Doença, Desespero e Assombrações: A História Sombria do Waverly Hills Sanatorium

sanafan12021 - Entre os locais assustadores ao redor do mundo, alguns dos mais notórios e, de fato, mais intimidantes foram, em tempos passados, estabelecimentos de saúde mental e instituições para tratamento de doenças mentais que, na contemporaneidade, permanecem desocupados. Afinal, esses são recintos impregnados com supostas vibrações negativas deixadas por emoções intensas, tais como dor, sofrimento e morte. A história desses lugares está repleta de lembranças desfavoráveis, eventos sombrios e ocorrências sinistras, tornando-os propícios à criação de inúmeras narrativas sobre supostas manifestações espectrais. Entre os locais mais conhecidos por sua história macabra, destaca-se um notório estabelecimento de saúde localizado no estado do Kentucky, nos Estados Unidos. Ao longo do tempo, esse local adquiriu a reputação de ser um dos edifícios mais assombrados da história, acumulando relatos aterrorizantes de indivíduos que afirmam ter presenciado eventos inexplicáveis em seu interior.

Erguido no cume de uma colina a sudoeste de Louisville, Kentucky, encontra-se o antigo Sanatório Waverly Hills, uma estrutura cinza e imponente que evoca imagens de narrativas de horror gótico, o que, em muitos aspectos, é verdadeiro. Inaugurado em 1910 em um terreno que anteriormente abrigava uma escola, o sanatório foi concebido para enfrentar a crescente epidemia de tuberculose que assolava a região. Naquela época, a tuberculose era uma doença temida e considerada incurável, sendo amplamente encarada como uma sentença de morte. O pânico que ela provocava nas pessoas naquela época é difícil de ser plenamente compreendido nos dias de hoje.

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Conhecimentos sobre a enfermidade eram escassos, abrangendo aspectos como sua propagação, métodos para enfrentar sua ação e a abordagem adequada aos doentes. Diante da carência de informações, os pacientes eram simplesmente afastados da convivência com o restante da sociedade e reclusos em sanatórios. Em resposta ao aumento abrupto de casos em Louisville, que sobrecarregava outras instalações, o Waverly Hills foi erigido para preencher essa lacuna, sendo então considerado uma instituição de vanguarda.

As dimensões da edificação expandiram-se rapidamente, tornando-a totalmente autossuficiente. O Waverly Hills possuía seus próprios campos agrícolas e rebanhos, áreas destinadas à produção de vegetais, estação de tratamento de água e até mesmo sua própria estação de rádio, serviço postal e código postal. É apropriado afirmar que a instituição operava como uma comunidade autônoma, contando com uma população residente composta por médicos, enfermeiros, funcionários e, é claro, pacientes.

A proposta era que fosse completamente funcional e isolada; de fato, todos que assumiam funções ali compreendiam que era imperativo cortar todos os laços com o mundo externo, despedir-se de amigos e familiares e permanecer no local por um período indeterminado. Blocos inteiros foram construídos nos limites da instituição, que incluíam praça, igreja e até mesmo um cinema.

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A única conexão com o mundo exterior ocorria durante os dias de visitas esporádicas, rigorosamente regulamentadas, restritas e supervisionadas. De maneira geral, a comunidade residente em Waverly Hills estava deixada à própria sorte. Ao longo dos anos, diversas ampliações foram implementadas, incluindo um centro hospitalar para casos avançados e um pavilhão infantil, vastas áreas verdes ao ar livre e praticamente um novo edifício construído anualmente. Naquela época, o sanatório era reconhecido como um dos maiores e mais avançados do país, quiçá do mundo. Os pacientes desfrutavam de uma existência mais digna, enquanto os profissionais da saúde podiam conduzir pesquisas e aprofundar sua compreensão sobre a enfermidade que enfrentavam. Não há dúvidas de que o hospital desempenhou um papel fundamental no combate e compreensão da tuberculose.

Contudo, não se iluda! Apesar das instalações bem aparelhadas, da dedicação dos profissionais e da serenidade proporcionada pelas florestas e paisagens campestres, não se podia escapar de uma dolorosa realidade: aquele era um local impregnado de sombras.

Nos primórdios do século passado, havia escassa informação sobre como lidar com a tuberculose e seus efeitos; tudo o que se sabia era que suas características letais raramente podiam ser sobrepujadas. Ar puro, luz solar, coquetéis de medicamentos e preces constituíam as formas mais comuns de tratamento, embora lamentavelmente poucos desses métodos apresentassem resultados positivos. Nesse contexto, os médicos em Waverly Hills estavam dispostos a experimentar abordagens distintas e testar suas teorias.

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Em algumas ocasiões, essas abordagens acabavam por se revelar arriscadas e em muitas situações quase tão letais quanto a própria enfermidade. Com o propósito de restabelecer os pacientes, os médicos conduziam procedimentos experimentais que se assemelhavam a narrativas de horror. Um desses tratamentos consistia na infame pneumectomia, uma intervenção cirúrgica na qual porções infectadas do pulmão, e por vezes todo o órgão, eram extirpadas do paciente. Por sua vez, a toracoplastia implicava na remoção de vários ossos das costelas e da parede torácica para induzir o colapso do pulmão. Atualmente, tudo isso pode parecer um absurdo insensato, mas naquela época prevalecia a convicção de que a cura só seria alcançada por meio de experimentação e tentativa.

A maioria dos indivíduos encaminhados para Waverly Hills tinha consciência de que aquela seria uma jornada sem retorno e que ser admitido no local equivalia a uma verdadeira sentença de morte. Os que eram destinados ao Sanatório eram apelidados de "figuras sombrias" e, ao empreenderem a derradeira viagem até o destino final, trajavam uma indumentária especial que os identificava: um traje cinza que alguns consideravam de gosto questionável, dado que remetia a um sudário funerário.

A morte era uma ocorrência cotidiana no Sanatório, com cadáveres sendo enviados diariamente para cemitérios em caixões de metal selados. O volume de corpos era tal que decidiram erguer um cemitério e crematório nas instalações para facilitar o processo. A morte era algo tão comum que chegou ao ponto de se tornar usual avistar corpos sendo transportados diante de outros pacientes, embora, na maioria das vezes, esse deslocamento ocorresse por meio de túneis ocultos que conectavam a enfermaria e o hospital ao necrotério.

Os médicos consideravam desanimador admitir a ineficácia de seus métodos. Além disso, isso gerava pânico entre a população, que estava cada vez mais consciente da limitada compreensão dos profissionais encarregados de sua saúde em relação à doença que os afligia. Na realidade, em muitos casos, os médicos e enfermeiros falsificavam informações sobre a recuperação dos pacientes, alegando que alguns haviam recebido alta ou seriam transferidos para outras instalações devido à melhora. Contudo, nada disso correspondia à verdade; as transferências que supostamente indicavam recuperação eram artifícios para dissimular a alarmante taxa de mortalidade.

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Somente nos anos 1940, surgiram avanços significativos no tratamento médico que ofereceriam uma luz de esperança para os pacientes com tuberculose. Curiosamente, esses avanços também culminariam no encerramento das atividades do Waverly Hills, uma vez que os custos associados à manutenção e operação da instalação eram exorbitantes. Com a introdução dos antibióticos em 1944, o tratamento da doença começou a demonstrar sucesso. Outros procedimentos, como a incorporação da estreptomicina, resultaram em uma considerável redução no número de óbitos. Diante dessas melhorias, ficou evidente que um sanatório daquelas dimensões não era mais necessário.

O Waverly Hills Sanatorium encerrou definitivamente suas atividades em 1961. Posteriormente, teve uma breve ressurreição como uma instalação geriátrica denominada Woodhaven Medical Services, encerrando suas operações de forma definitiva em 1981. Alegações de maus-tratos e negligência foram os motivos que levaram ao fechamento, embora alguns sustentassem que o local era excessivamente grande e opressivo para os pacientes. Naquela época, já circulavam rumores sobre fenômenos inexplicáveis no complexo. Testemunhas relatavam fenômenos sonoros estranhos, como ruídos misteriosos, passos, gritos e assovios vindos de alas desativadas ou trancadas. Alguns mencionavam zonas de frio, onde a temperatura caía abruptamente, e a sensação de ser observado era inescapável. Enfermeiros e pacientes afirmavam ter visto figuras estranhas perambulando pelos corredores, pátios e áreas externas. Algumas dessas aparições eram tão comuns que acabaram sendo nomeadas e reconhecidas por todos. O hospital, o antigo necrotério e, naturalmente, o cemitério eram locais onde a maioria dos incidentes inexplicáveis era registrada. Pessoas relatavam portas batendo, objetos sendo deslocados das paredes e gritos que gelavam o sangue.

Após o fechamento do hospital geriátrico, as vastas instalações mudaram de proprietário, sendo utilizadas como hotel, centro de conferências e até mesmo modeladas como um complexo prisional de segurança mínima. Aqueles que ocuparam o local, mesmo que por um curto período, testemunharam eventos estranhos. As aparições observadas em Waverly Hills geralmente pareciam confusas, supostamente relacionadas aos pacientes que passaram seus últimos momentos naquele local sombrio. Um dos fantasmas frequentes é uma mulher apelidada de Mary, vestindo o infame jaleco cinza da instituição, que aparenta estar em busca da saída do hospital, como se estivesse compelida a fazê-lo pela eternidade. Contudo, outros fantasmas, incluindo homens, mulheres, crianças, médicos, enfermeiros e até animais de estimação, parecem habitar esse lugar sinistro. Numerosas testemunhas afirmaram ter avistado estranhas esferas luminosas movendo-se pelos corredores, atravessando paredes. Além disso, relataram sensações de toques, empurrões e até mesmo mordidas por manifestações incorpóreas.

Os corredores utilizados para conduzir os corpos representam outro espaço repleto de fenômenos paranormais. Indivíduos que atravessam essas passagens relatam a percepção de gritos, gemidos e dos veículos que transportavam os corpos contaminados. As instalações elétricas desses corredores frequentemente manifestam falhas, sendo comum que as pessoas que por ali circulam enfrentem quedas de energia que as deixam no escuro. Trabalhadores e vigilantes do estabelecimento afirmavam que o local se tornou ainda mais amedrontador após a decisão de destinar as celas de isolamento para os detentos rebeldes. Aqueles que passaram algum tempo nesses ambientes alegavam não estar completamente sozinhos nas pequenas divisões.

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Quando a instituição penitenciária também foi desativada no final dos anos 1990, o local permaneceu desocupado por algum tempo, resultando em seu abandono. Isso contribuiu para a propagação de rumores sobre supostas presenças sobrenaturais no ambiente, que, sem a devida atenção, gradualmente se transformou em uma ruína. Os atuais detentores da propriedade, Charles e Tina Mattingly, adquiriram as deterioradas instalações em 2011 e empreenderam esforços significativos para restaurá-las e financiar sua reabilitação, mas esse intento nunca se concretizou.

Não faltam relatos sobre áreas particularmente inquietantes no esqueleto abandonado do Waverly Hills. O antigo bloco destinado às crianças tornou-se notório por supostas aparições do espírito de um menino chamado Timmy, frequentemente avistado perambulando pelos quartos e corredores sombrios. Alguns visitantes deixam objetos, vestimentas e guloseimas como forma de não deixar o espírito se sentir solitário ou para demonstrar que ele é lembrado. Por vezes, esses presentes desaparecem de maneira misteriosa ou surgem em outras partes do hospital, o que, por si só, gera uma atmosfera sinistra.

Outro espaço sombrio é a Sala 502, reputada como sendo assombrada por uma enfermeira que, atormentada por uma depressão paralisante, teria se enforcado no quarto. Afirma-se que a energia negativa na sala é tão intensa que visitantes mais sensíveis experimentam uma sensação avassaladora de desânimo e tristeza. Alguns indivíduos com percepções aguçadas afirmam ser difícil permanecer no local por longos períodos. Há especulações sobre um recluso que, alegadamente, teria se lançado pela janela após vivenciar pesadelos enquanto ocupava esse mesmo espaço amaldiçoado.

O teto do antigo edifício principal também é considerado altamente assombrado, sendo palco de diversos suicídios. Algumas pessoas que acessaram o telhado relataram sentir-se profundamente incomodadas por emoções avassaladoras de pesar e desespero. Um episódio marcante foi descrito por um observador que visitou o Sanatório no site True Ghost Tales:

"Meus colegas e eu alcançamos o topo e permanecemos lá por um tempo, refletindo sobre os relatos que ouvimos sobre aquele lugar. Foi então que começamos a avistar figuras movendo-se na área do quinto andar, onde os pacientes frequentemente repousavam para respirar ar fresco. Sombras moviam-se por toda parte! Surgiam silhuetas de pessoas vestindo pijamas e roupões. Meu amigo Chris estava prestes a fugir em pânico, e tivemos que segurá-lo, pois ele quase despencou do telhado.

Precisávamos retornar pelo mesmo caminho, e todos ficamos apreensivos diante dessa perspectiva. No entanto, não havia alternativa! Não podíamos correr devido à escuridão e à quantidade de entulhos espalhados pelo chão, então seguramos firmemente uns nos braços dos outros e percorremos o corredor. Eu desejava fechar os olhos, mas precisava manter a visão do caminho. Percebi sombras ao nosso redor, senti mãos e dedos tocando e acariciando minhas costas. Não estávamos sozinhos..."

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Quando atingimos as escadarias e descemos para o andar inferior, nossos olhos estavam agora adaptados à escuridão. A luz lunar projetou-se através do edifício, proporcionando uma visão clara do corredor até onde ele se inclinava suavemente. Na noite anterior, ocorreu chuva, e devido à configuração do prédio, sem obstruções nas janelas, a água infiltrou-se. No pavimento, formaram-se poças de água estagnada, e começamos a notar pegadas descalças, como se alguém recentemente tivesse atravessado as poças, deixando rastros.

Diversas portas dos quartos, anteriormente fechadas quando passamos algumas horas antes, agora estavam abertas. Alguns de nós expressaram espontaneamente tristeza. Os lamentos ecoavam de maneira angustiante: sussurros baixos, estalos e ruídos de origem desconhecida. Em um momento específico, escutei claramente alguém exclamando: "Quero sair, mas não me permitem!". Poucos segundos depois, um tijolo foi lançado do telhado, caindo próximo ao local onde havíamos acabado de passar. Foi, sem dúvida, a experiência mais aterrorizante que vivenciei."

Outras presenças sobrenaturais e entidades diversas que perambulam pelas ruínas de Waverly Hills incluem uma senhora idosa emitindo gritos enquanto arrasta correntes manchadas de sangue, uma aparição feminina tímida que observa os visitantes dos cantos, o fantasma de uma adolescente engajada em uma partida de esconde-esconde, e numerosos relatos de entidades que se metamorfoseiam para se assemelhar aos observadores, como se fossem doppelgangers. A mais sinistra entre as presenças que assombram o Sanatório em ruínas é uma entidade demoníaca e malévola apelidada de "O Rastejador", que se movimenta de quatro e escala tetos e paredes. Essa sombra aterrorizante foi avistada várias vezes, deslizando em muros como um imenso lagarto, movendo-se veloz por superfícies e desvanecendo em recantos sombrios.

Todo esse fenômeno fez do Waverly Hills Sanatorium um local de peregrinação para alegados investigadores paranormais. O sanatório foi destaque em dezenas de programas do gênero, como Lugares Mais Assustadores da Terra, o Projeto Paranormal de Celebridades da VH1, Caçadores de Fantasmas e o Arrepiante do Canal Syfy, o Desafio Paranormal do programa britânico Most Haunted, Ghost Adventures do Travel Channel, e Ghost Asylum e Paranormal Lockdown, ambos no Destination America. Muitos apresentadores que exploraram o que resta do Sanatório afirmam que é um dos lugares mais aterrorizantes já visitados por eles. Não surpreendentemente, Waverly Hills conquistou a reputação de ser um dos locais mais intensamente assombrados nos Estados Unidos.

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Existem várias razões para a reputação intrigante atribuída a este local enigmático. O histórico do sanatório, marcado por um período de significativa mortalidade e sofrimento, fornece uma explicação substancial. Médiuns sustentam a crença de que emoções intensas e sentimentos adversos têm o poder de deixar uma marca permanente em um lugar, como se o solo e as paredes fossem perpetuamente manchados por essa influência. Isso resulta na aparente aprisionamento dos espíritos dentro desses limites, condenados a reviver eternamente suas desventuras.

Aqueles que adotam uma perspectiva mais cética e pragmática podem argumentar que tudo isso se resume à imaginação fértil daqueles que exploram o local. Indivíduos predispostos a acreditar no sobrenatural podem, portanto, interpretar os eventos de acordo com suas próprias inclinações. Embora essa visão possa ter méritos, é incontestável que o Waverly Hills é um daqueles lugares naturalmente inquietantes, não sendo recomendado para pessoas suscetíveis ou dotadas de grande imaginação. Aqui, sombras se deslocam de maneira incomum, as aberturas parecem observar atentamente, e os corredores se estendem para além do alcance visual com uma persistência desconcertante.

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