CURIOSIDADES

Romanée-Conti

convin1O Romanée-Conti é um vinho francês produzido em Vosne-Romanée, na Côte de Nuits, Leste da França. Ele é classificado como "Grand Cru" e é considerado o maior vinho da Borgonha e um dos melhores da França, reverenciado por enólogos e enófilos de todo o mundo. O Conti é feito exclusivamente com uvas pinot noir resultando num vinho elegante, com aromas e sabores florais, manteiga, frutas vermelhas, terra e animal. Ele se distingue dos outros terroirs na mesma região pela sua coloração rubi, sabor aveludado e aromas que encantam. É um vinho de guarda que exige maturação entre 6 e 12 anos quando atinge seu ápice. Todos os vinhos produzidos pela Domaine de La Romanée-Conti são grands crus tratados com a mesma atenção. A colheita é tardia, para que a maturação das uvas seja perfeita e a fermentação dura um mês, com temperatura controlada sempre abaixo de 33 °C. Depois disso, o vinho envelhece por cerca de 18 meses em barris de carvalho francês novo. O terroir, com 1,8 hectares de solo calcário com altitude, inclinação e drenagem perfeitos, está localizado na região ...

também conhecida como "rota dos Grand Crus" e produz unicamente uvas do tipo "pinot noir". Os vinhedos remontam do século XV plantados pelos monges de Saint-Vivant. O nome vem do príncipe Louis François de Bourbon-Conti que o comprou em 1760. No entanto, a denominação Romanée-Conti só surgiu em 1794. Hoje a propriedade pertente às famílias de Villaine e de Leroy, que também produzem outros excelentes grands crus na Borgonha. Atualmente a Domaine de la Romanée-Conti (DRC) é dirigida por Aubert de Villaine. Em 1945, as vinhas foram atacadas pelo inseto "phylloxera" (Daktulosphaira vitifoliae) que dizimou as plantações e obrigou o replantio. Por essa razão, não foram produzidos vinhos entre os anos de 1946 e 1951.


O Emblemático Vinho Romanée-Conti

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O vinho Romanée-Conti é um dos mais cobiçados, mais caros, mais emblemáticos e mais disputados do mundo! Difícil falar desse vinho, especialmente porque, nós da Winer, como reles mortais, ainda não tivemos a oportunidade de experimentá-lo… Quem sabe um dia! Rs Mas já lemos muito a respeito, então vamos tentar esclarecer, de forma simples e descomplicada, o que o faz tão famoso e tão especial! O Romanée-Conti é produzido em Côte de Nuits, uma sub-região da Borgonha, na França, e é considerado pelos especialistas como o maior vinho da Borgonha e um dos melhores da França. É feito exclusivamente com uva pinot noir e as uvas utilizadas são somente as cultivadas no Domaine de La Romanée-Conti, que tem 1,8 hectares (o que explica o porquê a produção é tão pequena). Dependendo da produção de cada ano, são feitas de 4 a 6 mil garrafas por safra.

A História do Domaine de La Romanée-Conti

Os vinhos da Borgonha contam história há mais de 10 séculos! Isso mesmo… Segundo registros históricos, os vinhedos da região já existiam quando os romanos lá chegaram. No século XII esses vinhedos foram transferidos para os monges do Mosteiro de Saint-Vivant.

Como explicamos no artigo sobre a História do Vinho, os monges tiveram grande influência na melhora da qualidade dos vinhos, pois eram jovens e dedicaram-se à viticultura com trabalho árduo, aprimorando a cultura e a produção. E foram eles os responsáveis pela demarcação minuciosa de cada um dos microclimas da Borgonha – tão minuciosa que a região que produz o Romanée-Conti tem apenas 1,8 hectares, dos totais de 27,8 hectares de todo o Domaine.

Posteriormente, no período de monarquia de Luís XV, os vinhedos onde atualmente está o Domaine de La Romanée-Conti (site em francês), foram vendidos para o príncipe Conti – Louis-François de Bourbon, que foi proprietário desse pequeno pedaço de céu até 1793, quando foi preso pela Revolução. Durante esse período, usufruiu do maravilhoso vinho de forma intensa – a produção era destinada exclusivamente para o seu consumo pessoal (seu e de amigos, obviamente).

Somente depois desse período de esbórnia, em 1794, que surgiu o nome Romanée-Conti e, posteriormente, em 1911, o Domaine de La Romanée-Conti foi adquirido pela família Villaine, coproprietária até os dias de hoje.

Atualmente a propriedade pertence a duas famílias: Villaine e Leroy. Os negócios são gerenciados por dois associados – um representante de cada família – com poderes de gestão. O representante da família Villaine é Aubert de Villaine e Henry-Frederic Roch, neto de Henri Leroy, o representante da família Leroy. Há, ainda, um Conselho formado por outros representantes de cada uma das famílias: Henri de Villaine e Perrine Fenal (neta de Henri Leroy).

O primoroso método de produção

Como explicamos acima, os vinhedos dessa região são tão antigos que já existiam quando os romanos lá chegaram! Mas infelizmente as vinhas tiveram que ser replantadas… Segundo registros históricos, até 1945 as vinhas eram de raízes originais europeias. Nessa época, por causa da II Guerra Mundial, a mão de obra para cuidar do vinhedo tornou-se escassa, assim como os produtos químicos usados para protegê-lo de pragas. O resultado? As vinhas murcharam, atrofiaram e, enfim, morreram… A solução foi arrancar todas as plantas e refazer todo o vinhedo, plantando novas mudas, desta vez enxertadas e, portanto, resistentes às pragas.

Curiosidade: Esse fato explica duas coisas: o porquê as safras até 1945 valem uma fortuna (mais ainda do que a fortuna que valem os vinhos atuais) e o porquê entre os anos de 1946 e 1951 não foram produzidos vinhos no Domaine de La Romanée-Conti.

Todo o processo que enRomanée-Conti - Aubert Villainevolve a elaboração do vinho Romanée-Conti é especial. O cuidado é meticuloso em todas as partes da produção, desde a seleção do material vegetal, das sementes, das uvas, da forma da colheita até a produção do vinho. Tudo o que não é perfeito, é rejeitado.

Aubert Villaine, um dos representantes da família que gerencia o Domaine e toda a sua produção, é adepto da prática orgânica desde 1986 e, mais recentemente – a partir de 2007, passou a adotar a prática biodinâmica – método que rejeita o uso de produtos químicos e acredita na influência dos astros sobre as vinhas. Até mesmo o uso dos cavalos foi reintroduzido no processo (usado para não compactar o solo, como ocorre com o uso de máquinas). Outros detalhes: a colheita da uva é tardia para que a maturação seja perfeita; a fermentação é mais longa que o normal, durando em torno de um mês, com temperatura controlada – sempre abaixo de 33ºC; o vinho envelhece, no mínimo, 18 meses em barris de carvalho francês novo.

O seRomanée-Conti - cepa no invernogredo? Segundo o jornal francês Le Figaro, Aubert Villaine adora citar a célebre frase do Dr. Lavalle, que em 1855 afirmou que “Na Borgonha fazemos os vinhos como no século XIV”. De certa forma a frase aplica-se muito bem à cultura adotada pelo Domaine de La Romanée-Conti, uma vez que a viticultura de todo o Domaine é modelo. Desde do ano de 1986, o Domaine é adepto da prática orgânica e, desde 2007, tudo é biodinâmico… Pode não ser a forma de fazer o vinho do século XIV, mas o conceito é muito próximo!

E mais. Antes de fazer qualquer mudança no processo de elaboração do vinho Romanée-Conti, e de qualquer outro dos vinhos produzidos no Domaine, há muito tempo de teste. Nada é alterado sem ter sido testado exaustivamente. A busca pela perfeição é, realmente, constante e incessante. Não é por outro motivo que no mundo do vinho o Domaine de La Romanée-Conti está no mais alto nível e se mantém com uma constância digna de elogios. E como diz o próprio Aubert Villaine, um grande Domaine é, antes de tudo, uma filosofia.

Curiosidade: já pensou quanto vale esse patrimônio? E como protegê-lo? Segundo Aubert Villaine, a legislação das AOCs, super restritas quanto às condições de produção e de vinificação, já ajudam bastante. Em busca de sempre mais, Aubert fez pedido para que a região seja declarada como patrimônio mundial da UNESCO, para proteger as paisagens e as vilas. No entendimento dele, somente é possível proteger as vinhas protegendo tudo o que está em volta delas.

Os Grands Crus do Domaine de La Romanée-Conti

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O Domaine de La Romanée-Conti não se resume apenas ao vinho Romanée-Conti! O Domaine é proprietário de 8 Grands Crus. Assim, todos os vinhos produzidos pelo Domaine são elaborados com uvas – sempre pinot noir – cultivadas em Grands Crus e, apesar do mais famoso de todos ser o Romanée-Conti, os demais são quase tão espetaculares quanto.

Grand Cru: na França, a palavra Cru é usada para designar uma área, um vinhedo, mas sempre relacionado ao terroir, ao conjunto de fatores únicos daquele lugar (clima, condições topográficas, composição do solo, enfim, o conjunto de tudo isso). Na região de Borgonha, a expressão Grand Cru designa o que há de melhor e, de toda a Borgonha, apenas 1,4% da produção é proveniente de Grand Cru.

No total, o Domaine possui algo em torno de 27,8 hectares de vinhas, assim distribuídas:

Romanée-Conti: o mais famoso de todos, tem área de 1,81 hectares e está localizado na comuna de Vosne-Romanée. Em 2011 a produção foi de 5.673 garrafas.

Richebourg: tem área de 3,51 hectares e está localizado na comuna de Vosne-Romanée. Em 2011 produziu 11.177 garrafas.

La Tâche: tem área de 6,06 hectares e também está localizado na comuna de Vosne-Romanée. Em 2011 produziu 18.196 garrafas.

Échézeaux: tem área de 4,67 hectares e também está localizado na comuna de Vosne-Romanée. Em 2011 produziu 12.366 garrafas.

Grand Échézeaux: tem área de 3,53 hectares e também está localizado na comuna de Vosne-Romanée. Em 2011 produziu 11.071 garrafas.

Romanée-St-Vivant: tem área de 5,29 hectares e também está localizado na comuna de Vosne-Romanée. Em 2011 produziu 13.971 garrafas.

Montrachet: tem área de 0,67 hectares e está localizado no coração da Côte de Beaune. Em 2011 produziu 3.178 garrafas de vinho branco.

AOC Corton Grand Cru du Domaine Prince Florent de Merode: localizado mais ao sul, com área total de 2,27 hectares, alugado desde novembro de 2008. Do total, 0,57 hectares são de Clos du Roi, 1,19 hectares de Bressandes e 0,50 hectares de Renardes. A produção em 2011 foi de 5.523 garrafas.

Infelizmente a demanda excede, e muito, a oferta. É por isso que o acesso a qualquer um desses vinhos é restrito. Os que já tiveram a oportunidade de prová-lo são unanimes em dizer que o vinho é delicadíssimo e desafia todos os critérios enológicos e todos os degustadores.

Curiosidade: A produção de todo o Domaine é mínima e a forma de venda é especial. A produção é vendida em caixas na proporção do que é produzido, com exceção do Romanée-Conti, que sempre apresenta apenas um por caixa. A venda é sempre feita de forma antecipada, tudo reservado com muita antecedência pelos clientes de sempre e de todo o mundo.

Os últimos leilões de Vinho Romanée-Conti

De tão emblemático e desejado, o vinho Romanée-Conti desperta a cobiça de muitos, nos quatro cantos do mundo. E para alguns que não apreciam tanto o vinho assim, comprar o vinho e depois vendê-lo pode ser um negócio muito rentável. Os leilões de garrafas de vinho Romanée-Conti são famosos por atingir preços exorbitantes. Veja abaixo os dados de alguns dos recentes leilões. Em dezembro de 2013, um lote com 12 garrafas de Romanée-Conti da safra 1978 foi vendido por mais de U$ 470 mil dólares. Em outubro de 2014, um superlote com 114 garrafas de vinho Romanée-Conti foi vendido por um preço recorde – U$ 1,62 milhão em um leilão que ocorreu em Hong Kong. O superlote tinha garrafas do período de 1992 a 2010, com seis garradas de cada safra.

Impressionante, não?

E tem mais. Em janeiro de 2014 a casa de leilões Sotheby’s divulgou os números relativos ao mercado de vinhos. Vendeu, no total, mais de U$57,9 milhões em vinhos. E adivinhe quem são os mais vendidos? Disparado os vinhos do Domaine de La Romanée-Conti. Em 2013, a casa auferiu U$ 7,2 milhões com esse místico vinho.

Descrição dos privilegiados que já provaram

O vinho é considerado espetacular por todos que o degustam. O famoso crítico Robert Parker RP afirmou que a Domaine de La Romanée-Conti é a vinícola mais importante do mundo do vinho. Disse, ainda, que não há pinot noir que chegue perto dos que são ali produzidos! Descreveu o Romanée-Conti da seguinte forma: “aromas celestiais e surreais”. Incrível, não acham? Vinho elegante, de coloração rubi e sabor que encanta a todos que já tiveram a oportunidade, digamos rara, de prová-lo. E mais interessante de tudo é que o próprio Aubert Villaine – um dos proprietários do Domaine de La Romanée – lamenta o efeito especulativo que gira em torno das garrafas de seu vinho. Para ele, o vinho é para ser bebido, e não para ser mantido na adega.


Romanée- Conti, um caso de polícia

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2015, POR LUCIANA FRÓES - Em setembro de 2010, o mais valioso vinhedo do planeta, o mítico Domaine Romanée Conti, onde crescem os seis grand crus das mais finas castas de pinot noir, se viu em meio a um furacão. O grand moniseur Aubert de Villaine, 71 anos, o dono do mais cobiçado vinho da Borgonha (e do mundo: a safra de 1945 do Romanée-Monti bateu os 124 mil dólares) virou um caso e polícia: Villaine recebeu um bilhete anônimo que ameaçava destruir parte de suas vinhas, um tesouro nacional, que fez dele um dos homens mais ricos da França.

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Mapa da região de onde saem os melhores vinhos do mundo

A história, que é real e traz todos os ingredientes de uma trama policial, com notas de suspense, é contada pelo jornalista Maximillian Potter em " Romanée- Conti e a trama para destruir o melhor vinho do mundo", que a editora Zahar acaba de editar, com consultoria do enófilo carioca Paulo Nicolay. É um livro delicioso, que entrou na seleção dos The Best do New York Times. E é mesmo, especialmente para quem já percorreu seus vinhedos na Bourgogne, 18 mil metros quadrados plantados e cotados a preço de ouro. De baixa produção (proposital), dali são poucos e extraordinários exemplares, cujo o próprio Domaine mantém controle restrito sobre suas vendas. Escolhe pessoalmente seus distribuidores e clientes individuais que compram o vinho em pré-venda, antes mesmo deles serem engarrafados. Tem sido assim desde sempre.

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A sede do Romanée Conti

A ameaça de contaminação de parte de suas vinhas, que parecia ser uma ameaça sem maiores consequências ou veracidade, acabou se transformando em uma mega e sigilosa operação da polícia francese. Felizmente acabou tudo bem, sem sequelas para a planta nem para os vinhos produzidos a partir dessas vinhas "comprometidas". É isso que mostra o jornalista americano ao longo das 230 páginas do livro, que intercala o episodio com dados históricos, as questões que envolvem a sucessão no comando das vinícola e outros acontecimentos em torno desse emblemático Domaine que leva milhares de amantes e visitantes até seus vinhedos, marcado por uma alta cruz de concreto.

Há dois anos, fiz na companhia do Luiz Horta, colunista do Ela, a rota dos grand crus da Borgonha, a partir de Dijon até Santenay, passando por 35 pequenas cidades e vinhedos de onde saem alguns dos melhores vinhos do mundo! E foi em junho, quando as primeiras flores de pinot já começam a dar o ar de sua graça...

Percorremos os vinhedos da Romanée-Conti, mas não estivemos com a turma do Domaine. Fomos conhecer uma outra vinícola do dono da Romanée, que é tocada pelo seu sobrinho Pierre de Gentissart, que nos recebeu imundo, de bermuda e balde em punho, vindo dos vinhedos das uvas Aligoté. É o Domaine de Villaine que é citado do livro e cujo jovem de bermudão aparece como o mais provável sucessor no comando do Romanée- Conti. É um figuraço, adepto de prática de cultivos bem naturais.

"A História do Romanée-Conti e a trama para destruir o melhor vinho do mundo" , que a editora Zahar lança essa semana, no Bergut Ipanema, é leitura deliciosa para que curte vinho. Ou não.


Fonte: https://pt.wikipedia.org
http://www.winer.com.br/
http://blogs.oglobo.globo.com/