QUALIDADE DE VIDA

Testoterona - Parte 1

testosteronaTestosterona é um hormônio esteróide produzido, tanto nos homens quanto nas mulheres. Nos homens pelos testículos (os quais também produzem espermatozóides e uma série de outros hormônios que controlam o desenvolvimento normal e funcionamento), nos indivíduos do sexo feminino, pelos ovários, e, em pequena quantidade em ambos, também pelas glândulas supra-renais. Vale ressaltar que a síntese da testosterona é estimulada pela ação do LH (hormônio luteinizante), que por sua vez é produzido pela pituitária anterior (adenohipófise ou simplesmente hipófise).

A testosterona é responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas normais, sendo também importante para a função sexual normal e o desempenho sexual. Apesar de ser encontrada em ambos os sexos, em média, o organismo de um adulto do sexo masculino produz cerca de vinte a trinta vezes mais a quantidade de testosterona que o organismo de um adulto do sexo feminino,[1] tendo assim um papel determinante na diferenciação dos sexos na espécie humana.

Testosterona: libido e agressividade

Altas taxas de testosterona tendem a aumentar o comportamento agressivo. Além disso, estudos feitos por Richard Udry com adolescentes mostraram que um alto nível do hormônio aumenta a predisposição a ter relações sexuais. O mesmo acontece com adultos. Só que entre esses, o maior nível de testosterona costuma acarretar problemas no casamento. James Dabbs e Alan Booth analisaram as relações amorosas de 4.462 militares entre 30 e 40 anos e perceberam que os homens com testosterona alta eram menos propensos a se casar e se divorciavam mais facilmente. Além disso, os campeões da testosterona tinham o dobro de chances de ter relações extraconjugais do que os que apresentavam níveis mais baixos. Risco e agressividade podem não combinar com a vida conjugal.

Já num estudo da Faculdade de Medicina de Yale, cientistas observaram que altos níveis testosterona, ainda que por períodos curtos de seis a doze horas, causaram morte em culturas de neurônios

Testosterona e Depressão nos Homens


Nos homens a secreção de testosterona afeta as funções neurológicas e comportamentais como o interesse sexual, agressividade, grau de emoções. A partir dos 50 anos de idade aproximadamente começa a diminuir lentamente a secreção de testosterona. Aproximadamente 20% dos homens com mais de 60 anos de idade têm os níveis desse hormônio abaixo do "normal". As seqüelas psiquiátricas disso ainda não foram satisfatoriamente compreendidas. Existem algumas evidências da relação entre a queda dos níveis hormonais e o surgimento de depressão. Essas informações são derivadas de dois tipos de estudos: observação do comportamento dos homens com níveis baixos de testosterona circulante, e do tratamento dos sintomas depressivos com reposição hormonal complementar.

A testosterona é um hormônio de interação social; é secretado em resposta a estímulos sociais como situações que despertam o interesse sexual, a hostilidade ou o humor, pois age diretamente no cérebro. Não se tem certeza ainda se os sintomas depressivos são causa, efeito ou se não têm relação alguma com os níveis de testosterona no homem. Muitos casos de depressão resistente nos homens podem ter na deficiência de testosterona (a exemplo do que acontece com o estrogênio com a mulher) sua explicação. Talvez alguns homens deprimidos com baixos níveis de testosterona só se recuperem adequadamente depois de se normalizar os níveis dos hormônios masculinos. Mais estudos são necessários para se confirmar esta necessidade; enquanto isso os psiquiatras devem trabalhar conjuntamente com os endocrinologistas quando houver algum caso de depressão resistente com baixos níveis de testosterona.


Deficiência de testosterona no homem

A deficiência de testosterona pode ter conseqüências sérias para a saúde do indivíduo. Os sinais e sintomas variam dependendo da etapa da vida na qual a deficiência de testosterona ocorre.

Deficiência de testosterona no homem adulto

Doenças e o próprio envelhecimento podem conduzir ao desenvolvimento da deficiência de testosterona no homem adulto. A deficiência de testosterona no homem maduro pode se manifestar clinicamente por diversos sintomas, desde sexuais até queixas mais inespecíficas, refletindo queda no desempenho físico e mental, bem como sintomas psicológicos (depressão, ansiedade, irritabilidade, dificuldade de concentração).

Estes sinais e sintomas não específicos freqüentemente podem não ser reconhecidos como decorrentes de deficiência androgênica, sendo assim, atribuídos ao estresse do trabalho ou dificuldades da vida cotidiana. Eventualmente, homens com deficiência de andrógenos apresentam também sintomas inespecíficos como ondas de calor, suores, sensação de frio, náuseas e palpitações.

A deficiência de testosterona com frequência prejudica a vida sexual do homem. Pode haver diminuição do desejo sexual (libido) e da capacidade de ter ereções. Para melhor avaliar este aspecto, bastante subjetivo e variável entre diferentes homens, um questionário pode ser aplicado. Um sinal típico da deficiência de testosterona é a ausência de ereções espontâneas durante a manhã.

Como a produção de espermatozóides também é controlada pela testosterona, a fertilidade também está prejudicada em homens com deficiência de testosterona.

Dependendo do grau de deficiência de testosterona, pode haver alteração no padrão masculino típico de distribuição de pêlos (crescimento reduzido da barba, diminuição do pêlo corporal). A pele pode ficar seca e enrugada.

Outro sinal de deficiência de testosterona é a diminuição na massa muscular levando à perda de força muscular. Ao mesmo tempo, há tendência de aumento na distribuição de gordura com acúmulo de gordura na região abdominal.


A deficiência de testosterona sem tratamento pode levar à osteoporose (diminuição da densidade mineral óssea). O risco de sofrer uma fratura aumenta. Este fato pode ser agravado pela diminuição concomitante da massa muscular causada pela deficiência de testosterona, aumentando ainda mais o risco de quedas e de fraturas. O risco é particularmente maior em homens com outros fatores de risco para osteoporose.


Como a testosterona também estimula a produção de glóbulos vermelhos, as hemácias, homens com deficiência de testosterona podem apresentar com freqüência anemia.


Claro que não são todos os homens com deficiência de testosterona que apresentam ao mesmo tempo todos os sinais e sintomas descritos. O quadro normalmente desenvolve-se de maneira lenta e progressiva e aumenta de acordo com o grau de deficiência e com o tempo em que o paciente permance convivendo com baixos níveis de andrógenos.

Pela variabilidade dos sintomas e a dificuldade em caracterizá-los diante de diferentes homens, desenvolveu-se um questionário para ajudar as pessoas a identificá-los e descrevê-los.


Níveis de testosterona

Drauzio – O pico da produção de testosterona ocorre na adolescência. A partir de que idade, começa a declinar?

Marcello Bronstein – Começa a cair a partir dos 30 anos de idade, mas cai devagar. É muito difícil, no entanto, elaborar um estudo populacional sobre as concentrações desse hormônio ao longo da vida, porque os valores normais de testosterona no sangue têm um espectro muito grande. Na maioria dos laboratórios, varia de 300ng/dl a 1.000ng/dl, às vezes 1.200ng/dl.

Por isso, se tabularmos esses valores a partir dos 30 anos até os 80 de idade, concluiremos que existe uma tendência de queda, mas a dispersão é tão grande que um indivíduo de 30 anos, absolutamente normal, pode ter uma dosagem mais baixa de testosterona do que um de 60 anos.

Drauzio – Portanto, um homem de 30 anos com 320ng/dl de testosterona está dentro da faixa de normalidade. Já um outro com 80 anos e valores um pouco mais altos, 350ng/dl, por exemplo, pode ter tido uma queda que merece atenção especial.
Marcello Bronstein – Provavelmente, o padrão de decréscimo na produção de testosterona ao longo da vida é determinado por diferenças pessoais, e só elas podem explicar por que um indivíduo comece com 1.000ng/dl e caia para 400ng/dl e outro comece com 600ng/dl e se mantenha nos mesmos 400ng/dl.

Drauzio – Você recomenda que a testosterona seja medida rotineiramente?

Marcello Bronstein – Apenas por curiosidade, não, pois um indivíduo com valores mais baixos, embora normais, corre o risco desnecessário de ficar impressionado com o resultado. No meu ponto de vista, a indicação depende do objetivo do exame. Se há manifestações clínicas compatíveis com deficiência de testosterona, deve-se pedir a dosagem.

Drauzio – Você disse que, na maioria dos laboratórios, a faixa de normalidade dos valores de testosterona varia entre 300ng/dl varia e 1.200ng/dl. Isso significa que quem produz 1.000 é três vezes mais “macho” do que quem produz 300?

Marcello Bronstein – Não é, mesmo porque existem algumas peculiaridades na dosagem da testosterona que precisam ser valorizadas.
Primeira: porque sua concentração no sangue varia durante o dia, isto é, atinge o nível máximo pela manhã e cai à tarde, às vezes pela metade. Então, dependendo do horário em que é colhido o material para exame, pode-se achar que houve queda ou aumento na produção do hormônio.

Segunda: a testosterona dosada é a testosterona total, que é apenas um reflexo de grande parte desse hormônio ligado a proteínas transportadoras. Entretanto, a que vai exercer os efeitos é a testosterona livre. As coisas funcionam como se a proteína fosse um ônibus e a testosterona, o passageiro. O ônibus pode ser visto, fotografado, só que o passageiro – a testosterona - não atua enquanto estiver dentro dele. Só vai atuar nos tecidos quando estiver livre.

Na verdade, a composição da testosterona total e livre varia de homem para homem, conforme a situação e o método utilizado para análise. Por isso, valores de testosterona total três vezes maior num indivíduo do que no outro não significa que o primeiro seja três vezes mais “macho”, mesmo porque o nível de testosterona livre pode ser igual nos dois caso


Nível de testosterona define preferência de bebê por brinquedo

2010 -  Hormônios liberados desde antes do nascimento e até os primeiros meses de vida de uma criança ditam os brinquedos e as brincadeiras que mais atraem os garotos.

Os pais que tenham a esperança de proteger seus filhos contra a influência de estereótipos sexuais ao escolherem presentes neutros em termos de sexo talvez estejam travando uma batalha perdida, especialmente se os filhos em questão forem meninos. Ao que parece, hormônios liberados desde antes do nascimento e até os primeiros meses de vida de uma criança ditam os brinquedos e as brincadeiras que mais atraem os garotos.

Por volta dos três anos de idade, meninos e meninas já exibem diferenças claras em suas preferências lúdicas. Os meninos se sentem mais atraídos por veículos, bolas e brinquedos de montar que as meninas, e tendem a preferir brincar em grupos maiores, enquanto as meninas preferem brincar com algumas poucas crianças. Há forte controvérsia sobre a origem dessa diferença, com argumentos que a definem como resultado de programação biológica contrapostos a argumentos segundo os quais ela resultaria de pressões sociais.

Trabalhos recentes de pesquisa indicam que a exposição a níveis de hormônios diferenciados enquanto ainda estão no útero pode alterar as preferências que tanto os meninos quanto as meninas exibem por brinquedos "de menino", nos anos seguintes. Ninguém havia tentado determinar se os picos de testosterona e estrogênio que meninos e meninas experimentam nos primeiros meses de vida podem afetar também o seu comportamento. "Tendemos a pensar no desenvolvimento inicial de uma criança como um período no qual os hormônios não fazem efeito", diz Gerianne Alexandre, da Universidade Texas A&M, em College Station.

Para investigar os efeitos desses picos de atividade hormonal sobre o comportamento, Alexander e seus colegas utilizaram software que acompanha os movimentos dos olhos para medir os níveis de interesse dos participantes quanto a animações que mostram uma bola ou uma boneca, e uma figura isolada versus um grupo de figuras, em um teste envolvendo 21 meninos e 20 meninas com idade de três e quatro meses. Os pesquisadores mediram os níveis de estrogênio na saliva das meninas e de estrogênio nas dos meninos e compararam o comprimento dos dedos médios das crianças - que serve como marcador para o nível de exposição pré-natal à testosterona.

Os meninos expostos a nível mais elevado de testosterona, antes do nascimento demonstraram pronunciada preferência pela bola. O comportamento das meninas parecia inalterado com relação aos níveis de hormônio atuais ou pré-natais, enquanto as preferências dos meninos, de sua parte, pareciam influenciadas nos dois períodos, se bem que de maneiras ligeiramente diferenciadas.

Os meninos com nível mais elevado de testosterona em circulação demonstravam preferência mais forte por grupos de figuras do que por figuras individuais, enquanto aqueles cujo comprimento do dedo médio indicava exposição a mais testosterona no útero demonstravam preferência mais acentuada pela animação que mostrava uma bola, ante a animação que mostrava a boneca (Hormones and Behavior, DOI: 10.1016/j.yhbeh.2009.08.003).

As crianças que participaram da experiência na verdade eram pequenas demais para que essas preferências constatadas se traduzissem em escolhas reais sobre como preferiam brincar. No entanto, Alexander afirmou que, mesmo com apenas três meses de idade, preferências visuais inatas como essas poderiam servir como fator de definição do comportamento futuro. O próximo passo é testar para ver as preferências visuais demonstradas pelas crianças aos três meses de idade podem ser usadas para prever o comportamento posterior.

"É um estudo muito interessante, e acredito que motivará um grande volume de trabalhos adicionais de pesquisa", disse Melissa Hines, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que pesquisa sobre o papel dos hormônios no desenvolvimento pré-natal.

Caso os resultados obtidos no teste venham a ser confirmados em estudos com número maior de crianças, seria possível interpretá-los como indicação de que alguns aspectos de nosso comportamento ou até mesmo identidade sexual podem ser influenciados por produtos químicos capazes de perturbar a ação hormonal, tais como ftalatos ou pesticidas, tanto no ventre materno quanto nos primeiros meses de vida.


Testosterona e agressividade: estudo demonstra que não há relação

Novas evidências científicas refutam a ideia de que a testosterona causa agressividade, promove o egocentrismo e aumenta o comportamento de risco, conforme reportado anteriormente por diversas pesquisas. O estudo conjunto da Universidade de Zurique, Alemanha, e Royal Holloway de Londres, Inglaterra, com mais de uma centena de testes mostrou que o hormônio sexual, que tem uma péssima reputação, na verdade promove julgamentos práticos, principalmente se isso assegurar a saúde e integridade física da pessoa.

Normalmente a literatura científica, as artes e o conceito popularmente aceito atribuem uma série de características agressivas a esse hormônio. As pesquisas até então pareciam confirmar isso: a castração de roedores, por exemplo, levava a uma redução do extinto combativo nesses animais. Inferia-se então, que nos humanos acontecia a mesma coisa, mas isso se provou falso graças a um estudo de Ernest Fehr, Christoph Eisenegger e Michael Naef.

“Queríamos verificar o quanto a testosterona influenciava no comportamento social”, diz Eisenegger, “nos concentramos então na questão: o que é verdade e o que é mito sobre tudo isso?”

Para o estudo, que foi publicado no periódico Nature, foi aplicado uma série de jogos de laboratório envolvendo dinheiro e negociação. Antes do jogo os pesquisadores administraram uma dose de testosterona em alguns dos participantes, enquanto outros foram tratados com placebo (medicação sem efeito). “Se a opinião geral estivesse certa, os indivíduos que participavam do experimento e que tinham níveis de testosterona mais alto deveriam ser mais agressivos, egocêntricos e mais arriscados em suas ações, independente das consequências negativas de suas ações”, explica Eisenegger.

Negociações mais justas

Os resultados do estudo, entretanto, negaram as afirmações. Aqueles com níveis maiores de testosterona acabaram se mostrando mais justos nas suas negociações do que os que haviam sido tratados com placebo, e reduzindo o risco de rejeição entre seus pares durante o jogo, ao mínimo.

“O preconceito que a testosterona somente causaria agressividade em humanos foi claramente refutado”, resume o Eisenegger. Ao contrário, os resultados sugerem que o hormônio aumenta a sensibilidade à percepção de status social. Nos animais com sistemas sociais relativamente simples, esse aumento de percepção pode levar ao medo e portanto à agressividade.

“Em organizações sociais complexas, como as humanas, um comportamento positivo e não a agressividade, assegura o status social”, afirma Michael Naef. “A interelação entre testosterona e determinados ambientes, e não a testosterona isoladamente, pode causar comportamentos mais neutros ou agressivos”

Além disso, o estudo mostrou que a crença popular de que pessoas que têm maiores níveis de testosterona podem influenciar, parcialmente, os comportamentos agressivos. Os indivíduos tratados com placebo e que sabiam do fato, se comportaram da maneira que normalmente se acredita: correram mais riscos.

É possível que essas pessoas se apoiaram no lugar comum, socialmente aceito, para legitimar suas ações. “Parece que o preconceito sobre esse hormônio tem efeito sobre o comportamento. Uma sociedade que acredita que as qualidades e boas maneiras sociais de uma pessoa é biologicamente determinada, isso pode, de certa forma, legitimar determinadas ações, precisa ser estar atenta e repensar certas crenças de forma cética”, diz Naef.

O estudo deixa claro que tanto fatores biológicos quanto fatores sociais é que guiam os comportamentos humanos, e é preciso estar atento a isso


Níveis de testosterona determinam capacidade de amamentar, sugere estudo

2010 - Uma pesquisa da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega sugere que a capacidade de amamentação da mãe pode ser governada pelos seus níveis de testosterona durante a gravidez.

A equipe de cientistas também sugeriu que, no caso de dificuldade na amamentação, não há problema em alimentar o bebê com outro tipo de leite.

O estudo, publicado na revista especializada Acta Obstetricia and Gynacologica Scandinavica, acompanhou 180 mulheres grávidas, entre elas, mulheres que apresentavam risco de dar à luz bebês pequenos - uma ocorrência que já se sabe ser influenciada por níveis mais altos de testosterona.

A equipe levou em conta outros fatores como idade, educação das mulheres e se elas fumavam. Mesmo assim, eles encontraram uma relação clara entre as baixas taxas de amamentação entre os três e seis meses de vida do bebê e altos níveis de testosterona da mãe.

Os cientistas sugerem que o hormônio, responsável pelo desenvolvimento de características masculinas mas que também está presente nas mulheres, possa ter um impacto negativo no desenvolvimento do tecido glandular do seio da mãe o que, por sua vez, afeta a capacidade de amamentação.

"Basicamente, a mãe que enfrenta dificuldades (na amamentação) não deve se sentir culpada - provavelmente é assim que acontece (com ela), e o bebê não vai sofrer se for alimentado com outro leite", afirmou o chefe da pesquisa, professor Sven Carlsen. "Uma mãe deve fazer o que a deixa feliz."

Para o professor Ashley Grossman, do Centro de Endocrinologia de Barts, em Londres, a pesquisa norueguesa é interessante, mas podem ser várias as causas de dificuldades na amamentação.

"Existem todos os tipos de fatores biológicos que afetam a capacidade de amamentação de uma mulher. E quando as mulheres ouvem que precisam tentar de novo, é importante destacar que algumas simplesmente não podem (amamentar)."

Amamentação e saúde

A equipe liderada por Carlsen também analisou, em 2009, 50 estudos internacionais a respeito da relação entre amamentação e saúde.

Com base neste trabalho, o professor concluiu que os benefícios da amamentação para a saúde do bebê em relação aos outros tipos de leite podem ter sido exagerados.

"Estas diferenças na saúde não são tão importantes", afirmou.

"Quando você analisa estudos epidemiológicos e tenta retirar outros fatores, é realmente difícil encontrar quaisquer benefícios substanciais entre as crianças que foram amamentadas quando eram bebês", acrescentou.

A maioria dos governos e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que o bebê seja alimentado exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade.


Testosterona – Homens e mulheres produzem testosterona

2009 - Testosterona é um hormônio esteróide produzido tanto nos homens quanto nas mulheres. Nos homens esses hormônios são produzidos pelos testículos, os mesmos que produzem espermatozóides e uma série de outros hormônios, nas mulheres a testosterona é produzida pelos ovários, em ambos os sexos o hormônio é produzido em baixa quantidade também pelas glândulas supra-renais.

A testosterona é responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas normais, importante também para a função sexual normal e o desempenho sexual. Mesmo sendo encontrado em ambos os sexos, em média, o hormônio é produzido cerca de 30 vezes mais por individuo adulto do sexo masculino do que o feminino.

Quando as taxas de testosterona se encontram muito altas elas tendem a aumentar o comportamento agressivo. Estudos feitos com adolescentes mostraram que um alto nível do hormônio aumenta a predisposição a ter relações sexuais. O mesmo acontece com os adultos, porém, esse maior nível de testosterona pode acarretar em problemas no casamento.


A Testosterona, o Sucesso e a Calvície.
 

2007 - A testosterona é o hormônio do sucesso, da realização e da competitividade e, em mãos (ou testículos) erradas, torna animais machos e homens potencialmente perigosos, é também esse hormônio que faz a barba crescer, causa a calvície, engrossa a voz e melhora a habilidade espacial.

A mulher prefere o homem de voz grave e profunda, forte indicativo de altos níveis de testosterona, o que significa maior virilidade.

Uma pesquisa feita na Universidade do Estado da Geórgia, EUA, colheu amostras de saliva de homens com as mais diferentes ocupações: de grandes comerciantes e políticos a desportistas, padres e presidiários. Descobriu que os mais ativos em cada área apresentavam altos níveis de testosterona.

Os níveis mais baixos foram encontrados nos padres, indicando menor atividade sexual e menos competitividade, observou também que mulheres de sucesso em suas profissões, como advogadas e vendedoras, tinham níveis de testosterona mais altos que a média.

Concluiu, então, que não apenas a testosterona leva ao sucesso. O sucesso também aumenta a produção de testosterona.


Mulheres, testosterona e ousadia profissional: mulher-macho, sim senhor!


2009 - Antes de tudo, por favor, não me interpretem mal por causa do título desse post, tudo será explicado ao longo do texto.

De modo geral, as mulheres são mais "conservadoras" em relação às operações financeiras. Pelo menos, isso é o que diz um estudo publicado em 1999, que analisou os resultados de 150 estudos que avaliaram a tendência de homens e mulheres em relação à tomada de decisões que envolviam riscos financeiros.

Essas diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito a se evitar operações financeiras de maior risco podem, também, ser associadas às diferenças observadas nas escolhas de carreira. Por exemplo, nas instituições de ensino analisadas, 37% das mulheres estudantes de MBA escolheram carreiras que tinham maior risco associado (como bancos de investimento ou mercado de ações), contra 57% dos estudantes homens. Apesar de se considerar sempre os fatores sociais e culturais, se acredita que as diferenças biológicas entre os sexos podem desempenhar um papel importante nessas diferenças comportamentais.

Dentre essas diferenças biológicas, a testosterona, ou "hormônio masculino", se destaca. Níveis mais altos de testosterona em homens podem resultar em diferenças comportamentais e de aprendizado, e já foi demonstrado em outros trabalhos (que discutirei num futuro próximo) que a testosterona aumenta a motivação para competição e dominância, diminui a sensação de medo, e altera o equilíbrio entre a sensibilidade entre punição e recompensa. Prá completar, a testosterona também já foi associada a comportamentos tidos como de alto risco, como jogatina e abuso de álcool.

O fato de esse hormônio influenciar as decisões de risco no mundo financeiro ou em outros aspectos econômicos que envolvam tomada de riscos ainda é controverso no mundo atual, e um novo estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences traz mais alguns dados referentes à essa questão.

Cientistas da Universidade de Chicago investigaram diferenças entre homens e mulheres em relação à aversão a riscos financeiros verificando as concentrações salivares de testosterona em mais de 500 estudantes de MBA.

Apesar de não terem encontrado nenhuma variação entre os homens (já disse em outro texto que nós homens realmente não temos graça nenhuma), no caso das mulheres, os níveis mais altos de testosterona circulante foram associados a uma menor aversão ao risco financeiro. Ainda nesse estudo, os níveis de testosterona e a aversão ao risco foram bons indicadores para se predizer as escolhas de carreira dentro da área financeira.

Ou seja, de acordo com os dados desse estudo norte-americano, podemos concluir que as mulheres que têm mais testosterona (por isso a brincadeira com o "mulher-macho") adquirem uma abordagem mais agressiva em relação à condução de sua carreira, algo que ainda é visto como característico dos homens (e que eu acho que vai cair por terra logo logo).

 PARTE 2