Dica de Cinema

Detroit em Ruínas: RoboCop 2 e a Guerra Contra o Nuke

Detroit em Ruínas: RoboCop 2 e a Guerra Contra o Nuke

"RoboCop 2"! Quem cresceu nos anos 90 deve se lembrar muito bem desse clássico de ação e ficção científica, que chegou aos cinemas em 1990 e fez muitos fãs voltarem às cadeiras, ansiosos por mais uma rodada de tiroteios, ciborgues e dilemas éticos. Dirigido por Irvin Kershner, o filme é a sequência direta do "RoboCop" de 1987 e continua mergulhando na caótica cidade de Detroit, onde as coisas só parecem piorar.

Se você acha que Detroit já estava em apuros no primeiro filme, espere até ver o que acontece agora! A cidade está praticamente em ruínas, com a criminalidade fora de controle e a polícia em greve, revoltada com os cortes nos salários e o perigo crescente nas ruas. E como se não bastasse, a gigante corporativa Omni Consumer Products (OCP) tem outros planos: a privatização total da cidade e a criação de uma utopia chamada "Delta City". Parece bom, né? Só que não. A OCP quer mais controle e não está nem aí para o caos que está deixando pelo caminho.

E é aí que entra nosso herói: RoboCop, ou melhor, o ex-policial Alex Murphy. Ele continua na linha de frente, combatendo o crime, mas dessa vez, as ameaças são ainda maiores. Uma nova droga devastadora chamada "Nuke" está tomando conta das ruas e, com ela, surge um novo vilão: Cain. Ele não é só mais um traficante; Cain é carismático, perigoso e está decidido a dominar a cidade com seu império do Nuke.

A OCP, que nunca está satisfeita com nada, decide que RoboCop já está meio ultrapassado. Então, qual a solução? Criar outro ciborgue, claro. Um mais avançado, mais forte e... bom, mais problemático. E é aqui que as coisas desandam de vez: a mente de Cain é usada para criar o RoboCop 2, uma máquina que sai completamente do controle e se torna uma ameaça ainda maior para a cidade.

Agora, imagine o conflito: RoboCop, já lutando para manter sua própria humanidade intacta em meio a tantas manipulações corporativas, precisa enfrentar essa nova versão de si mesmo. E a batalha entre eles não é só física; é simbólica. De um lado, a máquina que tenta preservar o pouco que resta de sua humanidade. Do outro, um monstro tecnológico sem escrúpulos, fruto das piores intenções humanas. Parece um duelo entre o que resta de bom e o pior que a ambição pode criar.

Mas o filme não é só pancadaria e explosões (apesar de que isso tem de sobra). "RoboCop 2" continua a explorar questões profundas que marcaram o primeiro filme: a ética (ou a falta dela) nas corporações, a perda da identidade quando se é mais máquina do que humano, e até onde a tecnologia pode ir antes de ultrapassar os limites da nossa humanidade.

Agora, aqui vai uma curiosidade interessante: o filme foi dirigido por Irvin Kershner, o mesmo diretor de "O Império Contra-Ataca" (sim, o icônico filme da saga Star Wars!). Então, se você achou que as lutas e os dilemas em "RoboCop 2" pareciam épicos, bem, não é por acaso. Além disso, a produção do filme foi um tanto caótica, com revisões de roteiro e mudanças ao longo do caminho, o que talvez explique um pouco o tom mais sombrio e brutal em comparação com o primeiro.

E, claro, quem não se lembra do design icônico do RoboCop? A armadura metálica, a caminhada decidida, o visor que esconde os olhos, mas deixa transparecer algo mais. É como se, a cada passo, ele tentasse lembrar a si mesmo de quem foi um dia. Aliás, a figura do RoboCop é um reflexo perfeito dos medos e esperanças da época em que foi criado: uma sociedade cada vez mais dependente da tecnologia, mas também desconfiada do que poderia vir com ela.

No fim, "RoboCop 2" pode até não ter sido tão aclamado quanto seu antecessor, mas é inegável que o filme marcou uma geração com sua mistura de ação desenfreada, crítica social e um protagonista que, embora preso entre dois mundos, nunca para de lutar. Então, se você ainda não assistiu ou quer relembrar, talvez seja a hora de dar mais uma chance a esse clássico dos anos 90.

Robocop 2 elenco

Robocop 2 cena 1

Robocop 2 cena 2

Robocop 2 cena 3