociedade selecionadas (OSCs). Ele argumenta que os governos não são mais "os atores predominantemente dominantes no cenário mundial" e que "chegou a hora de um novo paradigma de governança internacional de stakeholders".
Ele também defendeu a engenharia genética. Em seu livro de 2018, "Shaping the Fourth Industrial Revolution", Schwab escreve: "Seremos mais capazes de manipular nossos genes e os dos nossos filhos. Esses desenvolvimentos levantam questões profundas: onde traçamos a linha entre o humano e a máquina? O que significa ser humano?"
A vida pessoal de Schwab é enigmática e poucos detalhes são conhecidos. Seus pais se mudaram para Ravensburg, na Alemanha, depois que o partido nazista assumiu o poder. Ele nasceu lá e é cidadão da Alemanha. A Gestapo monitorava a família de Schwab, que em 1944 também interrogou sua mãe (que era de Zurique) por usar sotaque suíço em público. Depois disso, a família foi mandada de volta para a Suíça, onde vive até hoje. No entanto, ele tem três avós suíços e dois irmãos suíços, e sua cidadania foi negada quando se candidatou. Seu patrimônio líquido exato não é conhecido.