HISTÓRIA E CULTURA

Piratas da Somália, a Verdade que a mídia não mostra ! - Parte 2

pirata_18Protestos nunca ouvidos - Desde 1990 que a comunidade somali vem protestado reiteradamente na ONU e em diversos organismos internacionais. Os seus protestos nunca foram ouvidos e muito menos atendidos. O grupo de supervisão para a Somália das Nações Unidas também constatou e alertou nos seus relatórios sobre a depredação sistemática da zona levada a cabo por frotas de pesca estrangeiras. A ONU tampouco ouviu os seus próprios supervisores e não fez absolutamente nada para deter no saque. Mas o padelo não termina aqui.

Desde a queda do governo, em 1991, outros barcos começaram a aparecer também na costa somali. A sua atividade é mais misteriosa. Os barcos entram nas suas águas territoriais, vertem barris no mar e abandonam o lugar. Essa atividade suspeita alerta os pescadores somalis, os quais tentam dissuadir os cargueiros que realizam os derrames. Mas não tem êxito.

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Os derrames continuam durante 14 anos. O conteúdo desses barris era um mistério até final de 2004, quando um terrível tsunami assolou o sudeste asiático. Quando a onda do tsunami chega a Somália centenas de barris são arrastados contra a costa. Os barris rompem-se, o contéudo sai a superfície e termina nas praias.


Assassinatos em massa que a mídia não mostra

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As pessoas começam a adorecer. Infecções das vias respiratórias, hemorragias intestinais, estranhas reações químicas na pele e mais de 300 mortes repentinas causam alarme entre a população. Após algum tempo ocorrem nascimentos com malformações e diversas enfermidades. Nick Nuttall, porta-voz do programa do meio-ambiente das Nações Unidas, explicou que quando as embalagens se romperam pela força das ondas os barris trouxeram a luz uma atividade espantosa:

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"A SOMÁLIA ESTA SENDO UTILIZADA COMO VERTEDOURO DE RESÍDUOS PERIGOSOS DESDE O INÍCIO DOS ANOS 90, E CONTINUOU DESDE A GUERRA CIVIL NÃO RESOLVIDA NESSE PAÍS.O LIXO É DAS MAIS DIVERSAS CLASSES: HÁ RESÍDUOS RADIATIVOS DE URÂNIO, O LIXO PRINCIPAL, E METAIS PESADOS COMO CÁDMIO E MERCÚRIO. TAMBÉM HÁ LIXO INDUSTRIAL, RESÍDUOS HOSPITALARES, LIXO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS E O QUE SE QUEIRA MAIS NOMEAR, O MAIS ALARMANTE AQUI É QUE SE ESTA DESCARREGANDO LIXO NUCLEAR!!! O LIXO RADIATIVO ESTA MATANDO POTENCIALMENTE OS SOMALIS E ESTA DESTRUINDO TOTALMENTE O OCEANO."

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Ahmedou Ould Abdallah, representante especial da ONU na Somália, declarou a Al-Jazeera que as descargas de resíduos tóxicos continuam a acontecer na atualidade. O diplomata afirmou que possuia informações fidedignas de que são corporações européias e asiáticas as que estão despejando resíduos nucleares e químicos nas costas da Somália.

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Sim, as Nações unidas enviaram os seus representantes para constatar a catástrofe. E sem embargo, o capítulo foi encerrado. por hora não existiu um único despacho judicial, detenção ou condenação por estes atos criminosos. E isto não ocorre unicamente na Somália.

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As águas de outros países africanos como a Costa do Marfim, Nigéria, Congo e Benim também são usadas como vertedouros tóxicos pelos paises industrializados. Unicamente no ano de 2011, chegaram a África 600.000 toneladas de resíduos tóxicos. O continente africana converteu-se na lixeira de resíduos radiativos gerados pelos países ricos.


Um pais devastado

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Um país devastado que morre de fome. Os países ricos correm para lhes arrebatar a pesca e de passagem contaminar as suas águas com lixo tóxico e nuclear. Este é o contexto em que apareceram os homens que algunsmeios de comunicação denominam de PIRATAS. Perante esta situação de absoluta impotência, alguns pescadores reagiram de uma maneira desesperada. Começaram a aliar-se em pequenos grupos armados e usando lanchas rápidas tentam afugentar os barcos pesqueiros estrangeiros e dissuadir os navios que despejam resíduos nas suas águas.

"Há muitos anos conseguíamos pescar muitíssimo, o suficiente para comer e para vender no mercado. Mas depois chegaram os navios estrangeiros de pesca ilegal, que muitas vezes despejam produtos tóxicos que dizimam as reservas pesqueiras. Não me restou alternativa." Pescador local

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Chamam-se a si mesmos os "Guardas-Costas voluntários da Somália" e contam com o total apoio da população local. Segund uma pesquisa, 70% da população somali apoia fortemente esta atividade como um meio de defesa das águas territoriais do país. Um dos seus líderes, Sugule Ali, explicou os seus motivos: "Parar a pesca ilegal e as descargas nas nossas águas. Não nos consideramos bandidos do mar. Consideramos que os bandidos do mar são os que pescam ilegalmente e despejam lixo."

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Mas inicialmente ninguém os leva a sério. As frotas pesqueiras estrangeiras continuam pescando impunemente e as descargas tóxicas continuam. Tendo em conta que tudo isto ocorre num país cheio de armas e dividido em grupos rivais, a estes pescadores rapidamente se unem ex-combatentes e acabam convertendo-se em grupos fortemente armados. Pressentem um lucrativo negócio na captura destes barcos e na exigência de um resgate. Quando começam a reter barcos a zona vai-se esvaziando e as frotas estrangeiras deixam de chegar com tanta frequência.

PARTE 3