QUALIDADE DE VIDA

Dicas de sobrevivência - Parte 3

sobrevi topo310 mitos comuns de sobrevivência que podem te matar - A ficção na TV, no cinema e na internet vão matar você assim como pais e professores também, em alguns casos. Se você estiver em alguma situação de emergência e fizer algo que ouviu de alguma fonte dúbia, poderá não ter chance de contar a sua história. Portanto seguem uma lista dos 10 maiores mitos sobre sobrevivência que a nós ouvimos por aí, mas segundo Neil Strauss podem colocar você em grande risco.

Ele aprendeu, ao estudar estas situações junto de profissionais treinados para escrever o livro “Emergency: This book will save your life” (Emergência: Este livro salvará a sua vida, em tradução livre), como você realmente deve se comportar.

1. Mito: Se perdido em um deserto, pode tirar água de um cacto.

Realidade: As chances é que não vai ser possível tirar mais do que algumas gotas, e serão amargas e pode levar a cólicas e vômito.

2. Mito: Se atacado por um tubarão, dê um soco no nariz (do peixe).

Realidade: Você tem mais chances de machucar a sua mão do que o tubarão. Ao invés disso, ataque-o ferozmente nos olhos e nas brânquias com algo pontudo ou cortante, de preferência.

3. Mito: Durante um terremoto, o lugar mais seguro é o batente da porta.

Mito alternativo: Durante um terremoto crie um “triângulo da vida” se encolhendo ao lado de um objeto grande que irá comprimir levemente, deixando um espaço vazio sobre você e os escombros.

Realidade: Ficar no batente da porta poderia ser a melhor solução em construções antigas, onde o batente de madeira, era o ponto mais forte da casa. Mas nos apartamentos modernos, esta parte da porta é a mais fraca do lugar. O “triângulo da vida” só é aplicável em casas com o telhado plano que caem diretamente.

4. Mito: Se uma bomba disparar, ligue para o 190.

Realidade: Evite usar telefone ou celular num raio de 400m de um possível ataque com bomba, pois isto pode acionar um dispositivo secundário.

5. Mito: Se mordido por uma cobra venenosa, chupe o veneno para fora, ou, corte um X sobre a mordida, para deixar o veneno sair.

Realidade: Você não vai poder chupar ou cortar o ferimento rápido o bastante para evitar que o veneno se espalhe. Além disso, colocar o veneno na boca, só irá criar um novo caminho de entrada para o veneno caso você tenha uma afta ou gengivite. O ideal é manter o local abaixo do nível do coração e procurar o serviço de emergência.

6. Mito: Em um incêndio elétrico, desplugue o aparelho imediatamente.

Realidade: Tocar o aparelho pode te levar a ser eletrocutado. Deve-se desligar o disjuntor de energia, antes de ligar para a emergência.

7. Mito: Guarde um galão de água por pessoa por dia suficiente para três ou sete dias na garagem ou porão.

Realidade: Isso é um fato. No entanto, muitas pessoas guardam a água em um ambiente com chão de concreto. Deixar os galões de plástico em contato com o concreto durante muito tempo pode gerar uma reação química que contamina a água.

8. Mito: Se esfaqueado ou empalado por algo, remova o objeto imediatamente.

Realidade: Deixe o objeto, ligue para a polícia e evite que o objeto se mova, o máximo possível. A não ser que o objeto esteja bloqueando as vias respiratórias.

9. Mito: Para sobreviver no tempo frio, é possível comer neve ou gelo.

Realidade: Comer grande quantidade de neve vai baixar a temperatura corporal, vai gastar energia e pode estar contaminada. Além de poder congelar o esôfago e o estômago. Uma solução seria derreter a neve, ferver, esperar esfriar e então beber.

10.Mito: Orar não ajuda.

Realidade: Um estudo com sobreviventes mostrou que um traço que possuem em comum é a oração, mesmo que não acreditem em deus. A oração ajuda a organizar os pensamentos e manter a mente focada.

POR: EDUARDO MARTINSEM: 27.05.2009


4 técnicas de sobrevivência que todos deveriam aprender


Nunca se sabe que tipo de situação catastrófica você pode ter que enfrentar na vida. Hoje você pode até pensar: “Não preciso de nada disso, nunca vou para a selva”. Mas, ainda que você não seja muito do estilo “natural” que curte um acampamento, alguns truques que você pode aprender vão literalmente ajudar a salvar sua vida se seu carro quebrar em um local pouco conhecido, se você for vítima de um desastre natural ou mesmo de um ataque com armas, se você ficar perdido durante uma caminhada em uma viagem etc – existem inúmeras experiências que podem requerer habilidades de sobrevivência.

Segundo Kevin Reeve, professor de táticas de sobrevivência, suas prioridades para salvar-se em uma emergência são as seguintes:

Segurança imediata: se o prédio está em chamas, saia dali. Se alguém está atirando em você, procure cobertura. Seja qual for o perigo imediato, fique longe dele.
Primeiros socorros: cheque se você possui lesões ou qualquer problema de saúde, e trate-os.
Proteção: se você está em risco de predadores, você deve armar-se. Isso pode ser um pau, uma faca, um facão, uma espingarda ou qualquer coisa que você possa encontrar que sirva como arma de defesa.
Necessidades físicas (em ordem): abrigo, fogo, água, alimentos e higiene.
É importante notar também que uma ferramenta de sobrevivência fundamental é a simples positividade. Parece bobagem, mas isso pode fornecer-lhe a resistência mental para se manter seguro em diversas situações. Em suma, a ideia do poder da mente sobre o corpo pode ajudá-lo a sobreviver.

10 estranhas dicas de sobrevivência que podem salvar sua vida
4.Técnicas básicas de primeiros socorros, sem ajuda de um kit

Primeiros socorros é uma habilidade excelente para se ter. O bombeiro e paramédico Philip Carlson ensina como cuidar de certas lesões, caso você não tenha um kit de primeiros socorros adequado por perto.

Na maioria dos casos, você pode ignorar pequenos cortes, mas deve manter a ferida limpa e checar se não está infeccionada. Se a lesão é profunda e você não consegue parar o sangramento, seu último recurso é fazer um torniquete para estancar o fluxo. Torniquetes devem ter pelo menos três centímetros de largura (use uma tira de camisa, um cinto etc) e ser apertados em torno da lesão. Cubra o ferimento com qualquer material limpo que tiver.

Se você deslocar um osso e precisar colocá-lo no lugar, aplique essas técnicas: para os ombros, você pode rolar no chão ou bater contra uma superfície dura; joelhos podem ser estalados de volta no lugar esticando a perna para fora e puxando-a de volta. Para fraturas, você precisa encontrar material para criar uma tala. Um par de varas pode ajudar. Estabilize o osso fraturado com os paus e amarre-os com cadarços para segurá-los no lugar.

Para cuidar de uma queimadura ou bolha, retire toda a roupa do local afetado e encontre água morna para limpá-la. Também ajuda revesti-la com mel, se estiver disponível. Enrole a queimadura com um pedaço úmido de roupa. Se água não estiver disponível, limpe os detritos, a sujeira e toda a pele solta da melhor maneira possível e tente encontrar água o mais rápido que puder. Não estoure quaisquer bolhas que possam ter se formado.

3.Proteção contra animais

Os escoteiros recomendam uma abordagem simples para lobos, coiotes e pumas: encare o animal e lentamente se afaste dele. Esse tipo de bicho gosta de contar com a surpresa para atacar, então não deve avançar se perceber que você já notou sua presença e não representa um risco para ele.

Não se finja de morto, corra ou se aproxime do animal. Se você for encurralado, tente parecer tão grande quanto possível. Abra os braços e faça muito barulho. Se isso não funcionar, jogue qualquer coisa que você possa encontrar no animal.

Se você tiver que se defender de um ataque, Neil Strauss fornece um meio para se salvar de cães selvagens que pode ser aplicado a outros animais em caso de emergência: bloqueie a boca dele com seu braço não dominante e soque com sua mão dominante o focinho do animal, ou seus olhos. Assim, você pode afastá-lo temporariamente, correr e encontrar uma árvore para se esconder.

2.Necessidades físicas

Para sobreviver, você precisa para manter sua temperatura corporal. Isso significa manter-se aquecido se estiver em um local gelado, ou resfriado, se estiver em um deserto. Em qualquer situação, procurar um abrigo é a sua primeira necessidade.

Ele precisa atender a dois requisitos: bloquear os elementos e te isolar do calor ou frio. Qualquer coisa que te proteja da neve, chuva ou sol vai funcionar, como uma lona ou saco de lixo cobertos com folhas ou grama para formar uma barreira.

Depois que você tiver um abrigo, o próximo passo é fazer fogo. Bombeiros recomendam manter duas coisas em mente quando se inicia uma fogueira: a direção do vento e a área circundante.

Fogo é uma parte importante de sua sobrevivência, mas não é uma boa ideia incendiar toda a floresta a sua volta. Assim, sua fogueira deve ser feita longe de galhos, tocos podres, troncos, grama seca e folhas.

Veja algumas maneiras de fazer fogo:

Com óculos: use os óculos como uma lupa. Cuspa na lente e use-a para focar o sol em uma pilha de gravetos (folhas secas, galhos ou Doritos podem ser usados). Vai levar um tempo, mas a pilha vai esquentar bastante e arder. Sopre com cuidado o fogo para aumentá-lo.

Com uma garrafa de água: A mesma ideia dos óculos pode ser aplicada a uma garrafa de água (ou um preservativo ou gelo). Concentre os raios do sol através da água para criar um único ponto de calor. Eventualmente, o ponto vai pegar fogo.

Com uma bateria de celular: os dois métodos acima requerem um dia ensolarado, mas você nem sempre terá esse luxo. Se tiver uma bateria de lítio, encontre qualquer coisa como aço, faca ou outro material condutor para criar um curto entre os terminais positivos e negativos e provocar uma faísca.

Com gravetos: este é de longe o método mais difícil, mas também é um dos cenários mais prováveis em que você pode encontrar-se: com apenas gravetos para te ajudar a fazer fogo. Nesse caso, esfregue rapidamente os paus e use o atrito para começar uma fogueira. Isso vai demorar um pouco.
Se você está seguro em um abrigo e com fogo, agora precisa encontrar água para manter-se vivo.

Algumas dicas para encontrá-la:

Siga o som de fluxo d’água para achar um rio;

Animais que pastam costumam procurar água perto do amanhecer e do anoitecer. Segui-los muitas vezes pode levá-lo à água;

Moscas e os mosquitos tendem a permanecer dentro de cerca de 120 metros de água;

Orvalho que paira sobre a grama é uma excelente fonte de água. Você pode coletá-lo usando um pano;

No deserto, muitas vezes é possível encontrar água cavando um riacho seco.

Uma vez que você encontrar uma fonte de água, tente fervê-la, se possível. Mesmo o mais limpo dos córregos pode ter micróbios e parasitas. Se isso não for uma opção, prefira a água de um córrego com fluxo ou o orvalho nas folhas. Água parada não é geralmente adequada para beber, mesmo que você puder fervê-la.

Você também pode criar um filtro usando camadas de casca de árvore, pedras, areia e carvão vegetal.

Uma vez que conseguiu água, o próximo passo é conseguir comida.

Como matar um animal e cozinhá-lo é muito difícil não tendo nenhuma ferramenta disponível, o jeito é comer plantas. Se você souber quais plantas e frutas pode comer em uma região, excelente.

Se não, faça um teste para ver se é seguro comê-las. A velha regra de ouro de comer o que os animais estão comendo não é um método infalível. A fim de descobrir se uma planta é comestível, você precisa testá-la. Por exemplo, coloque um pequeno pedaço dela contra seu lábio, depois sua língua e, finalmente, em sua boca toda. Infelizmente, você tem que esperar oito horas antes de saber se a planta é segura para comer e ainda é possível que ela tenha veneno.

Bagas, o tipo mais comum de fruto carnudo, podem ser identificadas por cores: brancas e amarelas geralmente podem te matar; roxas e azuis são boas para comer; vermelhas podem ser boas, ou venenosas – é melhor comer somente se você já conhecer.

Por fim, se você se encontrar preso em uma situação de emergência por muito tempo, precisa prestar atenção a alguns hábitos de higiene. Enquanto é possível ignorar a maior parte da higiene que você faria se estivesse em casa, certos cuidados, explica o Dr. Dan Weiswasser, você não deve ignorar.

Por exemplo, higiene odontológica. Placa dentária pode acumular-se rapidamente, e infecções dentárias são dolorosas, perigosas e caras de reparar. Escovação e uso do fio dental requerem ferramentas rudimentares relativamente universais e podem prevenir infecções. Você pode fazer uma escova de dentes ou fio dental usando plantas ou pode apenas limpar os dentes com um pedaço de pano limpo.

Além disso, se estiver em um local úmido, como uma floresta, bactérias e fungos podem florescer, especialmente em áreas intertriginosas (áreas onde a pele toca a pele como as axilas, sob os seios, na virilha, entre os dedos e em outras dobras da pele). Sendo assim, mantenha essas aéreas o mais secas e arejadas possível. Isso pode ser resolvido simplesmente usando roupas secas. Talco ou amido de milho também podem ser úteis para a absorção de umidade.

1.Como se orientar

Se você está perdido, o ideal é observar o local e planejar com calma para onde se dirigir. Na maioria dos casos, é melhor encontrar abrigo, água e esperar por ajuda. Se passar o tempo e ajuda não vier, é hora de tentar se localizar. A primeira coisa que você precisa fazer é encontrar o norte.

O sol sempre nasce a leste e se põe ao oeste. Você pode se orientar através do sol mesmo sem ter uma bússola, estendendo o seu braço direito em direção ao lado que o sol nasce, ou seja, leste. Depois é só estender o braço esquerdo para o lugar onde o sol se põe. Fazendo este processo a pessoa pode deduzir que a sua frente está a região norte.

Encontrar norte é apenas metade da batalha. Você ainda precisa saber qual direção precisa andar – nem sempre o norte é onde vai estar a estrada ou cidade mais próxima. Se você não conhece a área, siga uma fonte de água a jusante, ou vá em direção a uma clareira onde você possa emitir um sinal de socorro.

A fim de ser resgatado, você pode alertar um helicóptero ou avião que precisa de ajuda. Escrever SOS ou SOCORRO no chão dá certo, mas as letras precisam ter no mínimo seis metros.

Você também pode usar roupas e gravetos para fazer bandeiras e agitá-las. Se você tem uma ferramenta de sinalização como uma chama, lanterna ou espelho, faça uso delas quando avistar um helicóptero. Reflita o sol no espelho na direção do helicóptero para atrair sua atenção.

Se você ouvir equipes de resgate por perto, mas não tiver qualquer forma de sinalizar sua presença, você pode gritar com uma voz profunda. Sons naturais têm geralmente um tom alto. Chamar em um tom baixo permite que as equipes de resgate saibam que você é um ser humano.


Sobrevivência no Gelo (Escola de Aviação CEAB)


Temperatura muito baixa, escassez de alimentos e, principalmente, a ação dos ventos fazem com que o homem, caso não conheça algumas noções básicas de sobrevivência tenha uma sobrevida muito pequena.

Orientações Básicas

• A maior quantidade possível de roupas deve ser mantida. A manutenção da temperatura do corpo é um dos maiores segredos para o êxito numa sobrevivência no gelo.
• As extremidades (mãos, pés, orelhas, cabeça e nariz), mucosas e faces devem ser muito bem protegidas.
• Um pouso em regiões geladas pode acontecer sobre uma camada espessa do gelo continental, suficientemente forte para suportar o peso da aeronave (ICE – SHELF) ou
sobre uma camada mais fina, que se forma sobre o mar e cuja resistência é limitada (PACK – ICE), esta camada se quebra pela ação de ventos e marés, dificultando ainda
mais a situação.

Ações Imediatas

• As ações imediatas (prestação de primeiros socorros e acionamento dos radiofaróis de emergência) são idênticas as apresentações no Manual de sobrevivência.
• Importante lembrar que os grânulos de sílica – gel devem ser utilizadas na sua finalidade anticongelante para o acionamento dos radiofaróis de emergência (Beacon)modelo RESCU 99.

Ações Subsequentes

• Deve – se providenciar ABRIGO imediatamente após o acionamento dos radiofaróis de emergência (Beacon), pois, inclusive, a deficiência na prestação de primeiros socorros poderá depender deste fator.
• Seria muito difícil sobreviver no gelo sem abrigo e calor; o ser humano resistiria poucas horas, somente. Por isso, tão logo quanto possível, um tripulante deverá coordenar a construção de abrigo e, no seu interior, acender um foco de fogo.

Abrigos

• Deve – se avaliar a área ao redor da aeronave para determinar o local mais adequado à construção do abrigo, considerando a disponibilidade de água e alimentos.
• O interior da aeronave NÃO deverá ser utilizada como abrigo, visto que a sua temperatura será, também reduzida drasticamente. Entretanto, partes de sua fuselagem e/ou interior (forração, assentos, etc) poderão ser utilizadas para a confecção de um abrigo.
• Deve – se ter um cuidado especial ao manusear partes metálicas da aeronave que não estejam pintadas, porque em contato direto com a pele, poderão causar lesões irreversíveis.
• Escorregadeiras e barcos salva–vidas também poderão servir como abrigos, desde que devidamente fixados sobre o gelo.
• É importante se ter certeza de que o abrigo será construído sobre blocos sólidos de gelo, distantes de fenda ou do mar aberto
• Dentre os vários tipos de abrigo que podem ser construídos, destacam – se:

Trincheira

• Pode ser constituído rapidamente e proporciona uma proteção eficiente.
• Devendo – se cuidar para que a entrada não se localize na direção de vento.
• Para a cobertura da trincheira pode – se usar toldos, escorregadeiras, pedaços da fuselagem ou blocos de neve formando um “V” invertido

Caverna na Neve

• É cômoda, porém de difícil construção.
• Apresenta maior possibilidade de intoxicação por monóxido de carbono (proveniente da fonte de calor) do que a trincheira

Iglu

• Na eventualidade de uma sobrevivência prolongada no gelo, deve – se buscar um abrigo de construção mais sólida, como por exemplo, o iglu.
• Para a sua confecção são necessários blocos de gelo com medidas aproximadamente de 50 cm x 30 cm x 30cm.
• A forração do local onde se for deitar é importante para que a neve não derreta sob o corpo.
• Em qualquer abrigo deve – se acender uma vela (ou outra fonte de calor) de forma a manter a temperatura do abrigo próximo a 0 GRAUS CELSIUS e o teto deve ser bem liso para evitar que a neve derretida fique gotejando.

Fogo

• Os únicos combustíveis inflamáveis numa sobrevivência no gelo são os provenientes da própria aeronave (querosene e óleos) e as gorduras de origem animal.
• Para promover fogo em gordura de origem animal, deve-se depositá-la em recipientes (jarras, baldes de gelo, etc), utilizando um pavio para acendê-la. A chama proveniente da queima deste combustível é muito brilhante e pode ser avistada a grandes distâncias.

Água

• Há duas maneiras de se obter água em uma sobrevivência no gelo:
• Derretendo – se o gelo. Tendo o cuidado de não utilizar aquele proveniente de áreas onde haja colônias de pingüins ou concentração de outros animais.
• Colhendo água de fonte natural oriunda de gelo, cujo curso, sob camadas livres de gelo, muitas vezes se pode ouvir.

Alimento

• Excetuando – se todo alimento que estiver disponível no interior da aeronave, e que deverá ser retirado, nas regiões polares a alimentação se limitará aos alimentos de origem animal: focas, leões – marinhos, aves, peixes e demais animais marinhos, sendo que, provavelmente as focas serão a principal fonte.
• Somente em último caso se deve ingerir a carne de pingüins, pois muito comumente está contaminada por vermes.
• No caso de regiões continentais geladas (Cordilheira, por exemplo), cuja localização é afastada do mar, a alimentação pode se basear, além dos mantimentos encontrados na aeronave, nos animais de caça e possíveis roedores.

Cuidados com o Gelo

ENVENENAMENTO POR MONÓXIDO DE CARBONO

• A queima de velas, lamparinas, etc. no interior dos abrigos, promove a liberação de monóxido de carbono (gás altamente tóxico). A fim de evitar o excesso de sua concentração e consequentemente envenenamento dos sobreviventes no abrigo, deve – se manter uma ventilação adequada em seu interior.

Congelamento

• O congelamento a nível epitelial podem ser, basicamente, classificados em três grupos, a saber:
• 1º grau: ARREPIOS – não são perigosos e servem como primeiro sinal.
• 2º grau: FLICTENAS (OU BOLHAS) – indicam um processo de queimadura nos tecidos.
• 3º grau: NECROSE – gangrenas ou manchas escuras na pele indicam uma diminuição muito grande de fluxo sangüíneo para a região
• Qualquer sensação de amortecimento ou anestesia (dormência) deve ser encarado como pronúncia de congelamento. O frio intenso também pode ocasionar o estado de choque e perda da razão, devido ao estreitamento dos vasos sangüíneos pela hipotermia, ficando o indivíduo em estado letárgico.
• Deve o sobrevivente, neste caso, ser tratado à base de banhos de imersão iniciando – se o tratamento com água fria e, aos poucos, aquecendo – a (tratamento muito difícil de ser executando sob as condições encontradas na sobrevivência).
IMPORTANTE --- • O congelamento nunca deverá ser tratado através de fricção. Desta maneira ao invés de apresentar melhoras no quadro clínico, a vítima teria sua situação agravada.
• O congelamento inicial da face pode ser tratado colocando – se as mãos quentes sobre a mesma. O congelamento dos dedos pode ser resolvido colocando– se as mãos sob as axilas ou dentro das calças.
• Caso haja um princípio de congelamento dos pés, o melhor a fazer, colocá – los dentro das vestimentas de outro sobrevivente, caso não disponha de meios mais apropriados, com os descritos anteriores.
• Quando se estiver desenvolvendo esforços físicos, deve – se evitar ao máximo a transpiração, pois quando cessar a atividade, o suor se congelará rapidamente, causando a hipotermia.
• Por esta razão deve – se retirar paulatinamente as peças de roupas de modo a não manter a temperatura do corpo excessivamente alta. Ao se retirar uma peça de roupa deve – se cuidar para que esteja bem protegida a fim de não ficar úmida ou molhada.
• Encerrando – se a atividade física, as peças devem ser vestidas gradualmente, de modo a manter a temperatura normal do corpo.

Cegueira

• Não há uma adaptação natural da visão aos reflexos solares na neve, no gelo e na água.
• Os raios infravermelhos provocam fadiga ótica e dor intensa. Deve – se proteger os olhos (utilizando óculos escuros, vendas ou abrigando – se em lugares pouco iluminados) ao primeiro sinal de dor ocular.

Ação do Vento

• O corpo humano queima energia para manter sua temperatura. Em regiões geladas este gasto energético é aumentado; o vento aumenta ainda mais a perda de calor, e conseqüentemente sensação de frio ao dispersar as camadas de ar “aquecido” existente entre a roupa e a pele. Esta dispersão é proporcionada à velocidade do vento.
• Para se reduzir este problema, os sobreviventes devem se proteger do vento, valendo – se de anteparos (a aeronave, os abrigos, etc.) ou qualquer meios que minimize a ação eólica.

Gretas ou Fendas

• São fendas encobertas de neve e se constituem, em perigo potencial para quem caminha sobre o gelo.
• Sua formação se deve à acomodação de camadas de neve e gelo em trechos de relevo irregular.
• Os deslocamentos somente deverão acontecer quando todos os elementos estiverem amarrados entre si e, o primeiro homem (homem – guia) for capaz de vistoriar o solo com um bastão (ou similar) e detectar as gretas existentes.

PARTE 4