A Brigada OMSBON (sigla russa para Brigada Independente de Fuzileiros Motorizados para Funções Especiais, que existiu entre 1941 e 1945, mas que em 1943 foi designada como um destacamento OSNAZ, sendo voltado para reconhecimento/sabotagem, com 10.500 homens subordinados ao NKVD, órgão antecessor da famosa KGB) foi o “embrião” a partir do qual se originaram as unidades do então Exército soviético – hoje russo – conhecidas como ...
SPETSNAZ, “tropas especiais”, embora este termo se aplique a qualquer tropa capaz de exercer funções além daquelas típicas de uma força. A reativação de tais tropas, antes encarregadas de guerrilhas contra forças nazistas, foi autorizada em 24 de outubro de 1952, então devendo penetrar e neutralizar centros de comando, bases estratégicas e de lançamento de armas nucleares das potências ocidentais, iniciativa em muito motivada pelo teste da primeira bomba H que seria testada no Atol de Eniwetok (Oceano Pacífico) uma semana depois, capacidade que seria obtida pela URSS apenas em 1955. Em 1953, o Exército Vermelho tinha 11 Companhias Independentes de Finalidades Especiais (ORSN), cada um com 120 militares em quatro pelotões, cujo valor foi confirmado pelos efeitos psicológicos sofridos pelos soldados expostos à detonação a 350m de altura de uma ogiva de 40 kilotons em Totsk, durante dezembro de 1954. Ficou evidente a necessidade de uma tropa
especializada na destruição de armas nucleares antes que fossem usadas.
Uma tropa Spetsnaz recebe instrução durante treinamento. Notem a camuflagem usada pelos soldados e a "manta" do caçador no meio do grupo.
Tais unidades, subordinadas ao Primeiro Diretório de Inteligência (GRU) do Exército, foram aumentadas em 1957 para cinco Batalhões e renomeadas OBSP, que sete anos depois, como resultado da Crise Cubana dos Mísseis, sofreram nova ampliação, somando 10 Brigadas, cinco Batalhões e diversas Companhias Independentes, todas essas formações passando a serem designadas SPETSNAZ pouco tempo depois. Atualmente, há sete Brigadas Separadas de SPETSNAZ no Exército russo e suas operações são apoiadas por doze helicópteros Ka-52 “Alligator” (Hokum-B para a OTAN), com oito já entregues para o esquadrão 344 TsBP em Torzhok, operado pela Força Aérea russa. Recentemente, a Spetsnaz foi transferida do GRU para o comando de Forças Terrestres.
O termo Spetsnaz se refere as tropas de operações espaciais a serviço da Rússia. Pode ser afirmado, sem rodeios, que o Spetsnaz é uma das tropas de elite mais eficazes do mundo.
Embora destinada à penetração em território ocidental, uma das primeiras missões conhecidas da SPETSNAZ foi a repressão à revolta anticomunista na Hungria entre outubro e novembro de 1956. Durante agosto de 1968, disfarçados de civis, soldados Spetsnaz simularam uma falha no avião em que estavam e após o pouso tomaram de assalto o controle de vôo do aeroporto internacional de Ruzyne, facilitando o pouso de aeronaves An-12 “Cub” com pára-quedistas para impedir revolta semelhante, dessa vez na então Tchecoslováquia, intervenção codificada “Operação Danúbio”. O êxito da missão resultou na formação da 9ª Companhia para treinar forças especiais, estabelecida na escola de pára-quedistas em Ryazan, naquele mesmo ano.
Contudo, a surtida que revelou a SPETSNAZ para o mundo foi a “Operação Tempestade-333”, codinome da invasão soviética ao Afeganistão, em dezembro de 1979. Um dos muitos episódios desfavoráveis envolvendo efetivos SPETSNAZ e rebeldes Mujahedins durante a ocupação ocorreu quando a 15ª Brigada Spetsnaz baseada em Jalalabad enfrentou o Regimento Asama Ben Zaid estacionado na região de Krer entre março e abril de 1986, depois que a Unidade rebelde Cegonhas Negras havia encurralado e aniquilado duas formações de Spetsnaz entre fevereiro e agosto do ano anterior; como resultado a tropa soviética perdeu 42 homens e eliminou 26 rebeldes, mesmo com apoio de helicópteros Mi-24.
O soldado em primeiro plano está equipado, além de seu fuzil AK-103,com um lançador de foguetes RPG-7, uma arma simples, barata e capaz de por fora de ação um carro de combate MBT.
É o desempenho do militar na unidade em que serve que fará o seu comandante indicá-lo para a SPETSNAZ. O nível educacional deverá ser acima da média e o candidato deve dominar ao menos um idioma estrangeiro, com o adestramento privilegiando o fortalecimento da resistência mental e física a dor, bem como as atitudes e reações sob pressão e marchas em longas distâncias. Ensina-se pára-quedismo; combate corpo a corpo, com lâminas e artes marciais, notadamente o “Sambo”, desenvolvido na própria tropa, além do “Systema”, conjunto de técnicas para enfrentamento de múltiplos adversários armados com lâminas, originado também no SPETSNAZ; sobrevivência em vários ambientes, incluindo na selva, com apoio da unidade vietnamita Donong; sabotagem com explosivos e substâncias comuns; técnicas de infiltração e quebras de sistemas de segurança; escalada; Rappel; reconhecimento e leitura de mapas; manejo de armas e veículos estrangeiros. A unidade básica operacional é o grupo de combate, composto por oito militares.
O treinamento dos membros do Spetsnaz é bastante rigoroso. os soldados escolhidos pelo comandante das tropas regulamentares são homens de destaque intelectual e físico. É comum campeões olímpicos entre os membros desta tropa.
Cada soldado SPETSNAZ porta uma faca com lâmina arremessável, capaz de atingir alvos a 10 metros com uma força superior a de cinco homens médios.
A pistola pesada Gyurza com projéteis perfurantes em 9x21mm é a arma curta padrão, embora a PMM Makarov e sua versão com silenciador PB69P em 9x18mm sejam igualmente utilizadas, além do revólver UDAR em 12.3mm.
Já nas armas longas destacam-se as submetralhadoras 9A91, em 9x39mm; a PP-91 KEDR e sua versão com silenciador KEDR B, ambas em 9x18mm, assim como a KLIN, variante maior das KEDR; a Stechkin APS e a submetralhadora Bizon-2 no mesmo calibre que as KEDR/KLIN; as espingardas RMB-93, em calibre 12 e KS-23M, com projéteis perfurantes em 23 mm.
Dentre os fuzis utilizados constam o modelo pesado V-94 em 12.7x105mm; os SV-98/SVU OCAS-03 em calibre 7.62x54mm e SV-99 em calibre 22LR todos para tiros de precisão; os modelos de assalto AK 103 em 7.62x39mm (e sua versão curta AK 104), AK 105, AKSU-74 e o novo AN-94, todos em 5.45x39mm . As metralhadoras pesadas incluem a RPK-74 em 5.45x39mm e PK, em 7.62x51mm. Adicionalmente o grupo de combate pode utilizar lançadores de mísseis e foguetes, além de granadas de diversos tipos.
Os membros do Spetsnaz são treinados em luta corpo a corpo e tecnicas de combate com armas brancas.
Spetsnaz Navais
Com a derrubada do regime soviético, foi atribuída uma brigada naval Spetsnaz a cada uma das Frotas Bandeira Vermelha Soviética (quatro no total), com nadadores de combate. Além disso, as forças especiais modernas do Alfa e do Vympel também possuem unidades navais. Outra parte dos Spetsnaz russos é representada pelos Berets Negros ou Fuzileiros Navais Russos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/