QUALIDADE DE VIDA

Fisiologia da Paixão

paixaoaO chamado diencéfalo ou cérebro primitivo, comum a todos os mamíferos, intervém, através do hipotálamo, no desejo, no interesse sexual e também recolhe as informações que chegam do exterior e dos hormônios, controlando-os e dando as respostas da excitação sexual, ejaculação, sensações de prazer e regulando as respostas emocionais e afetivas no comportamento sexual. O sistema límbico discrimina e seleciona os estímulos, reconhecendo os sinais de saciedade (estar satisfeito) e inibindo o comportamento sexual. A nossa sexualidade apresenta-se não apenas em nível dos estímulos (visuais,fantasias ,etc), como também na participação muito importante da emoção e sobretudo na aprendizagem.

Algumas partes do nosso cérebro relacionam o ambiente e a cultura às nossas respostas sexuais. O resultado pode ter maior ou menor eficácia dando aos parceiros, maior ou menor prazer.

Razão, fantasia, emoção e aprendizagem se misturam em nosso cérebro dando respostas curiosas no dia a dia sexual do ser humano. Os neurotransmissores cumprem uma função indispensável na ativação do impulso sexual, como por exemplo, quando as carícias e beijos levam a lubrificação vaginal e à ereção peniana.

Os cientistas conhecem a feniletilamina (um dos mais simples neurotransmissores) há cerca de 100 anos, mas só recentemente começaram a associá-la à paixão. Ela é uma molécula natural semelhante à anfetamina e suspeita-se que sua produção no cérebro possa ser desencadeada por eventos tão simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos.

O “affair” da feniletilamina com a paixão teve início com uma teoria proposta pelos médicos Donald F. Klein e Michael Lebowitz, do Instituto Psiquiátrico Estadual de Nova Iorque. Eles sugeriram que o cérebro de uma pessoa apaixonada continha grandes quantidades de feniletilamina, e que esta substância poderia responder, em grande parte, pelas sensações e modificações fisiológicas que experimentamos quando estamos apaixonados.

 

PAIXÃO X TEMPO

 

Existe um limite de tempo para homens e mulheres sentirem os arroubos da paixão? Segundo a professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell de Nova Iorque, sim. Ela diz: "seres humanos são biologicamente programados para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses". Ela entrevistou e testou 5.000 pessoas de 37 culturas diferentes e descobriu que a paixão possui um "tempo de vida" longo o suficiente para que o casal se conheça, copule e produza uma criança.

A pesquisadora identificou algumas substâncias responsáveis pelo amor-paixão: dopamina, feniletilamina e ocitocina. Estes produtos químicos são todos relativamente comuns no corpo humano, mas são encontrados juntos apenas durante as fases iniciais do flerte. Ainda assim, com o tempo, o organismo vai se tornando resistente aos seus efeitos - e toda a "loucura" da paixão desvanece gradualmente - a fase de atração não dura para sempre. O casal, então, se vê frente a uma dicotomia: ou se separa ou habitua-se a manifestações mais brandas de amor - companheirismo, afeto e tolerância, e permanece junto. "Isto é especialmente verdadeiro quando filhos estão envolvidos na relação", diz a Dra. Hazan.

Os homens parecem ser mais susceptíveis à ação dessas substâncias. Eles se apaixonam mais rápida e facilmente que as mulheres. E a Dra. Hazan é categórica quanto ao que leva um casal a se apaixonar e reproduzir: "graças à intensidade da ilusão romanceada, achamos que escolhemos nossos parceiros; mas a verdade é conhecida até mesmo pelos zeladores dos zoológicos: a maneira mais confiável de se fazer com que um casal de qualquer espécie reproduza é mantê-los em um mesmo espaço durante algum tempo".

Com base em outras pesquisas desenvolvidas pela Dra. Helen Fisher, antropologista da Universidade Rutgers e autora do livro The Anatomy of Love, pode-se fazer um quadro com as várias manifestações e fases do amor e suas relações com diferentes substâncias químicas no corpo:

 

 

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OS SENTIDOS E A PAIXÃO

 

Visão - A visão é, provavelmente, a fonte de estimulação sexual mais importante que existe.
No homem, existem numerosos estímulos visuais envolvidos na atração sexual, que vão muito além da visão dos genitais do sexo oposto. A forma de mover-se, um olhar, um gesto, inclusive a forma de vestir-se, são estímulos que, enquanto potencializam a capacidade de imaginação do ser humano, podem resultar mais atraentes que a contemplação pura e simples de um corpo nu.

Segundo o neurobiólogo James Old, o amor entra pelos olhos.
 
Imaginemos duas pessoas que não se conhecem e se encontram em uma festa:

- Ambos se olham e imediatamente se avaliam, o que ativa neocórtex, especializado em selecionar e avaliar.

- O primeiro nível de avaliação de ambos será o biológico (tem orelhas, duas pernas etc) e enfim, geneticamente saudável.

- Depois a análise continua por padrões baseados na experiência de cada um: tipos físicos reforçados como positivos pelos pais, amigos e meios de comunicação.

- Simultaneamente se avaliam dentro de seu tempo e cultura: numa sociedade propensa a sucumbir a pragas e escassez de alimentos, mulheres mais cheinhas eram sinônimo de saúde e fortaleza.

 

Elas são mais seletivas

 

O neurobiólogo aponta que no caso feminino também existe um fator adicional e mais abstrato: o poder (também ocorrem mudanças com o tempo e cultura)

Segundo o pesquisador, como as mulheres geneticamente têm menos oportunidades para procriar (o número de gametas femininos é menor do que o de espermatozóides), elas buscam no selecionado a capacidade de prover e proteger seus filhos.

 

Audição - No homem, a aparição da linguagem representa um passo muito mais avançado como meio de solicitação sexual. Em praticamente todas as sociedades humanas, o uso de frases e canções amorosas constitui uma das preliminares mais habituais. Libertado o cérebro da carga social, uma frase erótica, sussurrada ao ouvido, pode resultar tão incitadora quanto um bramido de elefante na imensidão da selva.

De acordo com investigações do Krasnow Institute for Advanced Study of George Mason University, não só as primeiras palavras, mas também os tons de voz deverão responder aos padrões de saúde e genética desejados na escolha do(a) parceiro(a).

 

Tato: a pele com a qual amamos. A superfície do corpo humano, com aproximadamente dois metros quadrados de extensão é, poderíamos dizer, o maior órgão sexual do homem. Mais do que simplesmente um dos sentidos, o tato é a resultante de muitos ingredientes: sensibilidades superficiais (epidérmicas e dérmicas), profundas - como a proprioceptiva, ligada a movimento -, vontade de explorar e atividade motora, emoções,  memória, imaginação.

Existem cerca de cinco milhões de receptores do tato na pele - as pontas dos dedos tem uns 3.000 que enviam impulsos nervosos ao cérebro através da medula. O tato é provavelmente o mais primitivo dos sentidos. É a mais elementar, talvez a mais predominante experiência do ser humano, mesmo naquele que ainda não chegou a nascer. O bebê explora o mundo pelo tato. Assim, descobre onde termina seu corpo e onde começa o mundo exterior. Esse sentido é seu primeiro guia.

 

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O sentido do tato proporciona um contato imediato com os objetos percebidos e, na relação humana, é uma experiência inevitavelmente recíproca: pele contra a pele provoca imediatamente um nível de conhecimento mútuo. Na relação com o outro, não é possível experimentá-la. Encontramos homens com problemas sexuais que não beijam, não abraçam e nem acariciam sua parceira. Para quê? Pensam eles. Este modelo de comportamento impede que muitos casais desfrutem do prazer que pode proporcionar o simples fato de dar e receber carícias. A estimulação tátil é uma necessidade básica, tão importante para o desenvolvimento como os alimentos, as roupas, etc.. O contato físico é a forma de comunicação mais íntima e intensa dos seres humanos, segundo alguns estudos, até os mais insignificantes contatos físicos tem notáveis efeitos. Nós realmente "sentimos com o olho da mente" - Uma região do cérebro envolvida no processamento do sentido da visão é também necessária para o sentido do tato. Resultados da Universidade de Emory, que confirmam o papel do córtex visual na percepção táctil (toque), foram publicados na edição da revista Nature de 06/10/1999.  As conclusões do estudo são relevantes para o entendimento de não apenas como o cérebro normalmente processa a informação sensorial, "mas também como o processamento é alterado em condições como cegueira, surdez ou torpor e, principalmente, para melhoria dos métodos de comunicação em indivíduos que sofrem de tais desordens", de acordo com Krishnankutty Sathian, Ph.D.

Até recentemente, cientistas acreditavam que regiões separadas do cérebro processavam a informação advinda de vários sentidos. Essa idéia está sendo, agora, desafiada. As descobertas recentes de que o córtex visual de deficientes visuais é ativado durante a leitura em Braille não são tão surpreendentes se apreciadas por este contexto. Os resultados obtidos pelo grupo de pesquisa demonstram que uma região do córtex cerebral, associada à visão, é ativada quando os humanos tentam distinguir a orientação através do tato.

Juntamente aos depoimentos subjetivos da imagem visual e a ativação cortical parieto-occiptal associada, as descobertas levam a crer que o processamento visual facilita a discriminação tátil normal de orientação. Isso, provavelmente, está relacionado ao fato de que geralmente confiamos no sistema visual para nos orientarmos.

 
Paladar - Desde muito cedo, a boca é a primeira fonte de prazer. Com 16 semanas de vida, além de fazer caretas, levantar as sobrancelhas e coçar a cabeça, as papilas gustativas já estão desenvolvidas. A experiência tem demonstrado que o feto faz careta e para de engolir quando uma gota de substância amarga é colocada no líquido amniótico. Por outro lado, uma substância doce provoca a aceleração dos movimentos de sucção e deglutição. 
Aliás, o prazer do paladar continua na fase em que o bebê se amamenta através do mamilo da sua mãe. Daí para frente, o paladar fica cada vez mais apurado.

A boca é uma das partes que compõem o rosto de qualquer pessoa. Quanto a isto, não restam margem para dúvidas. Mas o que se calhar não sabe, é que a zona bocal é a última parte a adquirir todas as formas e recortes finais, embora seja a primeira a sentir as emoções iniciais da vivência.

A língua é a base de todo o paladar e a boca é uma das partes mais sensíveis do corpo e mais versáteis. Um beijo combina os três sentidos de tato, paladar e olfato. Favorece o aparelho circulatório, aumenta de 70 para 150 os batimentos do coração e beneficia a oxigenação do sangue. Sem esquecer que o beijo estimula a liberação de hormônios que causam bem-estar. Detalhe: na troca de saliva, a boca é invadida por cerca de 250 bactérias, 9 miligramas de água, 18 de substâncias orgânicas, 7 decigramas de albumina, 711 miligramas de materiais gordurosos e 45 miligramas de sais minerais. As terminações nervosas reagem ao estímulo erótico e promovem uma reação em cadeia. Ao mesmo tempo, as células olfativas do nariz – mais próximas da boca – permitem tocar, cheirar e degustar o outro.

 


Olfato - O amor não começa quando os olhares se encontram, mas sim um pouco mais embaixo, no nariz. "Há circuitos que vão do olfato até o cérebro e levam uma mensagem muito clara: sexo", explica Maria Rosa García Medina, especialista em sentidos químicos do Laboratório de Pesquisas Sensoriais do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina.

Alguns pesquisadores afirmam que exalamos continuamente, pelos bilhões de poros na pele e até mesmo pelo hálito, produtos químicos voláteis chamados ferormônios.

Estudos têm demonstrado que a maior parte das espécies de vertebrados tem um órgão situado na cavidade nasal denominado órgão vomeronasal (OVN). A finalidade do OVN parece ser exclusivamente a de detectar sinais químicos – os ferormônios - envolvidos no comportamento sexual e de marcação de território.

Atualmente, existem evidências intrigantes e controvertidas de que os seres humanos podem se comunicar com sinais bioquímicos inconscientes. Os que defendem a existência dos ferormônios baseiam-se em evidências mostrando a presença e a utilização de ferormônios por espécies tão diversas como borboletas, formigas, lobos, elefantes e pequenos símios. Os ferormônios podem sinalizar interesses sexuais, situações de perigo e outros.
Os defensores da Teoria dos Ferormônios vão ainda mais longe: dizem que o "amor à primeira vista" é a maior prova da existência destas substâncias controvertidas. Os ferormônios – atestam – produzem reações químicas que resultam em sensações prazerosas. À medida em que vamos nos tornando dependentes, a cada ausência mais prolongada nos dizemos "apaixonados" – a ansiedade da paixão, então, seria o sintoma mais pertinente da Síndrome de Abstinência de Ferormônios.

Com ou sem ferormônios, é fato que a sensação de "amor à primeira vista" relaciona-se significativamente a grandes quantidades de feniletilamina, dopamina e norepinefrina no organismo. E voltamos à questão inicial: até que ponto a paixão é simplesmente uma reação química?

Um tradicional exemplo do estreito vínculo entre olfato e desejo é a síndrome de Kalman, um quadro genético de alteração hormonal que prejudica a puberdade e que está acompanhado por uma ausência congênita do olfato. Com a ajuda de tratamento, esses pacientes chegam a ter níveis normais de hormônios, mas não recuperam o olfato e isso têm efeitos diretos em sua vida afetiva.

O laboratório canadense Pheromone Sciences Corp. isolou e caracterizou os diversos ferormônios extraídos do suor. Uma primeira pesquisa revelou que o composto pode estimular a libido em homens e mulheres. Os pesquisadores esperam que, em um futuro não muito distante, esse derivado de ferormônios possa servir como tratamento efetivo e seguro para determinadas disfunções sexuais. Inclusive como complemento de remédios como o Viagra.

"Alguns derivados dos ferormônios já são usados para casos de frigidez feminina e ajudam na primeira etapa da sexualidade, que é o desejo", afirma García Medina. "Isso pode ter um grande potencial em outros tipos de disfunções sexuais, mas ao mesmo tempo, reacende questões éticas: É lícito interferir dessa forma no comportamento de uma pessoa?"

Não há duas pessoas que possuam exatamente o mesmo cheiro, embora haja algumas semelhanças entre membros de uma mesma etnia. O odor corporal é fortemente influenciado pelo tipo de alimentação e influencia nossas preferências por certos aromas. Pessoas que gostam de comidas muito temperadas também preferem fragrâncias fortes e penetrantes, como as que contêm patchuli, sândalo ou gengibre. Aquelas que consomem mais laticínios preferem fragrâncias florais, como lavanda e néroli (flor de laranjeira). A alimentação branda porém saudável dos japoneses, baseada principalmente em peixes, verduras e arroz, em conjunto com os banhos freqüentes e meticulosos, é uma das razões pelas quais seu odor corporal é praticamente inexistente, ao menos para o olfato de outras etnias. Os japoneses são atraídos por fragrâncias delicadas. E, enquanto os esquimós são tidos como tendo cheiro de peixe e os africanos cheiro de amoníaco, o resto do mundo concorda que o cheiro azedo dos europeus é o mais nauseante (neste caso não seria pela conhecida carência de banho?).

Há duas décadas atrás, cientistas europeus conseguiram reproduzir os ferormônios em laboratório. Alguns anos mais tarde, empresários americanos compraram a fórmula, fabricaram o produto em quantidades industriais e o engarrafaram em belos vidrinhos. Agora, os tais ferormônios estão à venda na Internet. O representante brasileiro do perfume americano The Scent promete: "É garantido! Você vai conquistar a mulher dos seus sonhos pelo cheiro". No site da empresa, o extrato de ferormônios é promovido como um "afrodisíaco natural", uma "química revolucionária", um "grande segredo vindo da natureza"; em síntese: "um estimulante sexual da mulher", que foi "inteligentemente mascarado como uma colônia masculina".  Segundo seus fabricantes, este produto mágico age diretamente no subconsciente da mulher, despertando seu desejo sexual sem que ela saiba o porquê de se sentir loucamente atraída pelo galã perfumado. Mesmo sem explicações válidas, o site jura que "ela ficará totalmente a sua mercê". Ficou curioso? As belas promessas continuam: "você usa, é invisível, não tem cheiro, ninguém ficará sabendo, só você. É a ciência médica interferindo na nossa vida sexual, uma arma que ajudará nas suas conquistas". Segundo os responsáveis pelo produto, o sujeito que utilizar a poderosa colônia atrairá todos os olhares femininos, gerando "mais contatos imediatos e, sem dúvida, uma vida sexual mais ativa do que poderia um dia imaginar, não importa a sua aparência, não importa o nível social. Onde quer que você esteja, passará a chamar muita atenção, como um imã". Mas será que funcionam mesmo? Como você já deve ter percebido, o mesmo perfume ou loção após a barba, exala diversos cheiros em diferentes pessoas, especialmente naquelas do sexo oposto. À medida que a fragrância vaporiza e interage com nossa química própria, várias mudanças do aroma tornam-se perceptíveis.

 

Finalizando

 

Apesar de todas as pesquisas e descobertas, existe no ar uma sensação de que a evolução, por algum motivo, deu-se no sentido de que o amor não-associado à procriação surgisse – calcula-se que isto se deu há aproximadamente 10.000 anos. Os homens passaram realmente a amar as mulheres, e algumas destas passaram a olhar os homens como algo mais além de máquinas de proteção.

A despeito de todos os tubos de ensaio de sofisticados laboratórios e reações químicas e moléculas citoplasmáticas, afinal, deve haver algo mais entre o céu e a terra...

De qualquer forma, quando decidimos que temos química com alguém, o mais provável é que estejamos literalmente certos.

VOCÊ SABIA ???

1- Que o odor no homem é mais intenso que na mulher? Suas glândulas são mais ativas, fazendo com que “eles” transpirem duas vezes mais.

2- Que na etnia negra as glândulas sudoríparas são mais ativas para compensar o calor, mantendo a temperatura ideal do corpo?

3- Que o alho e a cebola interferem no odor da transpiração?


O órgão vomeronasal e a atração sexual

Estudos têm demonstrado que a maior parte das espécies de vertebrados tem um órgão situado na cavidade nasal denominado órgão vomeronasal (OVN). A finalidade do OVN parece ser exclusivamente a de detectar sinais químicos – os ferormônios - envolvidos no comportamento sexual e de marcação de território. Os ferormônios distinguem-se dos hormônios, porque estes são liberados internamente e exercem influência sobre o metabolismo do indivíduo, enquanto que os ferormônios são liberados externamente, com atividade sobre indivíduos da mesma espécie.

Quanto à estrutura química dos ferormônios sexuais, verifica-se a existência de composição muito diversificada, variando a sua natureza com as diferentes espécies. Já foram identificados sob as formas de derivados de ácidos graxos ou terpenos, álcoois, acetatos, hidrocarbonetos (freqüentemente insaturados, com uma ou duas ligações duplas), substâncias aromáticas com grupos funcionais diversos, etc. A maioria deles é constituída por moléculas simples e de peso molecular relativamente baixo.

 

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O OVN humano consiste de duas pequenas bolsas de 2 mm de profundidade, cerca de 1 cm a partir das narinas, abrindo-se em pequenas cavidades ocas com pequenos orifícios em seus   centros, de cerca de 0,1 mm de distância. Só para comparação: o OVN do elefante tem 20-25 cm de comprimento!

 

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Qual é o segredo da atração? Filósofos, biólogos, sexólogos, antropologistas e outros têm debatido bastante esta questão. Dependendo do ponto de vista, existem muitas respostas, mas nenhuma é única. Uma das mais antigas atrações é provocada pelo cheiro. Tanto os humanos quanto os animais exalam quantidades sutis de ferormônio, detectável (inconscientemente por humanos) pelo sexo oposto, o qual desencadeia uma resposta específica em um parceiro potencial. Dessa forma, para alguns, o amor não começa quando os olhares se encontram, mas sim um pouco mais embaixo, no nariz. "Há circuitos que vão do olfato até o cérebro e levam uma mensagem muito clara: sexo". Nos homens e mulheres, este odor é liberado através das glândulas apócrinas, localizadas nas axilas, ao redor dos mamilos e na virilha. (estes odores não são desagradáveis como o suor). As secreções apócrinas começam na puberdade com o desenvolvimento sexual e são diferentes entre os dois sexos.

Quando o anatomista Dr. David Berliner estava pesquisando a composição da pele humana, observou que, quando deixava abertos frascos contendo extratos de pele, os sentimentos dele e das pessoas à sua volta pareciam mudar -  tornavam-se mais cálidos e amistosos. Esses sentimentos diminuíam se os frascos eram tampados. Essas descobertas levaram-no a investigar o potencial que as diferentes substâncias têm para estimular o órgão do "sexto sentido", o OVN, e a pesquisar o uso de ferormônios como perfumes, de modo a dar à natureza uma "mãozinha" no campo dos romances.

Durante o último encontro anual da Sociedade Britânica de Psicologia, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Northumbria, em Newcastle-upon-Tyne, anunciou o resultado de um estudo sobre a influência dos ferormônios na capacidade de atração sexual. O estudo baseou-se na projeção de fotografias de homens para diferentes grupos de mulheres, que avaliavam cada um segundo seu sex-appeal. A classificação "atraente" era mais freqüente quando os cientistas borrifavam o ambiente com ferormônios. Segundo Nick Neave, chefe da pesquisa, os mais beneficiados pelo efeito afrodisíaco do suor foram os homens de aparência mais comum.


Amor ao "primeiro cheiro"

 

Um tradicional exemplo do estreito vínculo entre olfato e desejo é a síndrome de Kalman, um quadro genético de alteração hormonal que prejudica a puberdade e que está acompanhado por uma ausência congênita do olfato. Com a ajuda de tratamento, esses pacientes chegam a ter níveis normais de hormônios, mas não recuperam o olfato e isso têm efeitos diretos em sua vida afetiva. "No consultório atendo pacientes com problemas de olfato, todos com dificuldades no plano sexual. Uma paciente me disse que desde que perdera o olfato não tinha vontade de tre relações sexuais com o marido", conta o médico García Medina.

 

Alternativa para problemas sexuais?

 

O laboratório canadense Pheromone Sciences Corp. isolou e caracterizou os diversos ferormônios extraídos do suor. Uma primeira pesquisa revelou que o composto pode estimular a libido em homens e mulheres. Os pesquisadores esperam que, em um futuro não muito distante, esse derivado de ferormônios possa servir como tratamento efetivo e seguro para determinadas disfunções sexuais. Inclusive como complemento de remédios como o Viagra.

"Alguns derivados dos ferormônios já são usados para casos de frigidez feminina e ajudam na primeira etapa da sexualidade, que é o desejo", afirma García Medina. "Isso pode ter um grande potencial em outros tipos de disfunções sexuais, mas ao mesmo tempo, reacende questões éticas: É lícito interferir dessa forma no comportamento de uma pessoa?"

 

Funcionalidades da dopamina

 

A informação é processada através de um evento conhecido como impulso nervoso. O impulso nervoso é a transmissão de um sinal codificado de um dado estímulo ao longo da membrana do neurónio, a partir do ponto em que ele foi estimulado. Dois tipos de fenómenos estão envolvidos no processamento do impulso nervoso: eléctrico e químico. Eventos eléctricos propagam um sinal dentro do neurónio, e processos químicos transmitem o sinal de um neurónio a outro ou a uma célula muscular. Processos químicos sobre interacções entre neurónios ocorrem no final do axónio, chamado sinapse. Tocando intimamente com o dendrito de outra célula (mas sem continuidade material entre ambas as células), o axónio libera substâncias químicas chamadas neurotransmissores, os quais se unem a receptores químicos na membrana do neurónio seguinte.

    A Dopamina é um neurotransmissor, sendo segregada pelo neurónio na sinapse, onde se combina com seus receptores específicos nos neurónios adjacentes. A dopamina é, portanto, um neurotransmissor sintetizado por certas células nervosas que age em regiões do cérebro promovendo, entre outros efeitos, a sensação de prazer e a motivação.

    Depois de sintetizada, a Dopamina é armazenada dentro de vesículas nas sinapticas. Quando chega um impulso eléctrico na sinapse, essas vesículas dirigem-se para a periferia do neurónio e liberam seu conteúdo na fenda sinaptica. A Dopamina aí libertada atravessa essa fenda e se liga aos seus receptores específicos na membrana do próximo neurónio. O neurónio que secreta a Dopamina é chamado de Neurónio Pré-Sinaptico, porque a recebe antes da sinapse e o que recebe a dopamina é chamado de Neurónio Pós-Sinaptico.

    Uma série de reacções ocorre quando a Dopamina ocupa seus receptores (receptores dopaminérgicos) no neurónio pós-sináptico: alguns iões entram e saem desse neurónio e algumas enzimas são libertadas ou inibidas.
A    pós cumprir sua função (estimular o neurónio seguinte) a Dopamina é recapturada novamente pelo neurónio Pré-Sinaptico (o mesmo que a secretou) através de proteínas chamadas de transportadores de Dopamina, localizadas neste mesmo neurónio.
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A dopamina é um importante neurotransmissor no cérebro, sendo que anormalidades nos seus níveis estão associadas a muitas desordens psíquicas. Esta  desempenha um papel determinante na regulação e controlo do movimento, motivação e cognição.

 

Síntese da dopamina

 


A dopamina é sintetizada a partir do aminoácido precursor L- Tirosina, Num processo que envolve dois passos enzimáticos. A L-tirosina é convertida em L-DOPA (L-1,3-diidroxifenuilalanina) pela enzima tirosina- hidroxilase. A seguir a L-DOPA sofre uma descarboxilação por acção de uma enzima descarboxilase de L-aminoácidos, dando origem à dopamina. O primeiro passo enzimático constitui a etapa limitante nesta via biossintética. A tirosina-hidroxilase é activada por fosforilação catalizada pela acetil-CoA carboxilase. A falta da enzima ou da sua activação são factores que levam à diminuição de dopamina nos neurónios do putâmen. Uma vez sintetizada moléculas de dopamina são incorporadas e concentradas em vesículas que a transportam desde o corpo celular, ao longo do axónio até um terminal sináptico. Aí a libertação de Dopamina ocorre através de um mecanismo dependente de cálcio. Ao serem libertadas para a fenda sináptica após estímulo adequado a dopamina interage com receptores a ela específicos dos tipos D1 e D2 existentes na membrana pós- sinaptica (heteroreceptores). A Dopamina também pode ser recaptada pela membrana pré-sinaptica por receptores (autoreceptores).


A paixao, o chocolate e a feniletilamina

 

Não é possível negar que quando alguém se apaixona seu organismo é atacado por varias substâncias, dentre elas a feniletilamina. Ela é uma molécula natural semelhante à anfetamina e suspeita-se que sua produção no cérebro possa ser desencadeada por eventos tão simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos.

Normalmente o cérebro de uma pessoa apaixonada contém grandes quantidades de feniletilamina, e que esta substância poderia responder, em grande parte, pelas sensações e modificações fisiológicas que experimentamos quando estamos apaixonados. E se o chocolate

A feniletilamina existe em altos níveis no chocolate, o que fez com que alguns cientistas procurassem dar explicações racionais para esclarecer o por que as pessoas compram chocolates para suas amadas.

Está aí a razão dos apaixonados oferecerem chocolates, juntamente com um buquê de flores para as mulheres de seus sonhos. Talvez não seja uma mera coincidência que as flores e o chocolate façam parte das conquistas amorosas em todo o mundo.

O chocolate sempre teve uma reputação de afrodisíaco, tanto que, nos conventos da Idade Média, as freiras eram proibidas de comer chocolate, mas a proibição não se estendia aos padres. O que mostra que na história até o chocolate tem lugar. Porém a feniletilamina no chocolate se degrada muito rapidamente, de modo que vai ser preciso comer muito chocolate para que se observe algum efeito. E haja gordura!

 

O Chocolate

 

Os Maias, e posteriormente os Astecas, acreditavam que o cacau era o alimento dos deuses. Eles torravam os caroços do cacau e então o esmagavam para transformar em pasta. Essa pasta era misturada com temperos, pimenta e aromatizantes, diluída com água, e então bebida ou usada para fazer bolos. Eles usavam o chocolate para obter vigor e força durante as cerimônias religiosas e como afrodisíaco.

Freiras cristãs em missão na América Central acreditavam que os poderes diabólicos do chocolate eram devidos à pimenta e temperos, então elas os substituíram por baunilha, açúcar e creme com resultados deliciosos.
 
Por volta de 1660, as casas de chocolate estavam em voga na Grã Bretanha e a bebida era popular nos círculos da corte francesa. Numa carta datada de 11 de Fevereiro de 1671, a Marquesa de Sevgine aconselhou sua filha a beber chocolate caso não tivesse dormido ou não estivesse sentindo-se bem. Quando depois a sua filha ficou grávida, ela culpou o chocolate porque a Marquesa de Coetlogon, que ficou famosa por beber quantidades exageradas de chocolate durante a gravidez, deu a luz a um bebê negro. (A cor da pele do bebê foi atribuída ao chocolate e não ao jovem escravo africano que servia a bebida.)

A feniletilamina, que é estimulante e anti-depressivo similar, em composição e ação, à epineprina e anfetaminas. Isso explica porque o chocolate tem características viciantes e de elevação do humor.
Feniletilamina é fabricada em nosso cérebro da tirosina, um elemento de proteína. Níveis de feniletilamina e seus metabólicos são geralmente baixos nos fluidos biológicos de pessoas com depressão. O comportamento das pessoas com depressão de procurar por chocolate pode ser uma forma inconsciente de auto-medicação.
Agora podemos entender melhor porque o chocolate pode causar efeitos estrondosos no nosso corpo. E também porque ele está ligado diretamente à paixão. Quando você sente que está precisando de chocolate, ou mesmo de amor, carregue seus organismo de feniletilamina. Cientificamente provado que é necessário ao bem-estar do ser humano

 

Ocitocina

 

Ocitocina, oxitocina (ou oxitocina é uma hormona produzida pelo hipotálamo e armazenada na hipófise posterior (neuro-hipófise), e tem a função de promover as contrações uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação. Ela ajuda as pessoas a ficarem juntas por muito tempo. Também é um hormônio ligada ao que as pessoas sentem ao, por exemplo, abraçar seu parceiro de longa data. De acordo com um estudo da Universidade de Zurique[1], caso a oxitocina seja pingada no nariz de pessoas prestes a começar uma discussão diminui a produção de cortisol, um hormônio produzida em resposta ao estresse da discussão.

A ativação dos córtices insular e cingular anterior e do núcleo paraventricular foi observada como precursora da produção de oxitocina no hipotálamo e sua conseqüente liberação pela hipófise posterior. Esta hormona é responsável pela sensação de prazer quando a mãe tem o seu bebê e também quando o pai segura o seu filho nos braços. Vários especialistas a denominam hormona do amor. Assim como a prolactina, a concentração de oxitocina aumenta 400% depois do orgasmo.

 

Ocitocina: hormônio feminino pode estimular a fidelidade

 

Se as mulheres ganharam a fama de "nervosinhas" com a TPM, ela está prestes a desaparecer com as descobertas internacionais acerca da ocitocina, hormônio presente em níveis bem superiores ao dos homens no organismo delas. Conhecida como o "hormônio do amor", a substância é produzida no hipotálamo, parte do cérebro que faz a ligação do sistema nervoso com o sistema endócrino. Ela está diretamente associada ao movimento de contração uterina e lactação: auxilia a saída do bebê durante o parto, a ejeção do leite no período de amamentação e é responsável por parte da sensação de bem-estar que experimentamos após o orgasmo. Isso era o que se sabia décadas atrás. Hoje, estudos internacionais apontam para novos efeitos da substância: ela pode indicar docilidade, confiança e até fidelidade seja com o parceiro ou com as amigas.

A neuroendocrinologista Sue Carter, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, descobriu, estudando a ação do hormônio no comportamento de camundongos, que outros estímulos podem elevar o nível da substância no sangue, tais como carinho, calor e experiências agradáveis. E que, nas espécies em que o cérebro respondia à ocitonina, os machos eram mais fiéis.

A experiência consistiu em realizar testes com duas espécies diferentes de camundongos comuns em solo norte-americano: o arganaz-do-campo, notoriamente monógamo e sociável - vive em colônias e prefere a companhia de conhecidos - e o arganaz-montanhês, de comportamento promíscuo. Descobriu-se que, na primeira espécie, os animais dispunham de um sistema de recompensa no cérebro que respondia à ocitocina quando o hormônio era liberado durante o orgasmo. Depois do primeiro envolvimento sexual, o casal "se apaixonava" e permanecia unido, dividindo o mesmo ninho e cuidando da prole. Já o arganaz-montanhês, que não tem esse hormônio ativado em seu sistema receptor, cultiva o costume de ter diversas parceiras e de abandonar sua prole.

Embora a experiência só tenha sido realizado com animais, acredita-se que o mesmo tipo de comportamento é reproduzido pela espécie humana. Eduardo Ferreira-Santos, psiquiatra e psicoterapeuta do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, crê que a ocitocina pode representar a causa da maior valorização do compromisso por parte da mulher.

As hipóteses são múltiplas e, certamente, têm causas culturais. Mas essa pode ser uma explicação científica para o fato de a mulher trair menos do que o homem - avalia.


Acredita-se que o próprio instinto materno tem relação direta com a produção de ocitocina. O toque do bebê nas glândulas mamárias e o trabalho de parto provocam uma produção maior da substância, gerando o sentimento de apego e proteção. Dessa forma, as mães protegem suas crias e asseguram sua sobrevivência.

 

Mais calmas, ponderadas e amigas

 

Outro benefício da ocitocina seria uma resposta ponderada a situações de estresse. Até mesmo quando ficam irritadas, elas são mais dóceis do que os homens, aponta uma pesquisa realizada pelas psicólogas da Universidade da Califórnia Laura Cousin Klein e Shelley Taylor. Segundo o estudo, a presença do hormônio no organismo inibibe reações de luta ou fuga, freqüentemente observadas no sexo masculino. Isso porque a testosterona deles - produzida em altos níveis quando estão sob estresse - parece reduzir o efeito da ocitocina. Já no público feminino é despertado um instinto de proteção. E isso contribui positivamente para a saúde delas e para a formação de laços sociais mais fortes, como amizades duradouras.

Para a endocrinologista Mônica Cabral, as pesquisas que envolvem o hormônio começaram por conta de um olhar cada vez mais atento da medicina para a fase de aleitamento:

- A partir da observação desse momento de amor e de calma, que é a amamentação, tiveram início os primeiros estudos. Hoje, acredita-se que o hormônio também é capaz de acalmar e dar prazer em outras situações - esclarece a especialista.

 

A reação deles a substância

 

Em artigo publicado em 2005, na revista científica Nature, outra experiência apontou a ocitocina como um "hormônio do bem". O mesmo spray indicado a mães em fase de amamentação para liberar o leite foi aplicado em 194 jovens homens universitários, para um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça. Depois do contato com a substância, eles deveriam encontrar um banqueiro para decidir o destino de seus investimentos. Resultado: duas vezes mais investidores confiaram dinheiro aos bancos, por conta da substância. Isso indicaria que ela também desperta a reação de confiança, dizem os especialistas.


Outros benefícios


Segundo José Antunes Rodrigues, neuroendocrinologia e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, existem outros benefícios fisiológicos propiciados pelo hormônio.

- A substância desempenha um papel importante na regulação do equilíbrio hidro-mineral do organismo, atua no controle do apetite, propicia a perda de sódio no rim e diminui a pressão arterial representando uma ferramenta essencial para o organismo se defender da expansão aguda do volume sangüíneo - esclarece o especialista que é também pesquisador do controle da fisiologia da reprodução e do volume e das molaridades dos líquidos orgânicos corporais.

Antunes acredita que o comportamento mais dócil provocado pelo hormônio na maternidade pode ser estendido para outras épocas da vida.

 

Vai brigar? Pingue ocitocina antes

 

A ocitocina definitivamente deixou de ser apenas um hormônio associado à lactação e ao parto. Suas funções pró-sociais já incluem a formação de laços afetivos entre mães e filhos e entre namorados, a preferência sexual pelo parceiro, e até a confiança em investidores.

Agora, mais esta: segundo um estudo da Universidade de Zurique, um pouquinho de ocitocina pingada no nariz de casais prestes a começar uma discussão diminui a produção de cortisol, hormônio produzido em resposta ao estresse do bate-boca, e deixa os casais mais propensos a "abrir seu coração" durante o arranca-rabo. Não estava no estudo, mas uns abraços antes da discussão devem surtir um efeito parecido: abraços são a alternativa natural - e bem mais agradável - ao vidrinho de ocitocina vendido na farmácia da esquina.
Antes que você fique pensando em abraçar sua próxima vítima antes de discutir com ela, há no entanto um pequeno porém. De acordo com o estudo suíço, pingar ocitocina no nariz não faz ninguém mudar de opinião sobre a discussão. Infelizmente... ou não!


Ocitocina: hormônio do prazer

 

Pesquisadores da China, França, Itália e Inglaterra desvendaram porque grande quantidade de ocitocina – hormônio responsável pelo prazer feminino – é liberada no sangue materno durante a amamentação. Segundo o estudo publicado quinta-feira na revista PLoS Computational Biology, amamentar estimula não só as células normais do cérebro a produzir ocitocina, mas também excitam seus dendritos - prolongamentos ramificados que agem como canais de comunicação entre as células cerebrais.

Deste modo, os dendritos aumentam a interação entre neurônios e também secretam a benéfica ocitocina no sangue.
Produzido no hipotálamo, a ocitocina também é responsável pelas contrações uterinas que ocorrem durante o trabalho de parto normal. A amamentação tem duas principais funções: causa a contração de glândulas que produzem o leite, estimulando a sua liberação, e reforça o vínculo afetivo entre mãe e filho.

 

Benefícios

 

No entanto, Marco Aurélio Valadares, ginecologista e obstetra da Maternidade de Santa Fé, em Belo Horizonte, alerta que os partos por cesariana – que correspondem a 80% dos casos em hospitais privados do Brasil – prejudicam a secreção da ocitocina.

– Muitas vezes, a mulher não entra em trabalho de parto, não tem contrações, e os benefícios emocionais da ocitocina não ocorrem no momento do nascimento – explicou.

Conhecida como o hormônio feminino do amor, a ocitocina provoca uma mudança química no cérebro que aciona sensações de prazer, empatia, confiança e afeto, garantindo assim a segurança do bebê durante período mais frágil de sua vida.

A obstetra Leila Katz diz que mesmo em casos de cesariana, a ocitocina é liberada depois do parto e a mulher pode amamentar, apesar de ser mais difícil.
A secreção da ocitocina durante a amamentação havia intrigado pesquisadores por depender de um grande afluxo do hormônio.


Fonte: http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos8.asp

            http://pt.shvoong.com/exact-sciences/biology
            http://www.dq.fct.unl.pt/cadeiras/qpn1/proj/dopamina/
            http://www.cesex.org.br
            http://www.copacabanarunners.net
            http://pt.wikipedia.org/wiki/Ocitocina
            http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mulher/
            XXXVI reunião anual da Society for Neuroscience, 2006
            http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/07/18/e180717774.html