Castelo Aragonês: Proteção Contra Piratas e Tradições Horripilantes

Castelo Aragonês: Proteção Contra Piratas e Tradições Horripilantes

O Castelo Aragonês, localizado na deslumbrante costa italiana, já carrega um ar de mistério e fascínio só pela sua existência. Imagine uma imensa fortificação erguida sobre uma rocha vulcânica, conectada à Ilha de Ischia por uma ponte que parece flutuar sobre o mar. Para além de sua arquitetura impressionante, o castelo foi abrigo de mais de 2 mil famílias entre os séculos 16 e 18, oferecendo proteção contra piratas que rondavam a região.

Seu nascimento, no entanto, remonta a tempos ainda mais antigos: foi erguido no século 5 a.C., pelas mãos do tirano grego Gerone I, de Siracusa. Naquela época, a única maneira de se chegar ao castelo era pelo mar, tornando-o um refúgio isolado.

Foi só em 1441 que o rei Afonso V de Aragão ordenou a construção da ponte, finalmente rompendo esse isolamento. Mas o que ninguém poderia prever era o surgimento de uma tradição macabra que marcaria para sempre a história do castelo. No século 17, o Castelo Aragonês se tornou lar para o convento das Clarissas Pobres, uma ordem de freiras seguidoras de Santa Clara. E foi aí que as coisas começaram a ficar ainda mais sombrias.

Essas freiras cultivavam um culto curioso à brevidade da vida, com um ritual que, hoje, pareceria saído diretamente das páginas de um conto de terror. Quando uma delas falecia, seu corpo era levado para o subsolo do castelo, onde era cuidadosamente colocado em uma cadeira de pedra com orifícios. O processo de decomposição acontecia ali mesmo, enquanto os líquidos corporais eram drenados e armazenados em recipientes especiais. Restava apenas o esqueleto, que era então limpo e transferido para um ossuário. Sinistro, não?

Castelo Aragones clarissas interno

Mas a tradição não parava por aí. Todas as noites, as freiras vivas desciam ao que chamavam de "cadeiras da morte", em uma visita ritual ao Putridarium – um ambiente subterrâneo onde se meditava sobre a efemeridade da vida. A exposição constante a esse ambiente insalubre trazia doenças para muitas freiras, algumas delas fatais. Era uma forma macabra de reforçar a mensagem de que, no fim, somos todos pó.

Esse ritual bizarro existia em vários conventos da região sul da Itália, mas a imagem dessas Clarissas Pobres contemplando diariamente a decomposição de suas irmãs em um canto escuro do castelo é algo que mexe com a imaginação. Era uma espécie de "dança com a morte" que não só refletia a fé na vida eterna, mas também a crença de que, à medida que a carne desaparecia, a alma se purificava, tornando-se livre para seguir seu caminho rumo ao além.

Com o passar do tempo, o castelo foi se transformando. Durante as Guerras Napoleônicas, foi bombardeado, quase destruído por completo. Depois, serviu como prisão, até ser vendido a um proprietário particular em 1912. Hoje, é o monumento mais visitado da Ilha de Ischia. Para quem gosta de mistérios e de um toque de horror, a visita ao Castelo Aragonês oferece uma experiência única – inclusive, as cadeiras de pedra ainda estão lá, na cripta do subsolo, como uma lembrança sombria de um passado que parece ter saído de uma lenda.

Castelo Aragones clarissas paisagem

Se você se interessou por esse pedaço da história, prepare-se para uma viagem inesquecível. Ao caminhar pelos corredores desse castelo centenário, é impossível não sentir o peso de todos os acontecimentos que ali se desenrolaram. Cada pedra, cada sombra parece contar uma história. Quem sabe o que mais esse lugar misterioso ainda guarda em seus cantos escuros?

REFERÊNCIAS: youtube, wikipédia, aventuras na historia, mundo incrível