QUALIDADE DE VIDA

A Importância do Aleitamento Materno !

leite1O Leite Humano. Cada espécie produz o alimento adequado para sua cria. A abelha produz mel, os pássaros põem na boca dos filhotes o alimento mastigado, os mamíferos produzem leite (cada um produz o leite adequado para o seu filhote; o da gata para o gatinho, o da vaca para o bezerro, o da mulher para o seu bebê). A sociedade moderna tentou adaptar o leite de vaca e outros (cabra, jumenta) às necessidades do filho do homem que por sinal são totalmente diferentes das necessidades dos filhotes dos animais para os quais estes leites são produzidos (o bezerro praticamente está do tamanho de um boi adulto por volta de um ano, o seu filho, após um ano não cresceu muita coisa, neste primeiro ano o que mais cresceu no seu filho foi o cérebro).

A industrialização colocou estes leites (hoje em dia, praticamente todos os leites de lata são leites de vaca) ao alcance do mundo todo e vendeu para a espécie humana o leite de outra espécie de animal. As conseqüências disto foram um aumento generalizado do número de mortes de crianças e também um aumento do número de doenças tanto das crianças como dos adultos (principalmente alergias).

O leite de vaca é ótimo, para o bezerro, que tem um desenvolvimento completamente diferente do seu filho.

Por mais que se tente e digam que “este leite é maternizado, é que nem o leite materno”, nunca se conseguiu fazer com que ele ficasse igual ao leite humano.

Cada espécie de leite tem a quantidade de gordura, açúcar e proteína adequada ao animal a que se destina. A indústria conseguiu adequar as quantidades de gordura, açúcar e proteína do leite de vaca para o filho do homem, mas não conseguiu que a qualidade, o tipo dessa gordura, desse açúcar, dessa proteína, fosse exatamente igual ao produzido pela mãe. E por mais perto que consigam chegar, nunca conseguiram enlatar o amor de uma mãe amamentando seu filho.

A digestão do leite de vaca não só é mais difícil e mais demorada (é como se você estivesse dando para o seu filho uma feijoada), como dá mais trabalho para o organismo do seu bebê, sobrecarregando o estômago, intestino e principalmente os rins.

A digestão do leite materno é mais fácil, o aproveitamento é melhor, a eliminação dos resíduos não sobrecarrega nenhum órgão. Aliás, é por isso que seu bebê mama mais vezes e por mais tempo (é como se ele tivesse tomado uma sopa).

No entanto a principal vantagem do leite materno não é a qualidade puramente nutritiva do leite, mas sim as defesas que só o seu leite pode dar para o seu bebê.
 
O primeiro leite, também chamado colostro, é muito parecido com uma parte do sangue materno (o plasma); daí o leite materno ser chamado de sangue branco.

Você através do leite passa para seu filho, todas as defesas (anticorpos) contra todas as doenças que você já teve ou entrou em contato durante toda a sua vida; por isso o leite materno é considerado como a primeira vacina de seu filho.
 
Entretanto, tão importante quanto a proteção contra as doenças é a parte psicológica da amamentação. De fato amamentar é um ato de amor; dar leite é dar amor.

O calor de seu corpo e do seu leite substitui o calor de dentro da barriga. O bico do seio, como antes o cordão umbilical, mantém a ligação mãe/filho, que começou no seu útero.
 
Nenhum vidro ou plástico (chuca ou mamadeira) pode substituir esse calor e esse contato íntimo, que dá ao seu bebê segurança, tranqüilidade e felicidade.
 
Crianças criadas ao seio são mais inteligentes, mais tranqüilas, mais felizes e mais seguras de si mesmas.
O leite materno é completo. Isso significa que até os 6 meses o bebê não precisa de nenhum outro alimento (chá, suco, água ou outro leite). Depois dos 6 meses, a amamentação deverá ser complementada com outros alimentos. Você pode continuar amamentando até 2 anos ou mais. O leite materno funciona como uma verdadeira vacina, protegendo a criança de muitas doenças. Além disso, é limpo, está sempre pronto e quentinho. Isso sem falar que a ama¬mentação favorece um contato mais íntimo entre a mãe e o bebê.

Benefícios para o Bebê:

• Proporciona uma nutrição superior e um ótimo crescimento;
• Fornece água adequada para hidratação;
• Protege contra infecções e alergias;
• Favorece o vínculo afetivo e o desenvolvimento

A amamentação também traz muitos benefícios para a mãe:

- reduz o peso mais rapidamente após o parto;
- ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia após o parto;
- reduz o risco de diabetes;
- reduz o risco de câncer de mama;
- se a amamentação for exclusiva, pode ser um método natural para evitar uma nova gravidez.

Como tornar a amamentação mais tranqüila e prazerosa:

Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem um horário para mamar. Dê o peito ao seu filho sempre que ele pedir. Com o tempo, ele vai fazendo seu horário de mamadas.

Antes de começar a dar de mamar, lave as mãos.

- a melhor posição para amamentar é aquela em que você e o seu bebê se sentirem mais confortáveis. Não se apresse, deixe o bebê sentir o prazer e o conforto do contato com seu corpo;

- cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado. Dei¬xe-o mamar até que fique satisfeito. Espere que ele esvazie bem a mama e então ofereça a outra, se ele quiser.

- o leite do fim da mamada tem mais gordura e por isso mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso;
- na primeira mama, o bebê suga com mais força porque está com mais fome e assim esvazia melhor essa mama. Por isso, sempre comece com aquela que terminou a última mamada, para que o bebê tenha a oportuni¬dade de esvaziar bem as duas mamas, o que é importante para a mãe ter bastante leite.

 

Proteção importatnte ao intestino do recém nascido

 

Cientistas da Universidade de Londres, Inglaterra, descobriram que um ingrediente no leite materno protege e conserva o intestino de recém-nascidos. O ingrediente, chamado de inibidor da secreção da tripsina pancreática, é encontrado em níveis altos no colostro, o leite materno produzido nos primeiros dias após o nascimento do bebê. Este inibidor é uma molécula normalmente encontrada no pâncreas, onde protege o órgão de sofrer danos pelas enzimas digestivas que ele produz.

As paredes do intestino de um recém-nascido são muito vulneráveis a danos, já que nunca foram expostas a comida ou bebidas. O novo estudo reitera a importância da amamentação nos primeiros dias de vida do bebê. A substância é encontrada em pequenas quantidades no leite materno depois dos primeiros dias, mas no colostro ele é sete vezes mais concentrado. O ingrediente não existe no leite em pó industrializado.

Os pesquisadores examinaram os efeitos do inibidor em células intestinais humanas em laboratório. Quando as células sofriam danos, a substância as estimula a formar uma película protetora natural. O estudo também mostrou que o ingrediente pode prevenir danos futuros por impedir as células intestinais de se auto-destruírem.

Ray Playford, da Universidade de Londres coordenou o estudo. "Sabemos que o leite materno é feito a partir de vários ingredientes e que há vários benefícios para a saúde de bebês que são amamentados com o leite materno", diz Playford. "Este estudo é importante pois mostra que um componente do leite materno protege e repara o intestino dos bebês para a comida e bebida que estão para receber", completa. Science Daily

 

Cuidados e Hábitos Antes da Amamentação

 

 Tome alguns cuidados importantes:

Esfregue suavemente nos mamilos e aréolas uma bucha vegetal molhada ou uma escova de dentes de cerdas bem macias, aumentando a fricção à medida que aumenta a resistência da pele;
 
Procure deixar os seios expostos ao sol diariamente por vinte minutos, pela manhã, no intervalo entre 8 e 10 horas;

Para manter a umidade natural e a elasticidade da pele use, a partir do sexto mês de gravidez, um creme protetor para os seios à base de lanolina, pois esta substância aumenta significativamente a resistência da pele; coloque o creme cobrindo a região do mamilo e da aréola e inicie os exercícios abaixo.

 

Técnicas de massagem da mama para estimular a produção de leite

 

Encaixe as mãos ao redor da mama. Faça uma pressão suave na direção do mamilo como se quisesse esvaziá-la;
Com o polegar e o indicador colocados na borda areolar, faça movimentos giratórios por toda à volta da aréola, exercendo suave pressão em direção ao tórax. Poderá haver secreção de pequenas gotas de leite, o que é normal.

 

Exercícios para tornar o mamilo mais resistente e saliente

 

Posicione os polegares bem junto ao mamilo e, exercendo leve pressão, deslize-os até a borda da aréola no sentido vertical;

Repita o procedimento no sentido horizontal;

 

Dificuldades na amamentação

 

Rachaduras no bico do seio:

As rachaduras aparecem quando a criança não está pegando bem no peito da mãe. Se a pega do bebê não estiver correta, procure corrigi-la. Se o peito estiver muito cheio, tornando a mamada difícil, retire um pouco do leite antes, para ajudar o bebê a mamar. Se não houver melhora, procure ajuda num serviço de saúde.

Seios empedrados:

Quando isso acontece, é preciso esvaziar bem os seios. Não deixe de amamentar, ao contrário, amamente com freqüência, sem ho¬rários fixos, inclusive à noite. Retire um pouco de leite antes de dar de mamar, para amolecer a mama e facilitar para o bebê pegar o peito. Se houver piora, procure ajuda num serviço de saúde.

Pouco leite:

Para manter sempre uma boa quantidade de leite, amamente com freqüên¬cia, deixando o bebê esvaziar bem o peito na mamada. Não precisa oferecer outro alimento (água, chá, suco ou leite). Se o bebê dorme bem e está ganhando peso, o leite não está sendo pouco.

Leite fraco:

- não existe leite fraco! Todo leite materno é forte e bom. A cor do leite pode variar, mas ele nunca é fraco;
- nem todo choro do bebê é de fome. A criança chora quando quer aconche¬go, quando tem cólicas ou sente algum desconforto;
- sabendo disso, não deixe que idéias falsas atrapalhem a amamentação.

 

Alguns Cuidados

 

Ingurgitamento mamário:

É mais comum em primíparas (mães de primeira viagem) e costuma aparecer no segundo dia pós-parto. Resulta do aumento da vascularização e congestão vascular das mamas e da acumulação de leite. Pode atingir apenas a auréola, o corpo da mama ou ambos.

Quando a auréola está ingurgitada, a criança não consegue uma boa pega, o que pode ser doloroso para a mãe e frustrante para a criança, pois, nestas condições, há dificuldade para a saída do leite.

Para o tratamento do ingurgitamento mamário, são úteis as seguintes medidas:

• Manter as mamas elevadas; usar um soutien apertado.
• Compressas frias entre as mamadas para reduzir a vascularização.
• Compressas quentes (ou ducha de água morna) antes das mamadas facilitam a saída do leite.
• Amamentar com freqüência. Se necessário, extrair o leite manualmente ou com bomba de sucção.
• Usar analgésico, se necessário.

2. Hipogalactia (diminuição do leite)

leite2Queixa comum durante a amamentação é afirmar que se tem “pouco leite”, ou que o leite é fraco. Esta está relacionada, freqüentemente, com a insegurança materna quanto à sua capacidade de nutrir o seu filho, fazendo com que interprete o choro da criança e as mamadas freqüentes (normal no bebê pequeno) como sinais de fome. A ansiedade que tal situação gera na mãe e na família pode ser transmitida à criança, que responde com mais choro. O complemento com leites artificiais muitas vezes alivia a tensão materna e essa tranqüilidade vai-se repercutir no comportamento da criança, que passa a chorar menos, reforçando a idéia de que ela realmente estava passando fome. A suficiência de leite materno é avaliada através do ganho ponderal da criança e o número de micções por dia (no mínimo 6 a 8). Se a produção do leite parecer insuficiente para a criança, pelo baixo ganho ponderal na ausência de patologias orgânicas, cabe ao médico conversar com a mãe e tentar determinar o que está a interferir com a produção do leite.

Nesse caso, é importante orientar a mãe a complementar a mamada ao invés de substituí-la pelo leite artificial, mantendo assim o estímulo da sucção, indispensável para a produção do leite.

Além da sucção dos mamilos, alguns fatores estão relacionados com o aumento dos níveis séricos de prolactina, tais como o sono e o exercício físico.

3. Traumas nos mamilos

As mães devem ser orientadas a procurar assistência médica quando surgirem traumas dos mamilos. A amamentação não deve ser dolorosa. Atenção:

• Manter os mamilos sempre secos.
• Após as mamadas, passar algumas gotas de leite sobre os mamilos.
• Secar os mamilos
• Expressão manual da auréola antes das mamadas.
• Iniciar a amamentação pelo lado menos lesado.
• Variar o posicionamento do bebê nas mamadas, evitando que ele pressione as áreas traumatizadas.
• O uso de cremes com vitamina A e D ocasionalmente pode ajudar.
• Usar creme com corticóide após as mamadas em casos de fissuras graves.
• Analgésicos, se necessário.
 
Se o tratamento não surtir efeito e as fissuras forem suficientemente dolorosas a ponto de pôr em risco a amamentação, recomenda-se a suspensão da amamentação no seio mais comprometido por 24 a 48 horas, e efetuar o esvaziamento (manual ou com bomba de sucção) da mama comprometida, após cada mamada no outro seio. Após esse período, proceder da mesma forma com a outra mama.

4. Mastite

São as fissuras, na maioria das vezes, a porta de entrada para os germes (especialmente o Staphylococcus aureus) que provocam a mastite. Tal patologia deve ser precocemente diagnosticada e tratada. A mastite, em geral, compromete o estado geral da mulher, provocando dor local intensa, febre e mal-estar. A mama apresenta-se com edema, hiperemia e calor.

O tratamento é conduzido com antibióticos antiestafilocócicos (como, por exemplo, oxacilina e dicloxacilina) e esvaziamento suave e completo da mama comprometida, prevenindo, assim, o ingurgitamento e mantendo o suprimento do leite.

A amamentação não deve ser interrompida. Nos casos em que não ocorrer melhora após 48 horas de tratamento, pode estar a haver a formação de um abscesso, que pode ser palpado e identificado pela sensação de flutuação. Em tais casos está indicada a drenagem cirúrgica e, freqüentemente, a interrupção temporária da amamentação no seio afetado.

 

A alimentação da mulher que amamenta

 

Uma mãe saudável, bem nutrida, tem mais possibilidades de amamentar com sucesso. Calcula-se que para a produção do leite uma mulher necessite ingerir um acréscimo de, no mínimo, 500 calorias e 15g de proteínas por dia. Isto pode ser conseguido através de uma dieta variada que forneça todos os nutrientes essenciais.  Estudos demonstram que mulheres sem alimentação adequada, e mesmo desnutridas, têm nas mesmas condições para amamentar os seus filhos.


Aleitamento na primeira hora de vida reduz mortalidade

 

Apesar de pouco difundida, a amamentação já na primeira hora de vida traz uma série de benefícios para a mãe e para o bebê no período neonatal --que vai desde o nascimento até o 28º dia de vida.

Por exemplo, a primeira imunização, por meio do colostro --leite ainda em formação, mas rico em anticorpos--, é recebida com mais imediatismo pelo organismo, o que aumenta a proteção do bebê contra infecções, a principal causa de mortalidade nos recém-nascidos.

Em segundo lugar, a mamada da criança estimula bastante a produção de leite materno e agiliza a liberação do hormônio ocitocina, cuja ação induz as contrações do útero e ajuda a evitar hemorragias no pós-parto. O efeito é tão mais eficaz quanto mais cedo o bebê começar a mamar, pois a sucção nos primeiros momentos de vida é mais vigorosa.
 
Também é desejável que o contato pele a pele entre mãe e filho aconteça rapidamente. "Isso transmite calor e conforto ao bebê, além de reforçar os vínculos afetivos", esclarece a presidente do departamento de aleitamento materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Valdenise Tuma Calil.
 
No Brasil, não há estatísticas atuais sobre a amamentação na primeira hora de vida. Segundo o diretor do departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, Adson França, porém, essa não é uma praxe, como deveria ser.

Se colocada na rotina, a prática pode reduzir significativamente a mortalidade de recém-nascidos. Uma pesquisa realizada em Gana, na África, com 10.948 recém-nascidos entre 2003 e 2004 mostrou que a amamentação na primeira hora pode reduzir em 22% o risco de morte no primeiro mês de vida, o período de neonatal.

"Por isso, nós damos uma grande ênfase a isso. Começamos um trabalho de qualificação de agentes comunitários para que o aleitamento materno entre na rotina", diz França.

O mais rápido possível

 

O ideal é que, após o nascimento, o bebê seja colocado junto à mãe o quanto antes, com o mínimo de intervenções possível, explica a médica pediatra e professora da Unifesp e da Unisa, Lélia Gouvêa. "O pediatra faz um exame geral, seca o bebê com delicadeza e, em minutos, devolve-o à mãe."

O Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, preconiza o imediatismo. A instituição mantém o programa "Sentindo a Luz". Logo ao nascer, o bebê já será colocado para mamar. A idéia é que o pai ajude a mãe na tarefa, amparando o recém-nascido, já que a mulher, provavelmente, ainda estará com soro no braço.

"Numa cesárea, por exemplo, enquanto o cirurgião costura a parturiente, o bebê já estará mamando. No parto normal, funcionará da mesma forma", explica Alberto d'Auria, ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz, em São Paulo.

 

Problemas do aleitamento artificial

 

• Mais diarréia e infecção respiratória;
• Diarréia persistente;
• Desnutrição e deficiência de vitamina A;
• Maior mortalidade;
• Não protege da gravidez;
• Interfere no vínculo;
• Mais alergia e intolerância a leite;
• Maior risco de doenças crônicas;
• Obesidade;
• Menor desempenho em testes de inteligência;
• Maior risco de anemia, câncer de ovário e de mama.


Fonte: Folha de São Paulo
          
http://bvsms.saude.gov.br/html/pt/dicas/29aleitamento.html
http://www.orientacoesmedicas.com.br/

http://paginas.terra.com.br/saude/consultoriovirtual/aleitamento.htm