Higgins e os seres do céu: Um dos primeiros casos ufológicos do país

Higgins e os seres do céu: Um dos primeiros casos ufológicos do país

O Dia em Que o Paraná Virou Cena de Filme de Ficção Científica: O Caso Higgins de 1947. Você já imaginou estar em um descampado qualquer, no meio do interior do Paraná, em pleno mês de julho — aquele friozinho cortante, o céu limpo e a quietude típica do campo — e, de repente, ouvir um som estranho vindo do céu? E não era avião, não era trovão... Era algo que fazia os pelos da nuca se arrepiarem. Pois é exatamente isso que aconteceu com José Carlos Higgins , topógrafo curioso, homem de campo e protagonista de um dos casos mais antigos (e intrigantes) da Ufologia Brasileira.

E olha só: estamos falando de julho de 1947 . Isso mesmo, poucas semanas depois do famoso caso de Roswell , nos Estados Unidos. Parece até roteiro de série de suspense, mas tudo indica que o que aconteceu naquela tarde de terça-feira, próximo à Colônia Goio-Bang, foi real. Tão real que virou notícia em jornais da época, como o Diário da Tarde , de Curitiba, e ainda hoje desperta interesse de pesquisadores, ufólogos e curiosos de plantão.

Vamos mergulhar fundo nessa história? Prepara o café, senta aí e vem comigo.

Um dia como outro qualquer… até o céu abrir

Tudo começou em 23 de julho de 1947 . José Higgins, junto com alguns ajudantes, realizava trabalhos de agrimensura numa área próxima à Campina do Amoral , então pertencente ao município de Pitanga, mas que hoje faz parte de Luiziana, no sudoeste paranaense. Era um trabalho tranquilo, de medição de terras, como tantos outros que ele já havia feito antes. Mas naquele dia, o destino decidiu jogar uma carta inesperada na mesa. De repente, Higgins escuta um som agudo, como um silvo suave, mas intenso , vindo do alto. Ele levanta os olhos e vê algo que, até então, só existia em desenhos animados ou histórias malucas contadas nas esquinas:

Um objeto discoidal , parecido com uma cápsula de remédio gigante, descendo lentamente do céu. Não era um avião. Não era um balão. Era algo novo , algo estranho , algo que faria qualquer um sair correndo dali.

E os ajudantes dele fizeram exatamente isso: saíram em disparada, apavorados , deixando Higgins sozinho diante daquela cena surreal.

Mas Higgins não era qualquer pessoa. Era um homem curioso, talvez até teimoso. Em vez de fugir, resolveu ficar e ver o que ia acontecer. “Talvez eu tenha perdido o juízo”, diria ele depois, em tom de brincadeira, mas com um quê de verdade.

A nave pousa… e os ETs desembarcam

A nave, segundo seu relato, tinha cerca de 30 metros de diâmetro , com uma altura total de aproximadamente 5 metros . Descia suavemente, sustentada por hastes metálicas recurvadas que se flexionaram levemente ao tocar o solo. Era feita de um metal cinza-esbranquiçado , diferente de tudo que ele já tinha visto — nem prata, nem alumínio, nem ferro. Ao redor do disco, viam-se tubos transparentes por onde passava uma espécie de energia ou gás, produzindo aquele som característico. Nada de fumaça, nada de explosões, nada de caos. Uma tecnologia extremamente avançada para os padrões da época.

Dentro da nave, Higgins consegue enxergar uma espécie de janela , onde dois seres humanóides observam o mundo lá fora. São altos, magros, com cabeças grandes e olhos enormes. Eles parecem curiosos, quase infantis diante da novidade chamada "homem da Terra". Pouco tempo depois, a porta se abre. E quem sai de lá não é um alienígena, são três . Todos com cerca de 2,10 metros de altura , trajando macacões transparentes inflados , como câmaras de ar de carro. Nas costas, carregam mochilas metálicas . Por baixo do traje, usam camisetas, calções e sandálias feitas de algo semelhante a papel brilhante .

Os seres eram incrivelmente parecidos entre si. Como se fossem gêmeos idênticos . Cabeças grandes, olhos redondos, cílios longos, pele lisa e sem barba. Calvos, magros, moviam-se com agilidade impressionante , saltando distâncias maiores do que um humano conseguiria.

Um deles segurava um pequeno tubo metálico e apontou-o para Higgins, indicando que entrasse na nave. Foi quando as coisas começaram a ficar ainda mais bizarras.

Um mapa intergaláctico no chão e duas palavras misteriosas

Sem entender muito bem o que estava acontecendo, Higgins tenta dialogar com gestos. Ele pergunta para onde querem levá-lo. Um dos seres entende a pergunta e começa a desenhar no chão .

O que ele rabiscou ali seria uma das partes mais intrigantes do caso:

Sete círculos concêntricos , como se fosse uma representação do Sistema Solar.
O ponto central seria o Sol .
O sétimo círculo seria a órbita de Urano .
O extraterrestre aponta para o centro e diz: Álamo . Depois, aponta para o sétimo círculo e diz: Orque .

Ninguém sabe ao certo o significado dessas palavras, mas muitos especulam que sejam nomes de lugares — talvez o planeta de origem deles, ou um ponto de destino. Alguns ufólogos acreditam que Álamo seja uma referência ao Sol, enquanto Orque seria um nome alternativo para Urano, ou até mesmo um planeta anexo a ele.

Higgins, assustado, tira uma foto de sua esposa da carteira e, com gestos, pede para buscar ela também. Os alienígenas permitem. Mas Higgins não vai buscar ninguém. Na verdade, ele finge que vai e some no mato , escondendo-se para observar o que eles iriam fazer.

Observando criaturas de outro mundo

Da moita, Higgins assiste a uma cena digna de filme de ficção científica: os três seres brincam como crianças. Saltam distâncias absurdas, atiram pedras com força sobre-humana, exploram o local com curiosidade. Ele percebe que eles evitam ficar sob o sol direto , como se tivessem alguma sensibilidade à luz solar. Talvez o traje transparente funcionasse como proteção contra raios UV? Depois de cerca de meia hora , os ETs retornam à nave. Ela levanta voo com o mesmo silvo suave , subindo até desaparecer nas nuvens. E Higgins fica ali, sozinho, com o coração acelerado e a mente cheia de perguntas.

O depoimento que virou manchete

O caso ganhou repercussão. E rápido. No dia 8 de agosto de 1947 , menos de um mês após o ocorrido, o jornal Diário da Tarde , de Curitiba, publica um trecho do depoimento detalhado de José Higgins. O texto é emocionante, vívido, cheio de detalhes técnicos e descrições precisas.

Mais do que isso: ele duvida de si mesmo . Seria tudo um sonho? Uma alucinação? Uma pegadinha do cérebro cansado?

“Teria sido um sonho? Teria sido realidade? As vezes duvido de que isso tenha realmente acontecido, pois bem pode ser que tudo não tenha passado de um estranho mas belo sonho.”

É essa dúvida, esse tom introspectivo, que dá credibilidade ao depoimento. Higgins não parece louco, nem mentiroso. Pelo contrário: ele parece alguém profundamente abalado por uma experiência que ultrapassava qualquer explicação racional.

A importância histórica do caso

O caso Higgins é um dos primeiros registros ufológicos no Brasil , especialmente no Paraná. Aconteceu apenas algumas semanas depois do caso Roswell, nos EUA, e em um momento em que o tema OVNI começava a ganhar notoriedade mundial.

Além disso, apresenta elementos raros em outros casos:

Contato visual direto com seres humanoides;
Comunicação gestual e tentativa de compreensão mútua;
Desenho cósmico interpretável como Sistema Solar;
Uso de tecnologia avançada e silenciosa;
Trajes incomuns, possivelmente adaptados à atmosfera terrestre.

Não há evidências físicas concretas, claro. Mas o testemunho de Higgins, aliado ao registro jornalístico da época, dá ao caso uma base sólida para estudos sérios.

O que pensam os especialistas?

Muitos ufólogos brasileiros consideram o caso Higgins um dos mais importantes da nossa história ufológica . Para eles, trata-se de um evento clássico de contato imediato do terceiro tipo — ou seja, envolve contato com ocupantes de uma nave não identificada. Alguns estudiosos sugerem que os seres poderiam ser exploradores cósmicos , vindos de algum lugar além do nosso sistema solar. Outros acreditam que poderia se tratar de visitantes de dimensões paralelas ou até mesmo de uma civilização oculta dentro da própria Terra.

Já os céticos afirmam que tudo pode ter sido um engano ou ilusão , causada por fenômenos naturais, miragens ou até mesmo uma brincadeira elaborada. Mas, convenhamos, ninguém inventa sete círculos concêntricos com palavras desconhecidas só pra pregar peça no vizinho.

Curiosidades e fatos surpreendentes

Localização estratégica : A Colônia Goio-Bang, onde o caso ocorreu, está situada em uma região de mata densa e relevo acidentado, ideal para um pouso discreto.
Linguagem musical : Higgins disse que os extraterrestres falavam uma língua sonora e bonita , diferente de qualquer idioma conhecido. Alguns pesquisadores compararam a descrição com línguas hipotéticas como a “linguagem dos anjos”.

Traje funcional : O macacão transparente e inflado sugere um equipamento de proteção ambiental, o que reforçaria a teoria de que os seres vieram de um ambiente diferente.

Sombra como estratégia : Higgins percebeu que os ETs evitavam o sol. Isso pode indicar uma sensibilidade à radiação solar ou até mesmo uma adaptação biológica a ambientes com menor exposição à luz.

Saltos sobre-humanos : A capacidade física dos seres impressionou o topógrafo. Muitos relatam que ETs têm movimentos ágeis, leves e quase flutuantes — como se o peso fosse menor ali.

Legado e memória

Hoje, quase 80 anos depois, o caso Higgins ainda é lembrado por pesquisadores e entusiastas da Ufologia. Há inclusive um monumento simbólico erguido em Luiziana, cidade que hoje abriga o local do incidente, homenageando o ocorrido. Muitos turistas e curiosos visitam a região buscando traços daquele dia histórico. Alguns juram sentir uma energia diferente no ar. Outros garantem que, em certas noites claras, ainda é possível ouvir um leve silvo ecoando pelas colinas...

Conclusão: Um mistério que resiste ao tempo

Seja verdade ou ilusão, o caso de José Higgins permanece como um dos grandes enigmas da Ufologia Brasileira . É um daqueles eventos que mexem com a imaginação, que nos fazem olhar para o céu noturno com outra perspectiva, e nos lembram de que, talvez, não estejamos tão sozinhos assim. E você, o que acha? Acredita que Higgins realmente encontrou extraterrestres? Ou tudo não passou de um delírio causado pelo calor do sol paranaense?