Dogmas e Mistérios Espirituais

Jorge Mario Bergoglio, o novo papa Francisco - Parte 2

francis o papa3Nome papal - Ao ser eleito, o novo pontífice escolheu o nome de Francisco. Segundo o próprio, uma referência a São Francisco de Assis fazendo referência a "sua simplicidade e dedicação aos pobres" e motivado pela frase dita por Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, logo após sua eleição, ainda na Capela Sistina: "Não esqueça dos pobres".[35][36][37]. Francisco de Assis (1182 — 1226), padroeiro da Itália, foi o fundador da família franciscana. "Muitos disseram que me deveria chamar Adriano como o grande reformador Adriano IV, ou Clemente, em vingança contra Clemente XIV, que aboliu a Companhia de Jesus.

Alguns não sabiam por que tinha escolhido o nome Francisco, e interrogavam-se se seria por Francesco Saverio (1506—1552), jesuíta expulso das colónias espanholas, conhecido como Francisco Xavier, padroeiro das missões, evangelizador do Japão, um dos primeiros companheiros de Santo Inácio de Loyola e um dos cofundadores da Companhia de Jesus), por Francisco de Sales [bispo de Génova] ou por Francisco de Assis. Foi por causa dos pobres que pensei em Francisco. Depois, enquanto o escrutínio prosseguia, pensei nas guerras, e assim surgiu o homem da paz, o homem que ama e protege a criação, com o qual hoje temos uma relação que não é tão boa."

O nome do pontífice não será acrescido do ordinal "I" (primeiro) em algarismo romano. Segundo a Santa Sé isso só acontecerá se, um dia, houver um papa Francisco II.


Estilo pessoal


O Papa Francisco é conhecido por um estilo pessoal despojado e frugal de viver. Durante seus anos como cardeal em Buenos Aires, vivia num pequeno e austero quarto atrás da Catedral Metropolitana e usava normalmente apenas transporte público, como metrô e ônibus, para se locomover,[67] além de cozinhar a própria comida. Eleito Papa, seu crucifixo sobre a batina branca quando apareceu ao povo na sacada do Vaticano era de aço e não de ouro, como de costume com Papas anteriores e também recusou o manto vermelho decorado com peles usado por Bento XVI com a alegação de que "o carnaval acabou".

Mostrando desde o início do papado um novo estilo, Francisco recusou a limousine blindada papal para comparecer a um primeiro encontro, na residência de Santa Marta, no dia seguinte de sua eleição, preferindo um veículo comum e surpreendeu fazendo questão de pagar pessoalmente a conta do hotel onde tinha se hospedado para o conclave, hotel este, pertencente à própria Igreja Católica. Dias depois de eleito, surpreendeu o telefonista de uma ordem jesuíta em Roma ao ligar pessoalmente querendo falar com um padre amigo e anunciando-se ao atendente - nunca outro Papa fez ligações telefônicas diretamente, sempre feitas por assessores ou por seu secretário - ouvindo de volta: "Você é o novo Papa? Ah sim, e eu sou Napoleão!.


Alguns segredos do Santo Padre

 

Por Rolando Lazarte em 19/03/2013 - Não é um segredo para ninguém o fato de que a totalidade das hierarquias católicas são inimigas da homossexualidade (alheia), condenam o aborto até de fetos anencefálicos (o aborto voluntário é admitido por todos os países Europeus, salvo Espanha), advogam pelo celibato sacerdotal, proíbem o sexo r prazer, consideram a mulher um ser inferior, etc.

Inclusive o aborto e o homoerotismo são criticados pela assim chamada “Teologia da Libertação”, tida como minoria progressista da Igreja. Tampouco é novidade a histórica aliança de 1700 anos entre a Igreja e as grandes ordens de Cavalheiros e, depois, dos exércitos regulares, o que culminou no século XX com o apoio ao fascismo e a sua versão mais truculenta, o sangrento franquismo espanhol.

Dizer que o novo papa, Francisco, compartilha esses valores seria uma redundância.

Mas há alguns “segredos” na vida do pontífice que nem todos conhecem fora de seu país de origem. De fato, quando ele foi proclamado Papa, milhões de pessoas no mundo devem ter comprado um mapa para saber onde tinha nascido aquele homem de aspecto simpático e humilde, e biótipo de italiano do Norte. É natural que alguns desses detalhes não se conheçam.

Para os que desejem informar-se, há numerosos artigos na Internet, e até alguns livros, cujo conteúdo o próprio Francisco tentou rebater num contra-livro, só em 2010, quando sua condição de um dos grandes favoritos (já insinuada em 2005, quando ganhou o segundo lugar após Ratzinger) se tornou mais concreta.

Os interessados podem ver, entre outros muitos, os seguintes links:

1 - http://tinyurl.com/ccmqm54

2 - http://tinyurl.com/d6mqvar

3 - http://tinyurl.com/d3colyt

(O Arquivo vai transcrever na íntegra as matérias constantes dos links 1 e 3, após a matéria em curso)

O leitor encontrará também outros textos, alguns escritos por organizações que assinam como católicas. Eventualmente, como em todos os casos, alguns textos podem não ser 100% verídicos, mas eu não estou fazendo uma acusação. Estou apenas informando de acusações feitas por outros, e cabe ao leitor se perguntar: “Qual seria o interesse dessas pessoas em criticar um humilde servidor de Deus?”

A Argentina voltou à normalidade democrática em 1983 quando o então padre Bergoglio estava com 47 anos. Nessa época, o atual papa era reitor do Colégio Máximo San José (da cidade de San Miguel), o maior seminário de formação de sacerdotes da Argentina (1980-1986) após ter sido, entre 1973 e 1979, o principal chefe (dito, na gíria eclesial, provincial) da poderosa e influente ordem dos jesuítas.

Sendo Argentina um país absolutamente católico, sem qualquer miscigenação com religiões nativas como no resto das Américas, e tendo como exceção apenas uma comunidade judia que sempre padeceu perseguição (e alguns evangélicos e islâmicos), tudo o que faz a Igreja foi sempre claramente percebido pelo resto da sociedade. Aliás, ainda hoje, Argentina talvez seja o único país (não sei o que acontece atualmente na Polônia, mas eventualmente poderia ser um de dois casos), em que a Igreja não está separada do Estado. Por exemplo, o Estado paga um salário aos bispos (não sei se Bergoglio o aceita ou o doa), mas já houve um conflito com o Vaticano quando Nestor Kirchner quis tirar a mensalidade de uns 3.000 dólares a um bispo que propôs que o ministro Gines, defensor da camisinha, devia ser linchado.

Em 1983, Jorge Bergoglio, uma figura austera, silenciosa, alheia a chamar a atenção, não tinha nenhuma influência política evidente, mas acumulava muita influência invisível. Ele utilizou essa influência para tentar mostrar um rosto “moderno” da Igreja, modificando a imagem desta como cúmplice qualificado e ativo dos genocídios e torturas generalizadas, que foram comuns na Argentina muitas vezes.

Por que fez isto? Muito simples. Apesar de ter mais de 90% de católicos e da mística medieval que impregna quase todas as instituições da Argentina (pelo menos, até a última vez que eu estive em meu país de origem), a Igreja ganhou um enorme número de inimigos combatentes, muitos dos quais, de maneira paradoxal, continuavam se considerando católicos.

Esses inimigos formavam um grande grupo de pessoas que eram parentes, amigos ou conhecidos qualificados dos desaparecidos pela ditadura de 1976. O número de mortos em tortura e depois desaparecidos foi tradicionalmente fixado em 30.000 no ano de 1978, mas eu acredito que o número total deve ser muito maior, provavelmente entre 35.000 e 42.000, tendo em conta que a ditadura continuou até 1983.
(Não é este o lugar para justificar esta afirmação que surge de documentação dispersa, e de documentos internacionais parcialmente desclassificados.)

Unidos aos parentes dos 1.200.000 exilados, refugiados e asilados pelo mundo (ou seja, 3% dos habitantes do país nesse momento), os familiares e amigos dos desaparecidos deviam somar algo como 6 milhões, o que significa 20% da população. Calculo que, embora muitas pessoas não tivessem parentes nem amigos, é razoável considerar que a média de afetos por cada exilado ou desaparecido seja de 5 pessoas.

Como é bem conhecido, a Igreja Católica apoiou intensa e devotadamente os crimes da ditadura, não apenas encobrindo ou justificando-os, mas também dando apoio psicológico e propagandístico, colocando a seu serviço seu aparato internacional (incluída a máfia italiana e o grupo P2), abençoando as máquinas de choque e os instrumentos usados para mutilação, e até, em vários casos, aplicando tortura com suas próprias mãos.

Há pelo menos 40 livros em espanhol e pelo menos 15 em inglês, dedicados de maneira total ou parcial à cumplicidade da Igreja Católica com os crimes de Estado na Argentina nos anos 1976-1983, e milhares de páginas de Internet.

De todos os casos de católicos aliados da ditadura, o mais espantoso é o do padre Christian Wernich, condenado em 2007 a prisão perpétua. Os que sobreviveram a seu sacerdócio afirmam que, de todos os torturadores civis e militares, ninguém era tão temido como o santo confessor. Ele chamava “fazer a barba” a passar a máquina elétrica, mas esta não era a máquina de barbear, mas de aplicar choque.

Com seu estilo discreto, Bergoglio tentou jogar um manto de esquecimento nos fatos protagonizados por uma das mais poderosas e compactas igrejas do planeta, num dos países mais católicos do mundo, junto com a Polônia e a Irlanda. Não sabemos se ele conseguiu refrear a saída de fieis da Igreja, já que no ano 2000, menos de 10% do país assistia regularmente a missa. Mas, ele fez grandes esforços e até permitiu a jornalistas estrangeiros que redigissem biografias sobre ele, e escreveu sua própria versão de sua vida, tentando refutar algumas dúzias de testemunhos que o acusavam de ter participado ativamente na ditadura. Ele fez um trabalho similar ao de Pio XII, quando, depois da guerra, tentou disfarçar, sem nenhum sucesso, a estreita colaboração do Vaticano com o nazismo.

Mas, antes de 1983, como era a relação de Francisco com a ditadura?


Jesuítas e Crianças


Como em muitos outros países, uma minoria de padres apoiou a causa dos direitos humanos e teve certa militância no que foi chamado “Teologia da Libertação”.

Dois deles foram os jesuítas Orlando Dorio and Francisco Jalic que propagavam uma visão social do cristianismo em favelas e bairros populares. Estes padres foram capturados pelos esquadrões da morte dos militares e submetidos a tortura, mas conseguiram sobreviver. Enquanto Jalic se fechou num mosteiro alemão e nunca mais falou de seu passado (e possivelmente, nunca voltou a Argentina), Dorio acusou explicitamente a Bergoglio, que era a máxima autoridade de jesuítas, de ter negado proteção, e ter permitido que ele fosse capturado.

Em vários dos links citados, especialmente no editado pela UNISINOS, há numerosos detalhes que descrevem, em total, uma quantidade apreciável de testemunhas. Embora a mídia brasileira tenha ignorado estas afirmações e diga que são simples conjecturas, um número tal de testemunhas seria possivelmente aceito por um tribunal penal.

Bergoglio usou por duas vezes os privilégios de não acatar as decisões da justiça, privilégio que a Argentina concede aos bispos, que têm um fórum privilegiado equivalente ao dos deputados, senadores e presidentes. Em função disso, recusou dar depoimento aos tribunais que julgaram os crimes contra a humanidade na época da ditadura.

Bergoglio aceitou, porém, comparecer a uma terceira intimação, quando a pressão dos milhares de vítimas se tornou muito intensa.

Segundo a advogada Myriam Bregman que trabalha em direitos humanos, as afirmações de Bergoglio, quando aceitou ir aos tribunais, mostram que ele e outros padres eram coniventes com os atos praticados pela ditadura. Ele, porém, não foi indiciado, também com base na “falta” de provas.

Em 1977, a família De la Cuadra – formada por ativos defensores do direitos humanos (cuja matriarca Licha, 1915-2008, foi condecorada pelos governos democráticos posteriores à ditadura) – teve sequestrados cinco de seus membros, dos quais apenas um reapareceu muito depois.

O padre Bergoglio se recusou a indagar onde eles estavam e até a ajudar a procurar uma criança recém nascida, filha de uma das mulheres desaparecidas.

Em algumas ocasiões, o Santo Padre não pode refutar que a ditadura argentina tinha feito numerosas atrocidades, mas argumentou que isso foi uma resposta provocada pela esquerda, que, segundo ele, também teria usado o terror. Este infame argumento, como todos sabem, foi fortemente repudiado em todos os países que tiveram ditaduras recentemente.

Durante o governo de Néstor Kirchner e, após, o de sua esposa, Cristina Fernández, o atual papa, mantendo seu estilo “sutil” aproveitou para criticar muitas vezes ao governo (que, como o governo brasileiro, subiu ao poder pelo voto popular), o acusando de ditatorial, de gerar o caos, de defender pessoas de vida sexual “abominável”, etc.

Com seu estilo aparentemente moderado, Bergoglio teve certo sucesso onde outros padres, que pregaram abertamente a tortura e o genocídio dos ateus e marxistas, fracassaram. Com efeito, apesar de ser unanimemente repudiado pelos defensores de direitos humanos, inclusive os católicos, ele nunca foi processado, como aconteceu com o padre Wernich, e até conseguiu forjar uma máscara de tolerância.

Texto publicado na(s) seção(ões) Opinião da revista Consciencia.net.

*Carlos Alberto Lungarzo é matemático, nascido na Argentina, e mora no Brasil desde sua graduação. É professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), São Paulo, e milita em Anistia Internacional desde há muito tempo, nas seções mexicana, argentina, brasileira e (depois do fim desta) americana. Tem escritos vários livros e artigos sobre lógica, estatística e computação quântica, mas seu interesse tem sido sempre os direitos humanos.

Novo papa é associado a sequestros de jesuítas e bebê durante ditadura argentina (LINK 1)

13/03/2013 - Anunciado hoje (13) como novo papa em uma votação tida como surpreendente, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é investigado dentro de seu país pela colaboração com a ditadura. Nos dois processos mais famosos, responde pela ajuda que teria dado ao sequestro e à tortura de dois jesuítas e à apropriação de bebês, prática comum do último regime militar (1976-83).

A participação de Bergoglio no governo responsável pela morte de 30 mil pessoas é antiga e famosa, mas os sinais mais claros surgiram ao longo da última década, quando, após a derrubada de leis que protegiam os repressores do passado, foi possível dar início a julgamentos. O próprio cardeal se orgulhava das boas relações com o comandante da Marinha Emilio Massera, integrante da primeira Junta Militar e responsável, em 1955, por derrubar Juan Perón durante a autodenominada Revolução Gloriosa – um golpe de Estado, na realidade.

Foi na Marinha que se formou o principal campo de concentração do regime iniciado em 1976. A Escola de Mecânica (Esma, na sigla em castelhano) recebeu 5 mil prisioneiros, e menos de 200 deles saíram com vida. A causa Esma é uma das principais iniciadas nos últimos anos, e tem resultado em desdobramentos que alcançaram Bergoglio.

Ciente disso, e ansioso pela possibilidade de assumir o papado em caso de renúncia de Joseph Ratzigner, Bento XVI, Bergoglio encomendou em 2010 uma operação de "limpeza" de seu nome. Segundo reportagem do jornal argentino Página12, o livro El Jesuíta foi escrito com a intenção de desfazer as más impressões criadas em torno do religioso pelo período em que comandou a Companhia de Jesus, entre 1973 e 1979.

Em 2010, juízes do Tribunal Oral Federal número 5 foram até a sede do arcebispado de Buenos Aires tomar o depoimento do cardeal, acusado de trabalhar pelo sequestro e pela tortura de dois jesuítas em 1976. Naquele momento, Bergoglio comandava a Companhia de Jesus em San Miguel, e uma série de testemunhos o conectam ao crime.

Francisco Jalics e Orlando Yorio, as próprias vítimas do sequestro, acusam Bergoglio de havê-los denunciado, em uma operação policial na qual desapareceram Mónica Candelaria Mignone,María Marta Vázquez Ocampo e Martha Ocampo de Vázquez. Em 2011, o jornalista Horacio Verbistky descobriu um documento do Ministério das Relações Exteriores e Culto da Argentina que corrobora a suspeita. Naquele momento, Jalics, húngaro, havia feito um pedido de renovação de seu passaporte. O informe da chancelaria aponta que Bergoglio apontou que havia “suspeitas de contato com guerrilheiros” e “conflitos de obediência”. A solicitação do jesuíta foi negada.

Em 2010, o médico Lorenzo Riquelme, então com 58 anos, declarou que o grupo que o sequestrou e torturou saiu da sede da Companhia de Jesus. Militante da Juventude Peronista e do movimento cristão, Riquelme deu a declaração com base no que foi dito a sua mulher, também raptada. Ela trabalhava no Observatório de Física Cósmica de San Miguel, que passou de um reduto peronista a um lugar de atuação de homens infiltrados da Marinha e sob controle de Bergoglio.

Mom Debussy, um jesuíta que tinha a confiança de Bergoglio, afirmou que algumas vezes o cardeal lhe contou sobre os projetos de Massera, sempre demonstrando simpatia pelo regime, e que pretendia vender à Marinha o Observatório de Física. Debussy disse ainda que os trabalhadores do Observatório eram demitidos pelo religioso depois de voltar das sessões de tortura.

Outro documento oficial, datado de 1976, narra o que o líder religioso defendeu a comandantes militares. Advogou esclarecer a posição da Igreja Católica, de suporte ao regime, afirmando que “de nenhuma maneira pretendemos formular uma posição de crítica ao governo”, dado que um fracasso “levaria, com muita probabilidade, ao marxismo”.

Em 2011, veio à tona a possível participação de Bergoglio em um caso de sequestro de bebês, uma prática adotada pelo regime, que executou várias mulheres grávidas ou com filhos pequenos. O Tribunal Oral Federal número 6 convocou o cardeal a depor no processo de Estela de la Cuadra, uma das fundadoras das Avós da Praça de Maio. Segundo Estela, o agora papa tem relevantes informações sobre o desaparecimento de sua sobrinha, Ana, roubada dos braços da mãe em uma delegacia de La Plata, cidade vizinha a Buenos Aires.

No mesmo ano, a Justiça francesa determinou que o Judiciário argentino tomasse o depoimento de Bergoglio pela suspeita de participação no desaparecimento de um padre francês que morou na Companhia de Jesus. O testemunho de uma monja em 1984 já indicava a relação do então chefe da congregação com o sequestro que resultou nas mortes de Gabriel Longueville e do sacerdote Carlos de Dios Murias.

PARTE 3