QUALIDADE DE VIDA

Por que adotar hábitos saudáveis é tão difícil?

alisau2Dr Carlos Bayma - Tenho a certeza de que a mudança para bons hábitos de vida, até como terapia única, seria suficiente para deixar saudável metade dos pacientes que atendo. Entendo com bons hábitos atitudes repetitivas que nos levam à saúde e/ou que nos afastam das doenças (físicas, mentais e emocionais). Evidentemente que aqui ninguém é imortal. Um dia iremos… Mas, até lá, é interessante que passemos bem pela vida.

A obtenção prazer imediato levam-nos ao vício. Os traumas e o estresse abrem essa porta. Quase tudo que leva a um prazer imediato tem seu preço. E, tanto mais caro é se for intenso e de curta duração. Drogas, jogos de apostas e gula são exemplos disso.

Quando não cultivamos bons hábitos desde a mais tenra idade, estimulados pelos nossos pais, amigos e escola, tanto mais difícil ficará a mudança para melhores. E o problema está no seguinte fato: há prazer em adotar bons hábitos de vida, porém a recompensa não é aparentemente imediata. Quantos estão dispostos a arcar com esse preço? Pela experiência que tenho de mais de 20 anos de consultório: quase ninguém!

Parar de fumar e beber, realizar atividades físicas regulares, alimentar-se corretamente, tomar água adequadamente, dormir bem e sempre ter tempo para lazer e família parece que tem muito pouco apelo diante dos maus hábitos enraizados. Ninguém está dizendo que é fácil. Todos sabem que é difícil. Mas, por ser difícil não significa que é impossível nem prazeroso. É um investimento que – a princípio – parece apenas de longo prazo. Entretanto, a mudança de atitudes para uma linha mais saudável, mesmo parecendo um tormento, já traz benefícios imediatos.

Todavia, a maioria emperra na decisão de mudar. Os poucos que seguem em frente com as mudanças jamais se arrependeram. Como exemplo, tive um cliente depressivo, sedentário, obeso, quase impotente e sem disposição e entusiasmo. Só enxergava o lado negativo de tudo. Aos 30 e poucos anos, colecionava uma adubada lista de medicamentos que nada ajudavam. Convenci-o, com certa resistência, a iniciar um programa pouco intenso e gradual de mudança nas áreas da atividade física, alimentação, hidratação, sono e lazer. Isso faz uns 3 ou 4 anos.

Recentemente, encontrei-o num feira de orgânicos e não o reconheci. Foi aí que soube que o mesmo – 35 kg a menos – é corredor de meia-maratonas e maratonas pelo Brasil a fora. Mais de 30 em seu curriculum. Agora se prepara para ganhar o mundo: Paris, Nova Iorque e Roma. Depressão? Nem ele sabe mais o que é e nem se lembra de que um dia foi portador. Estimulante. Merece imitação. Comecem as suas mudanças… Agora!

Fonte: http://www.drbayma.com/