Quem é Asthar Sheran? - Parte 2

comando_astharSegundo as informações fornecidas pela entidade, as sílabas "SH" e "ER" do sobrenome significam "comando" e "dignidade" respectivamente e a sílaba "SHER" faria parte da composição de ambos os nomes como indicativo da “função” desempenhada por estas entidades. As sílabas finais como "ART" e "AN" determinariam a “jurisdição”, “alçada” e “competência” de seu comando. Estes dois nomes em particular têm provocado muita confusão, pelo fato de serem parecidos. Porém, a figura de "Ashtar Sheran" erroneamente ganhou maior abrangência através do espanhol Juan José Benitez López, que antes de ser um escritor famoso era um repórter desconhecido e sem expressão de um periódico chamado “Gaceta del Norte de Bilbao”.

Quando as notícias sobre "Ashtar Sheran" e OVNI´s vindas da América do Sul, através das experiências dos irmãos Wells já estavam chegando na Espanha, Benitez foi enviado à América do Sul para levantar mais informações. Isto ocorreu porque a Espanha a pouco havia sido bombardeada com o "ufo-culto" dos "ummitas" ou "umnitas" e o assunto estava ainda em evidência. Assim o jovem e pretensioso repórter acompanhou várias experiências de grupos de “contatados” ocorridos no Peru, Espanha, Venezuela e Colômbia, e foi devido a isto que escreveu seus dois primeiros livros contando estas aventuras. O primeiro se chamava “OVNIS: SOS A LA HUMANIDAD” e contava exclusivamente as experiências dos irmãos Wells que haviam fundado uma organização chamada “Misión Rama” e que aqui no Brasil ficou conhecida por “Missão Rama” e mais tarde por “Projeto Amar” e um outro livro chamado “100.000 KM TRAS LOS OVNIS”, contando mais situações de grupos de contato que ele mesmo teria investigado. Nestas duas obras foi aonde Benitez misturou muitas informações e inventou outras tantas que acabaram por dar a entidade “Ashtar Sheran” uma fama que não existia. Isto nos mostra, através de um exemplo real, como uma informação errada pode provocar grandes confusões e ainda se transformar numa espécie de lenda que mesmo com muita explicação e esclarecimento não consegue reparar os estragos causados.

Outro dado interessante e que acredito seja de pouco ou nenhum conhecimento reside no fato curioso de quem em 1973 ou 1974 foi lançado um livro justamente no Peru, chamado "Yo Visite Ganimede" de Yosip Ibrahim, pseudônimo do “contatado” peruano José Roscielos. Este livro, segundo o autor, narra suas experiências de supostos contatos com extraterrestres ("Ashtar Sheran" inclusive) vindos de Ganímedes. Yosip diz que viajou até Ganímedes em uma nave destes seres, aonde lhe foi informado a presença extraterrestre desde a antiguidade da Terra (Sumérios, Egípcios, na Bíblia, etc); as idéias de resgates de pessoas que teriam sido “eleitas” para serem salvas; as famosas previsões de fim de mundo, que segundo estes seres, ocorreria em 2001 e outras alegações fantásticas. O fato é que esta obra foi a que teria influenciado quase todo o país e boa parte da América do Sul mas, curiosamente, não chegou no Brasil. Sendo assim, com tantas fontes diversas de informação, resulta difícil averiguar o que de fato ocorreu naqueles anos e o nível de contaminação que pode ter ocorrido o fato é que coincidentemente a conhecida “Misión Rama” também surgiu em 1974 e contando uma história parecida.

Ainda contando um pouco mais sobre Benitez, ao que parece ele teria manipulado um grande número de informações a seu favor simplesmente para ficar famoso. É difícil admitir a idéia de que ele, como pesquisador que se dizia ser, tivesse ignorado a existência deste livro, pois sabe-se hoje que esta obra chegou a ser bastante comentada no Peru nos anos 70. Tudo parece indicar que foi mais uma vítima da "doença fatal da certeza" que acomete muitas pessoas, sejam cientistas ou não e ninguém está livre deste "mal", que é fácil de ser adquirido; demorado de ser reconhecido e difícil de ser tratado e eliminado.

O fato é que ainda sobre "Ashtar Sheran", muitas pessoas públicas, famosas e do meio artístico (inclusive muitas de nacionalidade brasileira) estão envolvidas em "ufo-cultos" e outros movimentos de estilo messiânico e escapista. Existem basicamente duas vertentes de informações sobre a situação do Planeta, do ser humano e do provável futuro que nos aguarda e ambas estas vertentes são atribuídas a "Ashtar Sheran". Este é o ponto que considero crucial para separar o prestável do imprestável. As informações vindas das duas faces de “Ashtar Sheran” são tão antagônicas e contraditórias que resulta difícil acreditar que venham da mesma fonte. Uma das faces desta entidade se apresenta como “comandante” de uma frota de milhares de naves e distribui promessas de evacuação e resgate de pessoas aqui da Terra quando a mesma estiver na eminência de uma destruição total. Um dos projetos criados por fanáticos desta face de "Ashtar Sheran" seria o chamado "Project World Evacuation", do qual muitos artistas famosos, como Nina Hagen, fizeram parte e que retiraria da Terra, alguns poucos "escolhidos" para que escapassem da destruição e voltassem quando a situação estive normalizada, como se retirar o problema, fosse a solução. Foram também divulgados vários "mandamentos" do referido ser por diversas comunidades e agrupamentos esotéricos bem como foram realizadas várias “previsões” por porta-vozes de "Ashtar Sheran" que, claro, nunca ocorreram.

Talvez uma contribuição negativa que agravou ainda mais o problema tenha vindo de uma boa intenção de um brasileiro, o falecido radialista e repórter da Rede Bandeirantes de Rádio e TV de São Paulo, Alexandre Kadunc. Sempre interessado pelos assuntos metafísicos e pelo fenômeno OVNI e ainda preocupado com a situação ecológica do Planeta, Alexandre utilizou a imagem de "Ashtar Sheran" que já estava conhecida como uma espécie de protetor do Planeta e nos anos 80 começou a divulgar a famosa “Mensagem de Ashtar Sheran” como forma de chamar a atenção das pessoas para os problemas sociais e políticos do mundo. Foi assim que muitas pessoas passaram a captar e a gravar a tal mensagem em seus aparelhos caseiros de gravação. Com o tempo, a situação começou a ficar conhecida e cada vez mais pessoas apareciam com as mensagens gravadas, obtidas nas mais diversas situações. Algumas diziam estar gravando uma música de um disco e a mensagem aparecia quando se ouvia a gravação; outras diziam que a mensagem aparecia gravada mesmo com o aparelho desligado da tomada; outras ainda diziam ter recebido instruções do próprio “Ashtar Sheran” para fazer a gravação; e muitas diziam que um amigo de um amigo de outro amigo tinha feito uma gravação de algo. Eu cheguei a analisar várias destas gravações e a quantidade de versões, acréscimos e cortes em comparação com a mensagem original eram gritantes. Muitas versões mostravam até os nomes das pessoas que haviam feito a gravação como as representantes oficiais de "Ashtar Sheran"; outras ainda colocavam atributos de super-herói a suposta entidade e outros colocavam que a “salvação” estava em ouvir suas idéias pessoais. Ocorre também que muitas pessoas munidas de estações de rádio amadoras (rádios piratas, faixa do cidadão – PX, etc), conseguiam gerar interferências e ter potência suficiente para sobrepujar o sinal de rádios e assim, conseguir transmitir várias versões da tal mensagem e, quanto mais perto destas estações irregulares, mais nítido e forte era o sinal captado. Quantas pessoas conseguiram fazer estas transmissões; quantas versões existem desta mensagem e quantas pessoas se sentiram especiais, nunca iremos saber!

Enfim estava claro e evidente que foi um longo período em que mensagens com um teor apocalíptico alternavam-se com outras messiânicas, estimulando gradualmente, e de maneira perigosa, a fantasia e os egos de cada pessoa. A situação do mundo estava fragilizada politicamente pelo fantasma da chamada “guerra fria” e a cada dia que passava, muitos ficavam esperando o “apertar de botões” das duas maiores potências da época, iniciando assim o confronto nuclear, tão aguardado por uns e temido por outros. Não faltavam pessoas que já se consideras­sem diferentes ou escolhidas por "Ashtar Sheran", sentindo-se seres especiais numa missão mais especial ainda, o que hoje sabemos tratar-se de um fenômeno conhecido por “dissonância cognitiva”. Considero importante ter em mente que todo este período de contatismo poderia ter mesmo sido propositalmente elaborado e utilizado por inteligências terrestres ou quem sabe extraterrestres, para nos testar, procurando medir ou conhecer nossas fraquezas. Isto se enquadra no que é conhecido por PWT (Phsycological Warfare Techniques).

De qualquer forma, as extensões e desdobramentos de alguns grupos que se dizem ligados a "Ashtar Sheran" e outras supostas entidades são realmente preocupantes. Estas manifestações servem para corroborar uma hipótese conhecida desde os anos 70 por quem estuda a UFOlogia pelo ponto de vista psico-social. Segundo esta hipótese, no caso dos contatados, isto é, pessoas que não só alegam avistamentos de OVNI’s e seus tripulantes, mas que passaram a manter contatos posteriores com os mesmos, existe a possibilidade de que, em existindo realmente extraterrestres atuando, estes estivessem manipulando seus contatos com seres-humanos com o objetivo de manter o assunto OVNI desacreditado na sociedade humana e com isto favorecer o “modus operandi” dos extraterrestres entre nós, em que a clandestinidade parece ter sido a única forma de fazê-lo e mantê-lo.

Outro fato é que o descaso, desinformação e desinteresse que certos governos pregam em torno do assunto OVNI e o crescente número de seitas baseadas em motivos ufológicos é gritante. Como partilho das mesmas idéias e conceitos presentes na formulação da "Teoria da Decepção", esboçada por , John Kell, Jacques Bergier e outros, que são trabalhos pouco comentados, considero que existe muita gente interessada em difundir uma antipatia incontrolada sobre o assunto OVNI e suas manifestações e em contrapartida, temos um crescente número de abordagens "extraterrestres" disfarçadas em cultos e seitas. O que resta saber é realmente o porque e até aonde se consegue vislumbrar isto é mesmo muito preocupante, pois já estamos vivendo as consequências de tantas mentiras, desinformações e até objetivos escusos de agências de inteligência pois a medida em que o fenômeno que "não existe" interage e atinge cada vez mais um público leigo, este mesmo público não possui nenhuma informação fidedigna, pois a experiência objetiva desse público leigo é simplesmente interpretada como subjetiva pela comunidade científica e descartada (pois a ciência é levada a se intimidar com o assunto). Neste ponto, vemos que a ciência acadêmica passa a se encaixar no chamado "mito da neutralidade científica", aonde é observado que muitas vezes o "cientista neutro" é vítima de simpatias ou antipatias incontroladas e assim, tende a aceitar o que é simplesmente aceito como verdade ou falso consenso do momento científico em que vive. Se algo viola isto, então só pode ser mentira ou indigno de interesse científico. Mais uma das armadilhas de nossa sociedade dita “civilizada”.

E em virtude destas incoerências da racionalidade, o enorme e crescente público, cada vez mais leigo de conhecimento (pois informação existe até demais!) passa a duvidar da Ciência, da UFOlogia, dos Ufólogos e adere à chamada "pseudociência" e assim, assistimos ao nascimento de seitas, cultos, movimentos, agremiações, etc, que passam a interpretar o fenômeno OVNI como bem entendem, gerando um caos e uma distância cada vez maior de um entendimento real sobre o fenômeno o que os que "estão no comando" parecem querer, pois hoje temos provas suficientes de como a CIA e outras agências se aproveitaram e ainda se aproveitam do fenômeno OVNI para testar suas técnicas de guerra psicológica e controle de massas. Seria como alguém (humano ou não) estivesse habilmente conduzindo o "dividir para vencer" e assim, criando um chamariz aterrorizante (abduções) enquanto que uma legião de "colaboradores" (contatados) é sutilmente criada e implanta as idéias absurdas que vemos por aí. E note que estas pessoas perdem, muitas vezes, o seu poder de questionamento, e passam até a não se sentir mais "terrestres", encarando cada um de seu semelhante como um inimigo em potencial dos "irmãos cósmicos". Claro que existem as exceções, pois acredito que um contato inteligente e consciente entre civilizações diferentes não somente é possível como também pode já estar ocorrendo há tempos!

Muitas pessoas que pesquisei sobre o assunto "Ashtar Sheran" dizem que os extraterrestres estão “jogando” conosco o que eu considero plausível pois é fato que, neste caso, quem detêm as cartas na manga são “eles” e que sem nós, os "outros jogadores”, não existe “jogo” mas, é bom que fique claro que estes tipos de “jogos” não são acontecimentos transparentes e estão "viciados", isto é, são "jogos de cartas marcadas". Quem ler o trabalho do Psicólogo Eric Berne, que "inventou" a Análise Transacional, talvez entenda o que quero dizer. Uma das obras deste psicólogo trata do assunto "Games People Play" que está ligado ao trabalho de outro grande pesquisador chamado John A. Kell que escreveu o excelente livro "UFOS - Operation Trojan Horse". Um dos capítulos deste livro se chama: "Games Non-People Play" (o "non-people" seria uma referência a "extraterrestres") e isto, em palavras mais simples significa que nós, seres-humanos, fomos lançados no "tabuleiro" de um grande "jogo de roleta", aonde quem "dá as cartas" não é necessariamente "humano" e aonde esta "roleta" pode estar viciada! Ocorre na sub-cultura dos “contatados” uma espécie do conceito sociológico do termo “massificação” que não tem nada a ver com “produção ou transmissão de algo em massa” e sim seria a perda de proteção dos meios sociais intermediários, tornando o indivíduo vulnerável a comandos vindos de fontes desconhecidas. Isto é algo muito sutil e de difícil detecção, mas, é comum que nestes movimentos sempre exista a presença dirigida por “entidades extraterrestres”.

Devido a isso que pesquisadores se assustam com o comportamento apresentado por alguns "contatados" e "abduzidos", sobre o que falam em palestras e congressos. São típicas táticas de propagação de "pensamentos alienígenas" que podem ser altamente perigosos.

PARTE 3