QUALIDADE DE VIDA

Cesariana x Parto Normal - Parte 1

cesarianaCESARIANA - Antigamente os partos eram unicamente normais, salvar a vida da criança e da mãe era bem complicado, não tinha como recorrer ao bisturi. Toda e qualquer complicação ocorrida na hora do parto como, por exemplo, posição errada do bebê, resultava na morte do feto. Havia muitas superstições acerca do parto normal, apenas parteiras poderiam permanecer no quarto, os homens e os médicos eram postos para fora do local, ou saíam de casa durante o parto, que durava em média dez horas. Criam que a presença deles atrasaria o parto. Empurrar de um lado, apertar de outro, foi dessa forma que surgiu o fórceps, criado por Peter Chamberlen por volta de 1600.

O aparelho encaixava na cabeça da criança, e ajudava trazê-lo ao mundo. Já nos casos mais complexos quando a criança morria dentro da mãe era utilizado o aparelho denominado craniotomia, era utilizado para perfurar o crânio do feto para tirá-lo aos poucos do útero, pela varigana.

O primeiro parto realizado com cesariana foi feito num período onde cortar a barriga da mulher só era possível após a sua morte. Os costumes religiosos, inclusive as leis de Roma em 700 a.C., proibiam funerais de mulheres grávidas, por isso era necessário fazer uma incisão no cadáver da mãe para tirar o feto.

Nos grandes impérios quando havia risco de morte da criança, eles poupavam a vida desta e arriscava a vida da mãe, o que garantia a perpetuação social. Isso ocorreu com o ditador Júlio César, ocorreu certa complicação na hora do seu parto, o que fez com que optassem por sua vida ao invés da vida de sua mãe, dessa forma fizeram uma incisão na barriga de sua mãe e o retiraram, mas para a surpresa de todos a mãe sobreviveu após dar a luz, inclusive teve outros filhos depois de Júlio César. Daí surgiu a prática da cesariana, palavra que significa “cortar”.

Definição

Cesariana é uma operação abdominal executada para retirar um bebê quando o parto vaginal não é possível ou seguro. O médico faz um corte no abdômen e no útero da mãe para remover o bebê. O útero é um órgão muscular que se localiza no alto do canal vaginal de onde vem o sangue menstrual e onde desenvolvem-se os bebês.

Este procedimento também é chamado C-secção. Nos E.U.A. de 15 a 25% de todos os partos são cesarianas.

Quando é realizada uma cesariana?

A cesariana pode ser realizada antes do início do trabalho de parto se existirem razões médicas para que não haja trabalho de parto ou parto vaginal. Por exemplo, se a saúde da mãe ou do bebê estiver em perigo caso a gravidez prossiga ou quando o parto vaginal é impossível ou inseguro.

Uma cesariana também pode ser realizada no início ou durante o trabalho de parto caso alguns problemas aconteçam. Por exemplo, se no momento do parto a parte mais baixa do bebê, isto é, a primeira parte do bebê que se apresenta, for a face, a testa, os ombros ou as nádegas em vez da cabeça, uma cesariana é normalmente necessária.

Em muitas mulheres durante o trabalho de parto, o colo uterino começa a dilatar e então pára antes que esteja completamente dilatado. Ocitócitos podem ser dados para que as contrações fiquem mais fortes. Apesar desta droga, às vezes, algumas mulheres não têm dilatações completas e não podem ter partos vaginais. Outras mulheres apesar de terem dilatação completa são incapazes de empurrar os bebês eficientemente através do canal de parto para que haja um nascimento seguro. Isto ocorre se o bebê é grande para o canal de parto da mulher. Uma cesariana pode ser realizada nestas situações.

A qualquer momento do trabalho de parto o bebê pode desenvolver problemas que causem a queda de seus batimentos cardíacos. Isto pode indicar que o bebê não tolera mais o trabalho de parto e uma cesariana pode ser necessária.

Como deve ser a preparação para uma cesariana?

Planeje com cuidado a recuperação depois da operação, especialmente se for usar anestesia geral. Permita-se um tempo de descanso e tente achar outras pessoas para ajudá-la com seus afazeres diários.

Siga as instruções dadas por seu médico. Se optar por anestesia geral, coma uma refeição leve, como sopa ou salada, na noite anterior à cirurgia. Não coma ou beba qualquer coisa depois de meia-noite e na manhã antes do procedimento. Também não beba café, chá, ou água. Se entrar em trabalho de parto, chame o médico.

O que acontece durante o procedimento?

É aplicada uma anestesia que pode ser local ou geral. A anestesia local paralisa parte do corpo e previne a sensação de dor enquanto permanecer acordada. A anestesia geral relaxa os músculos, causa sonolência e também impede que sinta dor.

O médico faz um corte debaixo do umbigo e na parte mais baixa do útero para remover o bebê, a placenta e o saco gestacional. O médico então sutura o útero e o abdômen.

O que acontece depois do procedimento?

Deve ser necessária a permanência no hospital de 2 a 4 dias, dependendo de sua condição.

Evite levantar peso durante 6 semanas e depois deste tempo comece um programa de exercício para recuperar o tônus do músculo abdominal.

Peça mais recomendações ao seu médico e pergunte a respeito da próxima avaliação clínica.

Quais são os benefícios deste procedimento?

Cesarianas podem salvar vidas de recém-nascidos e suas mães e prevenir as complicações potenciais de um parto vaginal demorado. Cesarianas podem ser mais seguras para você ou para o bebê quando:

- O trabalho de parto é anormal ou ineficaz.
- O bebê está em uma posição anormal.
- O bebê está tendo padrões de batimentos cardíacos anormais.
- Existe cicatriz vertical em seu útero proveniente de uma cirurgia prévia.

Além disso, algumas vezes a dor do trabalho de parto pode ser evitada e é possível programar a data do parto.

Quais são os riscos associados a este procedimento?

- Existem alguns riscos quando você usa anestesia geral. Discuta estes riscos com seu médico.

- Um anestésico local pode não agir o suficiente e pode sentir um pouco de desconforto. Também, em casos raros, pode ter uma reação alérgica ao medicamento usado na anestesia. Na maioria dos casos, a anestesia local é considerada mais segura que a anestesia geral.

- Um vaso sangüíneo pode se romper ou ser cortado e haver sangramento interno.

- Um coágulo sangüíneo pode romper dentro da circulação sangüínea, e danificar os pulmões.

- O corte realizado na cesariana pode enfraquecer as partes cortadas.

- Para qualquer nascimento futuro pode ser necessária outra cesariana, dependendo de como o corte na primeira cesariana tenha sido feito.

- Pode desenvolver-se uma infecção ou sangramento.

Pergunte ao médico como estes riscos se aplicam a você.

Quando procurar ajuda médica?

Se acabou de ser submetido a uma cesariana, chame o médico imediatamente se:

- Desenvolver-se febre.
- Ficar tonta ou desmaiar.
- Tiver náuseas ou vômitos.
- Tiver falta de ar.
- Tiver perguntas sobre o procedimento ou seus resultados.

Os riscos de uma cesariana existem em qualquer cesariana, seja ela necessária ou não. A diferença é que na cesariana necessária esses riscos são menores do que se o parto fosse vaginal.
Riscos da cesariana:

Para o bebé:

1. Risco de complicações e desconforto respiratório

2. Demora maior para o leite "descer"

3. Maior probabilidade de aspiração com cânulas no bebé após o parto (vias aéreas e orais)

4. Risco de morte 10x maior para o bebé

5. Grande probabilidade do bebé ficar longe da mãe após nascer

6. Maior risco de infecção neonatal por aspiração de mecónio

7. Maior dificuldade no aleitamento

8. Maior probabilidade de desmame precoce

9. Lesão do bebé (na hora da cesariana)

10. Maior risco de morte fetal inexplicável no final da gestação seguinte

11. Dificuldades de vínculo com a mãe

12. A mãe pode precisar de analgésicos fortes para aliviar a dor no pós-parto e estes podem passar para o bebé através do leite

13. Maior risco de internamento do neonato em UTI

Para a mãe:

1. Risco de ruptura uterina aumentada no próximo parto, caso sejam utilizadas oxitocina artificial no soro e/ou anestesia.

2. É difícil encontrar um médico que faça partos normais após cesarianas pois são dependentes das drogas citadas acima

3. Risco de morte 4x maior

4. Risco de infecção hospitalar

5. Pós-parto demorado e dolorido.

6. Depois o desconforto da cirurgia, a dor, a maior dependência de outras pessoas para cuidar do bebé.

7. Dificuldades para engravidar posteriormente, maior risco de infertilidade posteriormente

8. Risco de endometriose

9. Risco de hemorragias, transfusões e morbilidades provocadas por transfusões

10. Sensibilidade na cicatriz a longo prazo (coceira, dor, sensação de estiramento, etc.)

11. Dormência na região entre a cicatriz umbilical e corte cirúrgico.

12. Formação de Aderências

13. Aumenta as probabilidades do próximo parto ser cesariana

14. Lesão no intestino (na hora da cesariana)

15. Maior Risco de trombose doenças correlatas (incluindo embolia)

16. Risco de acidentes com anestesia

17. Risco da anestesia não pegar e ter que fazer uma anestesia geral

18. Maior incidência de Inserção Baixa de Placenta

19. Maior probabilidade de Acretismo Placentário

20. Histerectomia (perda do útero) devido ao sangramento

21. Maior necessidade de transfusão sanguínea

22. Morte materna devida a hemorragia, consequente a inserção baixa de placenta

23. Maior risco de atonia uterina

24. Maior risco de embolia pulmonar

25. Maior risco de trombose venosa profunda

26. A próxima gravidez não mais será de baixo risco

27. Risco de reiteradamente, recuperação por infecção da cicatriz, deiscência de pontos, sangramentos, etc.., com consequente afastamento do bebé

28. Dificuldades de vínculo com o bebé

29. Não realização da plenitude da maternidade.

30. Maior índice de depressão pós-parto

Se a cesariana foi feita antes do trabalho de parto, marcada com antecedência pelo médico, além dos riscos acima podemos adicionar:

1. Risco de prematuridade do bebé

2. Um desrespeito monstruoso e uma tremenda violência à mãe e ao bebé

3. A perda da oportunidade da primeira descoberta de sua própria força e capacidade de luta

4. A perda da energia que estava sendo guardada para o momento do parto, que gera frustração

5. A perda da oportunidade de vivenciar uma situação que lhe daria noção de foco, de fazer esforço numa direcção e sentido correcto

6. Quem convive com essas consequências de uma desnecesaria, aprende as verdades da vida de uma forma muito dolorosa... e demorada.

7. Segundo os astrólogos (para quem curte o tema), o bebé nasce com uma dualidade na personalidade (situação astrológica natural x situação astrológica forçada)

Trauma

A cesariana provoca sempre um trauma no organismo da mulher, maior que o causado por um parto normal. O abdômen foi cortado, a musculatura foi afastada de seu lugar e a cavidade abdominal invadida. Tudo isso provoca acúmulo de gases, dores, menor movimentação intestinal e uma recuperação pós-parto mais lenta. Outro risco da cesariana é interromper uma gravidez que ainda não chegou ao fim. O que é criticado pelo Conselho Federal de Medicina não é cesariana em si, mas a sua prática desnecessária. Esse tipo de cirurgia também salva muitas vidas, como por exemplo quando um bebê que está sentado, ou em um parto de risco para a mãe e o bebê, envelhecimento da placenta, feto atravessado no útero etc.

Pesquisa avalia motivos para a preferência por cesariana

"O Brasil é campeão do mundo em partos cesarianos", afirma a epidemiologista Silvana Granado Nogueira da Gama, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz. Foi essa a constatação que motivou o trabalho de seu grupo de estudos na investigação dos fatores médicos, econômicos e culturais que levam às altas taxas de partos operatórios no país, sobretudo em serviços privados. O estudo foi composto de entrevistas e consultas aos prontuários de 437 grávidas atendidas em duas unidades do sistema de saúde complementar do Estado do Rio de Janeiro.

Para selecionar as instituições participantes, o critério foi, além do grande volume de partos, a clientela heterogênea das unidades, que atendem mulheres de diferentes classes sociais, faixas etárias e níveis de escolaridade. As entrevistas foram realizadas em 2006 e 2007 e abordaram todo o período de gestação das entrevistadas, questionando-as sobre sua preferência pelos tipos de parto no início e no final da gravidez, ambos posteriormente comparados ao tipo de parto efetivamente realizado.

Em relatório encaminhado à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a equipe da Fiocruz, que trabalhou em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, relatou que, embora 70% das gestantes não tenham manifestado preferência pela cesariana no início da gravidez, 90% delas tiveram esse tipo de parto. "Essas taxas não parecem se relacionar a fatores exclusivamente médicos, mas também a questões socioeconômicas e culturais", explica Silvana. "Existe uma crença, principalmente nos níveis socioeconômicos mais elevados, de que a qualidade do atendimento obstétrico está associada à tecnologia utilizada no parto operatório".

Segundo a pesquisa, entre os motivos para a opção pela cesariana estão o medo de sentir dor no parto normal - apesar da anestesia peridural e outros métodos não farmacológicos -, a preferência do parceiro, o histórico familiar, a experiência de partos anteriores e o desejo de ligar as trompas. Ao final da gestação, a porcentagem de mulheres que preferiam parto cesáreo dobrou em relação às preferências no estágio inicial da gravidez, atingindo 70% das entrevistadas. A justificativa para a mudança incluiu principalmente complicações como hipertensão, circular de cordão e alto peso do feto.

"Mesmo nesses casos, nem sempre a cesárea é indicada", adverte a pesquisadora. Para detectar a real necessidade de parto operatório, os pesquisadores contaram com a avaliação independente de dois obstetras, que, caso divergissem, discutiam o caso para chegar a um consenso. A análise apontou que 91,8% das indicações de cesáreas foram inadequadas, de acordo com as observações no prontuário das pacientes.

Os resultados indicam que, na maioria das vezes, os médicos não buscam técnicas alternativas como fórceps e vácuo, cujo uso não foi relatado no estudo. "No mundo inteiro essas técnicas são utilizadas durante partos vaginais complicados e a ausência de parto instrumental no grupo estudado sugere uma opção dos profissionais da iniciativa privada pela cesariana", interpreta a epidemiologista. "Por outro lado, o grande número de mulheres que buscam a cesariana para obter a laqueadura marca a necessidade de ampliar o acesso a outros métodos contraceptivos e à informação sobre outras formas desse procedimento".

cesaria2Outro dado observado foi o elevado índice de internações precoces das gestantes, o que ocasiona uma maior taxa de intervenções médicas. Em muitos casos, a cesariana foi feita sem tentativa de parto normal e apenas 8% das mulheres submetidas ao parto operatório haviam entrado em trabalho de parto. "Com a banalização da cesariana, as mulheres não estranham mais que os médicos indiquem tantas cirurgias e acabam abrindo mão de seu desejo inicial por um parto normal e concordando com a realização da mesma", comenta.

A pesquisadora alerta ainda que a literatura médica assinala a possibilidade de complicações maternas e neonatais associadas à realização de cesarianas sem indicações obstétricas reais. A conscientização e maior informação das gestantes é estratégica para a reversão desse quadro e esta é a próximo etapa de pesquisa da equipe da Ensp, que iniciará um trabalho de incentivo ao parto normal em Belo Horizonte.
Nascimento por cesariana. Quando e porquê?

A cesariana conseguiu diminuir notavelmente a mortalidade das mães e dos bebés antes ou durante o trabalho de parto. Se bem que nem todas as indicações sejam absolutas, em alguns casos é a melhor opção para finalizar a gravidez

Chama-se cesariana ao parto cirúrgico do bebé através de uma incisão no abdómen e no útero. Sem dúvida, a maioria das mães optaria por um parto vaginal, mas seguramente todas concordariam que ter um filho saudável é mais importante que a forma como acaba a gravidez. A cesariana conseguiu diminuir notavelmente a mortalidade das mães e dos bebés, antes ou durante o trabalho de parto, mas, para alcançar um maior grau de compromisso com a decisão, é aconselhável que a mulher saiba quais são os motivos que tornam necessário este procedimento.
Cesariana anterior, sempre cesariana?

Há alguns anos, a maioria das cesarianas efectuavam-se abrindo o útero através de uma incisão no corpo uterino. Devido ao risco de ruptura da cicatriz, esta prática impedia que na próxima gravidez a mulher pudesse ter um parto vaginal. Assim surgiu a famosa sentença: "Cesariana, sempre cesariana". Hoje, pelo contrário, dado que a incisão se pratica na zona anatómica denominada segmento do útero, esse risco diminuiu notavelmente. Este avanço na técnica cirúrgica permitiu que actualmente 50 por cento das mulheres que tiveram uma cesariana prévia possam ter um parto vaginal. Naturalmente, dado que ainda existem riscos, é recomendável analisar cada caso de forma individual, avaliando as suas características próprias.

De todas as maneiras, existem três condições indispensáveis para que, após a cesariana, se possa tentar um parto vaginal:

1. A incisão anterior deve ter sido efectuada no segmento do útero.

2. Não devem ter-se produzido complicações que possam afectar a gravidez e o parto actuais.

3. A instituição deve contar com a infra-estrutura necessária que permita realizar em poucos minutos uma cesariana de urgência.

Como se realiza  - A grávida é transferida para a sala de operações – ou para uma sala de partos que possa converter-se em sala de operações. Depois, coloca-se um catéter na bexiga para drenar a urina durante a cirurgia, e uma agulha numa veia do braço (geralmente na prega do antebraço), por onde passará o soro e outros fármacos que sejam necessários. Após a desinfecção da parede abdominal, realiza-se uma incisão por cima do velo púbico (incisão de Pfannestiel), ou em forma vertical, desde o umbigo até ao limite do velo púbico (incisão mediana infra-umbilical). A segunda incisão realiza-se no segmento do útero, logo acima do colo do útero. Depois, mediante uma pinça ou simplesmente com o dedo, rompe-se a bolsa e extrai-se o bebé. Nesse momento, a mamã poderá sentir o anestesista e o obstetra a empurrar o abdómen para facilitar a saída da cabecinha ou a pélvis em caso de apresentação pélvica. Depois extrai-se a placenta e sutura-se o útero e a incisão no abdómen. A intervenção demora aproximadamente 30 a 60 minutos. Se a saúde do bebé o permite, a mamã terá oportunidade de pegar-lhe e beijá-lo tal como se tivesse nascido de parto vaginal. Embora dependa da política de cada instituição, é frequente que o pai possa assistir pelo menos ao nascimento do seu filho. Depois, juntamente com o bebé e o neonatologista, poderá entrar na sala de recepção do recém-nascido.

O pós-operatório

Se a evolução pós-operatória é boa, o internamento não deve prolongar-se mais de três dias. Depois da operação, a mãe pode começar a ingerir líquidos após duas ou três horas, e nas 24 horas (ou antes, segundo o critério do obstetra) poderá começar com uma dieta leve. Assim, tentar-se-á que se levante rapidamente com uma faixa elástica, e também poderá tomar um duche.

A anestesia

A anestesia habitualmente é epidural. Pode administrar-se no espaço peridural ou no espaço raquidiano, em ambos os casos através de uma punção nas costas. Devido ao facto de estar desperta, a mamã pode ver e ouvir o seu bebé. Em caso de emergência, algumas vezes pode requerer-se anestesia geral.

Para maior tranquilidade

Fale com o seu médico sobre a cesariana. Averigúe qual é a frequência de operações que tem o seu obstetra e em que instituição nascerá o seu filho. Analise os riscos e as vantagens de uma hipotética cesariana. Todas estas respostas seguramente lhe darão tranquilidade na hora de aceitar a indicação. Focalize a sua atenção no nascimento do seu filho e não tanto na forma de terminar o parto. Aceite que você não pode controlar tudo, e – o mais importante – não interprete a cesariana como um fracasso.

Os riscos da cesariana

• Infecções - O risco estimado de infecção no útero ou na ferida abdominal é de um por cento.

• Hemorragias - A perda de sangue é o dobro do parto vaginal.

• Trombose - Registou-se uma maior incidência de tromboses nas veias e nos órgãos pélvicos, assim como nos pulmões.

• Morte materna - Se bem que este risco seja superior ao do parto vaginal, a causa está mais relacionada com o motivo da cesariana do que com a própria operação.

Indicações mais frequentes

• Prolapso do cordão umbilical (o cordão umbilical aparece na vagina).

• Sangramento da placenta.

• Anormalidades estruturais da pélvis (traumatismos anteriores).

• Apresentações fetais não cefálicas.

• Afectação da saúde materna (diabetes, infecções, cardiopatias, hipertensão arterial).

• Distócia (um parto difícil, ou uma desproporção entre o tamanho do bebé e o tamanho da pélvis).

• Alterações da frequência cardíaca fetal que façam suspeitar que a condição do bebé não é boa.

Sempre ou nunca?

Nem todas as indicações de cesariana são absolutas. Inclusive, muitos acreditam que a maioria das vezes é desnecessária. As seguintes indicações são controversas, e na hora de decidir intervêm certos factores pessoais.

• Cesariana anterior

Pelo menos metade das mulheres que tiveram uma cesariana prévia, necessitam novamente de uma cesariana.
• Apresentação pélvica

Actualmente, e devido a uma importante investigação, estima-se que é mais seguro efectuar uma cesariana programada do que tentar um parto vaginal.

• Distócia

Chama-se assim às dificuldades sérias durante o parto. Devido ao facto de que não é simples avaliar o grau de dificuldade em cada caso particular, ainda que em circunstâncias similares alguns obstetras intervêm em momentos diferentes.

• Sofrimento fetal

Este termo caiu praticamente em desuso, dado que aprendemos que a melhor tecnologia para detectá-lo – a monitorização electrónica da frequência cardíaca fetal – é um método com muitos erros, que foi responsável por grande parte do aumento das cesarianas.

Cesariana prejudica relação afetiva entre mãe e bebê, diz estudo

Mães que dão à luz naturalmente respondem mais ao choro dos filhos do que as que fazem parto por cesariana, sugere uma pesquisa americana.

Tomografias dos cérebros de 12 mães realizadas poucas semanas depois de elas darem à luz mostraram mais atividade em áreas ligadas à motivação e emoções nas que escolheram o método natural de nascimento.
A equipe da Universidade de Yale afirma que as diferenças nos hormônios gerados no nascimento podem ser a peça-chave para explicar o fenômeno.

As contrações, principal característica do nascimento natural, provocam a liberação da oxitocina, um hormônio que os cientistas acreditam que desempenha um papel fundamental no comportamento das mães.
O parto por cesariana não libera o mesmo hormônio.

Depressão

O estudo mostrou que além das diferenças de atividade em áreas do cérebro responsáveis pela resposta aos filhos, a região do cérebro que regula o humor também foi afetada de forma diferente.
Por isso, os cientistas acreditam que o parto por cesariana pode aumentar o risco de depressão pós-parto.
O pesquisador James Swain, que liderou a equipe de Yale, disse que a pesquisa ajuda a explicar as reações químicas que envolvem a ligação afetiva entre mães e filhos.

"Nossos resultados apóiam a teoria de que as variações de condições de parto como as que ocorrem na cesariana, que alteram experiências neuro-hormonais no nascimento, podem diminuir a resposta do cérebro da mãe no começo do período pós-parto", afirma o estudo.

Para o professor James Walker, da faculdade britânica Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, já se observou que mães que fizeram cesariana às vezes têm problemas de se relacionar com seus filhos.

No entanto, Walker afirma que os motivos por trás dessa diferença de comportamento ainda não são conhecidos.
Walker ressalta que diferenças de personalidades – e não apenas a diferença no método dos partos – poderiam explicar a diferença na reação das mães analisadas pela pesquisa da equipe de Yale.

Ele também afirma que não há estudos de longo prazo que comprovam que mães que deram à luz por cesariana mantém problemas de relação com o filho no longo prazo.

"Não há dúvida de que muitas mães que fizeram cesariana se tornaram ótimas mães", diz.

A EPIDEMIA DO PARTO CESÁREO

De acordo com a OMS, a taxa ideal de partos cesáreos deve ficar em torno de 7 a 10%, não ultrapassando 15%. Entretanto, nos últimos 37 anos testemunhamos uma "epidemia mundial" de cesarianas. Na Holanda, essa proporção é de 14%, nos Estados Unidos 26%, no México 34% e no Chile 40%. Isso ocorre em parte porque a cesariana passou a ser aceita culturalmente como um modo normal de dar à luz um bebê. As repercussões desse comportamento são bastante sérias e, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), as cesáreas acarretam quatro vezes mais risco de infecção pós-parto, três vezes mais risco de mortalidade e morbidade materna, aumento dos riscos de prematuridade e mortalidade neonatal, recuperação mais difícil da mãe, maior período de separação entre mãe/bebê com retardo do início da amamentação e elevação de gastos para o sistema de saúde

O Ministério da Saúde (MS) tem empenhado esforços na diminuição das taxas de cesarianas no Brasil há décadas. Em 1997, o CFM lançou a campanha "Natural é o Parto Normal". Após essa campanha, o MS intensificou o Programa de Assistência à Saúde da Mulher, com medidas como aumento de recursos para os procedimentos de partos normais, incentivo à criação de serviços de alto risco com remuneração diferenciada, pagamento de analgesia nos partos normais, entre outras. Apesar de todas as medidas adotadas para coibir as cesáreas desnecessárias, o número continua a subir, mostrando que outras estratégias se fazem necessárias. Um estudo encomendado pela Organização Mundial da Saúde e publicado em 1999 no British Medical Journal, de autoria de José Belizan e cols, demonstrou que, em 19 países da América Latina, mais de 850.000 cesarianas desnecessárias eram realizadas por ano. O Brasil é um dos líderes mundiais em cesarianas, com taxas, desde o início da década de 80, em torno de 30% (na saúde pública, houve crescimento das taxas de cesáreas, de 14,6% em 1970 para 31,0% em 1987, chegando a 27,5% em 2004). Na saúde privada (planos de saúde), segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as taxas estão em torno de 80% (2006).

Vários estudos apontam que possíveis explicações para taxas tão altas estejam diretamente ligadas a fatores sócio-culturais, dentre elas: as conveniências de tempo e financeiras para o profissional médico, o modelo de organização da assistência obstétrica no país, a falta de leitos nos pré-partos dos hospitais, a cultura da "cesariana a pedido da mãe" e a possibilidade de realização concomitante de ligadura de trompas durante a cirurgia. Muitas mulheres associam o parto vaginal à dor e desconhecem o fato de que é possível utilizar anestesia/analgesia durante o processo. Outro medo comum nas gestantes é o relacionado à elasticidade vaginal, que poderia ficar comprometida após o parto. Por isso é preciso conscientizar as mulheres de que nascimentos por via vaginal e com períneo intacto são plenamente possíveis na maioria das vezes, não causando "frouxidão do períneo", nem problemas sexuais no futuro. A episiotomia (corte no períneo que ajuda o bebê a passar) pode ser feita, mas estudos baseados em evidências científicas mostram que nem sempre ela é necessária.

Mesmo nos dias de hoje, as cesarianas não são isentas de risco. À exceção das situações em que existem indicações médicas precisas para cesariana, o correto é esperar o início do trabalho de parto e aguardar sua evolução. Se tudo correr bem, não há motivo para realizá-la. Programar o nascimento sem nem mesmo deixar a gestante entrar em trabalho de parto é transformar o parto normal, um ato fisiológico, num ato operatório - o parto cesáreo - e traz muitas desvantagens para a mulher e para o bebê. Mulheres que dão à luz por meio de parto vaginal/normal têm recuperação mais rápida e maior facilidade no início da amamentação, pois estímulos hormonais naturalmente se encarregam de "fazer o leite descer". Estudos mostram que quando a gestante está bem informada sobre essas possibilidades, o parto tem maiores chances de ser mais saudável e ela pode expressar maior satisfação com a experiência.

PARTO NORMAL

O parto normal ou vaginal por ser mais parecido com o fisiológico (parto natural) e tem vantagens sobre a cesariana. O corpo da mulher foi preparado para isso, a recuperação é muito mais rápida, há menor chance de hematomas ou infecções, menor risco de complicações para a mãe e menor chance de dor pélvica crônica.

Não pense que o parto normal é sinônimo de fortes dores, há técnicas hoje que as aliviam. Quando a mamãe chega ao hospital, vários procedimentos de rotina são realizados, como aferição de temperatura, pressão arterial e freqüência cardíaca. Medidas como o enema (lavagem intestinal) e a tricotomia (raspagem dos pêlos pubianos) não são mais procedimentos de rotina.

Durante as contrações, o médico avalia a dilatação do colo do útero. Se as dores forem intensas, normalmente é aplicada uma anestesia peridural. Quando o espaço para o bebê passar for insuficiente, é realizada uma episiotomia, que consiste em um corte cirúrgico feito na região perineal para auxiliar a saída do bebê e evitar ruptura dos tecidos perineais.

Quando o colo do útero estiver dilatado por completo e as contrações tornarem-se muito fortes, as paredes do útero farão pressão sobre o bebê e, em conjunto com o esforço da mãe, impulsionarão a criança para fora.
Após o alívio da expulsão do bebê, há a saída da placenta onde o útero se contrai mais uma vez para expulsá-la.
A sutura da episiotomia quando necessária é feita imediatamente após o parto, cicatrizando em poucos dias.
Indução do parto - Se a gestação já passar de 40 semanas, se há incompatibilidade de Rh, em que a continuidade da gestação expõe a criança aos anticorpos, à diabetes, ao sofrimento da passagem mal-sucedida, ou quando acontece o rompimento prematuro da bolsa d'água, a indução do parto deve ser tentada.

A indução consiste em acelerar o trabalho de parto e pode ser feito através do rompimento precoce da bolsa ou com medicamentos.

PARTO E TRABALHO DE PARTO NORMAL

Quando ocorre um acompanhamento pré-natal adequado, a gestante deve estar informada e preparada para o trabalho de parto e o parto em si.

As orientações sobre a mãe e os cuidados com o bebê, técnicas de respiração, como manejar a dor, a participação do pai e a importância de conhecer o mecanismo do parto, devem estar bem esclarecidas.

O trabalho de parto envolve várias fases e a gestante em geral dispõe de um tempo suficiente para chegar ao hospital e ter um atendimento adequado.

No final da gravidez deve manter preparada uma sacola com as suas coisas e as roupas do bebê, estar informada sobre os primeiros sinais do início do trabalho de parto, ser alertada para possíveis situações de emergência e dispor de ajuda e meios para se locomover ao seu hospital.

Na fase precoce do trabalho de parto a gestante pode sentir uma maior pressão sobre a bexiga, pode apresentar diarréia e dor severa nas costas. As contrações, embora ainda não dolorosas, se tornam mais freqüentes. Nesse período o colo do útero amolece, iniciando o seu processo de apagamento e dilatação. Geralmente ocorre o que se chama de perda do tampão mucoso, com o aparecimento de um corrimento espesso e sanguinolento. Quando as contrações uterinas começam a ficar mais intensas e regulares, pode ou não ocorrer o rompimento da bolsa de líquido amniótico, que muitas vezes escorre pelas pernas, molhando as roupas. Na maior parte dos casos essa é a hora de chegar ao hospital.

No momento da internação hospitalar, são realizados vários procedimentos de rotina, como a medida da temperatura, da pressão arterial e da freqüência cardíaca da mãe e do feto. A gestante é instruída para permanecer deitada de lado, em jejum, podendo ingerir apenas água. Uma via intravenosa, para receber líquidos, pode ser instalada. Medidas como o enema (lavagem intestinal) e a tricotomia (raspagem dos pêlos pubianos) não são mais realizadas de rotina na maioria dos hospitais.

Quando as contrações uterinas adquirem um ritmo constante e regular, inicia-se a fase ativa do trabalho de parto. Nessa fase é importante o monitoramento adequado da freqüência cardíaca fetal, atentando para sinais que indiquem sofrimento do feto. Se as contrações se tornarem muito dolorosas pode ser necessário algum tipo de medida para aliviar a dor. A mais usada é a chamada analgesia peridural, mas esta requer centros hospitalares mais equipados e a presença de um médico anestesista. O andamento do trabalho de parto é acompanhado através de um gráfico chamado de partograma. Com isso, é possível detectar precocemente alterações que venham interferir na boa evolução do trabalho de parto, antecipando situações que podem determinar a necessidade de uma intervenção cirúrgica, conhecida por cesariana.

No final dessa fase, com o colo uterino dilatado, a gestante sente uma pressão maior no períneo e a necessidade de empurrar como se fosse evacuar. É o chamado "puxo". Na maioria das vezes a gestante é levada para uma sala onde ocorrerá o parto, a sala de parto. Colocada em uma cama especial, em posição ginecológica e com a cabeceira elevada, iniciam-se as manobras que facilitarão o nascimento. Algumas vezes pode ser necessário realizar uma pequena incisão, geralmente lateral no períneo, para facilitar a saída do bebê, chamada de episiotomia.

Em seguida ao nascimento, o cordão umbilical é clampeado e cortado. O bebê é levado para receber os primeiros cuidados por um médico pediatra e após é colocado junto à sua mãe, podendo ser amamentado imediatamente.

Enquanto isso, o médico obstetra realiza as manobras de expulsão da placenta, revisão do trajeto do parto e sutura da episiotomia.

A mãe é colocada em observação nas primeiras horas após o parto, para o controle de eventuais sangramentos e a recuperação da analgesia peridural.

Seis razões para tentar o parto normal

Como a natureza quer: se o parto normal é o desfecho natural de uma gravidez, por que fugir dele antes mesmo de saber se uma cesárea é de fato indicada para o seu caso? “O ideal é que o bebê escolha o dia em que quer nascer”, diz o obstetra Luiz Fernando Leite, das maternidades Santa Joana e Pro Matre, em São Paulo. É claro que, na hora do parto, às vezes surgem complicações. Aí, sejamos justos, a cesariana pode até salvar a vida da mãe e do filho. “Mas, quando a cirurgia é agendada com muita antecedência, corre-se o risco de a criança nascer prematura, mais magra e com os músculos ainda não completamente desenvolvidos”, adverte o obstetra.

A criança respira melhor: quando passa pelo canal da vagina, o tórax do bebê é comprimido, assim como o resto do seu corpo. “Isso garante que o líquido amniótico de dentro dos seus pulmões seja expelido pela boca, facilitando o primeiro suspiro da criança na hora em que nasce”, explica Rosangela Garbers, neonatalogista do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Sem falar que as contrações uterinas estressam o bebê – e isso está longe de ser ruim. O hormônio cortisol produzido pelo organismo infantil deixa os pulmões preparados para trabalhar a todo vapor. A cesárea, por sua vez, aumenta o risco de ocorrer o que os especialistas chamam de desconforto respiratório. Esse problema pode levar a quadros de insuficiência respiratória e até favorecer a pneumonia.

Acelera a descida do leite: “Durante o trabalho de parto, o organismo da mulher libera os hormônios ocitocina e prolactina, que facilitam a apojadura”, afirma Mariano Sales Junior, da maternidade Hilda Brandão, da Santa Casa de Belo Horizonte. No caso da cesárea eletiva, a mulher pode ser submetida à cirurgia sem o menor indício de que o bebê está pronto para nascer. Daí, o organismo talvez secrete as substâncias que deflagram a produção do leite com certo atraso – de dois a cinco dias depois do nascimento do bebê. Resumo da ópera: a criança terá de esperar para ser amamentada pela mãe.

Cai o mito da dor: por mais ultrapassada que seja, a imagem de uma mãe urrando na hora do parto não sai da cabeça de muitas mulheres. Segundo Washington Rios, coordenador da maternidade de alto risco do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, não há o que temer. “A analgesia é perfeitamente capaz de controlar a dor”, afirma. Isso porque há mais de dez anos os médicos recorrem a uma estratégia que combina a anestesia raquidiana, a mesma usada na cesárea, e a peridural. “A paciente não sofre, mas também não perde totalmente a sensibilidade na região pélvica”, explica a anestesista Wanda Carneiro, diretora clínica do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Dessa forma, ela consegue sentir as contrações e até ajudar a impulsionar a criança para fora.

Recuperação a jato: 48 horas após o parto normal, a nova mamãe pode ir para casa com o seu bebê. Em alguns casos, para facilitar a saída da criança, os médicos realizam a episiotomia, um pequeno corte lateral na região do períneo, área situada entre a vagina e o ânus. Quando isso acontece, a cicatrização geralmente leva uma semana. Já quem vai de cesariana recebe alta normalmente entre 60 e 72 horas após o parto e pode levar de 30 a 40 dias para se livrar das dores.

Mais segurança: como em qualquer cirurgia, a cesárea envolve riscos de infecção e até de morte da criança. “Cerca de 12% dos bebês que nascem de cesariana vão para a UTI”, revela Renato Kalil, obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. No parto normal, esse número cai para 3%. “A sensação da cesariana é semelhante à de qualquer outra cirurgia no abdômen. É, enfim, como extrair uma porção do intestino ou operar o estômago”, compara Kalil. E, convenhamos, o clima de uma sala cirúrgica não é dos mais agradáveis: as máscaras dos médicos, a sedação, a dificuldade para se mexer...

PARTE 2