QUALIDADE DE VIDA

Antidepressivos, o que voce precisa saber! Parte 1

depressivos1Antidepressivo é uma substância considerada eficaz na remissão de sintomas característicos da síndrome depressiva, em pelo menos um grupo de pacientes com transtorno depressivo. Algumas substâncias com atividade antidepressiva podem ser eficazes também em transtornos psicóticos. Há três classes principais: triciclicos, SSRIs (inibidores da recaptação de serotonina e/ou noradrenalina) e inibidores da enzima MAO. Bioquímica da depressão - Os transtornos do estado de ânimo parecem estar relacionados ...

a uma redução na transmissão dos impulsos ou dos sinais nervosos nas áreas do cérebro que regulam o humor. As teorias atuais das causas biológicas da depressão têm-se focado numa falha na neurotransmissão. Atualmente de todas as teorías da depressão propostas, as mais aceitas são das anormalidades que envolvem os neurotransmissores monoaminérgicos, especialmente norepinefrina, flucoxantina, dopamina, serotonina (pelo receptor 5HT2, físicas do receptor que são traduzidos em um sinal intracelular).

 

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O cérebro de indivíduos com fase depressiva na doença bipolar (síndrome maníaco-depressivo), depressão crónica ou profunda poderá apresentar pequenas diminuições na utilização dos neurotransmissores monoaminas (noradrenalina e dopamina) e da serotonina (5-HT e 7-HT). Esta teoria das origens bioquímicas da depressão é conhecida como Teoria das Monoaminas e foi desenvolvida pelo Professor Mariok Usamunu da Universidade do Texas, nos Estados Unidos da América. No entanto na depressão unipolar mesmo profunda, na maioria das vezes não há alterações e na depressão unipolar moderada estas diminuições quando existem não são significativas. Contudo os todos os fármacos eficazes no tratamento da depressão aumentam os níveis de alguns desses neurotransmissores. É sabido que a dopamina é importante nas vias da satisfação, e a adrenalina e serotonina produzem efeitos de satisfação.

Em 2006, uma equipe internacional de investigadores internacionais descobriu uma substância endógena que poderia estar diretamente relacionada ao evento da depressão. Níveis reduzidos de p11, a proteína que modula a atividade das células cerebrais à serotonina, foram encontrados em pessoas deprimidas e em ratos de laboratório com depressões artificialmente induzidas. Esta descoberta, publicada na revista Science , constitui um avanço importante no tratamento da depressão e também alterações do sono, dentre outras aplicabilidades.

 

 

Classificamos a depressão como um transtorno do estado de ânimo, se dividindo em:

1. Transtornos Depressivos Maiores.

2. Transtornos Distímicos

3. Transtornos Depressivos não especificos

4. Transtornos Bipolares

A depressão pode ser classificada também como primária ou secundária: na primária não existem alterações patológicas comprovadas, enquanto na secundaria, é possível manifestar outras enfermidades cuja existência determina a aparição da depressão, podendo ser acompanhadas por alterações físicas ou relacionadas com outros transtornos psiquiátricos.

Os sintomas mais comuns nas pessoas que sofrem de depressão, podem ser agrupados da seguinte forma: sintomas emocionais (falta ânimo, ansiedade, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa, ideias suícidas e transtornos cognitivos)e síntomas físicos (agitação, mudanças de peso, dores musculares, perda de energía, alterações do sono).


Como os Antidepressivos atuam

Em humanos, a 5-HT (serotonina) existe em três compartimentos principais: 1) neurônios, 2) células enterocromafins do trato gastrointestinal (nestes dois locais é sintetizada a partir do triptofano proveniente da dieta), 3) plaquetas, que não têm a capacidade de sintetizá-la, captando do plasma a 5-HT proveniente do intestino.

Os antidepressivos actuam diretamente no cérebro, modificando e corrigindo a transmissão neuro-química em áreas do sistema nervoso que regulam o estado do humor (o nível da vitalidade, energia, interesse, emoções e a variação entre alegria e tristeza), quando o humor está afectado negativamente num grau significativo.

Qual o tempo de tratamento?

De modo geral o tratamento é dividido nas seguintes fases: aguda, continuação (até 6 meses) e preventiva (após 6 meses). A pergunta mais apropriada seria: por quanto tempo deve-se prescrever a medicação?

A Associação Psiquiátrica Americana sugere que devam ser prescritos por, ao menos, 4 a 5 meses com doses completas após a melhora ou remissão total dos sintomas, sempre acompanhado de psicoterapia.


Farmacologia

Há três classes de fármacos usados na depressão: inibidores dos transportadores das monoaminas (triciclicos), inibidores selectivos do transportador da serotonina (SSRIs) e inibidores da enzima MAO.

Estes fármacos funcionam aumentando as concentrações de dopamina, noradrenalina e serotonina entre os neurónios (sinapses). Deste modo aumenta a excitação nas vias cerebrais cujos neurónios utilizam estes neurotransmissores, que são aquelas relacionadas com o bem-estar emocional.

Apesar de já se saber algo sobre a etiologia da depressão, os conhecimentos ainda são rudimentares, e a eficácia dos fármacos foi estabelecida por estudos empíricos (tentativas) e não tanto por conhecimento profundo das causas.

Recentemente, alguns estudos indicaram que os antidepressores possivelmente modificam as ligações dos neurónios. Esse facto poderá sugerir que eles resolvem permanentemente alguns problemas de desequilibrios bioquímicos. No entanto, mais estudos são necessários para esclarecer esta questão.


Clínica

Os tricíclicos são os mais eficazes no tratamento da depressão profunda; os SSRI são mais seguros mas só são eficazes em depressão moderada, enquanto os inibidores da monoamina oxidase MAO têm longa duração de acção.

Os fármacos são ineficazes em cerca de 30% dos casos de depressão. Nos estudos clínicos, uma grande percentagem melhora apenas com incentivo do médico e placebo (comprimido de açúcar sem acção farmacológica) administrado como se fosse antidepressor, o que prova que força de vontade, atenção e fé na cura são tão ou mais importantes que os fármacos no tratamento dos deprimidos.

Os antidepressores criam dependência moderada. Não são usados enquanto drogas de abuso porque não geram sentimentos de euforia e prazer. Animais de laboratório que recebem doses se carregarem num botão à sua disposição permanente geralmente não mostram interesse em o fazer, ao contrário de drogas recreativas, que consomem compulsivamente até à morte.


Depressão: necessidade de tratamento com medicamentos

Hoje em dia os antidepressores antitricíclicos têm talvez sido receitados abusivamente. Eles reduzem eficazmente os sintomas de depressão, mas os seus efeitos a longo prazo não são totalmente conhecidos. Não será talvez justificável o seu uso em casos de depressão leve ou moderada causada por eventos estressantes vividos. Na verdade em toda a história o homem teve de lidar com eventos díficeis na sua vida, e a depressão é muitas vezes um mecanismo normal e saúdavel que permite a modificação de comportamentos e estruturas mentais quando a realidade não corresponde às expectativas. Por exemplo, na mulher, é universal e normal a leve depressão pós-parto e na menopausa. Alguém que tem uma visão da vida, ambição ou comportamento que não são adequados à sua situação e possibilidades, poderá vir a sofrer de depressão moderada. Pode ser forçado a um estado de confusão e insegurança, precisamente porque tem de modificar as suas estruturas de pensamento e seu modo de vida. Um animal a que é ensinado determinado comportamento e depois é colocado num ambiente que castiga esse mesmo comportamento sofrendo dores ou adversidade quando o pratica, acaba por manifestar sintomas de depressão (retração, menor movimentação, mais medo) quando é obrigado a modificar o comportamento. Mas a mudança de comportamento é vital no seu novo ambiente, já que o protege contra essa real dor ou adversidade.

Um problema para o psiquiatra é saber distinguir estados de depressão normal fisiológica que apenas necessitam de demonstrações de apoio, de forma a incentivar o paciente a resolver os seus problemas, de distúrbios mais graves possivelmente originados por desequilíbrios bioquímicos.


Outras Terapias

Existem evidências clinicas de bons resultados do emprego de algumas classes de antidepressivos (paroxetina, por exemplo), no tratamento da ejaculação precoce, ou até casos de incontinência urinária. O uso de antidepressores clínicos em princípio deveria ser limitado aos casos de depressão prolongada, risco de suicídio ou outro comportamento violento, ou em casos de depressão profunda em que o paciente é incapaz de viver a sua vida de forma razoavelmente normal. Em casos muito graves ou em fases depressivas na doença bipolar, a terapia de choques eléctricos (terapia electroconvulsiva), com uso de eléctrodos e anestésicos para eliminar a dor, é ainda mais eficaz. No tratamento da depressão leve ou moderada, outras técnicas menos invasivas têm eficácia, nomeadamente a psicoterapia, e são preferíveis aos fármacos (no entanto são muito mais dispendiosas).

A serotonina é uma indolamina originada da hidroxilação com posterior descarboxilação do aminoácio L-triptofano (substrato para formação da serotonina, cuja absorção depende do carreador tirosina) e, ao metabolizarmos a 5HT (serotonina) através de uma reação de acetilação, havendo como co-fatores a vitamina b6, o ácido ascórbico e tetrahidroproteínas fólico dependentes, produzimos o ácido 5OH-indol-acético (A5AHIA), seu metabólito a ser escretado na urina.

O triptofano, substância originadora da serotonina, pode ser utilizado na produção de melatonina através da N-metilação do 5OH-triptofano na glândula pineal. Esta substacia é importante por estabelecer o ciclo circadiano. Verificou-se também que as concentrações séricas máximas de triptofano são obtidas das 16 às 23 horas.

Serotonina e sua importância
A serotonina oferta um efeito modulador na conduta do ser humano, influenciando em várias funções cerebrais, atuando por inibição direta ou indireta por ação do GABA. Assim é que pode regular o sono, timia, atividade sexual, ritmo circadiano, funções cognitivas, modular dor, funções neuro endocrinas, temperatura corporal e atividade motora.

Serotonina e fome

A serotonina é o principal mediador inibitório do núcleo hipotalâmico ventro-medial, responsável pela ingesta de hidratos de carbono e saciedade - "centro da fome". Verifica-se que a hiperserotoninergia induz à anorexia e a queda nos níveis de serotonina induz ao ganho de peso. A anorexia na depressão: observou-se que agonistas de ação direta no receptor 5HT-1A produzem aumento no apetite, diminuindo a liberação de serotonina.

Serotonina e atividade sexual

A serotonina inibe a liberação de gonadotrofinas pelo hipotálamo, podendo reduzir (modulando negativamente) a atividade sexual. Alguns pacientes queixam-se de anorgasmia e hipotálofagia. Actualmente novas pesquisas estão sendo feitas para minorar estes efeitos negativos. Serotonina e a termo-regulação corporal

A 5HT favorece a hipotermia quando se adequa ao receptor 5HT-1 e, hipertermia quando se acopla ao receptor 5HT-2.

Serotonina e ação vasodilatadora

A serotonina está presente na musculatura lisa cardiovascular e também nas plaquetas (carreadoras da serotonina). sendo que nas plaquetas encontramos um receptor conhecido como 5HT-2.

A serotonina estimula a liberação de óxido nítrico no endotélio, produzindo relaxamento vascular deste e com isso promove a vasodilatação do tecido cardíaco (in vitro). Nas artérias coronárias o receptor 5HT-1D é o principal receptor responsável por esta atividade no endotélio vascular, no entanto, por ação direta da serotonina pode-se obter a vasoconstrição por agonismo nos receptores 5HT-2B presentes nas artérias coronárias. Os receptores 5HT-2 são mais ativos em tecidos injuriados e possuem maior afinidade por antagonistas que por agonistas, facilitando vasoconstrição e agregação plaquetária - cuidado para com pacientes cardíacos). Os ISRS são capazes de reduzis a pressão arterial por hipossensibilizar, à longo prazo, os receptores 5HT-2 como também os beta adrenérgicos. A ketanserina é um agente bloqueador alfa-1 adrenérgico e antagonista 5HT-2B, tem atividade hipotensora e anti-agregante plaquetária atuando somente em tecidos danificados. A serotonina pode originar vasodilatação de artérias coronárias por agonismo 5HT-2B - disto depende de qual tecido o receptor desencadeará qual efeito.

A agregação e a adesividade plaquetárias na artéria normal são inibidas pela liberação basal de EDRF/NO. Entretanto se houver condições para a ocorrência da agregação e adesividade plaquetárias, fatores liberados pelas plaquetas como o ADP e a Serotonina (5-HT) atuam em receptores endoteliais para estimular a liberação de EDRF/NO. O EDRF/NO não só relaxa a musculatura lisa vascular (vasodilatação) mas também inibe a adesividade e agregação plaquetária.Relaxamento e vasodilatação podem aumentar o fluxo sangüíneo e colaborar para o bloqueio do processo trombótico.

Analgesia

A serotonina é um importante neuromodulador nociceptivo. O receptor 5HT-1A é um facilitador do reflexo nociceptivo, sendo modulado pelos receptores 5HT-1B/D. O receptor 5HT-3 também produz analgesia por estimulação do GABA. Os antidepressivos tricíclicos Reduzem dor por aumentar concentração de 5 HT e/ou NE através do bloqueio da recaptação. Existe também o efeito antagonista da neurotransmissação colinérgica e histaminérgica, atividade antagonista da ação NMDA e bloqueiam atividade canais iônicos. Os antidepressivos tricíclicos também pode interagir com receptores opióides endógenos, sendo esta uma possível explicação pela atividade analgésica dos tricíclicos (ou um dos fatores que contribui para sua ação analgésica, ao inibir vias descendentes da dor).

Tratamento paliativo da migrânea (enxaqueca) e agonistas do receptor da serotonina

A serotonina (5-HT) tem sido implicada na fisiopatologia da enxaqueca. Em 1961, verificou-se que na urina de pacientes enxaquecosos era encontradoa maior quantidade de ácido 5-hidroxi-indolacético (5-HIAA), um metabólito da serotonina. Foi observado que a injeção intramuscular de reserpina, uma substância que provoca a liberação de 5-HT em diferentes regiões, inclusive no sistema nervoso central (SNC), produz sintomas parecidos com enxaqueca em um determinado número de pacientes.

Por outro lado, ataques espontâneos de enxaqueca eram aliviados pela injeção intramuscular de 5-HT. Estas observações, e o conhecido efeito antimigranoso de drogas com efeitos de alguma maneira ligados à 5-HT, sugerem que esta substância tem seu papel na gênese da doença.

Existem muitos receptores para 5-HT, classificados em grupos numerados de 1 a 7. Os receptores da família 1, subdivididos em 5 subtipos (A, B, D, E e F), são os que mais interessam no que se refere ao bloqueio agudo da crise enxaquecosa. O sumatriptan comporta-se como um agonista subreceptores 5-HT1, 1D e 1B (5-HT1B/D), cuja ativação leva à vasoconstricção, e pelo receptor F.

A ativação do receptor 5-HT1B provoca vasoconstricção, e esta tem sido uma das explicações para o mecanismo de ação do sumatritran e outros medicamentos a ele relacionados. Com base nesta atividade alguns autores creem que na teoria vascular da enxaqueca e o seu alto grau de eficiência no tratamento da enxaqueca reforça o argumento de que a dilatação de vasos cranianos é a causa da cefaléia vascular”.

Existem receptores 5-HT1D pré-juncionalmente, nas fibras trigeminais, cuja ativação resulta no bloqueio da inflamação neurogênica. Isto abre a interessante possibilidade do sumatriptan atuar na crise enxaquecosa por vias não relacionadas à vasoconstricção. Um medicamento com afinidade predominante para o receptor 5-HT1D teoricamente pode ter algum efeito anti-enxaquecoso sem ser vasoconstrictor.


Efeitos adversos

Disfunção sexual

Dependência e síndrome de privação

Mania: ilusões de grandiosidade e optimismo irrealista

O período mais perigoso para o suícidio é logo após o inicio da terapia, porque o farmaco só manifesta os seus efeitos completos após algumas semanas. Desespero devido à continuação dos sintomas, por falta de informação, pode levar ao suícidio.
Com o uso dos ISRS é de se esperar uma maior concentração de serotonina na fenda sináptica e uma menor concentração disponível às plaquetas que armazenam-na. Como a serotonina é importante no fenomeno da coagulação, é de se esperar um aumento no tempo de sangramento do paciente.
Sensação de "boca seca" devida a redução do fluxo salivar, aumento na secreção de prolactina, perda de apetite assim como constipação intestinal são comuns com fluoxetina.

Síndrome serotoninérgica é causada por excesso de serotonina na fenda sináptica, levando a um quadro complexo de sinais e sintomas. Ocorre, por exemplo, quando da associação entre ISRS e inibidores da MAO.

 

Classes de antidepressores

Os antidepressivos podem ser classificados em grupos segundo seu mecanismo de ação. Veja a classificação à seguir:


Principais grupos de antidepressivos

Inibidores da monoaminoxidase:

Não seletivos e Irreversíveis:

tranilcipromina
isocarboxazida
iproniazida
fenelzina

Seletivos e Irreversíveis:
 
clorgilina (inibidor da monoaminooxidase-A)

Seletivos e Reversíveis:

moclobemida
toloxatona
brofaromina
befloxatona

Inibidores não seletivos de recaptura de monoaminas (Serotonina/Noradernalina) ou também conhecidos como antidepressivos tricíclicos):

amitriptilina
nortriptilina
clomipramina
imipramina
desipramina
doxepina
maprotilina

Inibidores seletivos de recaptura de Serotonina/Noradrenalina:

duloxetina
venlafaxina
Inibidores seletivos da recaptura de serotonina:
fluoxetina (metabólito ativo é a norfluoxetina)
paroxetina
sertralina
citalopram
fluvoxamina

Inibidores de recaptura de serotonina e antagonistas alfa-2:
 
nefazodona
trazodona

Estimulantes da recaptura de serotonina:

tianeptina

Antagonistas dos adrenoreceptores alfa-2:

mirtazapina
mianserina

Inibidores seletivos de recaptura de dopamina:

minaprina
bupropiona
amineptina

Inibidores seletivos de recaptura de noradrenalina:

viloxazina
reboxetina


Alguns medicamentos antidepressivos

 

Nome Comercial         Nome da Substância

Survector (fora do mercado desde 2004)      Amineptina
Tryptanol, Amitryl        Amitriptilina
Zyban, Wellbutrin, Zetron       Bupropiona
Cipramil, Procimax, Denil       Citalopram
Anafranil         Clomipramina
Donaren         Cloridrato de Trazodona
Cymbalta         Duloxetina
Lexapro         Escitalopram
Prozac, Verotina, Eufor, Deprax, Psiquial, Fluxene, Daforin, Nortec  Fluoxetina
Luvox          Fluvoxamina
Tofranil         Imipramina
Ludiomil         Maprotilina
Tolvon          Mianserina
Ixel          Milnaciprano
Remeron         Mirtazapina
Aurorix         Moclobemida
Serzone         Nefazodone
Pamelor         Nortriptilina
Aropax, Benepax, Pondera, Cebrilin      Paroxetina
Prolift         Reboxetina
Zoloft, Tolrest, Sercerin, Novativ      Sertralina
Equilid         Sulpiride
Stablon         Tianeptina
Parnate         Tranilcipromina
Efexor, Venlift        Venlafaxina

 

 

 

 

 

 

Por que antidepressivos normalmente não funcionam?

Pesquisas mostraram que os medicamentos antidepressivos não funcionam para aproximadamente metade das pessoas que os usam. Recentemente, um estudo com ratos tentou explicar o porquê dos remédios mais comuns (como o Prozac e o Zoloft) não tem o efeito desejado.

Esses remédios antidepressivos aumentam o nível de serotonina no organismo. A serotonina é um neurotransmissor, ou seja, uma substância que transmite mensagens químicas para o cérebro. Os pesquisadores constataram que ratos geneticamente modificado e que apresentavam maiores níveis de um tipo de receptor de serotonina respondiam menos aos antidepressivos.

Uma maior quantidade de receptores acaba umedecendo os neurônios produtores de serotonina e freando o sistema, fazendo com que os remédios não funcionem.

Para que essas conclusões fossem alcançadas, a equipe de pesquisadores manipulou ratos geneticamente, para que alguns tivessem mais receptores de serotonina e outros menos. Então os cientistas perceberam que, expostos a medicamentos antidepressivos, os ratos com menos receptores se tornavam mais corajosos na busca de comida do que aqueles com mais receptores. Ou seja, o antidepressivo fazia mais efeito para aqueles com menos receptores.

Os resultados podem ajudar os médicos a identificar medicamentos que não funcionem com determinado paciente e também pode auxiliar as empresas fabricantes de remédio a buscarem incorporar novas substâncias em suas fórmulas, para que os antidepressivos funcionem para todas as pessoas.


O mito da cura química

Acredita-se amplamente que tomar uma pílula para tratar depressão funciona ao reverter um desequilíbrio químico. Mas a Dra. Joanna Moncrieff, do departamento de ciências da saúde mental da Universidade College London, afirma que na verdade as pílulas põem os pacientes em “estados induzidos por medicamentos”.

Se você já se consultou sobre problemas emocionais em algum momento nos últimos 20 anos, você deve ter sido informado que possui um desequilíbrio químico e que precisava de remédios para corrigi-lo.

E não são apenas os médicos que pensam assim.

Revistas, jornais, organizações de pacientes e sites na internet publicaram a idéia que condições como a depressão, ansiedade, esquizofrenia e distúrbios bipolares podem ser tratados por drogas que ajudam a retificar um problema oculto do cérebro.

Pessoas com esquizofrenia e outras condições são frequentemente informadas de que precisam tomar medicação psiquiátrica pelo resto de suas vidas para estabilizar a química cerebral, assim como diabéticos precisam de insulina.

O problema que existe pouca justificação para essa visão das drogas psiquiátricas.

Tais drogas afetam as pessoas com problemas emocionais como o álcool ou a maconha o faz. São remédios psicoativos, que colocam pacientes em estados alterados da mente e do corpo. E afetam qualquer um, independentemente de existir um distúrbio mental ou não.

Para entender como isso afeta as pessoas, é preciso analisar primeiro os efeitos produzidos.

A Dra. Joanna Moncrieff acredita que tais remédios funcionam pois produzem estados induzidos que suprimem ou mascaram problemas emocionais. “Isso não quer dizer que remédios psiquiátricos não podem ser úteis, às vezes, mas que as pessoas precisam ter consciência do que fazem e dos efeitos que produzem.” Para a doutora, se os pacientes fossem bem informados, o tratamento com medicação talvez não parecesse sempre tão atraente.

Para tomar uma decisão em relação ao uso de tais medicamentos, médios e pacientes precisam de muito mais informações sobre a natureza dos remédios psiquiátricos e os efeitos que produzem.


Erva de São João cura depressão?

Um remédio herbáceo feito de Erva de São João trata com eficácia sintomas da depressão clínica, concluiu uma análise de estudos anteriores.

O extrato de Erva de São João funciona melhor do que placebos e tão bem quanto antidepressivos comuns, mas com menos efeitos colaterais, reportaram os pesquisadores na revista científica Cochrane.

Os estudos revisados são de uma variedade de países e os pacientes testados apresentavam sintomas de depressão leves a moderados.

A erva trabalha de maneira similar a outros antidepressivos de companhias farmacêuticas que aumentam os níveis de serotonina no cérebro, um hormônio ligado ao humor.

Foram analisados 29 estudos com quase 5,5 mil voluntários. Foi observado também que, além de eficaz, menos pessoas largavam os estudos por causa de efeitos colaterais adversos.

Os pesquisadores também afirmaram que, apesar da eficácia verificada, os resultados apenas se referem às preparações que foram testadas e não àqueles que estão no mercado, pois estes variam muito de composição.

Curar depressão é um processo e não depende apenas de um simples remédio. A Erva de São João não cura depressão, mas seus extratos podem tratar os sintomas.

Depressão é a causa principal de suicídios e afeta 121 milhões de pessoas pelo mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Os tratamentos padrão incluem o Prozac, entre outros. Mas o medicamento não possui mais patente e é encontrado com o nome genérico de fluoxetina


Como funcionam os antidepressivos

Os antidepressivos são a primeira linha no tratamento contra a depressão. As vendas anuais de antidepressivos são de aproximadamente 50 bilhões de dólares, tornando essa classe de medic­amentos uma das mais prescritas atualmente. Muitas empresas farmacêuticas se dedicam ao marketing de antidepressivos direto ao consumidor por meio da televisão e de meios impressos. Assim, os pacientes têm uma grande influência nos padrões de prescrição de profissionais da saúde quando se trata de desse tipo de medicamento. Os antidepressivos são prescritos com freqüência, mas, afinal, o que são exatamente antidepressivos? Como eles funcionam? São eficazes?

A depressão ou transtorno depressivo maior (em inglês) - TDM, também chamado de depressão unipolar ou depressão clínica - ocorre em cerca de 15 milhões de americanos por ano. Pode ocorrer em qualquer idade (incluindo crianças menores de 5 anos), mas afeta com mais freqüência pessoas entre 25 a 44 anos. O TDM atinge aproximadamente 20% das mulheres e 10% dos homens [fonte: HealthyPlace.com (em inglês)]. O TDM leva à perda de produtividade no trabalho e na escola. E o mais importante, é a principal causa de suicídio (em inglês).
O TDM, diferente dos curtos períodos de "melancolia", é uma mudança persistente de humor que pode interferir na família, nos relacionamentos e na auto-estima. Episódios recorrentes podem durar dias, meses ou anos. O TDM possui sintomas físicos e mentais, que incluem:

•humor depressivo (tristeza)
•perda de interesse ou prazer
•interrupção do sono
•cansaço
•sentimentos de inutilidade, desânimo, desesperança e desamparo
•mudanças de apetite, perda ou ganho de peso
•perda do interesse sexual
•incapacidade de pensar, concentrar-se ou tomar decisões
Para se ter um diagnóstico clínico do TDM, esses sintomas devem ocorrer com freqüência por um período mínimo de duas semanas.

Esses sintomas também podem ser resultado de outras doenças como hipertensão (em inglês), diabetes (em inglês), doença cardíaca (em inglês) e epilepsia (em inglês). Então, é possível que o episódio depressivo seja um sintoma secundário de outra doença. Como não existe teste laboratorial para a depressão, os médicos podem realizar vários testes para descartar essas outras possíveis doenças. Se todas elas forem excluídas, permanece o TDM

Causas da depressão

Afinal, o que causa o TDM? A causa exata é desconhecida, mas uma pesquisa feita deu ênfase ao equilíbrio de certas substâncias químicas chamadas neurotransmissores, especialmente a serotonina, a norepinefrina (também chamada de noradrenalina) e a dopamina. Esses neurotransmissores, particularmente a serotonina, são predominantes nas áreas do cérebro (sistema límbico, tronco cerebral) que controlam o humor e as emoções

A pesquisa indica que os pacientes com TDM não possuem serotonina nem norepinefrina suficiente nessas áreas do cérebro ou têm um desequilíbrio entre os dois tipos de neurotransmissores. Os antidepressivos foram desenvolvidos para aumentar os níveis desses neurotransmissores no sistema límbico. Assim, para compreender como funcionam os antidepressivos, devemos observar o processo da neurotransmissão.

O cérebro e o sistema nervoso são feitos de células nervosas, ou neurônios. Assim como os fios no sistema elétrico de sua casa, as células nervosas se conectam em circuitos chamados vias neurais. Ao contrário dos fios na sua casa, as células nervosas não se tocam, mas ficam próximas em sinapses. Na sinapse, as duas células nervosas são separadas por um vão minúsculo, ou fenda sináptica. O neurônio que envia é chamado de célula pré-sináptica, enquanto o que recebe é chamado de célula pós-sináptica. As células nervosas enviam mensagens químicas chamadas de neurotransmissores em uma única direção pela sinapse, da célula pré-sináptica à célula pós-sináptica.


Escolha do anti-depressivo

A escolha de um fármaco de eficácia similar a outro depende às vezes do momento da decisão, do conhecimento que tem o médico dos fármacos, e inclusive de modas. Contudo, ao ler-se a literatura publicada, é possível encontrar duas normas de sentido comum que se não devem esquecer:

• Investigar os antecedentes pessoais de resposta aos fármacos. Em geral, poderá dizer-se que se um paciente respondeu bem a determinado fármaco em ocasiões anteriores, a norma é que responda igualmente em semelhante situação posterior.

• Ter em conta o estado físico prévio do paciente. Os anti-depressivos não estão isentos de produzir efeitos adversos, com os quais se poderiam agravar afecções prévias do paciente. O conhecimento dos efeitos secundários de cada tipo de anti-depressivo elucidará a escolha.

Por outro lado, relacionaram-se grupos de sintomas com uma provável melhor resposta a certos anti-depressivos.

• Sintomas sugerindo uma boa resposta aos anti-depressivos tricíclicos.

- Despertar de madrugada ou despertar precoce
- Anorexia com perda de peso
- Pioras matinais
- Inibição motora
- Personalidade prévia normal
- Incapacidade de irradiação e de sintonização afectiva.

• Sintomas sugerindo uma boa resposta aos IMAOS.

- Hipersónia (excesso de sono)
- Bulimia (excesso de apetite)
- Sintomas de ansiedade associados
- Pioras vespertinas
- Personalidade prévia ansiosa.

Ante uma depressão típica e severa há que escolher, em princípio, a imipramina, a clomipramina ou a amitriptilina. Todavia, também os novos anti-depressivos - especialmente a fluoxetina e a fluvoxamina - demonstraram ser eficazes. Pelo contrário, ante uma depressão atípica há que escolher os, IMAOS. Em particular a fenelzina, que é a substância mais experimentada e que tem menos efeitos adversos.


A frasqueira de Pandora: a verdadeira verdade sobre os antidepressivos


Dr. Alessandro Loiola - Ao abrir sua caixa, a mítica Pandora libertou as doenças no mundo. Felizmente, entre os vários males que escaparam, os deuses haviam colocado um consolo, a Esperança. E a Esperança nos fez acreditar que para todo mal existe uma cura: se Pandora tinha as doenças guardadas em uma caixa, ela certamente possuía uma frasqueira para guardar utensílios, cosméticos, duas aspirinas, uma caixa de antibióticos, a cura do câncer, etc

Nas últimas décadas, as doenças mentais que escaparam da Caixa de Pandora vêm ganhando destaque, a ponto da maioria dos médicos concordar que o século XXI será o século dos transtornos da mente. Estamos relativamente bem aparelhados para lidar com a maioria das infecções, temos recursos paliativos para boa parte dos tumores malignos, mas a mente... ah, a mente... essa ainda dá um baile na gente. Não é de surpreender que a indústria dos antidepressivos movimente várias centenas de milhões de dólares por ano. Estamos vasculhando a frasqueira de Pandora em busca daquela única pílula capaz de sumir com todos os problemas e pintar o mundo novamente de azul e cor de rosa.

Foi neste contexto que, no final da década de 1980, os cientistas acharam ter descoberto algo. Há muito se sabia que a Serotonina, uma substância utilizada para transmitir informações entre os neurônios, estava envolvida com a sensação de bem estar e a percepção de "felicidade". Quanto mais serotonina no seu cérebro, mais você ri à toa. Quanto menos serotonina, mais segundas-feiras você encontra na sua semana. Em 1987, o lançamento da Fluoxetina inaugurou a era dos Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina - ou ISRS -, antidepressivos que agem diretamente sobre os níveis cerebrais de Serotonina. Não demorou muito para que a Fluoxetina fosse elevada à categoria de panacéia para toda sorte de tristeza e angústias - e virasse uma máquina de fazer dinheiro.

Entretanto, como qualquer bom casamento é capaz de provar, bastaram alguns anos de lua-de-mel para que os problemas começassem a surgir. Em junho de 2001, um júri nos EUA determinou que um certo antidepressivo da família dos ISRS foi o causador de uma crise psicótica em um homem. Durante o surto, o homem assassinou sua mulher, a filha e a neta, cometendo suicídio logo em seguida. A família processou o laboratório e ganhou a causa e uma indenização de 8 milhões de dólares. Outros casos se seguiram, e a cada dia mais e mais pessoas vêm acionando judicialmente médicos e companhias farmacêuticas por motivos similares: antidepressivos que matam.

Do meu ponto de vista, o problema teve início justamente com a propaganda em torno da expectativa de "felicidade-a-uma-pílula-de-distância". Isto fez com que os ISRS fossem recomendados para tudo quanto é tipo de queixa. Ah, você não dorme? Tome um antidepressivo. O quê, você dorme demais? Tome mais antidepressivo. Você não dorme nem fica acordado, muito pelo contrário? Tudo bem, tome montes de antidepressivos! Mas ei, os antidepressivos ISRS devem ser empregados dentro de critérios específicos de indicação. E principalmente: se utilizados em excesso, podem provocar acúmulos tóxicos de Serotonina no cérebro. 

Quando os níveis de Serotonina superam o tolerável, seu sistema nervoso começa a apresentar sintomas de envenenamento, incluindo tics nervosos, insônia, vertigens, alucinações, náuseas, disfunção sexual, sensações de "choques" pelo corpo, pensamentos e comportamentos auto-mutilantes, suicidas ou homicidas. Infelizmente, a maioria dos médicos e pacientes esquece de prestar atenção para este risco e não se mantém alerta para os sinais de que algo não vai bem - e que este algo pode ser um efeito colateral potencialmente grave do antidepressivo.

Você deve ter consciência de que não somos robôs. Ninguém é. Um pouco de angústia, tristeza e desânimo fazem parte da vida de cada um - lembre-se de agradecer à Pandora, certo? Se os sintomas depressivos que você apresenta sugerem baixos níveis cerebrais de Serotonina, existem vários recursos naturais e dietéticos que você pode empregar para tentar levantar seu humor ANTES de partir para o uso de drogas mais fortes. Além disso, lá no fundo, dependerá de VOCÊ - não de seu médico e certamente não de uma pílula - encontrar o caminho para superar as dificuldades desse mundo. Sua VONTADE sempre terá mais peso que qualquer receita tirada da frasqueira de Pandora.

PARTE 2