A atribulada história da Dama de Elche

damel123/04/2020 - Manuel Campello tinha 18 anos mas insistia, vá-se lá saber porquê, que tinha apenas 14. Trabalhava como moço de lavoura na Herdade da Alcudia, próximo de Elche, província de Alicante. Estava-se no pico do verão, nos inícios de agosto, o calor mediterrânico forçava a pausa e Manolico, assim o chamavam, levava de beber aos cavadores, que se regalavam com a frescura da água à sombra de uma figueira. Enquanto bebiam, o falso petiz entretinha-se com uma ferramenta pousada, — uma picareta ou uma enxada, tanto faz —, dando leves pancadas no solo ressequido. Foi então que um som estranho lhe despertou a curiosidade e logo se pôs a esgaravatar. Não foi preciso aprofundar muito a curiosidade pois, com duas ou três cavadelas, logo se deparou com um achado magnífico que seria uma das mais importantes descobertas arqueológicas do século XIX.


Tratava-se de uma escultura de pedra, com 65 kg e pouco mais de meio metro de altura, representando uma belíssima dama engalanada. A descoberta foi tão surpreendente — tão belas eram as feições da senhora —, que a notícia se espalhou rapidamente. Chegava gente de todas as redondezas para admirar a Rainha Moura, como lhe chamaram, exibida orgulhosamente pelo proprietário da herdade, Manuel Campello Antón. Não era moura, como certamente se terá logo apercebido Pierre Paris, um reputado arqueólogo francês que, por razões circunstanciais, se encontrava de visita ao povoado valenciano. Não tardou, o francês recomendou ao Louvre a aquisição da peça, o que se concretizou após a recusa do Museu Arqueológico Nacional de Madrid, que desprezou a compra. Os franceses pagaram 4000 francos. Uma dúzia de ovos custava, em 1900, pouco menos que um franco e meio.

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Em Paris renomearam-na, chamaram-lhe Dama de Elche, evitando designá-la como Rainha, Vénus, ou Deusa. E assim ficou conhecida, mencionada em todos os manuais de História da Arte, de Proto-história ibérica, de História de Espanha: Dama de Elche. Quanto maior era o sucesso do busto, mais crescia o desgosto do povo local. Feridas no orgulho e privadas da posse, as gentes acusavam os notáveis de não terem mantido a Dama na terra. Não eram só os populares que choravam a perda, também os intelectuais da geração decadentista de 98, onde pontificavam homens como Unamuno, Menéndez Pidal ou Pio Baroja, mal refeitos da derrota no conflito hispano-americano, simbolizaram na peça — ainda por cima feminina, bela e ausente —, o desafortunado destino espanhol. Em França, estudaram-na, dataram-na algures entre os séculos V e IV a. C., deteteram vestígios de policromia que provam que um dia exibiu um rico colorido e lançaram muitas hipóteses interpretativas. Quem seria? Que enigmático orifício seria aquele nas costas? Para que servia? Que estranho toucado seria aquele? Por que razão estava enterrada e protegida num nicho? Que afinidades com outros achados se poderiam estabelecer?

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A popularidade da Dama no Louvre despertou as autoridades espanholas que, na tentativa de emendar o erro, iniciaram, a partir dos finais da década de 20, negociações diplomáticas com vista ao seu retorno a solo ibérico. Debalde o tentaram os negociadores de Madrid, pois esbarravam sempre na nega parisiense. Veio depois a Guerra Civil e logo após a Segunda Guerra, o que parecia relegar os esforços para um secundaríssimo plano, pois em tempo de guerra não se negoceiam antigualhas.

Mas não, foi justamente ao contrário, a Guerra tornou a negociação premente e conferiu à Dama um peso político-diplomático inimaginado. De facto, na iminência de uma invasão germânica, e ciente o governo francês do apetite dos invasores pelo saque de preciosidades de toda a espécie — sempre foi assim, em todas as invasões —, decidiram evacuar de emergência os troféus artísticos do Louvre. O espólio valiosíssimo do museu foi disperso por toda a França, secretamente, depositado em locais seguros, longe das garras nazis. A Dama foi levada para o castelo de Montauban, a cidade d’Ingres, na Occitânia, no sudeste do país. E aí ficou.

Entretanto, Hitler invade a França e chega a Paris, nos meados do mês de junho de 1940, onde se faz fotografar com a Torre Eiffel ao fundo. São conhecidas as instruções que o Füher dava pessoal e meticulosamente com o objetivo de pilhar os museus, galerias e palácios dos territórios submetidos, com o intuito de reunir na Alemanha as obras de arte mais reputadas e prestigiantes, muitas na sua coleção particular, bem como na de Göring. Tal como um toureiro corta rabos e orelhas, Hitler e Göring pilhavam arte.

Rendida a França, estabelece-se o governo colaboracionista de Vichy, discutindo-se, mais insistentemente, o alargamento do Eixo à Espanha franquista. É assim que, em outubro de 1940, Hitler desce até Hendaye, onde se encontra com o Generalíssimo. Discute-se a entrada da Espanha na Guerra. Franco estava ansioso, pois alimentava pretensões megalómanas, enquanto Hitler estava desconfiado, parece que não gostou do caráter do espanhol, nem estava seguro da vantagem de abrir mais uma frente no conflito, a ocidental. Mas era necessário satisfazer, ao menos simbolicamente, o orgulho espanhol.

Foi neste contexto que, nos finais de novembro, o governo madrileno assumiu oficialmente as negociações com os franceses, que já decorriam sigilosamente há vários meses, com vista à permuta de obras de arte mutuamente saqueadas e indevidamente detidas por ambos os países. Elaboraram-se então, em ambos os lados, as listas dos objetos a trocar. Do lado hispânico, as exigências incidiam sobre um rol de peças notáveis, destacando-se pelo seu simbolismo a Imaculada Conceição, de Murillo e, naturalmente, a Dama de Elche, verdadeiras sínteses do catolicismo espanholizado e do nativismo dos autóctones, respetivamente, propagandeando valores muito apreciados pelo nacionalismo franquista no pico da sua afirmação, falsificando e reesecrevendo a História.

Postas no papel as assinaturas do acordo entre os dois países, no ano seguinte, em 1941, foram chegando, encaixotadas e acompanhadas, as obras devolvidas à Espanha. A Dama de Elche chegou de comboio, primeiro a Barcelona e depois a Madrid. Não tardou, o Prado exibiu orgulhosamente uma exposição com as peças reavidas. O sucesso foi grande e a Dama, terminada a exibição, foi a atração principal de uma sala com o seu nome. Até que, exatamente três décadas após, novo critério expositivo recomendou a deslocação do torso alicantino para o Museo Arqueológico Nacional, não muito distante, seguindo a recomendação do afamado arqueólogo Martín Almagro Basch. Convenhamos, a melhor companhia para a Dama são os tesouros escavados, mais do que as pinturas do Prado.

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Quando tudo parecia pacificado, eis que surge nova polémica. Agora, a seráfica dama vê-se envolvida numa questiúncula autonomista. Num tempo em que a Espanha Democrática se debate com o difícil equilíbrio entre a unidade do Estado e a afirmação das Autonomias, as autoridades regionalistas dos elchianos solicitaram ao governo conservador de Aznar a cedência da Dama. Foi em 1997, por ocasião do 1º centenário da descoberta, e a Ministra da Cultura de então, Esperanza Aguirre, escudada em argumentos técnicos e em pareceres especializados, recusou o empréstimo. Despeitada, toda a Comunidade Valenciana se indignou, lembrando que em 1965, durante os festejos locais conhecidos como Misterio de Elche — em que se dramatiza a Dormição, a Assunção e a Coroação da Virgem —, a Dama já havia visitado a sua cidade “natal”, não deixando de ser curiosa a associação da escultura pagã à festividade mariana.

Aguirre, porém, foi irredutível. Mas não tinha razão, uma vez que, em 2006, agora sob um governo socialista de Zapatero e com Carmen Calvo na pasta da Cultura, a Dama de Elche visitou Elche, exibindo-se no Museu de História e Arqueológico (MAHE), numa exposição de grande sucesso que bateu todos os recordes de visitantes. Finda a mostra, regressou a Madrid, intacta, onde jaz.

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O Enigma da Senhora de Elche: uma rainha Anunnaki?

 

Uma das faces femininas mais enigmáticas da história da humanidade é, sem dúvida, a da dama de Elche, que supostamente é datada da cultura ibérica (século IV aC). E, embora sua roupa reflete sua linhagem alta, sua identidade é desconhecida. Mas os enigmas estão gradualmente sendo eliminados e as novas hipóteses sobre a origem dessa figura são pelo menos surpreendentes. A Senhora da Suméria antiga vem? Ou, talvez fosse uma rainha Anunnaki?

A Senhora de Elche é uma estátua ibérica em pedra calcária, que data entre os séculos IV e IV aC. C. Ele mede 56 cm de altura e pesa 65,08 kg., E foi descoberto em 4 de agosto de 1897 em Elche (Espanha).
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Os trabalhadores da fazenda estavam realizando o desmatamento da encosta sudeste da colina de La Alcudia, para fins agrícolas. De acordo com a lenda local, Manuel Campello Esclapez, um menino de 14 anos que ajudou na lição de casa, foi o descobridor. Usando o pico de Antonio Maciá, e aproveitando uma pausa dos jornaleros, ele começou a cavar.
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Em Elche, todos conheciam a descoberta e eram motivo para conversar. Os amigos da família foram visitá-la na casa, mas as outras pessoas não podiam fazer o mesmo, então, em um ato de generosidade, a Senhora (a Rainha habita, como ela era conhecida) estava exposta na varanda para que fora contemplado por todos os vizinhos da localidade.
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Em agosto, o Mistério de Elche é celebrado e Don Pedro Ibarra convidou sua casa para ver esta festa ao arqueólogo francês Pierre Paris. Quando o arqueólogo viu o busto, ele sabia que era uma verdadeira jóia e relatado ao Museu do Louvre em Paris, que respondeu imediatamente oferecendo uma grande quantia de dinheiro: 4000 francos do tempo. Apesar da oposição de sua esposa, o busto ibérico foi vendido e, em 30 de agosto de 1897, a deusa ibérica deixou bem embalada para Paris. Durante 40 anos, a Lady of Elche foi exibida no Louvre.

A Lady of Real Elche e uma recreação com as cores que a peça usava


Após a Segunda Guerra Mundial, começou em 1939 e, como medida preventiva, foi transferida para o castelo de Montauban, perto de Toulouse (França), lugar mais seguro do que a capital parisiense.
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Em 1941 foi recuperado através de uma troca de obras com o governo de Vichy do marechal Pétain. A Senhora permaneceu no Museu do Prado há 30 anos, desde que retornou à Espanha até 1971, que foi incorporada à coleção permanente do Museu Arqueológico Nacional. A verdade é que a Espanha se separou de sua história em outros tempos e hoje, como resultado, há uma grande diferença de identificação para determinar quais são as raízes espanholas. Quem eram os ibéricos e o que ainda era seu legado, duas questões das quais apenas as teorias são obtidas como resposta. E há outros pesquisadores que vão além, sugerindo que a civilização ibérica pode vir da antiga Suméria.
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Erik Von Däniken revelou muitas lacunas na história, mas pouco a pouco estamos decifrando nosso passado. E todos esses seres que vemos representados aqui e em outras culturas seriam, de acordo com Däniken, Anunnakis. Ele acrescenta que mesmo os Illuminati pagaram a um homem chamado John F. Moffitt para dizer que a peça era uma falsificação. A dama de Elche é suméria, dos fenícios, uma imperatriz da Atlântida que professou a iconografia de Ishtar.
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Da mesma Atlântida, assegura que a língua basca vem e que o castelhano também não desce do latim porque Málaga e Cádiz são fenícios. O castelhano desce do antigo ibérico fenício.
Isso esconderia para o resto da humanidade sua origem Atlântida. Mas uma medalha encontrada em Utah (EUA), que tem uma senhora gravada quase idêntica à de Elche, (uma vez que a Lady of Elche tem os mesmos brincos e colares rituais), revelaria a conexão de ambas as relíquias, apesar de as grandes distâncias entre Elche e Utah.

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Medalha encontrada em Utah (Estados Unidos), em 1966


As armadilhas eram representativas da Atlântida. Na Bolívia (Peru) e nos Andes sempre foram uma trilha da Atlântida, que tinha uma capital no Lago Titicaca, um lago que está nas montanhas e com Anunnaki permanece. Há lendas na área de homens de Venus que visitaram a Terra e tiveram esse tipo de armadilhas.
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Os edifícios de Puma Pumku, em Tiahuanaco, têm epígrafos cuniformes Anunnaki e são equivalentes aos Persepolis Gates of Persia. Tiahuanaco significa "Isto é de Deus". E Puma Pumku "Puerta del Puma".Representa a conexão entre estrangeiros felinos e Anunnaki. Efectivamente, em Suméria existem estátuas de deuses felinos, como em outros lugares do mundo.
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O arqueólogo Marcel F. Homet disse: "as imensas lajes de pedra dos templos de Tihuanaco são unidas entre si por ganchos metálicos, dos quais até agora apenas foram encontrados equivalentes em um só lugar: na Mesopotâmia, na arquitetura dos palácios Assírios ... Da mesma forma, as deusas e deuses de Tiahuanaco parecem idênticas às divindades adoradas do século IV (BC) na Mesopotâmia ". (Cfr. Kolosimo, 1969: 248, Terra sem tempo).

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A deusa Inanna da Mesopotâmia, deusa da fertilidade, também usa uma espécie de armadilha


Artefatos, ooparts, sedimentos funerários ou crânios de cristal são armazenados, como os Mayas, que se pensa terem sido usados ​​como armazenamento, algo como um disco rígido, já que, nos últimos tempos, descobriu-se que o cristal eo quartzo eles são grandes transmissores de energia e não só isso, mas também possuem a capacidade de reter essa energia, podendo assim ser canalizada como fonte de informação.
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Tudo o que aprendemos da Espanha e da Europa antiga, não é verdadeiro cem por cento. Basco e ibérico eram línguas ibéricas autóctones. Na Europa, línguas análogas foram faladas, mas o basco tem sido estimado e preservado sem modificações, sendo o único vestígio que temos das línguas da Atlântida. O ibérico albergava semelhanças e desceu a partir daí a língua castelhana e as outras línguas românicas.

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O bronze de Ascoli é um prato inscrito em bronze do ano 89 a. C. encontrado em 1908 em Roma (Itália)


O latim teria adquirido outro tipo de características que não corresponderiam à nossa língua materna, mas seria a língua ibérica. Essa língua permaneceu e foi transformada pela antiga Europa. O basco também foi usado na franja Anunnaki do Cáucaso, sua origem nativa. Os primeiros habitantes da Inglaterra eram de origem basca. E o nome próprio "Iker", que é um nome basco, foi usado para se referir aos faraós egípcios.

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Em Iberia, foram encontradas esfinges aladas ao longo do leste, e as representações de touros foram encontradas em Sumeria. Poderia caber a possibilidade de que o leste da Península Ibérica fosse uma vez a capital da Sumeria em uma extensa faixa que ocupava o que é agora a Comunidade Valenciana. O nome da cidade de Valência viria do "Baal" fenício, embora seus descendentes sejam oficialmente do latim "Valentia".

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Esfinges da Mesopotâmia, encontradas no século IXX em Agost, Alicante

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Embora não houvesse uma grande influência ibérica ou suméria em Catalunha, a montanha de Montserrat era um importante foco Anunnaki. Hoje existem alguns textos sumérios muito antigos na basílica. A legenda diz que, sob a montanha, há um grande lago com águas férteis e seres que habitam seu interior.
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Outro remanescente histórico que ainda temos em muitos lugares da Península Ibérica são os dolmens.Lugares considerados templos sagrados e onde o ser humano poderia se conectar com os deuses.Naquela época, a diversidade dos deuses foi adorada.
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As alfândegas, as línguas, a política, a cultura, a religião e até mesmo a origem da magia negra são a herança do reino da Atlântida. Vale ressaltar os deuses considerados criadores: o deus Ishtar, o deus Enki, NinhurSag ou o deus Enlil, sendo Enki, o mais louvado. Esses deuses foram idealizados com o tempo.

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Os deuses criadores da Suméria: Anu, Enlil, Enki e Nin-Hur-Sag


Os reis e os nobres usavam roupas ostentosas como a Senhora de Elche, que poderia ser uma representação do deus Ishtar, como observam pesquisadores e arqueólogos. Anteriormente, esses deuses eram representados de várias maneiras, mas sempre com um sistema de código inquebrável, como na posição das mãos ou acessórios nas vestimentas
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A verdade é que a dama de Elche possui um rosto simétrico e totalmente harmonioso. Além disso, era originalmente policromo. Eles carregavam esses acessórios nos ouvidos e colares muito arredondados em diferentes tamanhos e formas. Eles usavam vestes como os árabes hoje.

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Descrição detalhada do traje da senhora de Elche

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E, embora tenha sido sempre relacionado a esta mulher misteriosa com uma sacerdotisa, poderia caber a possibilidade de que fosse alguém com uma posição hierárquica muito influente, como a de uma rainha.Ou talvez, como o mistério que aguarda a Gioconda de Leonardo da Vinci, enfrentamos o cenário da mais bela harmonia. O da simetria, usado como ferramenta para levar a arte ao seu máximo exponente. Uma sublime representação da divindade. Um xamã, uma rainha, uma deusa.

Fonte: https://triciclock.blogs.sapo.pt/
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